— Acorda, dorminhoco! Hoje é domingo.
Ignorei a voz melódica no ouvido e seus carinhos no pescoço e virei para o lado oposto, me desvencilhando e retomando meu sono. A noite intensa e o sexo selvagem me esgotaram, precisava descansar. A contar dos dias que desembarquei no Brasil até a véspera, não houve sequer um momento de sossego, mesmo estando acostumado à rotina de trabalho fatigante e a noitada com mulheres fogosas, caso acontecesse, não dispensaria um tempo sozinho.
— Vou chupar seu pau gostoso…
E pelo visto não ia acontecer tão cedo, Ellen não ponderava as artimanhas para transformar o silêncio em gemidos.
— Depois vamos trepar… — suas unhas arranharam minhas costas —, meu dia tem um upgrade com essa dinâmica.
A diabinha persistente já havia me colocado duro para o seu deleite.
— Jamais recusaria foder a sua boca pela manhã. — Busquei o rosto ordinário. — Ajoelha pra mim, bem vagabunda como eu gosto.
Ela mordeu os lábios e deslizou para fora da cama, se posicionando, obediente.
Fiz o mesmo.
— Ellen, Ellen, o que faço com você?
A ardilosa riu devassa, fechando a mão no meu membro, íntima, ousada. Prendi seu cabelo entre os dedos para ter domínio do ritmo.
— Me chupa!
Os olhos caíram para o seu desejo, gani baixo quando a língua úmida circulou a glande, os lábios deslizando lentamente no cacete, voltamos ao contato visual, depravado, obsceno, nosso. Deixei a fogosa ditar a velocidade até meu pau atingir sua garganta, para então assumir o controle. Apertei os fios escuros puxando o couro cabeludo e ela arquejou com o contato brusco. Enterrei o quadril contra seu rosto, fodendo sua boca com tanta força que era possível afogá-la no prazer. Ellen apoiou as mãos nas minhas coxas e autorizou cada estocada profunda.
Essa era a dinâmica que eu gostava e ela mais ainda.
— Você é uma safada gostosa que me leva ao limite. A lamúria rouca soou de baixo.
Ellen e eu, carne e tesão, nada além disso.
Por um instante me senti um miserável por alimentar aquilo que só empurrava, ia levando. Caralho, eu não compreendi o motivo do pensamento fodido rondar minha cabeça, visto que a outra estava prestes a explodir em porra na boca da mulher. Não houve tempo para a conclusão, meu pau inflou jorrando espasmos de gozo na boca saborosa.
— Caralho…
Ela engoliu cada gota, como a gulosa que era.
— Agora é sua vez, na banheira — avisou, erguendo-se com sensualidade. — Gostoso… — Soprou um beijinho, enquanto desfilava na direção sinalizada, o rabo evidenciado a cada passada de perna. A diaba ia receber meu pau nessa bunda em alguns minutos. — Um minuto, garanhão…
— Vai na frente, estou atrás de você.
— Assim que eu gosto.
— Safada!
— De carteirinha.
Meu relacionamento com a Ellen era aberto, eu era livre, ela também. Entre nós não havia cobranças ou acusações, ao menos não da minha parte, sempre fui honesto de como as coisas funcionavam, de como eu queria que as coisas funcionassem depois que rompi o noivado, e ela aceitou.
No entanto, havia algum tempo que vinha me sentindo incomodado.
— David, vem gostoso…
A sensação insossa se desfez com o chamado que voltou a estimular minha espada.
(...)
— Ei, realmente vou comer sozinha? — Ellen perguntou no ímpeto da sua chegada, escorou no batente e explorou com olhos exigentes. — Nossa, não me lembro de ter feito esse tipo de desfeita contigo.
— Você faz muita coisa comigo.
— Hum, faço sim. — A diaba soltou um sorriso ordinário que se desfez na avaliação descontente. — Vai correr?
Finalizei vestindo rapidamente uma calça larga e tênis, pois correr pela manhã fazia parte da minha rotina.
Além do mais, pretendia, mesmo sendo domingo, revisar alguns contratos e no início da noite tomar um drink em algum lugar com o Athos, fazia um tempo que não encontrava o puto do meu amigo.
— Conversamos depois, infelizmente não vou te acompanhar no café.
Passei por ela, deixando-a frustrada no espaço do closet.
— Quanto tempo desta vez? — O tom amargo me devolveu.
Fitei o semblante ríspido que apareceu na entrada do quarto, sabendo exatamente o que responder, mas não o fiz, pois seria dar satisfação do tempo que ficaria no Brasil.
— Pergunte para a Valéria, ela comanda a minha agenda.
— Sua secretária sabe mais da sua vida do que você?
— Claro que sim! Inclusive, esse momento foi agendado por ela, não estava ciente disso?
— David, sem ironia.
— Não gosto de cobrança, Ellen.
Segui sem delongas para o andar de baixo. Maria, minha empregada, já havia posto uma mesa farta com o desjejum. Servi-me de suco, peguei o celular e chequei as mensagens, havia uma do meu irmão que resolvi ver depois. Conferi as demais, nada de importante, deixei o copo sobre a mesa e me preparei para sair, mas a voz transformada impediu o próximo passo.
