Ciente de tamanho poder sombrio que os elfos possuíam, Sareena, após a sua fuga da caverna da matrona e ver que não possuía mais nada a não ser o ódio pela cigana que havia lhe roubado um possível amor e que, dentro da sua deturpada visão, fora a causa de morte do seu Climenides, vagou como uma sombra pelas fazendas e vilarejos que seguiam vivos com dificuldade por entre os montes e pradarias. Esperta o suficiente para se manter abrigada durante a noite e longe das estradas para evitar os bandidos e saqueadores. Sareena usava sua simpatia, ganhando a confiança por onde passava, reunindo informações sobre o país e sobre seus habitantes. Em uma destas feitas ela ouviu as histórias sobre as caravanas de Khan Shamur e presumiu ser de lá que a m*****a cigana havia saído. Seu plano de vingança parecia simples, mas ela ainda precisava dos meios para executá-lo. O poder negro de criação dos elfos era muito atrativo e serviria bem ao seu propósito, se conseguisse achar um meio de entrar em sua
A chegada de Azura ao palácio de Álvar, não foi exatamente como ela imaginara. O primeiro ponto negativo era que a fortaleza, que era para ser um arco do poderio do reinado parecia mais uma ruína. Parte do muro norte estava derrubado, vítima de um cerco recente. Duas das sete torres de vigília, também estavam destruídas, uma parte delas enegrecida pelo fogo. Até mesmo os soldados pareciam exaustos, cansados de lutas constantes e problemas da população quase faminta que envolviam saque, roubo e assassinato. Mas era notório que a coorte do rei, não sentia esses efeitos tenebrosos da guerra. Rechonchudos e corados, pareciam alheios aos problemas que os rodeavam. As Sentinelas do Rei, a guarda especial que fazia a proteção da família real, mantinham sua estrutura e ordem, sua disciplina era de dar inveja e por muitas vezes eles corriam em defesa da cidade auxiliando as tropas esgotadas do reinado. A maioria dos soldados da guarda real era selecionada em diversos lugares por onde o rein
Azura voltou a Vanahim em busca do seu cavalo. Salazar era praticamente da família e era um cavalo bom demais para ser deixado para trás. Ela estava mesmo com pressa. Seu coração palpitava de uma forma estranha. Uma palpitação que sentia sempre que se lembrava do calor do capitão helênico. Tentava deixar esses pensamentos para trás para se focar na missão que tinha a frente. Achava incrível o destino a ter colocado em uma missão que ate o momento tinha sido bastante “agradável” apesar da dificuldade em vencer a matrona goblin. A sua estadia em Vanahim não poderia ter sido mais agradável. A população local já ciente de tudo que ocorrera, aliviada porque os ataques dos goblins reduziram drasticamente, além de agora estarem desordenados, sem liderança. Os mercenários que se instalavam na cidade realizavam incursões organizadas até as partes mais rasas das cavernas eliminando os remanescentes e fugitivos. Com o pergaminho marcado com o selo real, Azura poderia passar livremente e sem cus
O animal era um tagarela e na pequena viagem até o porto, a cigana ficou sabendo de todos os detalhes de sua vida, desde quando era um potrinho e foi dado a ela até a jornada atual, inclusive o quanto ele ficara chateado por acabarem banidos da caravana. O fato de nunca ser realmente entendido pelos humanos, não o deixara ranzinza como alguns costumavam ficar, mas agora que ela poderia ouvi-lo ele não queria deixar passar nenhum detalhe, recuperando os anos em que as pessoas ignoravam suas vontades.O Porto de Álvar estava em alvoroço. O povo comentava sobre uma estranha nevoa escura que cobrira a Torre dos Infames, cujo topo era bem visível dali. Ninguém ousava ficar muito tempo nas proximidades da torre, pelo risco de ser atacados por bandidos ou alguma criatura sombria. A torre não era chamada de infame atoa.Heitor aguardava Azura ansioso. O Trôgon, já estava carregado e pronto para a viagem. No castelo de proa, os principais membros da tripulação aguardavam as ordens de seu capit
