Brenda Ortiz — Já vou, Olga!Falo enquanto me recomponho tanto do sonho quanto da realidade. Arrumo um pouco o cabelo, pego o envelope, coloco-o dentro da caixa e logo abro a porta.— Você dormiu? — Olga pergunta.— Acabei adormecendo no sofá. Deve ter sido a champanhe. Sou fraca para beber. Mas cadê a música e a festa? — pergunto, notando o silêncio.— Todos já foram embora, já passam das dez da noite. Ainda não fui porque estou aguardando meu crush chegar para ficarmos juntos na virada do ano.— Hum... crush? Que novidade, hein! — sorrio.— Espero que, desta vez, Deus me ajude e dê certo. Tô cansada de ficar sozinha, chorando, assistindo a uma comédia romântica na Netflix. Não tenho mais idade para isso.— Você tem que parar de esperar por príncipes encantados e ser feliz.— Príncipes são raridade, e os que existem já têm dona. — Ela me faz sorrir com sua espontaneidade.(Som de buzina)Bip... bip...— A carruagem chegou. — Falo.— Já vou. Feliz Ano-Novo para você, Brenda. Ah... o
Brenda Ortiz Estou tão dispersa que nem percebo que o motorista dá muitas voltas e passa por ruas diferentes das habituais. — Por que estamos justamente por essas ruas? Já não deveríamos ter chegado? — pergunto, voltando a mim, desconfiada. — Sim, senhorita. Em um dia normal, já teríamos chegado, mas hoje é véspera de Ano-Novo, e muitas saídas estão fechadas para evitar aglomerações. Por isso, precisei passar por aqui para conseguir chegar ao nosso destino — ele responde, e logo concordo. — Isso é verdade. Eu havia esquecido dessas regras na cidade. Deve ser a falta costume de trabalhar em datas comemorativas — falo, observando as luzes da cidade. — Mas logo chegaremos — ele diz. — Tudo bem. Pelo visto, está armando uma chuva. Então é melhor se apressar para não piorar nossa situação e perder a festa com sua família — comento, e o motorista logo responde, assustado com essa possibilidade. — Nem me fale isso, senhorita. Se eu não estiver em casa antes da meia-noite, minh
Brenda Ortiz Ainda no quarto do hotel — Meu amor, eu nem sei o que dizer. Tudo isso parece um sonho, e eu não mereço alguém como você. Preciso te contar quem eu... — tento revelar a verdade sobre mim e a estupidez que cometi dias atrás, mas ele me interrompe. — Você é a mulher que eu amo, e isso já é mais do que suficiente para ser merecedora, não só disso, mas de muito mais — diz ele, entrelaçando seus braços em minha cintura e me beijando com carinho. — As coisas não são assim como você imagi... Ele coloca a mão sobre meus lábios, me impedindo de continuar. Antes que termine de falar, percebo que ele coloca sua taça sobre a mesa e, em seguida, retira algo do bolso da calça de linho branca. Meu coração se descontrola, batendo acelerado. Me calo na mesma hora. Minhas pernas estremecem, e perco o controle do meu corpo, sentando-me na beirada da cama e o observando fixamente. Eu o amo desesperadamente, e vê-lo ajoelhado diante de mim, depois de tudo o que preparou para nós dois,
Brenda — Agora compreendo as palavras da Olga quando dizia que você passaria o Réveillon com sua esposa. Ela estava se referindo a nós? — pergunto, curiosa, entrelaçando meus braços em volta do seu pescoço. — Exatamente! Agora vou deixar você a sós para tomar um banho e se arrumar. Está vendo aquele closet? — ele diz, olhando para um espaço atrás de nós. — Sim, amor. — Respondo, olhando na mesma direção. — Ali está tudo o que você precisa para ficar ainda mais deslumbrante. Ele segura meu rosto, beija-me suavemente e sai de cima do meu corpo, estendendo a mão para me ajudar a levantar. Levanto, ele se afasta, e sigo até o lugar que indicou. Abro a porta e me deparo com um lindo vestido branco sem alças, com fendas nas duas pernas até a altura das coxas e todo detalhado com pedras de cima a baixo. É um vestido dos sonhos de qualquer mulher. A cada instante, surpreendo-me com as atitudes desse homem que amo cada vez mais. Seguro aquela roupa, chorando como uma boba apaixonada, im
