Alessio Vecchio.20:30 — Galpão.CENA FORTES.— Abaixe-o. — Ordeno a Saulo, minha voz firme.Salvatore tenta não demonstrar medo, mas assim que seus pés tocam o chão, os cacos de vidro cravam-se em sua carne. Ele morde os lábios com força, segurando um grito de dor. Olha para mim e ri, um som seco e sarcástico.— Acha que algo assim vai me fazer gritar? Eu esperava mais de você. — Ele cospe as palavras, tentando manter a compostura.Ignoro sua coragem e volto para a mesa de ferramentas, pegando um isqueiro. Salvatore tenta desamarrar as mãos das cordas, um ato tolo de sua parte. Caminho lentamente de volta até ele, o isqueiro firmemente segurado em minha mão.— Sua mulher é muito gostosa. O sabor dos lábios dela é maravilhoso. — Ele provoca novamente, numa tentativa desesperada de me desestabilizar.Fecho os olhos, lutando para conter a raiva que ameaça transbordar. Quando os abro novamente, estou decidido. Seguro o maxilar de Salvatore com extrema força, fazendo-o se contorcer de dor
Alessio Vecchio.22:00 — Galpão.— Ainda acha que pode me desafiar, irmãozinho? — Pergunto, com desdém na voz.Com um movimento brusco, retiro a pêra de sua boca, permitindo que ele solte um grito de dor intensa. Seus olhos estão cheios de lágrimas, e sua boca sangra profusamente.— Por favor, Alessio... — Ele choraminga, com a voz rouca e entrecortada. — Pare, eu imploro...Ignorando suas súplicas, vou até a mesa de ferramentas e pego um "quebra-joelhos", uma ferramenta medieval usada para esmagar as articulações. Posiciono-o em seu joelho direito e começo a girar o parafuso, aplicando uma pressão crescente. O som dos ossos se partindo é acompanhado pelos gritos de Salvatore, que ecoam pelo galpão.— Onde está sua coragem agora, Salvatore? — Pergunto, continuando a aplicar pressão até que seu joelho se torne uma massa de carne e ossos estilhaçados.A próxima ferramenta que escolho é um ferro em brasa, aquecido até ficar vermelho. Volto até Salvatore, que está quase desmaiado de dor,
Alessio Vecchio.Quatro meses depois.Quatro meses se passaram desde aquela noite infernal. A tortura de Salvatore ainda ecoa em minha mente, mas agora meus pensamentos estão voltados para Isabella e nosso bebê. Ao voltar para casa naquela noite e vê-la dormir tranquilamente, senti que havia feito a coisa certa. Desde então, minha vida se concentrou em cuidar dela e do nosso filho.Cada manhã começava com a mesma rotina: ajudá-la a tomar banho, trocar seus curativos e garantir seu conforto. A ferida de Salvatore cicatrizou bem, e ver o brilho voltar aos seus olhos era uma recompensa indescritível. As mãos que antes causavam dor agora ofereciam carinho e conforto.Acompanhava Isabella em check-ups regulares para assegurar que ela e o bebê estavam bem. Taylor sempre nos dava boas notícias, o que trazia um alívio imenso. Havia deixado as obrigações da máfia para Dante e Saulo, permitindo-me focar completamente em minha família. Esse tempo longe dos negócios me fizeram valorizar o que rea
Alessio Vecchio.10:40 — Hospital. — Portevecchio.Chegando ao hospital, Dante estaciona o carro com precisão. Ele desce para abrir a porta, e eu saio primeiro. Com um gesto cuidadoso, seguro a mão de Isabella, ajudando-a a sair do carro e a se equilibrar.Seguimos para dentro do hospital e caminhamos em direção ao consultório de Taylor.Ao chegarmos à porta do consultório, dou uma pequena batida e a abro sem esperar permissão. Taylor, que está organizando alguns papéis em sua mesa, levanta-se rapidamente e faz uma reverência respeitosa.— Seja bem-vindo, meu senhor. — Diz ele, com formalidade e simpatia evidentes em sua voz.— Estamos aqui para o ultrassom. — Anuncio, minha voz firme, mas carregada de expectativa.Taylor acena com a cabeça, mantendo um sorriso acolhedor.— Por favor, deite-se na maca. — Ele pede suavemente, seu tom tranquilo. — Vamos começar o exame.Isabella se acomoda na maca, seu olhar alternando entre ansiedade e expectativa. Sento-me ao seu lado, segurando sua m