— David, eu quero voltar a ter você pra mim. — Seu peito expulsou o ar. — Cansei.
Não me surpreendi, talvez pelo fato do meu subconsciente ter me avisado e mesmo assim eu abafar a urgência. Porra, essa conversa já havia acontecido e sabia o desgaste que era entrar naquele círculo vicioso.
— Eu vou correr, você vai tomar o seu café e descansar na sua casa, de preferência. Amanhã conversamos.
Ela engoliu a ordem a contragosto, a fisionomia dura não escondeu.
— Sim, senhor. — A ironia pingava de sua voz.
Quebrei o contato e parti, sabia que depois de uma corrida meu sistema iria saber como lidar mais uma vez com a situação.
(...)
Correr sempre foi um dos meus esportes favoritos, consigo exercitar todo o meu corpo de uma única vez, principalmente a mente, que no meu caso estava bem conturbada. Percorri alguns quilômetros antes de me sentar numa praça próxima ao meu condomínio. Apoiei os cotovelos nos joelhos e conflitei meus pensamentos: trepar com a Ellen me fazia bem, havia intimidade, conexão. Nem de longe um relacionamento possuía os mesmos quereres, sufocava, entediava. Sabia o quanto ela era uma mulher incrível, parceira que sempre esteve ao meu lado em momentos turbulentos que nem reconhecia o meu eu.
Mas ela merecia mais, algo muito distante dos meus planos, mesmo com ela.
A solução óbvia, embora recusada por vezes, seria a distância. Ellen seguiria ao encontro do compromisso que lhe importava e eu permaneceria com os hábitos que estava acostumado.
Ótimo raciocínio!
O difícil seria descarrilhar para fora do círculo vicioso que se tornou o que mantemos: ela pedia mais, eu me recusava, nos afastávamos por um tempo, até que suas carícias a devolviam para a minha cama novamente.
Hipocrisia.
Desviei para o celular, o toque desconectou minha mente de pensamentos contraditórios às minhas ações. Peguei o aparelho e verifiquei a tela, era o Nicholas, outra mensagem. Resolvi ler, já que havia ignorado a anterior.
"Brasil é meu próximo destino, sei que está por aí. Espero não ser obrigado a te encontrar!"
Arfei e não me dei ao trabalho de responder.Mesmo com o tempo, nada foi esclarecido e um mundo de incertezas se instalou mutuamente.Praticamente dois estranhos, escusos, quase inimigos. Infelizmente, o laço terno que tínhamos findou e não havia mais resquícios de sentimentos leais, só farpas e provocações. Não era feliz com a situação. Antes de toda aquela merda éramos um só, eu: seu herói por ser o irmão mais velho, mesmo com pouco diferença de idade, e ele: o mano querido e companheiro, sempre ao meu lado.Tomei o resto da água que sobrou na garrafa, descartando a embalagem no reciclável ao lado e teria seguido para a cobertura, livre de tantas reflexões fodidas, no entanto, outra ligação me manteve ali e, daquela vez, um sorriso alegre apareceu ao atender.— Fala, Ruben…— Tudo bem, David?— Tudo certo, estava correndo. Como vai tia Ester e seu pai?— Viajando, provavelmente estão na Itália agora.— Podemos almoçar, o que acha?Encontros como esses aliviavam a carga que muitas ve
— Ah, claro! — A curiosa me trouxe de volta. — Aurora trabalha lá, que coincidência.— Sim, muita coincidência… — Ele não conseguiu esconder a surpresa, nem eu. Mais um pouco e não esconderia nem os burburinhos do meu estômago.— Minha sobrinha linda é muito esforçada, ganhou uma bolsa de estudos, né, querida? — A megera que se casou com meu tio não perdeu a oportunidade e frisou a palavra bolsa, como se houvesse da minha parte um pingo de vergonha na conquista. — David, querido, WIS UNIVERSITY não é a universidade da sua família? Mel comentou alguma coisa sobre…Hein?Meus olhos saltaram.Tenho certeza absoluta de que todo o sangue do meu corpo subiu para o meu cérebro. Esperava qualquer coisa, até que David tivesse laços familiares em Marte, tudo, menos que aquele cara… Puta merda!!! Comonão associei? David Queen, herdeiro e CMO[2] da WIS. Tudo passou a fazer sentido. O encontro fez sentido.A elegância fez sentido. A gostosura fez sentido. O único ponto sem sentido na história era
Não poderia esquecer de agradecer ao Ruben por aquele convite, jamais imaginei que reencontraria aquela garota daquela forma, que mundo pequeno....Obviamente que desconfiava se tratar de uma funcionária, ela não estaria lá se não fosse. A garota de olhos atrevidos atraiu meus instintos naquela tarde, além de um flerte diferente, inusitado, me fissurei nos lábios de um tom rosa natural, saltados e suculentos, e um corpo curvilíneo, delicado, puro pecado. Maluco esse primeiro contato, dado aos dias exorbitantes que estava vivendo, algo novo me estimulando, como havia tempos que não acontecia, me excitou.Só que assim que as portas se fecharam, voltei à consciência de que funcionárias são problemas, ainda mais trabalhando no mesmo prédio da Ellen. Portanto, apaguei a bela imagem da mente, e segui, até revê-la no restaurante, um brilho diferente me atraiu e esqueci facilmente dos alertas que me fizeram recuar. Até aquele momento.Aurora era uma tentação: jovial, linda, inteligente. Capta