Minutos antes do baile... Gregório Montreal Ao telefone — O que houve, padrinho? Ligou para me desejar boas festas? — digo, sarcástico. Ele responde sério, fazendo meu sorriso desaparecer instantaneamente. — Tivemos problemas com a carga das cápsulas de coca. — Sua voz é grave. — Que tipo de problemas? — pergunto de imediato. — Toda a carga foi interceptada pelos federais junto com o Garcia. — Sua resposta é firme. — Cazzo! Como deixaram isso acontecer? — esbravejo, furioso. — Suspeitamos que alguém nos denunciou. — Sua voz carrega um tom de incerteza. Imediatamente, um nome vem à minha mente. — Alguém, além do senhor e de mim, sabia dessa transação, padrinho? — questiono, já desconfiando da resposta. — Os únicos que viram e conheciam todo o processo foram, como sempre, Cristóvão e Carlos. — Ele fala, e logo elimino uma das opções. Carlos nunca nos trairia. Foi conselheiro do meu pai e está há décadas envolvido nos negócios. Ele sabe muito bem o que fazemos com "traditori
Gregório Guardo a arma no cofre quando ouço Brenda fechando a porta do banheiro que havia na suíte. Pego minha taça de vinho e respiro fundo, tentando esquecer tudo o que aconteceu há pouco. "Nada estragará o nosso momento. Nada!" Caminho até o quarto, e meu coração acelera ao ver aquela visão do paraíso que me causa sensações infernais por todo o corpo, bem ali, diante de mim. Ela está simplesmente exuberante, usando aquele vestido branco repleto de brilhantes, que parece ter sido feito sob medida para ela. Aproximo-me e, com muito carinho, coloco as sandálias em seus pés, beijando-os e acariciando suas pernas por debaixo do vestido, fazendo-a se arrepiar no mesmo instante. Sinto seu desequilíbrio diante da minha carícia, e isso faz meu corpo reagir. Mas a seguro pela cintura e tento me controlar ao máximo. Estou louco para tê-la em meus braços, mas ainda não é o momento ideal... Mas logo ele chegará. Seguro seu rosto, dou-lhe um beijo tranquilo e coloco a máscara em seu rosto.
Gregório MontrealDeixo aquela impressão ruim para trás. Juro a mim mesmo que nada estragaria nossa noite, e assim será.Seguro a mão de Brenda com mais força e ando apressado até o elevador. Assim que a porta se fecha, empurro-a com cuidado contra a parede. Aperto o botão de parada do elevador e inclino meu corpo sobre o dela, beijando seu pescoço enquanto deslizo minha barba ao redor de sua pele. Para minha sorte, a energia falha, mergulhando tudo na escuridão. Não há câmeras gravando nosso momento de puro tesão e entrega.Minhas mãos percorrem suas pernas, puxo a fenda central do vestido, aproximando-a ainda mais do meu corpo, fazendo-a sentir o quanto a desejo, o quanto estou duro por ela.— Me devora, Greg... me faz tua mulher... Só tua, meu amor... Só tua...Ela sussurra ofegante em meu ouvido enquanto beijo seu pescoço. Deslizo o vestido para baixo e me lanço sobre seus seios, sugando, mordiscando, lambendo. Depois, apenas acaricio os bicos rígidos com as pontas dos dedos, prov
BrendaHoras depois do baile de máscarasTudo está tão perfeito que sinto um certo medo e angústia de que algo ruim possa acontecer e fazer tudo desmoronar. Sempre desejei um homem exatamente como Gregório durante toda a minha juventude, mas, para minha desgraça, primeiro descobri que existem seres abomináveis como Alessandro, para só depois de tantos erros e tropeços ter a oportunidade de saber o que é sentir o verdadeiro amor.Nos braços do meu Greg, sinto-me amada, desejada e cuidada de uma maneira jamais vivida. Ao seu lado, sou completa e feliz em todos os sentidos. Mas poderia ser muito mais feliz se, em torno de todo esse sentimento, não existisse a maldita mentira.Tentei várias vezes contar toda a verdade, mas ele não permitiu. Seu amor por mim é tão gigantesco e intenso que ele sequer cogita a possibilidade de que eu, algum dia, tenha cometido tantas atrocidades unicamente para aplacar meu instinto de ganância."Como eu queria voltar atrás em todos os erros cometidos e inici