Isabella Conti.Quatro meses depois.A cada dia que passa, parece que o tempo voa. Já se passaram quatro meses desde que descobrimos que o nosso bebê é um garoto. Esses meses têm sido mágicos, como um sonho encantado que eu nunca quero que termine.Alessio tem sido incrível, cuidando de mim com um carinho e dedicação que ultrapassaram tudo o que eu poderia imaginar. Sempre pronto para atender a qualquer exigência que tivesse, seja grande ou pequena, ele é o pilar que sustenta toda a nossa pequena família. Durante a gravidez, meus hormônios estiveram em alta, e a nossa intimidade não só se manteve, como se intensificou.Meu amor por Alessio cresceu a cada dia, assim como o amor que sinto por nosso filho. Cada semana, ele se tornou mais presente, mostrando sua preocupação e seu carinho com cada detalhe. Ele contratou uma equipe para organizar o quarto do nosso bebê, decorando-o exatamente do jeito que sonhamos. A dedicação dele em preparar tudo para a chegada do nosso filho é uma prova
Alessio Vecchio.Quatro dias depois. Passaram-se quatro dias e Isabella e nosso filho finalmente estão voltando para casa. Durante esses dias, mal saí do lado deles. Isabella estava exausta, então aprendi a cuidar do nosso filho com a ajuda das enfermeiras. Elas me ensinaram a trocar fraldas, a dar banho, e eu estava determinado a ser o melhor pai possível, mesmo sendo completamente inexperiente.Foram momentos assustadores e, ao mesmo tempo, maravilhosos. Assustadores porque eu nunca imaginei que estaria trocando fraldas de alguém. Pensava que, se tivesse filhos, uma babá cuidaria de tudo. Mas agora, com nosso filho, não me importo de fazer essas coisas. Cada erro que cometi foi uma lição aprendida e cada acerto, uma pequena vitória.Além de cuidar do nosso filho, também ajudei Isabella. O parto foi difícil e ela continua se recuperando. Isabella precisava de ajuda para ir ao banheiro e tomar banho. Devido ao parto, ela estava usando fraldas, algo que inicialmente a deixou constrang
Alessio Vecchio.Dez anos depois. Depois de dez anos, posso dizer que minha vida mudou de maneiras que eu jamais imaginei. Tenho agora quarenta e oito anos, enquanto minha linda rainha tem trinta anos. Orion, nosso filho, cresceu bem e tem agora dez anos. É impressionante como ele desenvolveu uma personalidade tão parecida com a minha. Ele é extremamente ciumento com a mãe e, para ser honesto, fico feliz com isso. Enquanto trabalho, ele fica de olho na sua mãe, e sempre me conta se alguém tentou alguma coisa com ela.Orion é um garoto muito inteligente. Na escola, sempre tem as melhores notas da sala. Há dois anos, ele me surpreendeu ao pedir para treiná-lo, dizendo que, quando eu morresse, ele assumiria o meu lugar e protegeria a mãe. Poderia ter interpretado isso como uma ofensa, mas, na verdade, eu me senti bem ao ouvir isso. Saber que minha rainha seria protegida caso algo acontecesse comigo me traz uma certa paz. No começo, Isabella não gostou da ideia, mas Orion conseguiu sua p
Alessio Vecchio. 20:40 — Restaurante. — Portevecchio. Enquanto brindávamos, o restaurante parece desaparecer, e tudo o que importa está na minha frente: minha rainha e meus dois pequenos príncipes. Estamos imersos em nossa bolha de felicidade e amor, quando, de repente, a harmonia é interrompida. Um homem meio bêbado levanta-se de uma mesa próxima, acompanhado por seus amigos, cambaleando em nossa direção. Antes que eu possa reagir, ele esbarra no braço de Isabella, fazendo com que ela derrame seu suco no vestido vermelho. — Oh, desculpe, moça. — Diz o bêbado, com um sorriso idiota no rosto. A expressão de Isabella fica tensa, mas ela tenta manter a calma. — Está tudo bem, Alessio. Não foi nada. — Diz ela, tentando aliviar a tensão. — Não está tudo bem. — Murmuro, levantando-me rapidamente e segurando o braço do homem para afastá-lo de Isabella. O bêbado tenta se desculpar, com medo visível nos olhos ao ver minha fúria. Enquanto isso, um dos amigos do bêbado olha para Isabella