Ela entrou com passos firmes, um sorriso de desdém no rosto.— Agora você ganhou coragem, não é?— Um bom dia pra você também, Rose. — Retruquei, imitando seu tom enquanto me recostava na cadeira.Rose era minha sogra. Era até cômico como todas as pessoas que eu considerava família estavam longe de agir como tal. É seguro dizer que minha sogra me odiava. Ou talvez fosse a minha família que ela desprezava, apenas porque o status da minha família na sociedade elitista estava muito abaixo do dela. Para ela, era um insulto alguém de uma classe inferior casar-se ou envolver-se com a família dela. E foi exatamente isso que a minha família fez: casou-se com a deles.Segundo ela, eu ceguei o filho dela com amor e forcei minha entrada na família. Não acho que ela saiba o quanto o filho dela me despreza. Se soubesse, estaria jubilante.— Eu fiz uma pergunta, mocinha. — Ela rosnou.Revirei os olhos e desviei o olhar. Fingi não ouvi-la. Luigi olhou de um lado para o outro, entre nós duas, e me per
Entreguei as chaves do carro para ele e me despedi. No caminho para fora, vi o médico e certifiquei-me de que ele finalizasse todo o tratamento antes de ele ir embora. Também garanti que não houvesse nenhum valor restante nas contas dele.Decidi ir direto para a nossa vila. Peguei um táxi e falei o destino ao motorista. Não haveria motivo para me preocupar com Mark ameaçando aumentar a taxa de separação só porque eu decidi não voltar para casa; ele não estaria por perto. Rose com certeza o chamaria hoje e ele provavelmente não voltaria para sua residência.Ao chegar lá, paguei o taxista. Minha caminhada até a porta desacelerou e franzi a testa ao ver o carro de Grace que estava estacionado de maneira desleixada. Dei de ombros e entrei, ela devia ter entrado às pressas para fazer alguma coisa.Logo na porta, havia uma bolsa e um par de sapatos de salto. A bolsa estava aberta e alguns de seus conteúdos haviam se espalhado, e os sapatos não estavam de forma organizada, nem lado a lado com
Ponto de Vista de GraceHoje é o meu aniversário.Vou fazer o que eu gosto.Vou comer o que eu gosto.Vou beijar quem eu gosto.Hoje é o meu aniversário.Enquanto os batimentos pulsantes do refrão de "Birthday", da Anne Marie, reverberavam pelos alto-falantes do stereo, eu me vi incapaz de resistir. Enquanto escovava meu cabelo, minha cabeça se balançava com o ritmo e eu cantava a letra de cor, totalmente imersa em acertar o tom.Vou fazer o que eu gosto.Vou vestir o que eu gosto.Vou festejar essa noite.Caramba, hoje é meu aniversário.Todo mundo me ama.Sim, sim, sim, olhem para mim, me deem dinheiro.Caramba, hoje é meu aniversário.Parei para aplicar o batom corretamente. Bati os lábios e me dei um sorriso charmoso no espelho. Endireitei-me e admirei meu reflexo; meus olhos ficaram fixos no decote do vestido; o colar de esmeraldas que Sydney fez para mim, minhas curvas acentuadas e a fenda do vestido.— Caramba! Eu estou ótima. — Disse com um sorriso largo, girando na frente do e
Com o coração pesado de traição, eu desabafei:— Você está realmente me culpando agora? — Inclinei minha cabeça para trás numa tentativa inútil de impedir que as lágrimas caíssem. Uma risada amarga escapou dos meus lábios mesmo enquanto eu soluçava. — Eu só queria te surpreender, mas acabei pegando você me traindo!Joel zombou, e o som cortou meu coração já despedaçado.— Traição? — Ele debochou. — Nós nunca definimos nosso relacionamento. Não havia rótulos, nem compromissos. Não somos namorados. Como você pode me acusar de traição se nunca fomos exclusivos?Cruzei os braços sobre o peito e implorei:— Então o que eu sou para você, Joel? Se não sou sua namorada, então o que sou?Meu coração se partiu em um milhão de pedaços quando Joel, o homem que eu acreditava amar e tinha esperança de que ele também estivesse perdidamente apaixonado por mim, disse com frieza na minha cara:— Somos apenas amigos com benefícios, Grace. — Ele declarou com indiferença. — Somos simplesmente parceiros de
