AIDENCom um pouco de diversão e uma sensação de perda, observei Ana correr para fora da porta no momento em que a porta do elevador se abriu. Ela passou pelos homens perplexos e subiu as escadas, seus passos ecoando no corredor. Todos nós ficamos observando até que ela desapareceu da nossa vista.Eu sabia, com cada parte de mim, que teria impedido ela de fugir assim, se soubesse que ela faria isso. Mas eu não vi isso chegando. Quando eu fechei minha mão ao redor da dela, ela já havia escapado do meu alcance.Minha mão permaneceu fechada em um punho suave enquanto eu tentava desesperadamente preservar a sensação de seu toque. O calor da pele dela e a suavidade da sua mão — tudo isso agora parecia um sonho fugaz. Na verdade, se esses homens não estivessem ali, ou não estivessem me olhando como se eu fosse um cervo pego na luz dos faróis, eu teria fechado os olhos e inalado seu perfume, tentando guardar cada detalhe do nosso breve encontro na memória.Saí do elevador e parei na frente do
— Estes eventos de caridade serão únicos. — Ele sorriu. — Vários de nossos parceiros internacionais vão voar para cá para participar…Murmúrios começaram a surgir enquanto os representantes das diversas organizações de caridade balançavam a cabeça, igualmente impressionados e satisfeitos com os planos que haviam sido elaborados.— Nossos próximos eventos de caridade terão um impacto significativo na sociedade. — Ele disse, com o olhar percorrendo a sala. Eu poderia jurar que seus olhos brilhavam com lágrimas não derramadas. — É extremamente inspirador ver todos aqui hoje, unidos em nossa dedicação a essas causas.A atmosfera estava repleta de antecipação pelas mudanças positivas que essas colaborações certamente trariam para os necessitados.— Isso é o que nos traz alegria. — Disse um dos representantes. — Alguns de nós realmente vivemos para isso, você sabe? Ver o sorriso nos rostos das crianças e dos pacientes desamparados, ver o alívio nos ombros dos pais ou responsáveis. É terapêut
AIDENOlhei para a pequena figura que me encarava com grandes olhos inocentes, um livro infantil colorido espalhado no chão entre nós.— Desculpe! — Ela acenou para mim e disse com um pequeno sorriso apologético, sua mãozinha flutuando no ar como uma borboleta.Não pude evitar sorrir de volta para ela. Ela tinha um sorriso realmente contagiante, que parecia iluminar todo o corredor.— Não tem problema. — Respondi, enquanto me agachava para pegar o livro que estava aos nossos pés, suas páginas brilhantes ligeiramente amassadas pela queda.— Uau. — Ouvi ela susurrar, e olhei para ela, confuso com a repentina empolgação na voz dela.— Eu quero essa caneta. — Ela disse, com olhos de cachorrinho e uma carinha adorável que poderia derreter até o coração mais frio.— Que tipo? — Franzi a testa enquanto me levantava por completo e olhava para o livro em minhas mãos, virando-o, me perguntando onde ela tinha visto uma caneta.— Aquela. — Ela apontou para o meu peito, com o dedinho pequeno aponta
CLARAAndei sem rumo pela loja. Eu havia ido comprar algumas roupas para Amie e algumas para mim. Já havia terminado de escolher as roupas da Amie cerca de uma hora atrás.Ok, talvez não tenha sido exatamente uma hora, mas já faz um tempo. Todos os vestidos de adulto aqui não tinham nada a ver com o que eu gostaria de usar.Meu olhar vagou até o nome da loja, que brilhava na parede, perto da porta, logo depois que você entra, e fiquei me perguntando se tinha entrado na loja errada.Essa era a minha loja favorita, onde sempre atualizo meu guarda-roupa e tenho certeza de que sempre encontrarei algumas peças que me atraiam e que combinem com o meu gosto. Mas até agora, todos os vestidos aqui parecem ser o tipo que uma vovó usaria.— Que tipo de reabastecimento sem sentido eles fizeram dessa vez? — Murmurei para mim mesma enquanto tocava uma blusa verde claro.Suspirei. Inclinei a cabeça para trás e gemei.— Ah! Talvez eu devesse desistir.Enquanto arrastava os pés, ainda fazendo careta pa
