Se pedisse, eu faria

HENRY

No começo de tudo isso, nunca pensei que viveria toda essa bagunça, pensei que só iria servir na fazenda por três meses e voltar para a minha vida baladeira. Mesmo que já tivesse uma boa queda por essa mulher, nunca pensei que a encontraria aqui, que sua filha iria me adotar como pai, me mostrando que há algum valor em mim e que talvez, eu não seja o Boysinho inútil que até mesmo eu me considerava e que ainda, depois de tudo isso, acabaria me tornando pai biológico, fora toda a confusão que nos trouxe até aqui.

— Papaaai! — me viro em direção ao gritinho vindo da porta da sala. Abro os braços para recebê-la. Ela agarra o meu pescoço e depois aperta e puxa as minhas bochechas. — Você está aqui!

— Vim ver você! Não aguentava mais de saudades!

— De verdade? — ela pergunta, enrolando uma mecha do meu cabelo nos seus dedinhos.

— Sim, verdade.

— Sua perna não está mais engessada! — ela diz, tocando com o indicador. —Mas ainda está esquisita.

Sorrio.

— Vai ficar estranha por um tempo.,
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