Ponto de Vista de SydneyAjudei Grace a chegar ao carro. Voltei para dentro e peguei o celular dela no meio dos itens espalhados da bolsa. Nem precisei procurar muito: bem na tela de bloqueio estava uma foto dela com um homem que me parecia familiar.Coloquei o celular no bolso de trás, calcei um par de chinelos e voltei para encontrá-la no carro. Enquanto dirigia para o hospital, ela não disse nada. Sua cabeça estava inclinada, apoiada no pescoço, enquanto olhava pela janela com uma expressão assombrada e triste nos olhos.Eu não sabia o que dizer ou como consolá-la. E se ela realmente quisesse o silêncio? De vez em quando, apertava sua mão levemente, e, aos poucos, muito lentamente, seus dedos se entrelaçaram com os meus. Senti um alívio me invadir. Ela ainda estava lá. Minha Grace determinada ainda estava lá.Quando chegamos ao hospital, uma enfermeira veio ao meu encontro e juntas ajudamos Grace a chegar a um quarto. Começaram o tratamento imediatamente, depois que eu cuidei das de
Ele parecia surpreso ao perceber a expressão furiosa em meu rosto. — Sydney. — Ele repetiu, e o som de sua voz dizendo meu nome novamente começou a me irritar profundamente.— Onde está Joel?Seus lábios tremeram por um momento antes que ele conseguisse articular as palavras. — Como você chegou aqui? — Então, suas sobrancelhas se franziram e seu olhar suavizou enquanto ele dava um passo em minha direção. Ele apontou para a porta atrás de mim. — Há quanto tempo você estava atrás daquela porta, Sydney? — Seus olhos buscaram os meus, investigando. — O que você ouviu agora há pouco? — Ele começou a andar em minha direção após fazer a última pergunta.Levantei a palma da mão no ar para detê-lo. Ele parou imediatamente, e preocupação e confusão brilharam em seu olhar ao encontrar o meu.— Sydne… — Ele começou, mas eu não suportava ouvir meu nome sair de seus lábios mais uma vez.— Você pode parar de dizer meu nome e simplesmente me dizer onde diabos está Joel? — Minhas palavras saíram como u
Eu passei apressadamente pelos dois homens volumosos que tinham expressões permanentes de descontentamento e pareciam estar na entrada e subindo as escadas curtas. E lá estava ele. O bastardo retardado.Eu senti um toque no meu ombro e me virei para ver um dos homens. — Você não é permitido aqui — ele afirmou simplesmente, mas voltou para sua posição depois de olhar acima da minha cabeça.Eu voltei para Joel, que tinha os braços em volta de…Eu estreitei os olhos para a mulher que se agarrava ao lado dele, um enorme sorriso no rosto. Eu a conhecia. Sandra. Ela era amiga de Bella; Bella estava sempre com ela. O que ela estava fazendo com Joel? Bem, eu não vim aqui por causa dela.Eu parei quando meu olhar caiu em seu pescoço. Mas eu vim pela corrente que ela usava no pescoço. Era exatamente a que eu tinha feito sob medida para Grace. Então, ela não era apenas uma prostituta, mas também uma ladra. Eu lidaria com ela mais tarde; primeiro eu precisava ensinar uma lição para esse idiota
Enquanto Mark ficou parado diante de mim, Sandra de repente caiu em silêncio e os homens respeitosamente deram passos rápidos para trás. Então, antes que ele dissesse qualquer coisa, ele sinalizou para o barman vir até nós. O garoto magro que parecia estar cobrindo seu turno, com os olhos arregalados, não hesitou em correr até Mark. — Bom dia, senhor — ele inclinou a cabeça em saudação, com a mão firmemente ao seu lado. Ele parecia estar fazendo o máximo para não olhar na minha direção. Eu não o culpei; ele acabara de me ver quebrar uma garrafa na cabeça de um homem. — Vá até quem quer que seja seu chefe e faça com que cada pessoa, além de nós, saia deste bar. Eu pagarei as contas. Ele acenou com a cabeça ansiosamente. — Sim, senhor! Já vou, senhor! — Então ele se virou e saiu correndo. Eu raciocinei por que Mark faria isso e então concluí que ele tinha um ponto. Todos nós vínhamos de famílias conhecidas na sociedade elitista, mas eu não me importei. Não havia como qualqu