AIDENMinha mãe, ou completamente alheia ao meu sorriso congelado ou simplesmente não se importando, se afastou para que Sharon recebesse o abraço que deveria ser dela.Com um sorriso, ela me envolveu com os braços. — Nossa! Como eu senti sua falta. — Ela gemeu, pressionando o rosto contra o meu peito.— Hmm. — Murmurei enquanto ela soltava os braços de mim, espalhava-os sobre o meu peito e se colocava nas pontas dos pés para me dar um beijo molhado na bochecha.Por algum motivo, senti vontade de limpar a sensação dos lábios dela na minha bochecha com a minha jaqueta. Resisti ao impulso e dei um beijinho na bochecha dela. Para ser sincero, duvidei que meus lábios realmente tivessem tocado a pele dela.Permaneci na mesma posição enquanto Sharon se sentava. Minha mãe se acomodou ao lado dela.Em vez de me sentar, abri um pouco mais as pernas e enfiei as mãos nos bolsos.— Mãe, como você está? — Perguntei.Pelo menos ela responderia a isso, já que trocou o abraço por outra pessoa.— Estou
Durante esse tempo, decidi voltar para a cidade. Sharon protestou e até implorou para que eu ficasse, já que ela não podia sair dos negócios, mas eu não podia. Eu precisava de espaço e tempo para realmente pensar.Mas não importava quanto tempo eu usasse para me preparar ou qual decisão eu tomasse, o casamento ainda aconteceria. Devido à natureza do casamento arranjado e aos documentos que eu havia assinado com total consciência, o casamento deveria acontecer.Eu achei que estava tudo bem. Mas quando vi Anastasia novamente, minha cabeça ficou ainda mais confusa e percebi que nunca estaria pronto para o casamento ou para retomar o relacionamento que estava construindo com Sharon. E então fiz a única coisa que eu podia fazer: evitei Sharon e o casamento iminente de todas as formas possíveis.Agora, sentada na minha frente, com os olhos fixos em mim, por cima da borda do copo de seu Americano gelado, eu me perguntei pela enésima vez como eu conseguiria escapar dela ou do casamento.— Você
ANASTASIAEu li a nota na tela do meu computador, as palavras "Retiro Corporativo" e "Team-Building" saltando aos meus olhos. O escritório estava vibrando de empolgação, com meus colegas conversando animadamente sobre o retiro que se aproximava.— Você consegue acreditar? Uma semana inteira no Havai! — Exclamou uma mulher loira, pairando sobre o meu ombro.— Eu sei, né? Já comecei a montar na minha cabeça todos os looks de férias que vou precisar. — Comentou outro homem do outro lado da sala.Toda a empolgação deles, por mais chamativa que fosse, não conseguiu atravessar o meu humor, que estava pesado. Havai? Forcei um sorriso, tentando esconder minha decepção. Eu sabia que não poderia ir por causa da saúde de Amie.Não era nem uma questão de debate, especialmente quando se tratava da vida da minha filha. Sempre colocaria os interesses dela em primeiro lugar.Minhas mãos voaram sobre o teclado enquanto eu digitava uma mensagem para recusar o convite para o retiro.— Desculpe, não poder
Eu me abri para ela.— É que... meus amigos têm sido muito úteis ultimamente, especialmente a Clara. Mas no momento, ela está fora do estado, e eu sei que o Dennis tem ajudado bastante também, mas eu não quero ficar pedindo favores para ele. Sinto que estou sempre em dívida com os outros. Então... está sendo difícil administrar tudo agora. Todo dia parece um malabarismo entre o trabalho e as necessidades da Amie.Ela acenou com a cabeça, e sua voz estava cheia de compaixão. Ela gentilmente pegou minha mão.— Eu entendo que a família seja uma razão válida para você não ir, e não quero forçar nenhuma decisão sobre você.Ela se inclinou para frente e olhou diretamente para mim.— Mas vou ser sincera, eu pessoalmente recomendei que seu nome fosse colocado na lista. Agora vejo que não será possível você ir.— Isso foi inesperado. — Consegui dizer, ainda surpresa com a consideração dela. Meus olhos se arregalaram. — Obrigada, Remi. Isso significa muito para mim. Eu não sabia que você tinha t