Capítulo 7

Capítulo 7

Nicolai Petrov

Acabamos de desembarcar na Itália para o meu noivado com uma total desconhecida. Tudo pelo que lutei por anos vai acontecer...

Meu pai morreu há três anos, e eu nem sabia desse contrato. Sabia que ele queria dominar a Itália, mas um contrato de casamento?

Não tenho ninguém. Há muito tempo eu não tenho ninguém. Mas já amei, sim, e a menção de casar por um contrato nunca me agradou. Eu quase fui deserdado há alguns anos, quando cogitei casar com alguém de fora do nosso meio, mas, quando voltei para contar quem eu realmente era, ela simplesmente tinha sumido. E, mesmo com todo o poder e dinheiro que eu tinha, não consegui encontrá-la. Ela simplesmente virou pó...

Mas isso é passado, e realmente a Rússia precisa dessa aliança. Não posso pensar apenas no que eu quero agora. Precisamos desse casamento...

Mas, para um pai dar sua filha em contrato, tenho até medo do que me espera. Sei que são três irmãs e que são chamadas de As Joias da Máfia, mas não tenho muito mais do que isso para analisar...

Fecho os olhos com o sorriso de Rachel ainda fresco em minha mente e sigo para o meu noivado.

Percebo que os carros dos meus homens começam a andar mais devagar ao redor do carro em que estou com meu irmão.

— O que está acontecendo, Dimitri?

— Tem alguns carros nos seguindo. Vamos dar a volta.

Será que a joia da máfia também não quer casar?

Observo, mas logo começamos uma fuga, e o pior: não conhecemos essas estradas...

Ligo para Igor, que está na mansão da minha futura esposa.

— Igor, estamos sendo perseguidos. O que está acontecendo aí?

— Aqui está tudo bem. A senhorita Lucchese acabou de descer...

— Pode não ser algo dela. Avise que vou me atrasar, mas não informe o motivo. Apenas diga que nos perdemos no caminho.

— Farei isso. Se cuida, irmão!

— Pode deixar. Eu não quebro fácil!

Pego minha pistola, abro um pouco o vidro do carro e me preparo. Quando Dimitri alinhar o carro, eu atiro!

— Agora!

Atirei na cabeça do motorista, e o carro caiu na ribanceira. Meus homens estão cuidando dos outros, e ainda falta um na frente.

Mikail se prepara para atirar também, tira o terno e sobe na abertura do teto, mirando no carro à frente.

— Freie agora, Dimitri!

Dimitri freia, fazendo o carro girar na pista, e Mikail atira no tanque de gasolina, explodindo o veículo na pista.

— Pronto! Nada impedirá seu noivado, irmão!

Ele debocha de mim, pois sabe o quanto estou odiando isso.

Com algumas baixas, seguimos para o outro lado, onde deveríamos estar há uma hora...

Entramos na propriedade. Meus homens já estavam a postos para me receber, todos em total alerta. Tendo elas ou outras pessoas por trás, não vou deixar espaço.

Coloco minha pistola nas costas e outra no tornozelo, além de Dimitri ter me feito colocar um colete.

Desço do carro, alinhando meu paletó e passando as mãos nos cabelos, como sempre faço. Mikail desce logo em seguida. Caminho pelo cordão humano que meus homens formaram e entro, pedindo desculpas para a tal Ruby Lucchese, mas não fazia ideia do rosto que me receberia ali...

Quando ela se virou para mim, controlei todos os meus impulsos e vi que ela fez o mesmo.

Destino, eu sou uma piada para você?

Não demora para que ela avise que vamos conversar a sós, e, mais uma vez, tive que me conter. Mas agora eram meus instintos animais, pois minha vontade era esquecer onde estamos e apenas tê-la nos meus braços novamente, ignorando todo o peso que teremos para discutir...

— Que porra é essa?

— Bom, Rachel, acho que não sou apenas eu que tenho que dar explicações, afinal, certo?

Observo ela andar de um lado para o outro, ansiosa, e questiono:

— Então você é uma das joias da máfia? A mulher que eu tanto procurei? Aquela que eu cogitei abandonar a máfia por ela? É quase tão perigosa quanto eu...

Falo, sentindo todo o ódio e mágoa que soltei nessa frase...

— Eu não tô acreditando nisso...

— Bom, muito menos eu. Mas agora... vai fugir de novo?

Pergunto, lembrando de quando ela simplesmente sumiu, me deixando perdido e sem rumo de como procurá-la. Agora tudo faz sentido. Rachel Collins nunca existiu...

Ela me olha enquanto vou me aproximando, sem se mover. A mulher que está na minha frente agora não tem nada da Rachel. A doçura que ela tinha nos olhos simplesmente não existe mais...

— Então foi tudo mentira?

Pergunto, com as palavras escapando da minha boca.

Ela pisca algumas vezes, como se estivesse saindo de um transe forçado. Pude ver um lampejo da minha Rachel ali, mas logo ela levanta a guarda novamente, parecendo uma pedra fria, sem vida, sem sentimentos...

— Mentira, não. Mas era um personagem. Assim como você, o Igor era apenas alguém para pegar quem quisesse até voltar pro papai e para mamãe para cumprir ordens?

Sinto o ódio me tomar. Se ela fosse um homem, eu acho que acabaria com ela agora mesmo e começaria a guerra que tanto temem...

Fecho meus punhos, olhando fixamente para ela, que não desvia o olhar. Pelo contrário, sustenta-o tão firme que vi poucos homens fazerem ao me encararem frente a frente...

— Bom, com mágoa ou ódio, esse casamento vai acontecer!

Eu disse, saindo do escritório dela. Ela vai ser minha agora, gostando ou não. Isso é um fato!

Parei por alguns segundos e voltei para o salão onde a festa acontecia, encontrando Igor.

— Alinhe tudo. Quero esse casamento o mais rápido possível. Não volto para a Rússia até que ele aconteça!

— Então não vai quebrar o contrato como cogitou fazer?

— Não tem nada nesse mundo capaz, de impedir que esse casamento aconteça, isso você pode ter certeza, ela vai casar comigo, gostando ou não, e quem queira impedir vai se arrepender...

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