Sarah sentiu o seu corpo desfalecer e ela foi incapaz de reagir ou expressar qualquer tipo de emoção. Ela entrou em estado de choque e permaneceu dentro dos braços fortes que sustentavam todo o seu mundo. Sarah chegou a fechar os olhos para melhor sentir aquela sensação única e indescritível. O estranho pressionou o seu corpo quente e grande contra ela, apoiou o rosto exótico nos seus cabelos e soltou um rosnado baixo. Sarah tentou abrir os olhos escuros. Suas pálpebras estavam pesadas e seu corpo fraco não respondia aos seus comandos. Ela apoiou as mãos nos braços que estavam em volta da sua barriga e ficou extasiada com o seu calor e a maciez dos pelos brancos. Sarah suspirou profundamente. Ela nunca mais seria a mesma. Seus pés não tocavam mais o chão.
Tay Borden, com a sua fêmea nos braços, começou a ter consciência de si mesmo e do seu propósito. Eles se pertenciam. Ela era sua para sempre. Uma forte pressão dentro da calça, fez ele apertar ainda mais a razão de toda a sua existência. Ele não podia solta-la ou morreria. Ela era o seu lugar.
Com uma expressão cética, Gabriel olhava para a cena que se desenrolava diante dos seus olhos. Sarah estava sendo espremida nos braços do garoto albino que não parecia tão inofensivo assim. Isso já era preocupante. E mais do que isso, Sarah não esboçou a menor intenção de se afastar. E alguma coisa no olhar de Tay Borden, fez Gabriel não interferir naquele momento. Então, ele esperou.
Sarah foi recobrando a consciência e o bom senso aos poucos. Ela limpou a garganta e disse:
- Me solta.Tay não se moveu. Sarah olhou para um Gabriel chocado.- Ele entende o que falamos?- Sinceramente, eu não sei. E o que foi isso: "Você é minha."?- Em geral, pessoas que passaram por algum trauma, costumam se apegar a coisas ou a alguém que faz com que elas se sintam seguras e protegidas.- Entendo. - Gabriel relaxou. - Ele gostou de você.Sarah sorriu e com um esforço maior, saiu dos braços fortes. Ela se virou e olhou para o garoto. Ele sorriu e Sarah se perdeu na imensidão dos olhos azuis, da pele clara e dos seus cabelos e sobrancelhas imaculadamente brancos.- Como um garoto bonito assim pode estar perdido?- Olha isso. - Gabriel colocou a mão dentro da gola da camiseta branca de Tay Borden e puxou um fino cordão preto com um pingente em formato de lua.- Tay Borden. Dezoito anos. Número Três.Sarah passou o dedo pela inscrição em relevo.
- Que estranho. Talvez ele possa ter problemas mentais e a família quis colocar uma identificação para o caso dele sumir.- Sem telefone ou endereço? Ninguém procurou por ele. Na delegacia nenhum registro de desaparecido. Nada.Sarah suspirou e olhou para cima. Ela sorriu com compaixão.- Oi Tay. Eu sou a Sarah. Você consegue me entender?- Sarah.- Isso! Muito bom! De onde você veio?A primeira lembrança de Tay foi a floresta e nada mais antes disso. Mas não tinha mais importância. Ele estava exatamente aonde deveria estar. Na presença de Sarah. Como um filhote desamparado, Tay passou os braços em volta da cintura de Sarah, se inclinou e deitou a cabeça no seu ombro. Ela riu e retribuiu o abraço.Gabriel não perdeu a oportunidade.
- Ele não pode ficar aqui com os outros garotos. Isso vai me trazer problemas. E eu não sei para onde manda-lo. Você tem que levar ele.Sarah se afastou de Tay e encarou Gabriel.
- Você não pode estar falando sério. O que eu vou fazer com um garoto que mal sabe falar e que não sabe de onde veio?- E ele vai fazer xixi na cama.- O quê?!Gabriel riu.- Ele sentiu afeição por você. É como um filhote. Você só tem que domesticar ele.Sarah olhou para Tay. Ela achou que estava ficando louca por se sentir atraída fisicamente por um garoto com metade da idade dela. Não tão louca assim. Ele era a coisa mais esplêndida que Sarah já tinha visto na vida. Único e especial.
