O bedel estava em pé na porta da enfermaria, cuidando para os dois garotos não recomeçarem a brigar. A notícia voava pela escola e ricocheteava nos corredores: todo mundo que viu o baixinho e magricelo do Ângelo espancar o invejado deus grego chamado Daniel estava em êxtase.
Muitas fãs de Daniel viraram fãs de Ângelo, mas Ângelo também conseguiu algumas haters
Depois de tudo o que ouviu e presenciou Carol não deveria mais se importar com nada. Ver Nice chorando que nem uma criancinha enquanto Lucinda tentava animá-la, ali encostada na porta do quarto, foi um negócio maluco. Quer dizer, sempre teve aquela imagem de que o grupinho top da escola era intocável: tinham uma vida perfeita, eram perfeitos, e não tinham problemas. Mas não era verdade, parecia até que eles tinham mais problemas do que o normal! Embora tenha visto Patrícia, sua amiga, se esbugalhar de chorar porque Daniel nem tinha lhe dado atenção; ver Nice chorar por toda aquela história complicada era uma barra muito mais pesada.— Claudinha estava no caixa, espiou Daniel que na quinta vez no último minuto suspirava chateado enquanto organizava as prateleiras de shampoo canino e felino.— Ih, o que te deu Dani? — perguntou no sexto suspiro, enquanto ele se equilibrava para alcançar a última prateleira. — Aconteceu algo com você e com a Nice?— Ah… foi. — adCapítulo 31
Depois do expediente, Nice e Daniel sentaram-se em uma lanchonete para conversarem e seguindo os conselhos de Claudinha, ele contou tudo o que Nice precisava saber. Ele contou sobre os acontecimentos em sua casa: que pegou sua mãe traindo seu pai com seu tio; que seu tio bateu nele duas vezes; como foi obrigado a passar três dias em um hospital psiquiátrico até que confessasse um crime que ele não cometeu e que agora além de ter que tomar remédios era visto como um louco. Confessou também que não estava trabalhando só porque queria provar para Nice que ele era melhor que Ângelo, mas porque não queria ficar em casa e acabar encontrando sua mãe ou,
Cinco dias depois, Nice subia a rua da escola, em pé em sandálias de salto vermelhas de plástico e usando calça jeans preta, combinando de casalzinho com o namorado — de All Star vermelho e calça jeans preta — de mãos dadas com ele, usando alianças e com um sorriso enorme no rosto. Eles estavam felizes, era possível ver uma aura brilhante em volta deles.
Bento não conseguiu dormir. Não apenas porque seus pais estavam brigando na sala por causa de um pacote de pão Wickbold que foi deixado aberto (e amoleceu e isso era um desperdício — sua mãe dizia); mas porque ele não conseguia parar de pensar em Carol.Passou a mão no telefone cel
Bento estava treinando violão sentado no sofá da sala e batendo o pé no ritmo da música procurando acertar as cordas. — De segunda a segun…da eu fico lou…co pra te… ver. — ele estava tentando cantar junto, mas um pouco atrapalhado.A porta da entrada abriu. — Era um jantar em família na casa de Daniel, todos comiam em silêncio. O prato era um peixe com ervilhas e mini — cenouras, acompanhado de risoto de arroz com castanhas e queijo. Comprados no delivery, já que sua mãe por algum motivo tosco não teve tempo para cozinhar.Laércio estava em casCapítulo 36
Os pais de Daniel tentaram falar com todo mundo que eles conheciam do círculo de amigos do filho: Bento e Nice, Lucinda, Sabrina, algumas ex-namoradas e até para a diretora da escola. Não encontraram.Na última tentativa, eles ligaram para o Petshop. Já estava fechado, mas tocou em transferência na linha da m