Então de repente pânico me atingiu ao pensar que ele poderia estar sendo pago por Blake para fazer alguma coisa, olhei em volta desesperada a procura de uma saída próxima e me recriminando por ter pedido para Oliver sair justo no momento que eu não podia me defender. — Uma amiga sua veio aqui no mesmo dia que você deu entrada, ficou ao seu lado e quando contei a ela que tinha uma vida crescendo ai dentro ela me obrigou a não dizer nada para ninguém, disse que só você poderia decidir o que fazer a respeito. — explicou chegando mais perto e me examinando. — Do que diabos você está falando? — questionei atordoada, se meus pensamentos pareciam confusos antes imagine agora. Amiga minha? Uma vida crescendo? O que estava acontecendo? — Você chegou aqui tão mal que eu pensei que já estivesse morta, então logo atrás chegou o policial gritando ordens, corremos contra o tempo com você tinha tantas fraturas e cortes que era difícil saber até por onde começar. — Continuou a contar o ocorrido e
Um filme, sim pode ser clichê, mas foi o que passou em minha cabeça quando o carro bateu. Imagens de quando sofri o acidente com meus pais, todo o sangue e sujeira que se tornou minha vida, até o momento em que a conheci. Aquela mulher incrível a quem eu estava agarrado com todas as minhas forças com medo do pior acontecer naquela batida. Sua risada ecoou em meus ouvidos, soando longe e lembranças nossas invadiram minha mente. Havíamos passado por tanto em pouco tempo juntos, mas só ficava melhor a cada dia. Quando a segunda batida nos acertou fomos jogados para a direita com força, meus braços tentaram a todo custo segurá-la, até que começamos a capotar, fiquei protegido pelo cinto sacolejando no banco enquanto Gabriela acertava todas as extremidades do carro. Meus dedos escorregavam por seus braços que agora estavam cheios de sangue. Deveria tê-la amarrado no banco antes de sairmos, me repreendi! Antes que seu corpo atingisse o painel me estiquei o máximo que consegui para peg
A coisa mais difícil que fiz na vida foi encarar Oliver com a confusão estampada em seu rosto e entrar naquele carro, deixando-o prostrado na calçada sem entender o que estava acontecendo. Sentia como se tivesse deixado meu coração para trás. Estava fazendo isso pelo nosso futuro, eu esperava que ele conseguisse entender e me perdoar um dia. O sofrimento era mútuo, mas com certeza ele estaria se sentindo traído e enganado da pior forma, ficaria pior quando descobrisse onde eu tinha ido me refugiar. — Fiquei muito surpreso quando Ane disse que você queria falar comigo, ainda mais pessoalmente. — Blake contava enquanto me acompanhava para dentro do hotel onde estava hospedado. Segundo ele aquele lugar era mais seguro que sua casa e eu tinha que concordar, já que Oliver estava louco para colocar as mãos nele. Blake parecia mais novo do que eu imaginava, ele e Oliver tinham a mesma idade mas não aparentava, e apesar da cicatriz grotesca acima da sobrancelha esquerda eu tinha que admi
Um homem vestido com um terno preto com aparência cara, mas que destoava completamente das botas de crocodilo branco que usava. Isso sem falar no chapéu ridículo de cowboy. O homem olhou em volta entrando mais na sala para cumprimentar Blake, então se virou para mim com um sorriso sinistro que me causou arrepios, e isso não era resultado dos dentes de ouro que ostentava. — Vamos aos negócios? — Blake apontou a cadeira a sua frente para que o homem se sentasse e outros dois entraram na sala em seguida. — Meu irmão veio me acompanhar, se não se importa. — O homem com sotaque mexicano falou. O irmão a quem se referia estava tão bem-vestido quanto o mesmo e após sacudir a mão de Blake se aproximou segurando minha mão para um beijo demorado. — Você pode ficar ali. — Blake falou apontando para o lado oposto da sala. — E não ouse tocar no que é meu. Minha vontade era de retrucar, mas sabia bem que ele estava fazendo isso para minha proteção e para garantir que o engraçadinho não fizess