Uma viagem por mar era algo que Azura sempre imaginou romanticamente. O balanço das ondas, a maresia envolvente, os respingos de água salgada no rosto. Mas a verdade era que as coisas se tornaram mais complicadas e trabalhosas que ela esperava. Ela não era do tipo de fugir do trabalho, mas também preferia evitá-lo se pudesse.Para evitar quaisquer reclamações dos marinheiros, o próprio Heitor resolveu ensinar o básico de marinhagem para a cigana e ela, como uma aluna aplicada, demonstrou suas habilidades raras de aprendizado e logo ela dominava todo o básico que fazia o navio funcionar com harmonia. Até junto aos remadores ela se colocou, tendo uma experiencia única. Apesar do Trôgon, não depender dos remos em viagens no mar aberto, já que ele era uma adaptação curiosa de um birreme e navio de carga, eles mantinham quarenta remadores, que auxiliariam o navio em alguma emergência em que se precisasse de maior velocidade. Esses remadores eram homens excepcionais, encontrados em uma ilha
A subida por entre os montes depois do porto poderia ser descrita como agradável. Todo aquele fluxo de uma cultura nova e diferente era hipnotizante para a cigana. O cheiro das oliveiras era presente e do alto ela podia ver plantações gigantescas de uma planta que crescia em parreiras por uma larga extensão de terra. Homens e mulheres com chapéus largos feitos de palha, cuidavam da terra e se ocupavam da colheita. Azura viu se tratar de uma extensa plantação de uvas, algo que não era comum de se ver nas terras de onde ela vinha. Já se embriagara com vinho, mas a fruta era algo completamente novo para ela, além disso em sua terra também existiam varias outras formas de fazer vinho, inclusive com frutas que ali já eram mais comuns, como a maçã.Enquanto subiam, Euriacos, tagarelava feliz, por estar em casa, esperando que depois de se reunirem com seu rei poderia dar uma passada em seu lar e rever sua esposa, afinal estavam longe de casa a dois meses. Ele sabia que a missão iria durar mu
Apesar de ser uma tripulante considerada, Azura ainda não estava completamente inteirada da missão em si. Esse era o assunto que ela queria ter com Heitor nos aposentos que o rei havia deixado para o descanso deles. Mas o capitão não estava muito para conversas. Deixando de lado sua túnica ele se apresentou a ela como havia vindo ao mundo, tomando- a nos braços sem dar tempo para que a cigana se esquivasse. Entre os beijos ardentes, o minoico a segurava firmemente pelos cabelos, desabotoando com uma das mãos o corpete de couro, alisando com as mãos fortes o corpo macio da cigana.Azura nunca havia provado tanta intensidade. O capitão estava ávido e ela mesma não conseguia se segurar. Com certeza a conversa sobre o trabalho poderia esperar até o dia seguinte.Esse foi de fato, o primeiro assunto que Azura quis tratar com Heitor após o desjejum. Ela notou claramente que o capitão tentava se esquivar do assunto. Ela o pressionou.— Como posso ajuda-lo se não me contar qual é de fato a mi
Suja de lama e com a sua fina túnica em farrapos, Sareena sentiu, olhares diferentes a vigiando das sombras. Ela havia caminhado por horas, ignorando o cansaço, a fome e a sede que sentia. De subido, um silvo agudo a avisou do ataque iminente, em um instante desviou a cabeça para o lado, olhando o vulto veloz da flecha que passou zunindo e cravou -se na arvore atras de si. Ela não via seus agressores, mas conseguia determinar a localização de cada um. Ela podia senti-los através da densa sombra que os escondia. Concentrando a sua energia, ela conduziu a sua aura através das sombras e sentindo uma intensa fisgada na barriga ela se moveu numa velocidade incrível, dentro da própria escuridão. Isso surpreendeu seus agressores, que não esperavam que ela tivesse os localizado.— Não vim para lutar. – Ela olhou para seus agressores. Eram mesmo os elfos. Mas eles eram completamente diferentes do que ela havia imaginado e também divergiam totalmente das descrições que o povo local havia passad