Após meu divórcio oficial com Sydney, Doris transferiu suas ações restantes para mim. Tornei-me o maior acionista e, de fato, a pessoa no comando, pois agora eu detinha 46% das ações do grupo GT.Devido a esse novo desenvolvimento, o registro de acionistas foi oficialmente atualizado e, como esperado, meu patrimônio líquido disparou. O público percebeu rapidamente e comecei a receber uma enxurrada de pedidos de entrevistas de emissoras de TV, editoras de jornais e jornalistas, que estavam sempre à espreita para tentar me encontrar em público.Minha posição no grupo GT agora estava consolidada e não estava mais ligada a ninguém, mas eu sabia que ainda precisava ter cautela e me proteger de possíveis alianças entre acionistas que pudessem vender suas participações para uma única pessoa apenas para me ver fracassar.Quando os pedidos de entrevistas não paravam de chegar, finalmente instruí minha assistente a responder positivamente a uma das solicitações e informá-los de que eu havia acei
Eles irromperam em aplausos e gritos de entusiasmo assim que a câmera foi desligada. O apresentador apertou minha mão novamente, exibindo um enorme sorriso no rosto. Ao sair do salão de conferências, com meu assistente e segurança ao meu lado, algumas fãs vieram pedir autógrafos, enquanto alguns jornalistas ousaram perguntar sobre o meu casamento.— Sem comentários. — Meu assistente repetia rigidamente para eles, enquanto eu assinava as camisas, livros, capinhas de celular... tudo o que elas trouxeram.Assim que entrei no carro, minha expressão desabou, todos os sorrisos e simpatias desaparecendo enquanto eu afrouxava a gravata com um gesto brusco.— Droga, meu rosto está doendo de tanto sorrir.Meu assistente sorriu e se virou para trás.— Mas você mandou bem. O público adorou você.— Eles deviam mesmo. — Apesar das bochechas doloridas, não consegui evitar um leve sorriso ao pensar no sucesso da entrevista e na exposição positiva que isso traria ao Grupo GT.— A propósito. — Meu assis
A única luz no quarto vinha das telas dos nossos celulares e da televisão. A TV estava no mudo enquanto Grace e eu mexíamos distraidamente em nossos celulares.— Uau. — Grace colocou o celular na minha frente. — Sydney, olha isso.Meu olhar se fixou no vestido na tela. Parecia muito com um dos modelos que Grace havia desenhado. Franzi o cenho. — Parece muito com o vestido que você desenhou.Grace riu levemente. — É o que eu desenhei. — Ela deslizou para a imagem anterior. — Esse é o original. Ela é uma das nossas clientes, comprou o vestido conosco, então replicou e nos marcou.Minha boca formou um “O” de surpresa enquanto eu assentia.— Sim. — Ela se recostou no sofá onde estava deitada. — Ela realmente mandou bem, não acha?— Sim, mas ainda consigo perceber que não é o seu trabalho. É só o seu design.— Hmm. — Ela murmurou. — Acho que ela fez um bom trabalho. Talvez devêssemos recrutá-la.— Ah, por favor.Grace riu da minha reação, mas de repente parou. — Esse não é o Mark?Franzi a
— Boa noite, vovó. — Eu disse ao atender a ligação. Tentei soar o mais casual possível, mas estava morrendo de curiosidade para saber o motivo da chamada, enquanto as formalidades pareciam se arrastar.— Como você tem estado, querida? Já faz um bom tempo. — A voz estridente e familiar dela ecoou pelo viva-voz.— Estou bem, vovó. E a senhora, como está?— Estou bem, Sydney. Liguei para te convidar pessoalmente para o meu banquete de aniversário que acontecerá no domingo.Soltei um suspiro que nem percebi que estava segurando.— Então, vovó. — Comecei, sem saber muito bem como dizer aquilo de forma delicada. — A senhora sabe que eu me divorciei do Mark. Acho que não seria apropriado eu comparecer a um evento tão íntimo da família como esse.— Que bobagem! Você é da família, sempre será da família para mim.Meu coração se aqueceu com aquelas palavras e eu até funguei, mas ainda assim pretendia manter minha posição.— Eu sei, vovó, mas… e se eu celebrasse com a senhora de forma mais privad
