Sarah não demorou muito tempo para perceber que Tay fica agressivo quando contrariado. Foi um processo demorado vestir ele, escovar os seus dentes e ensina-lo a usar o banheiro. Sarah foi paciente e a todo momento repetia o que estava fazendo e o nome dos objetos. Tay prestava atenção em tudo e repetia o que ela falava. Sua voz rouca e profunda, deixou Sarah em chamas novamente. Ela precisava de um banho com urgência. Mas antes tinha que colocar Tay para dormir. Por via das dúvidas, Sarah forrou a cama de casal com um plástico transparente por baixo do lençol branco.
Tay estava sonolento quando foi colocado na cama. Ainda assim, ele puxou Sarah para os seus braços e a beijou. Seus lábios quentes e macios se abriram para ele. Tay ouviu Sarah gemer baixinho e passar os braços em volta do seu pescoço. Ele rolou na cama e ficou por cima dela a beijando com a mesma urgência de antes. Seus corpos quentes se moldaram e seus lábios e línguas se encaixaram perfeitam
Sarah ligou para o Doutor Scott Wilson, administrador do Hospital Medical Center e seu chefe. Ele atendeu no segundo toque.- Bom dia, Sarah.- Bom dia, Scott.- Tudo bem?Sarah puxou a caixa de leite que Tay levava a boca e lançou um olhar sério para ele.- Eu não estou me sentindo bem, Scott.Eu estou com muita cólica.Scott ficou preocupado.- Quer que eu vá até aí?- Não. Eu já estou medicada. Eu só preciso descansar um pouco.Scott não desconfiou de Sarah. Assim como ele, ela é uma profissional dedicada e responsável.- Está tudo bem. Nesse caso você sabe que tem direito a três dias de licença. Eu seguro as pontas por aqui.Sarah respirou aliviada. Três dias. Mas depois ela teria que compensar as horas não trabalhadas.- Obrigada, Scott. Você é um anjo.Do outro lado da linha, o médico de pele escura sorriu.- Você que é.Sarah revirou os olhos. Não tinha tempo para as indiretas de Scott.- Eu volto na segunda. Até lá
[ +18 ] CONTEÚDO ADULTOSarah abraçou Tay tão forte que ele gemeu de dor. Mas mesmo assim, ele deitou a cabeça no seu ombro e passou os braços em volta da sua cintura. Sarah quis tirar toda a dor e sofrimento dos lindos olhos azuis. Ela acariciou os cabelos brancos e quis proteger Tay do mundo.- Você é um garoto lindo e especial, Tay. Não há nada de errado com você.- Não minta para me proteger. Eu sou diferente de você e das outras pessoas.Tay enfiou o nariz nos cabelos escuros de Sarah. Sua mente se encheu de fórmulas matemáticas e de palavras que ele sabia o significado. E mais do que isso, Tay imaginou Sarah nua e ele a possuindo de forma bruta e selvagem. O simples pensamento fez Tay esquecer todo o resto. Ele afastou o rosto e beijou Sarah com desespero.Piedade e compaixão fizeram Sarah lamentar por Tay. E se ela podia diminuir a dor dele, então tudo bem. Ela se deixou leva
Sarah lavou roupa, limpou a casa e fez almoço. Olhando na dispensa e na geladeira, ela concluiu que precisava ir ao mercado com urgência. E também precisava comprar roupas, calçados e produtos de higiene pessoal para Tay. E por último, mas não menos importante. Sarah precisava de respostas. Tay não caiu do céu. Depois que ele almoçou, escovou os dentes e usou o banheiro, Sarah o levou para o seu quarto. A cama do quarto de hóspedes estava sem o colchão que teve perda total. O plástico não suportou a quantidade de urina que vazou pelas beiradas. Sarah colocou uma quantidade segura de Lorazepam no suco de Tay sem ele saber. Ele iria dormir por algumas horas e ela poderia sair.Gabriel recebeu Sarah em seu escritório. Ele sorriu ao vê-la.- Como Tay Borden passou?- Bem. Como você disse, ele é um garoto esperto.Gabriel e Sarah sentaram no sofá de frente um para o outro.- De folga hoje?Sarah cruzou as pernas. Por baixo tudo doeu. Ela sorriu.