Fazia uma semana, uma maldita semana que Gabriela havia me deixado e se unido a Blake. Bastou vê-los juntos naquele hotel para que eu deixasse minha ira vir à tona e começasse a destruir todos no meu caminho. Não havia conversas, avisos, tinha apenas eu gastando toda energia com tortura e mortes, muitas delas. Sabia que o banho de sangue não seria suficiente, não até que tivesse minhas mãos nos dois. Mas então tinha aqueles momentos, onde eu era inundado por alguma lembrança, ou que parava com o closet aberto encarando as roupas dela e me perguntando por que ainda não tinha me livrado de todas. Até que voltava a encarar as fotos dela ao lado dele, deixando que ele a tocasse, para voltar ao estado habitual de ódio. Eu vi com meus olhos ela entrando no carro com ele, sorrindo enquanto ele colocava as patas sobre ela, a tocando com intimidade. Minha vontade era matar aquele desgraçado e questionar a ela se tudo o que vivemos tinha sido uma mentira, se tudo o que ela me mostrou era
Fazia um par de dias desde que fomos atacados pelos mexicanos. Jamie tinha enviado a cabeça dele para o restante do cartel junto com seu homem de confiança para entregar o recado de que estavam sob nova direção, ele se intitulou dono do cartel e seu homem estava responsável de colocar ordem na casa até que ele estivesse livre para voar até lá. Seria uma carnificina até que todos aceitassem goela abaixo o novo chefe, mas Jaime já tinha seus próprios problemas para lidar aqui, apenas o rio Delaware separando Oliver no estado da Pensilvânia e Blake em Nova Jersey. Depois que cuidei do seu ferimento no dia do ataque, Jamie decidiu que podia confiar em mim, então saímos de lá, atravessamos o rio para que ele me mostrasse sua casa e me entregou os diários do seu pai, me mostrou o quarto do velho Nikolai, que ele manteve intacto por todos esses anos. Eu li todos, um por um, até que encontrei um deles com coordenadas, primeiro eu acreditei que se jogasse no g****e me daria alguma coisa,
Os dias pareciam exatamente iguais, nada novo, nada que me motivasse a levantar da cama todas as manhãs, mesmo assim eu o fazia. Eu me sentia patético especialmente depois de comprovar que não conseguia nem ao menos transar com outra para esquecer aquela m*****a. Meu corpo parecia simplesmente não obedecer, nenhuma chamava meu nome como ela, ou tinha os olhos sedentos por meu toque como ela. Minha escuridão estava me consumindo, o monstro permanecia solto todos os dias, ninguém era forte o suficiente para afastá-las ou colocá-lo em sua jaula. Dia após dia eu convivia com os dois e me perguntava se alguém conseguiria sair são daquilo. Então como uma miragem no meio do deserto ou uma alucinação com o próprio capeta, lá estava ela em pé ao lado do portão apoiada contra um carro preto, usando um vestido vermelho e com caimento folgado em seu corpo. Aquilo era uma novidade, mas daí tudo relacionado a ela parecia novidade para mim desde que desapareceu da minha vida. — Ora, ora, o
Se eu estava me sentindo ainda pior depois De transar com Oliver no carro? Com toda certeza. A saudade que já me esmagava aumentou como nunca, a culpa me corroía por estar fazendo isso por suas costas e o medo de que talvez ele nunca conseguisse me perdoar completou meu estado miserável. Mesmo sabendo que fazia tudo aquilo para o seu bem e para que pudéssemos ter um futuro juntos, entendia que depois de tudo as coisas mudariam drasticamente para todos nós. Ane tinha conseguido as escovas de cabelo dos dois, eu torcia para que saísse logo o resultado do DNA para que pudesse contar de uma vez por todas a verdade para Oliver, não aguentava mais manter essa distancia entre nós. Esfreguei minha barriga de forma distraída, estava se tornando um hábito que não esperei adquirir, mas sempre que me sentia ameaçada ou desamparada era o que eu fazia, como agora. — Já completou três meses? — a voz de Ane ao meu lado quase me fez saltar, eu tinha estado tão distraída que não ouvi seus pass