Eu pressionei os lábios, resistindo ao impulso de soltar um gemido enquanto Grace adicionava os "toques finais" à minha maquiagem. Ela vinha fazendo esses "toques finais" na maquiagem e no vestido há mais de uma hora.— Grace… — Gemi, incapaz de permanecer calada por mais tempo. — O que você ainda está fazendo?!— Toques finais.— Toques finais.Dissemos ao mesmo tempo, e Grace caiu na risada. — Relaxa. Você não disse que queria chegar tarde? Estou aproveitando bem o seu atraso.— Sim, eu queria chegar tarde, mas agora estou muito atrasada. Aposto que o evento já deve ter acabado.Vovó Doris me mandou o convite, e já passou bem do horário indicado. Agora estou três horas atrasada.— Você está demorando tanto nessa maquiagem, eu não quero que ela fique pesada. E se chover? — Para ser sincera, meu traseiro já estava doendo, ficando dolorido de tanto ficar sentada no banquinho, mesmo sendo acolchoado.— Não está pesada, e não vai chover. — Ela murmurou distraída.— Grace… — Fui interrompi
— Mark... — Murmurou Bella, dando alguns passos para trás, quase inaudível.Mark virou-se para ela, com os olhos percorrendo-a de cima a baixo como se ela fosse um incômodo insignificante.— Além disso, por que está aqui?— É o aniversário da vovó Doris. Eu vim... — Gaguejou Bella, mas Mark a poupou do estresse, interrompendo-a.— Você sabe que ela não gosta de você. Foi por isso que não te convidou para essa festa. Se descobrir que você entrou escondida, vai ficar furiosa. Você sabe disso, então é melhor ir embora.Bella sentiu o peso das palavras dele e protestou, ressentida:— Não, eu vou me casar com você no futuro. Logo nos casaremos e nos tornaremos marido e mulher, e eu serei sua futura neta. Sou a futura neta dela. Ela não vai ficar brava por eu ter vindo comemorar seu aniversário com ela.Mark parecia atordoado, permanecendo em silêncio por alguns segundos enquanto a encarava. Então, respondeu lentamente:— O que você está dizendo? A vovó nunca permitiria que eu me casasse com
Depois da primeira vez em que fui adotada, meus tutores e lares adotivos se tornaram um borrão de rostos e lugares. Cada família para a qual fui enviada sempre me tratava mal, e tive sorte de ser esperta o suficiente para sempre encontrar uma maneira de escapar. Era como um redemoinho de repreensões e punições pelos funcionários do orfanato, por me comportar mal com os pais adotivos ou fugir da casa deles, e, antes que eu percebesse o que estava acontecendo, era adotada novamente e jogada em outra família amarga. Ter uma família doce e tranquila não era algo com que eu tivesse sido agraciada.Eventualmente, os funcionários do orfanato se cansaram de me dar em adoção, já que eu sempre voltava ou era devolvida. No final, decidiram me deixar pelo estabelecimento mesmo. Mesmo que alguém afirmasse que me desejava, eles simplesmente balançavam a cabeça e respondiam:— Sinto muito, ela não está disponível.Eu, sinceramente, também preferia a vida no orfanato. Apesar da comida horrível - ah, c
Não demorou muito para eu começar a me empanturrar de comida. O sabor era divino comparado ao lixo que nos davam no orfanato, e meu estômago guloso roncou ainda mais.Havia uma refeição completa: frutas, legumes, leite, vinho, bife... Podia-se nomear qualquer coisa. Eles tinham tudo naquela cozinha.— Quem é você?Uma das maçãs meio comidas que estava em minha mão caiu, e eu congelei. Virei-me lentamente e me deparei com um garoto de cabelos cacheados em uma cadeira de rodas. Se ele não tivesse a minha idade, seria um ou dois anos mais velho.Apesar de minha boca estar cheia até a borda, forcei um sorriso e levantei a mão no ar, desajeitada.— Oi. — Murmurei.O garoto apenas me encarou, e então seu olhar desceu até a maçã na minha mão. Sem graça, escondi a fruta atrás de mim, fixando os olhos nas rodas da cadeira dele.— Eu prometo e juro que não estou... — Comecei a falar, mas fui interrompida quando ele moveu a cadeira. No início, meu coração apertou de medo, mas ele apenas passou po