Capítulo 8

Capítulo 8

Ruby Lucchese

Quando ele me deixou sozinha como se fosse nada, eu terminei de enlouquecer, joguei tudo que estava em cima da mesa do escritório, minha fúria tomou conta de mim!

Eu me apaixonei por um idiota mentiroso, e ainda vou ter que me casar com ele!

Mas isso, esse sentimento, ficou no passado, ele vai se arrepender desse acordo mortalmente...

Tento me acalmar, ele nunca vai me ver abalada!

Safira entra no escritório e olha tudo jogado e percebo em seu olhar que ela vai fazer uma loucura sem entender o que houve.

— Safira, não, entre aqui e feche a porta!

— Foi ele que fez isso? O que houve? Eu mato ele, se ele te tocar, ele é um troglodita?

— Não, não foi ele, fui eu, prometo que te conto tudo, mas preciso voltar pra sala antes que questionem minha demora. Assim que o jantar acabar, eu te conto, não faça nada, está bem? E não conte a Jade, depois explicarei para vocês duas.

Ela me olha esperando algum lampejo de mentira, mas ela me conhece tão bem que sabe que não estou.

— Está bem, então vamos. O Magno está perguntando sobre você.

Magno...

— E por que o Petrov se atrasou?

— Nem perguntei, no fim...

— Mas o que conversaram, afinal, pra você ficar desse jeito?

Olho pra ela e ela apenas aceita.

— Ok, depois conversamos então...

Voltamos para a sala, e mando o jantar ser servido imediatamente.

Os lugares devidamente marcados e todos se sentam. À minha direita, minhas irmãs e à minha esquerda, meu futuro marido e o irmão dele, que se parece muito com ele na época que o conheci. Hoje ele está mais velho, notei uma tatuagem saindo pelo colarinho, que ele não tinha antes. O corte de cabelo também mudou. Vi uma troca de olhares em cumprimento dele com Masato, e observei seu irmão não tirar os olhos de Jade...

Observo tudo ao meu redor, inclusive o olhar traiçoeiro de Magno nos observando. Após todos estarem em seus lugares, Nicolai se levantou começando seu discurso de noivado...

— Quero agradecer a todos por estarem aqui essa noite, e pedir desculpas pelo meu atraso, principalmente a minha noiva.

Ele estende a mão e me levanto, pegando na mão dele a contragosto.

— Tivemos um pequeno problema no caminho, mas seja quem for, está devidamente sendo comido pelos peixes nesse momento.

Ele dá um sorriso de desdém e observa o rosto de todos à mesa, imagino que tentando ver as mudanças deles após a fala.

Magno ajusta a gravata e os outros apenas parecem surpresos...

— Enfim, me sinto honrado por estar recebendo a mão de uma das jóias da máfia italiana como minha futura esposa. Igor, traga o presente, por favor!

Igor, o verdadeiro Igor, traz uma maleta, abre me mostrando onde tem um conjunto lapidado de rubi: colar, pulseira e brincos.

E uma caixinha com um anel de noivado enorme, algo que com certeza eu jamais usaria por gosto, e coloca no meu dedo algo extremamente chamativo, que me parece até provocação.

— Espero que goste dos presentes, senhorita Lucchese.

Sorri em agradecimento, aceitando os presentes e fiz um sinal para Jack trazer o meu presente para ele...

— Aqui está o meu presente para o meu noivo!

Jack abriu a maleta onde estava um Patek Philippe personalizado, em ouro cravejado de rubis e diamantes, hoje esse sem dúvida é o relógio mais caro já fabricado.

E uma arma em ouro trabalhado, personalizada:

"Лояльность — сила, которая никогда не исчезает."

(Lealdade é a força que nunca desaparece.)

Vi seus olhos brilharem com os presentes e mais ainda ao ler a frase na arma.

— Muito obrigada, minha noiva!

Após o jantar, todos vieram nos parabenizar e foram embora, ficando apenas Magno, Nicolai, seus homens e nós da casa.

— Bom, acho que vou ir, já está tarde. Acho que você deveria fazer o mesmo, senhor Petrov?

— Você está determinando quem vai e quem fica na nossa casa agora, Magno?

Questionei sua atitude, que apenas me confirmou que tem muito mais por trás das atitudes que tenho reparado nele...

— É só que pode não pegar bem seu noivo ficar aqui, agora sem seus pais aqui e...

— Pois pode se retirar, eu faço questão que meu noivo fique aqui. Pelo que houve no seu trajeto até aqui, ele estará muito mais seguro na La Belle, do que em qualquer hotel...

Olhei firme para ele, que se levantou irritado e foi indo embora a contragosto.

Antes que Nicolai abrisse a boca, completei:

— Acho que deve realmente ficar aqui, minha propriedade é a mais segura daqui, e se tentaram pegar vocês assim que chegaram, vão tentar novamente...

— E você está preocupada em me perder?

— Não, estou preocupada em começar uma guerra sem sentido!

Me levantei para sair e ele segurou meu braço, me puxando contra ele. Por um segundo, o tempo parece ter voltado e eu era apenas aquela estudante de medicina vivendo a vida, e ele o dono do bar que eu frequentava. Pude sentir sua respiração ofegante, meu peito acelerou, olho no olho era mais difícil não sentir tudo como se fosse há anos atrás. Ele abaixou e cheirou meus cabelos, como sempre fazia, sorriu ao falar:

— O mesmo perfume, doce, que me lembra morangos frescos, que me fazem ter vontade de morder...

Senti meu corpo estremecer e quase me deixei levar. Estava prestes a isso, quando Jack nos interrompeu com um pigarro discreto.

— Senhorita, os quartos de hóspedes da ala leste estão prontos como solicitou.

Me soltei dos braços dele, ainda mais fortes do que antes, respirei e agradeci Jack.

— Obrigada, Jack. Reforce a segurança da propriedade.

— Meus homens vão ajudar.

— Que seja, Jack, mostre os quartos para o senhor Petrov, seu irmão e Igor, e tenham uma boa noite.

Dei uma última olhada para ele e subi as escadas para o meu quarto. E claro que Safira e Jade já estavam lá, me esperando...

— Agora conte tudo, senhorita Ruby, anda logo!

— Me deixe ao menos tomar um banho, Safira, por Deus!

— Um banho rápido vai...

Ao me despir, fechei os olhos pensando o quanto tudo podia ser diferente, mas é tarde pra isso, não somos mais os mesmos, eu, pelo menos, não sou...

Sinto como se o toque dele ainda estivesse em mim, seu cheiro ainda faz cócegas no meu nariz, meu corpo todo ferve só de lembrar...

Afasto as memórias e tomo um banho gelado, coloco uma camisola de cetim leve e volto ao quarto, onde minhas irmãs me esperam, falando da beleza dos Petrov...

— Aiai, lá vamos nós...

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