8- David Queen

— Acorda, dorminhoco! Hoje é domingo.

Ignorei a voz melódica no ouvido e seus carinhos no pescoço e virei para o lado oposto, me desvencilhando e retomando meu sono. A noite intensa e o sexo selvagem me esgotaram, precisava descansar. A contar dos dias que desembarquei no Brasil até a véspera, não houve sequer um momento de sossego, mesmo estando acostumado à rotina de trabalho fatigante e a noitada com mulheres fogosas, caso acontecesse, não dispensaria um tempo sozinho.

— Vou chupar seu pau gostoso…

E pelo visto não ia acontecer tão cedo, Ellen não ponderava as artimanhas para transformar o silêncio em gemidos.

— Depois vamos trepar… — suas unhas arranharam minhas costas —, meu dia tem um upgrade com essa dinâmica.

A diabinha persistente já havia me colocado duro para o seu deleite.

— Jamais recusaria foder a sua boca pela manhã. — Busquei o rosto ordinário. — Ajoelha pra mim, bem vagabunda como eu gosto.

Ela mordeu os lábios e deslizou para fora da cama, se posicionando, obediente.

Fiz o mesmo.

— Ellen, Ellen, o que faço com você?

A ardilosa riu devassa, fechando a mão no meu membro, íntima, ousada. Prendi seu cabelo entre os dedos para ter domínio do ritmo.

— Me chupa!

Os olhos caíram para o seu desejo, gani baixo quando a língua úmida circulou a glande, os lábios deslizando lentamente no cacete, voltamos ao contato visual, depravado, obsceno, nosso. Deixei a fogosa ditar a velocidade até meu pau atingir sua garganta, para então assumir o controle. Apertei os fios escuros puxando o couro cabeludo e ela arquejou com o contato brusco. Enterrei o quadril contra seu rosto, fodendo sua boca com tanta força que era possível afogá-la no prazer. Ellen apoiou as mãos nas minhas coxas e autorizou cada estocada profunda.

Essa era a dinâmica que eu gostava e ela mais ainda.

— Você é uma safada gostosa que me leva ao limite. A lamúria rouca soou de baixo.

Ellen e eu, carne e tesão, nada além disso.

Por um instante me senti um miserável por alimentar aquilo que só empurrava, ia levando. Caralho, eu não compreendi o motivo do pensamento fodido rondar minha cabeça, visto que a outra estava prestes a explodir em porra na boca da mulher. Não houve tempo para a conclusão, meu pau inflou jorrando espasmos de gozo na boca saborosa.

— Caralho…

Ela engoliu cada gota, como a gulosa que era.

— Agora é sua vez, na banheira — avisou, erguendo-se com sensualidade. — Gostoso… — Soprou um beijinho, enquanto desfilava na direção sinalizada, o rabo evidenciado a cada passada de perna. A diaba ia receber meu pau nessa bunda em alguns minutos. — Um minuto, garanhão…

— Vai na frente, estou atrás de você.

— Assim que eu gosto.

— Safada!

— De carteirinha.

Meu relacionamento com a Ellen era aberto, eu era livre, ela também. Entre nós não havia cobranças ou acusações, ao menos não da minha parte, sempre fui honesto de como as coisas funcionavam, de como eu queria que as coisas funcionassem depois que rompi o noivado, e ela aceitou.

No entanto, havia algum tempo que vinha me sentindo incomodado.

— David, vem gostoso…

A sensação insossa se desfez com o chamado que voltou a estimular minha espada.

(...)

— Ei, realmente vou comer sozinha? — Ellen perguntou no ímpeto da sua chegada, escorou no batente e explorou com olhos exigentes. — Nossa, não me lembro de ter feito esse tipo de desfeita contigo.

— Você faz muita coisa comigo.

— Hum, faço sim. — A diaba soltou um sorriso ordinário que se desfez na avaliação descontente. — Vai correr?

Finalizei vestindo rapidamente uma calça larga e tênis, pois correr pela manhã fazia parte da minha rotina.

Além do mais, pretendia, mesmo sendo domingo, revisar alguns contratos e no início da noite tomar um drink em algum lugar com o Athos, fazia um tempo que não encontrava o puto do meu amigo.

— Conversamos depois, infelizmente não vou te acompanhar no café.

Passei por ela, deixando-a frustrada no espaço do closet.

— Quanto tempo desta vez? — O tom amargo me devolveu.

Fitei o semblante ríspido que apareceu na entrada do quarto, sabendo exatamente o que responder, mas não o fiz, pois seria dar satisfação do tempo que ficaria no Brasil.

— Pergunte para a Valéria, ela comanda a minha agenda.

— Sua secretária sabe mais da sua vida do que você?

— Claro que sim! Inclusive, esse momento foi agendado por ela, não estava ciente disso?

— David, sem ironia.

— Não gosto de cobrança, Ellen.

Segui sem delongas para o andar de baixo. Maria, minha empregada, já havia posto uma mesa farta com o desjejum. Servi-me de suco, peguei o celular e chequei as mensagens, havia uma do meu irmão que resolvi ver depois. Conferi as demais, nada de importante, deixei o copo sobre a mesa e me preparei para sair, mas a voz transformada impediu o próximo passo.

— David, eu quero voltar a ter você pra mim. — Seu peito expulsou o ar. — Cansei.

Não me surpreendi, talvez pelo fato do meu subconsciente ter me avisado e mesmo assim eu abafar a urgência. Porra, essa conversa já havia acontecido e sabia o desgaste que era entrar naquele círculo vicioso.

— Eu vou correr, você vai tomar o seu café e descansar na sua casa, de preferência. Amanhã conversamos.

Ela engoliu a ordem a contragosto, a fisionomia dura não escondeu.

— Sim, senhor. — A ironia pingava de sua voz.

Quebrei o contato e parti, sabia que depois de uma corrida meu sistema iria saber como lidar mais uma vez com a situação.

(...)

Correr sempre foi um dos meus esportes favoritos, consigo exercitar todo o meu corpo de uma única vez, principalmente a mente, que no meu caso estava bem conturbada. Percorri alguns quilômetros antes de me sentar numa praça próxima ao meu condomínio. Apoiei os cotovelos nos joelhos e conflitei meus pensamentos: trepar com a Ellen me fazia bem, havia intimidade, conexão. Nem de longe um relacionamento possuía os mesmos quereres, sufocava, entediava. Sabia o quanto ela era uma mulher incrível, parceira que sempre esteve ao meu lado em momentos turbulentos que nem reconhecia o meu eu.

Mas ela merecia mais, algo muito distante dos meus planos, mesmo com ela.

A solução óbvia, embora recusada por vezes, seria a distância. Ellen seguiria ao encontro do compromisso que lhe importava e eu permaneceria com os hábitos que estava acostumado.

Ótimo raciocínio!

O difícil seria descarrilhar para fora do círculo vicioso que se tornou o que mantemos: ela pedia mais, eu me recusava, nos afastávamos por um tempo, até que suas carícias a devolviam para a minha cama novamente.

Hipocrisia.

Desviei para o celular, o toque desconectou minha mente de pensamentos contraditórios às minhas ações. Peguei o aparelho e verifiquei a tela, era o Nicholas, outra mensagem. Resolvi ler, já que havia ignorado a anterior.

"Brasil é meu próximo destino, sei que está por aí. Espero não ser obrigado a te encontrar!"

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