ANASTASIAO calor do toque de Aiden fazia arrepios descerem pela minha espinha e eu me afundava ainda mais em seu abraço. Meus dedos cavavam em seu cabelo macio enquanto eu permitia que sua língua explorasse, aprofundando nosso beijo.Soltei um gemido suave, pressionando meu peito contra o dele. Minhas mãos se estendiam sobre seu tórax enquanto as dele me puxavam para mais perto. Em pouco tempo, minhas pernas se posicionaram, uma de cada lado de seu corpo no sofá, enquanto continuávamos a devorar os lábios um do outro.Seus dedos massageavam meu couro cabeludo ao enfiá-los profundamente em meu cabelo. A pressão suave na nuca me fazia arquear o corpo, como se o tempo não tivesse passado, respondendo ao toque dele.Quanto mais intenso o momento se tornava, mais memórias invadiam minha mente, acompanhadas de antigos sentimentos que surgiam à tona.No calor de seu abraço, percebi que alguns dos meus sentimentos por ele nunca haviam realmente se apagado. Eles apenas jaziam adormecidos, agua
Assim que me acomodei para fazer minha refeição, ouvi a campainha tocar. Meu olhar se voltou para o monitor, e meu rosto se iluminou em um sorriso ao ver o Dennis na porta.— Dennis! Chamei ao abrir a porta. — Entre.Não havia aquele sorriso tímido a que eu já estava acostumada enquanto ele passava por mim. Mesmo sentindo a tensão no ar, continuei falando. Provavelmente, ele estava preocupado com a possibilidade de a Ana ficar novamente com o Aiden e precisava de um ânimo.— Você chegou bem na hora. Acabei de preparar o jantar, junte-se a mim.Disse, fechando a porta e caminhando até ele.Mas seu rosto permanecia com uma expressão dura. Abri a boca para perguntar o que havia de errado quando ele jogou seu telefone no sofá.Ergui minhas sobrancelhas para ele, mas ele apenas se virou, e então desvie meu olhar para o aparelho.Havia um vídeo sendo reproduzido. Aproximando-me, peguei o telefone.Meu coração saltou várias batidas, e um arrepio percorreu minha espinha ao ver o conteúdo do
AIDEN Lentamente, sentei-me, retornando do paraíso que me envolveu ao sentir Ana em meus braços. Minha mente estava enevoada, recusando-se a clarear enquanto eu olhava para a porta por onde ela fugira e a fechara com força. Eu desejava desesperadamente nossa reconciliação, queria que nosso amor florescesse novamente, mas não dessa maneira. Não que eu não tivesse gostado do que aconteceu. Eu amei cada segundo. Queria que ela não tivesse surtado e saído correndo, mas eu queria que remendássemos as coisas aos poucos. Queria que ela entendesse que tudo não passara de um grande mal-entendido. Que eu nunca a teria traído de maneira tão mesquinha. Talvez, até mostrasse a gravação de voz para ela. Quando senti uma presença ao meu redor e um toque em meu rosto, abri os olhos e fiquei chocado ao vê-la. Até o momento em que seus dedos se enterraram nos meus cabelos e ela me beijou de volta, eu estava convencido de que estava sonhando. Quando a vi bem na minha frente, ainda eufórico por es
Balanceei a cabeça e olhei ao longe para os homens, que já haviam se levantado cedo para trabalhar, enquanto recordava os dias sombrios após sua partida, murmurando: — Tudo desmoronou depois disso.Martin permaneceu em silêncio, e eu quase podia sentir a culpa e o arrependimento emanando dele.— Sinto muito mesmo, Aiden.— Vamos, isso já passou. Está tudo bem. Forcei um sorriso rígido para amenizar a culpa do rapaz, mas acho que ele percebeu através dele.— Não, não está.Ele balançou a cabeça. — Por ter me tratado do jeito que tratou, mesmo correndo o risco de uma punição justa da polícia, você me obrigou a revelar a verdade de todas as maneiras possíveis. Ele sacudiu a cabeça novamente, suspirando, — Eu arruinei algo belo por tão pouco.Eu já não conseguia mais manter o sorriso falso. Ele estava certo. Ele arruinou algo belo… ele e o canalha que o mandou fazer algo tão perverso. Como está a vida dele agora? Como ele tem se saído depois de tudo o que fez? Será que ele está vivend