Sarah entrou na floresta de mata fechada. As histórias contadas sobre o lugar assustador pareciam ganhar vida com os sons estranhos vindos de seu interior. A luz do sol quase não penetrava por entre a vegetação. Conforme avançava mata adentro uma sensação claustrofóbica tornou-se palpável à cada passo que Sarah dava. Ela procurava por pegadas, marcas, objetos. Qualquer coisa. Só de pensar que Tay esteve ali sozinho e perdido, Sarah sentiu um aperto no coração.Destemida, Sarah tomava cuidado para não pisar em uma cobra e não perder o caminho de volta. As folhas úmidas da chuva recente deixavam o terreno irregular escorregadio. Era como procurar uma agulha no palheiro. Sarah sofreu alguns cortes e arranhões nos braços e pernas ao abrir caminho por entre os galhos das árvores. Ela avistou uma pequena clareira e escorregou em uma gosma verde ao adentrar o local. Sarah caiu de bunda no chão. A dor da queda somada ao fato de ainda estar se recuperando da manhã d
Sarah acordou na cama. A sua boca estava seca e o seu corpo inteiro doía. Principalmente a garganta. Tay sentado ao lado dela, a olhava com preocupação. Sarah disse asperamente:- Você podia ter me matado. Você dormiu e eu sai por algumas horas. Eu comprei roupas e calçados para você e também comprei comida.Sarah não mencionou o cartão encontrado. Ela iria investigar primeiro. O nome Brian Jones não lhe era estranho.Ainda bravo, Tay apontou para a roupa suja de Sarah.- O que aconteceu?- Eu cai tentando pegar umas plantas.Sarah buscou no íntimo do seu ser compreender os motivos que levaram Tay a agir de forma tão brutal. De uma coisa, ela tinha certeza. Ele tem traços físicos e características evidentes de algum tipo de animal selvagem. Confusa e dolorida, Sarah sentou na cama.- Eu preciso tomar banho. Vá pegar as sacolas que estão no carro.Sarah sabia que Tay era perfeitamente capaz de entender o que ela tinha acabado de dizer.
Sarah só ficou lá parada. Apenas olhando para Tay e juntando algumas peças do quebra cabeça. Não adiantava ela compartilhar as suas suspeitas com ele. Se para ela ainda não fazia sentido, muito menos faria para Tay. Sarah precisava de algo mais concreto. Ela viu Tay engatinhar. Ele ajoelhou na sua frente, a abraçou pela cintura e encostou o rosto angelical na sua barriga.- Eu posso sair agora?Sarah suspirou e acariciou os cabelos brancos. Tay não fazia ideia do que significava a palavra pai. Ele parece ter pequenos flashes de lembranças e em seguida tudo volta a estaca zero.O raciocínio lógico de Sarah é que Brian Jones trabalha para a MadaCorp, um laboratório de genética molecular e abandonou Tay Borden na floresta. Um garoto que claramente sofreu algum tipo de mutação genética. Na pressa, Brian perdeu o cartão de identificação. E aquele número três no colar de Tay? Sarah olhou para baixo. Estaria diante de um projeto fracassado? A id
Sarah acordou com a sensação de ter sido atropelada por um trem desgovernado. Ela estava moída. Tay ficou por cima durante o sexo e ele se aproveitou da situação para entrar inteiro dentro dela e mover o seu corpo quente e musculoso com rapidez e violência. Resultado, as coisas saíram do controle e a corda arrebentou do lado mais fraco.Sarah olhou para o lado. Tay nu, dormia de bruços. O sol da manhã tocava os cabelos brancos e as bochechas rosadas. Sarah sabia que ao menor ruído ele acordaria. Ela precisava de um banho e um tempo só para ela. No celular, três ligações perdidas de Scott. Ela precisava retornar antes que ele batesse na sua porta, que aliás estava sem fechadura.Exausto, Tay abriu os olhos azuis ao ouvir Sarah levantar. Em seguida, ele voltou a dormir. Sarah tomou banho, lavou os cabelos escuros e teve o cuidado de colocar uma roupa mais comportada. Camiseta branca e shorts jeans claro. Vestido estava fora de questão.
Brian Jones voltou a MadaCorp dois dias depois do acidente fatídico. Responsável por desaparecer com o corpo de Tay Borden, ele foi o mais longe possível para dar uma segunda chance ao filho. Sim, Tay foi ideia sua e ele carrega o seu DNA, juntamente com o DNA de um lobo raro e exótico.O lobo branco foi trazido especialmente do Arquipélago Ártico Canadense, há dezoito anos, para dar vida ao sonho de Brian Jones. Criar uma Nova Espécie de seres humanos a partir do zero e os manter em câmeras de conservação, como um feto no ventre de sua mãe. As câmeras, ou tanques, como costumam chamar, funcionam como um útero artificial. Através de uma espécie de cordão umbilical, as criações recebem nutrientes e drogas constantes para se desenvolverem fortes e letais. Metade humano. Metade animal.O objetivo, integrar o Exército como uma verdadeira máquina de guerra. Dotados de visão noturna, audição e olfato aguçados,