— Ela já teve um filho? — Pensei comigo mesma, sentindo meu corpo enrijecer um pouco. Certamente não esperava por essa revelação.Quando isso poderia ter acontecido? Teria sido durante aqueles três intermináveis anos em que ela havia desaparecido sem deixar rastros? Apesar da avalanche de perguntas que surgiram em minha mente, me esforcei para manter a compostura, controlando minha expressão até que parecesse uma completa indiferença.Concentrei-me nas quase invisíveis ondulações que se formavam na superfície do meu café enquanto eu mexia o líquido quente lentamente.— Eu não quero ouvir isso. — Declarei em um tom frio e indiferente.Para ser sincera, eu realmente não tinha interesse em ouvir histórias sobre o passado sombrio dela, embora, em algum momento, eu já tivesse me importado. Mas, afinal, que propósito serviria reviver todas essas memórias agora?Ao fundo do café, os sons de vozes e o tilintar de talheres pareciam ecos distantes, quase apagados, enquanto o olhar de Bella me pe
— Eu segurei meu filho e chorei amargamente na cama de parto.Fiquei sem palavras naquele momento.O que eu deveria fazer?O que eu deveria dizer para ela?Certamente não um discurso de pena, porque, por mais que a história dela tenha me tocado um pouco, a maior parte de mim não sentia muita compaixão.Recostei-me na cadeira, meu café já estava terminado.— Boa história. — Disse com um aceno de mão. — Mas isso não nos torna amigas. Veja bem, uma mulher que se intromete no casamento alheio é uma vadia, e você, ao escolher se meter no meu casamento, também é uma vadia. Tudo o que você acabou de me contar, verdadeiro ou falso, seu sofrimento não foi causado por mim. Em vez disso, eu é que tenho que lidar com as consequências da sua imprudência. Então, não vou sentir pena de você.O rosto de Bella se contorceu de raiva, as narinas dilataram enquanto ela apertava ainda mais a xícara de café, com as veias saltando no dorso de suas mãos.— Eu não quero sua pena. — Ela retrucou, a voz cortante
Recebi um vídeo pornográfico.— Você gosta disso?O homem falando no vídeo era meu marido, o Mark, a quem eu não via a vários meses. Ele estava nu, com a camisa e as calças deitadas no chão, metendo com força na mulher que eu mal conseguia ver a cara, que tinha os seios carnudos e redondos dela balançando vigorosamente. No vídeo, Eu ouvia claramente o som das palmadas, misturado com gemidos e grunhidos lascivos. — Sim, sim, me fode mais forte, amor. — A mulher gritava extaticamente em resposta.— Sua safada! — Mark se levantou e a virou ao contrário, dando uma palmada na bunda dela enquanto dizia: — Empina sua bunda para cima!A mulher deu uma risadinha, se virou, balançou a bundinha dela e ficou de quatro na cama.Eu me sentia como se alguém tivesse deitado um balde de água gelada na minha cabeça. Já era demais que o meu marido estava me traindo, mas o pior de tudo, era que a outra mulher era a minha própria irmã, a Bella.Deixei o vídeo continuar, assistindo os dois transando, enqu
O vento suave da noite continuou a soprar o meu cabelo para frente e para trás, enquanto eu estava parada lá fora com a mala ao meu lado. Finalmente, eu estava fora daquela casa. Depois de andar um pouco pelas ruas, eu notei luzes brilhando forte na minha direção e um sorriso leve surgiu em meus lábios porque eu notei logo quem era a pessoa que se aproximava.O carro vermelho esportivo extravagante parou logo do lado onde eu estava parada, e uma mulher ainda mais extravagante estava no banco do motorista abanando os dedos para mim enquanto baixava a janela.Era a Grace.Grace não era só minha amiga, ela também era a minha parceira de negócios. Nós eramos inseparáveis desde os nossos dias de colégio, e como nós sempre partilhamos o mesmo amor pela moda, nós decidimos tornar os nossos sonhos em realidade cofundando a companhia Vogue Luxo, um site de compras online moderno e inovador que se tornou num favorito entre os jovens e influencers. Grace tinha um talento nato para o design de ro