- Isso é loucura, Gabriel.- Ele não pode ficar aqui, Sarah. Você é a única chance dele. Ele parece esperto. Com um pouco de atenção vai ficar bem e seguir o seu próprio caminho.Sarah suspirou profundamente. Ela ignorou a ereção de Tay e o seu olhar de predador. E ele parecia estar fazendo um grande esforço para não toca-la novamente. E isso era tudo que Sarah queria. Ela balançou a cabeça para tentar clarear os pensamentos confusos e sem sentido.- Está bem. Ele vai precisar de roupas.- Eu tenho algumas camisetas e calças de uniforme.- Vai servir.- E mantenha a dispensa cheia. Ele come igual um lobo selvagem.Tay aguçou os ouvidos e suas orelhas ficaram em pé.
- Lobo.Ao mesmo tempo, Sarah e Gabriel olharam para o garoto exótico. Ele sorriu. Se tivesse uma cauda, Tay teria abanado. Ele estava indo para casa.***
Já era noite quando Sarah deixou o reformatório. Ao seu lado, Tay de camiseta branca e calça laranja. Era impossível não reparar nos seus bíceps e em todo o resto. O fato de se sentir extremamente atraída por Tay incomodava Sarah. Ao entrarem no seu carro, um Toyota RAV4 Branco, ela foi colocar o cinto de segurança no garoto e ele rosnou. Assustada, Sarah colocou a mão sobre a coxa grossa e musculosa de Tay. Com o coração batendo forte, ela olhou para ele.- Calma. Eu não vou te machucar.Tay olhava para Sarah com seu toque delicado e olhar gentil. Ele se inclinou e fungou o seu pescoço. Ela ficou imóvel. Tay pegou novamente uma mecha do seu cabelo castanho escuro e cheirou. Próximos, Sarah começou a se arrepender da decisão de levar Tay para a sua casa. Másculo e bruto, ele poderia ser muito perigoso. Tudo bem que ele não falava. Mas não era normal se expressar através de rosnados. Sarah se afastou e colocou o cinto de segurança nela. - Está vendo?
Presa entre a parede e o corpo de Tay, Sarah sentiu medo. Ele exercia uma força descomunal sobre ela, como se fosse parti-la ao meio a qualquer momento. Sarah só conseguia respirar quando Tay deslizava os lábios famintos para o seu pescoço. Ele a beijava, chupava, lambia, cheirava e em seguida voltava a tomar os seus lábios com possessão e desespero. A língua de Tay é quente e macia, porém, maior do que o normal. A sua respiração ofegante e o seu hálito excessivamente quente, deixaram Sarah em chamas. Tay não sabia beijar. Ele enfiava a língua molhada dentro da boca de Sarah com brutalidade, pressionava os seus lábios carnudos contra os dela com força e seus dentes chegaram a feri-la. Sem forças diante da fúria de Tay, Sarah fraquejou. Ele rosnou alto e bateu as suas costas contra a parede para mantê-la no lugar. Sarah não estava gostando do rumo que as coisas estavam tomando. Tay parecia ser um garoto inexperiente. Prova disso, é que ele pressionava seu pênis duro e ereto
Sarah não demorou muito tempo para perceber que Tay fica agressivo quando contrariado. Foi um processo demorado vestir ele, escovar os seus dentes e ensina-lo a usar o banheiro. Sarah foi paciente e a todo momento repetia o que estava fazendo e o nome dos objetos. Tay prestava atenção em tudo e repetia o que ela falava. Sua voz rouca e profunda, deixou Sarah em chamas novamente. Ela precisava de um banho com urgência. Mas antes tinha que colocar Tay para dormir. Por via das dúvidas, Sarah forrou a cama de casal com um plástico transparente por baixo do lençol branco.Tay estava sonolento quando foi colocado na cama. Ainda assim, ele puxou Sarah para os seus braços e a beijou. Seus lábios quentes e macios se abriram para ele. Tay ouviu Sarah gemer baixinho e passar os braços em volta do seu pescoço. Ele rolou na cama e ficou por cima dela a beijando com a mesma urgência de antes. Seus corpos quentes se moldaram e seus lábios e línguas se encaixaram perfeitam
Sarah ligou para o Doutor Scott Wilson, administrador do Hospital Medical Center e seu chefe. Ele atendeu no segundo toque.- Bom dia, Sarah.- Bom dia, Scott.- Tudo bem?Sarah puxou a caixa de leite que Tay levava a boca e lançou um olhar sério para ele.- Eu não estou me sentindo bem, Scott.Eu estou com muita cólica.Scott ficou preocupado.- Quer que eu vá até aí?- Não. Eu já estou medicada. Eu só preciso descansar um pouco.Scott não desconfiou de Sarah. Assim como ele, ela é uma profissional dedicada e responsável.- Está tudo bem. Nesse caso você sabe que tem direito a três dias de licença. Eu seguro as pontas por aqui.Sarah respirou aliviada. Três dias. Mas depois ela teria que compensar as horas não trabalhadas.- Obrigada, Scott. Você é um anjo.Do outro lado da linha, o médico de pele escura sorriu.- Você que é.Sarah revirou os olhos. Não tinha tempo para as indiretas de Scott.- Eu volto na segunda. Até lá