ANASTASIANão consegui dormir nem um cochilo depois que retornei ao meu quarto inundado. Você pensaria que um quarto alagado me incomodaria, mas essa era a última coisa em minha mente enquanto eu me deitava na cama que, felizmente, não havia sido submersa na poça d’água. Não havia outro lugar para dormir no meio da noite; além disso, eu não estava a fim de passar o resto da noite cercada por outras pessoas naquele momento.Não conseguia tirar da cabeça o que havia acontecido no quarto do Aiden e o que quase deixei acontecer. Ao mesmo tempo, não parava de me repreender.— Por quê, Ana? Por quê? — dissera eu para o quarto vazio, enquanto fitava o teto marrom, franzindo as sobrancelhas ao sentir uma dor pulsante nas têmporas.Suspirei alto e me remexi na cama, parando por um instante quando cheguei tão perto da borda que temi cair.— O que isso significa? Eu pensei que já tinha superado ele. Achei que o retorno dele não faria diferença na minha vida.Eu devia saber que estava longe de ter
Esperei ouvir a voz do Aiden, mas ele não disse nada. Houve um longo silêncio, e quase pensei que eles já haviam terminado de conversar, até que a outra voz voltou a falar. Presumi, então, que o dono da voz era o Martin.Ele disse:— Ainda posso ajudar, se você me deixar.— Como você faria isso? Perguntou o Aiden quase imediatamente. Pressionei minha mão lentamente contra a parede enquanto me perguntava sobre o que eles estavam falando. A princípio, pensei que não seria adequado bisbilhotar a conversa, mas não consegui evitar, principalmente depois de ouvir que algo belo havia sido arruinado.— Eu confessaria a ela que encenei tudo. A voz do Martin retumbou naquela manhã, e um franzir de sobrancelhas se formou em meu rosto. — Ainda me lembro de todos os vestidos baratos que comprei e até de como os organizei.Sobre o que eles estavam falando? O que ele queria ajudar o Jordan a fazer? E por que o Jordan soava tão ferido? O que foi encenado?Tinha tantas perguntas, mas suas respostas
ANASTASIAO zelador apareceu à minha porta, por volta do meio-dia, depois que o encanador foi embora, e perguntou, com o rosto marcado pela preocupação:— Você está bem? O encanador disse que você estava chorando.Forçei uma risada, respondi:— Eu sabia que ele entrou em pânico. Estou bem. É só o meu período. Fico tão emotiva quando chega essa época.— Ah — murmurou ele. Sinto muito por isso.— Não, estou acostumada.— Quando você se sentir melhor, o encanador voltará para terminar o serviço.— Obrigada — agradeci. Assim que ele se virou para sair, meus lábios se curvaram para baixo. Meu peito doía ainda mais e eu recomecei a chorar.Naquela noite, a Amie ligou e perguntou, com as adoráveis sobrancelhas franzidas e o rosto pálido:— Mamãe, você está chorando?Neguei com a cabeça, enxugando o nariz e, sorrindo através das lágrimas, disse:— Estou bem, querida. E você, está bem?Mas franzi minha testa ao notar que ela não parecia tão animada quanto de costume desde que a deixei.— Estou
No dia seguinte, no trabalho, finalmente reuni coragem para falar com o Aiden sobre tudo. Preparei-me para assumir meus erros, pedir desculpas por tê-lo magoado e dizer o quanto desejava consertar as coisas.Quando cheguei ao trabalho naquela manhã, não o vi chegar, mas quando perguntei, a Rachel me disse que ele tinha chegado cedo. Devido à viagem que fizemos, ele, assim como todos nós, tinha trabalho para resolver. Essa é a questão de sair de férias sendo empregado: você tem seu descanso, e depois volta para encarar mais trabalho. Cada funcionário que participou da viagem deixou suas tarefas e se juntou aos colegas que não puderam ir, começando a contar como foi toda a experiência.Decidi esperar até o final do expediente para ir falar com o Aiden. Eu não sabia como as coisas iriam se desenrolar, então preferi ter menos olhares ao redor quando conversasse com ele. Além disso, embora agora todo o escritório soubesse que o Aiden era meu ex, eu não queria que escutassem nossa conversa.