Indecência e luxúria, elementos necessários para aliviar o tesão.— Sejam bem-vindos, Sr. Queen e Sr. Garbo! Desejam algo especial para essa noite?— Diana…— Não — interferi no pedido particular de Garbo. — Quero uma gar… quer dizer, uma mulher que ainda não esteve conosco. De preferência com cabelos castanhos até o ombro, corpo… gostosa e… — Olhei rápido pra Garbo que arqueou uma sobrancelha sem entender o sentido daquilo. As mulheres do lugar eram lindas e por que justamente naquele momento eu queria um cardápio? Enlouqueci! Após me sentir um completo imbecil, continuei. — Esquece… queremos uma garota especial, só isso. Garbo?— Você quem manda, irmãozinho. — Ele se abstraiu indo na direção do bar.— Sei do que precisam, com licença.Virei para Athos, que rapidamente já estava em posse de uma cerveja.— Quero algo diferente hoje.— Estou vendo, que porra é essa de especificar o porte da mulher detalhadamente?Dei de ombro e recebi uma garrafa de cerveja para acompanhá-lo.— Culpa d
Eu sabia que teria um dia vibrante assim que acordei e passei praticamente duas horas escolhendo o que vestir, por que…?Era o meu primeiro dia oficial na WIS CONECT.Essa indecisão ou um panapanã de borboletas terroristas estarem perambulando como loucas o meu estômago, não tinha nada a ver com o fato de, hipoteticamente, encontrar como quem não quer nada, meu chefe na empresa.Ponto um: ele era meu chefe — já repeti isso muitas vezes.Ponto dois: tinha tesão por ele — visivelmente explícito após a véspera.Ponto três: me sentia uma cadela.Encontrar o David ali foi no mínimo a surpresa do ano, e tê-lo tão próximo ainda era difícil de acreditar, demorei a dormir revivendo seu toque na nuca e provando dos olhares chamativos que ele me lançou durante todo o jantar.Que sedução saborosa, que timbre capaz de encharcar qualquer calcinha, inclusive a minha.Bem, não se enganem, tínhamos uma Aurora excitada, tal qual uma Aurora cagando de medo, consciente dos riscos. David Queen me atraiu,
Desejei olhos de raio-x para alcançar além do tecido azul.— Aurora? — Lucca me acordou do sonho erótico, tocando meu ombro, virei abobada. — Por que está vermelha igual um pimentão?Sua sobrancelha ergueu-se com a pergunta.Nem te conto, meu amigo.Tateei a face, nossa, meu rosto queimava, outras partes de mim também.— Aurora, tudo bem? — Raica questionou — Quer um copo d’água?— Não, estou bem, obrigada. — Pisquei para ela e inquiri para Lucca: — Já estão quase finalizando, né?— Acho que sim. — Ele sorriu e voltou-se para frente, mas não se calou. — Agora sabemos a identidade do seu fã.Pensei em responder, mas não consegui formular nada coerente, portanto, ignorei.Cerca de alguns minutos que não calculei, mas pareceram eternos, David e
Quase perdi o horário da secretaria, a atendente foi bem legal comigo, mesmo estando em cima da hora para encerrar seu expediente. Depois do encontro surreal, permaneci zonza, recostada à parede, a respiração demorou a serenizar, as pernas a terem firmeza, a mente com mil possibilidades toscas de aceitar ou negar.Mas eu sabia, estava a ponto de fraquejar. Jantar com David, até então, não era uma coisa certa para mim, ao mesmo tempo, as sensações que fluíam quando ele estava por perto eram intensas demais para que uma garota de vinte anos não quisesse provar.Concluí o processo da matrícula no segundo andar, oficialmente eu era uma estudante universitária, claro que meus olhinhos brilharam quando assinei a documentação e peguei o cartão de acesso ao prédio, que resolvi conhecer assim que deixei a secretaria. Era impressionante como eles mantinha
Foi difícil finalizar minha agenda naquela tarde, o encontro com a Aurora, que eu mesmo fiz questão de provocar, me perturbou durante a reunião. Quase beijei a garota na escada de emergência da WUC.Caralho, não pensava mais com a cabeça que devia pensar. Impulsivo, desmarquei as duas videoconferências que teria e liguei. Senti um certo receio da sua parte e, se desse vazão a isso, não conseguiria levá-la para jantar.Por um momento até cogitei deixar para lá a atração, já que o alerta funcionária, ainda estava presente no meu subconsciente, no entanto, ao acariciar sua pele macia e inalar a inocência do seu perfume doce, deletei todos os avisos e só pensei no corpinho delicioso cavalgando no meu colo e gemendo no meu ouvido.Ok, admito, era um canalha excitado, sedento por uma garota de vinte anos. Não previ nada, há um ponto