[ +18 ] CONTEÚDO ADULTOSarah abraçou Tay tão forte que ele gemeu de dor. Mas mesmo assim, ele deitou a cabeça no seu ombro e passou os braços em volta da sua cintura. Sarah quis tirar toda a dor e sofrimento dos lindos olhos azuis. Ela acariciou os cabelos brancos e quis proteger Tay do mundo.- Você é um garoto lindo e especial, Tay. Não há nada de errado com você.- Não minta para me proteger. Eu sou diferente de você e das outras pessoas.Tay enfiou o nariz nos cabelos escuros de Sarah. Sua mente se encheu de fórmulas matemáticas e de palavras que ele sabia o significado. E mais do que isso, Tay imaginou Sarah nua e ele a possuindo de forma bruta e selvagem. O simples pensamento fez Tay esquecer todo o resto. Ele afastou o rosto e beijou Sarah com desespero.Piedade e compaixão fizeram Sarah lamentar por Tay. E se ela podia diminuir a dor dele, então tudo bem. Ela se deixou leva
Sarah lavou roupa, limpou a casa e fez almoço. Olhando na dispensa e na geladeira, ela concluiu que precisava ir ao mercado com urgência. E também precisava comprar roupas, calçados e produtos de higiene pessoal para Tay. E por último, mas não menos importante. Sarah precisava de respostas. Tay não caiu do céu. Depois que ele almoçou, escovou os dentes e usou o banheiro, Sarah o levou para o seu quarto. A cama do quarto de hóspedes estava sem o colchão que teve perda total. O plástico não suportou a quantidade de urina que vazou pelas beiradas. Sarah colocou uma quantidade segura de Lorazepam no suco de Tay sem ele saber. Ele iria dormir por algumas horas e ela poderia sair.Gabriel recebeu Sarah em seu escritório. Ele sorriu ao vê-la.- Como Tay Borden passou?- Bem. Como você disse, ele é um garoto esperto.Gabriel e Sarah sentaram no sofá de frente um para o outro.- De folga hoje?Sarah cruzou as pernas. Por baixo tudo doeu. Ela sorriu.
Sarah entrou na floresta de mata fechada. As histórias contadas sobre o lugar assustador pareciam ganhar vida com os sons estranhos vindos de seu interior. A luz do sol quase não penetrava por entre a vegetação. Conforme avançava mata adentro uma sensação claustrofóbica tornou-se palpável à cada passo que Sarah dava. Ela procurava por pegadas, marcas, objetos. Qualquer coisa. Só de pensar que Tay esteve ali sozinho e perdido, Sarah sentiu um aperto no coração.Destemida, Sarah tomava cuidado para não pisar em uma cobra e não perder o caminho de volta. As folhas úmidas da chuva recente deixavam o terreno irregular escorregadio. Era como procurar uma agulha no palheiro. Sarah sofreu alguns cortes e arranhões nos braços e pernas ao abrir caminho por entre os galhos das árvores. Ela avistou uma pequena clareira e escorregou em uma gosma verde ao adentrar o local. Sarah caiu de bunda no chão. A dor da queda somada ao fato de ainda estar se recuperando da manhã d
Sarah acordou na cama. A sua boca estava seca e o seu corpo inteiro doía. Principalmente a garganta. Tay sentado ao lado dela, a olhava com preocupação. Sarah disse asperamente:- Você podia ter me matado. Você dormiu e eu sai por algumas horas. Eu comprei roupas e calçados para você e também comprei comida.Sarah não mencionou o cartão encontrado. Ela iria investigar primeiro. O nome Brian Jones não lhe era estranho.Ainda bravo, Tay apontou para a roupa suja de Sarah.- O que aconteceu?- Eu cai tentando pegar umas plantas.Sarah buscou no íntimo do seu ser compreender os motivos que levaram Tay a agir de forma tão brutal. De uma coisa, ela tinha certeza. Ele tem traços físicos e características evidentes de algum tipo de animal selvagem. Confusa e dolorida, Sarah sentou na cama.- Eu preciso tomar banho. Vá pegar as sacolas que estão no carro.Sarah sabia que Tay era perfeitamente capaz de entender o que ela tinha acabado de dizer.