Ponto de vista do MARK Eu entrei na garagem, completamente exausto. Depois de mais um dia longo de trabalho e diversão eu havia ficado esgotado, e tudo o que eu queria era descontrair e relaxar. Saí do carro e desapertei a minha gravata, muito ansioso para finalmente entrar e descansar. Quando entrei em casa, vi a Sydney sentada, me encarando com o olhar vazio dela de sempre. Mal a dei atenção enquanto caminhava diretamente para o meu escritório.— Quero o divórcio. — Sydney disse antes mesmo que eu pudesse alcançar o refúgio do meu escritório.Divórcio? A primeira palavra que me veio à mente foi “ridículo”, e era mesmo ridículo o que ela havia dito. O negócio da família dos pais da Sydney tinha sido emprestado ao Grupo GT, que eu era o dono. Era um contrato que beneficiava ambas partes em todos os sentidos. Sydney era só uma mulher com quem eu me casei, que dependia dos pais e de mim para a sobrevivência.Divórcio, é? Claramente aquela era a nova maneira dela de me chamar atenção, al
Ponto de vista de SYDNEYAssim que regressei ao aeroporto, já podia ver a Grace acenando animadamente para mim do outro lado. Sorrisos e risadas espontâneas surgiram nos meus lábios à medida que eu me aproximava dela. Minha pequena viagem havia chegado ao fim, e eu diria que foram os três meses mais felizes da minha vida depois de muito tempo.Puxei a minha a mala ainda mais rápido e me apressei, acenando de volta para Grace enquanto corria ao encontro dela. De princípio, não havia notado, mas alguém familiar passou rapidamente por mim. Não pude evitar parar e me virar, eu podia jurar que conhecia aquelas costas. Ninguém me convenceria o contrário, só podia ser Mark. Era mesmo ele.Eu estava certa, confirmei comigo mesma quando parei e olhei para a pessoa. Era Mark, eu não poderia ter me enganado, andando com aqueles passos rápidos como de costume. Ele provavelmente não me tinha visto? Ou talvez não me tivesse reconhecido? Eu só havia ficado fora por apenas três meses, mas se esse temp
Ponto de vista da Sydney— Joguei aquele maldito acordo no triturador. Ele falou, logo depois acrescentando: — Já cancelei uma reunião importante por você, não posso perder mais tempo.Ele não tinha mudado nada. Continuava sendo o mesmo homem raivoso e impaciente que eu havia deixado para trás, que pensava que o mundo girava a volta dele. Ou, melhor falando, “que o meu mundo girasse a volta dele”. Se ele não queria perder seu precioso tempo, então por que diabos ele me seguiu até ali?Se ele jogou os documentos no triturador, queimou com um isqueiro ou guardou em qualquer lugar, nada daquilo era problema meu.Afastei-me da porta e o encarei com raiva.— A minha intenção de me divorciar é séria e solene. Se você não aceitar um divórcio amigável, então eu terei que entrar com um processo de divórcio. Isso só vai desperdiçar mais do seu tempo ‘precioso’, ‘grande homem’! — Deixei isso bem claro.Em certo ponto, a minha mente vagou para pensar no homem que ainda estava escondido nalgum luga
Ponto de vista do MARKEu ronquei de dor enquanto me revirava na cama. Minha cabeça latejava com uma dor surda e segurei-a enquanto me levantava lentamente. Olhei ao redor e me perguntei porquê ainda estava em casa. Eu deveria estar no trabalho.Apoiei minha cabeça nas mãos e tentei me recordar. Não levou mais que um segundo para as memórias voltarem.Meu assistente conseguiu localizar onde Sydney estava, e eu deixei todo o trabalho que estava fazendo para tentar colocar um pouco de juízo nela. Lembro que ordenei que ela me seguisse e daí…Franzi o cenho. Tudo ficou preto.— Aquela bruxa! Como se ousou em me bater? gritei enquanto me levantava da cama. Notei alguns remédios na mesinha do lado e cambaleei para fora do quarto.O que estava acontecendo com ela? Porque estava levando aquilo tão longe? Pensei.O som de portas batendo ecoou pela casa enquanto eu abria todas as portas.— Onde está ela?!Os empregados da casa ficaram ali, mudos. Alguns deles recuavam cada vez que as portas bat