cap.4

__ Quero um quarto para uma noite, mas esqueci meus documentos, vim fazer um trabalho da faculdade e não consigo voltar hoje para minha cidade — falei para a moça que estava na recepção do hotel de beira de estrada, ela me olhou me analisando, mas sorriu e assentiu, então aproveitei a brecha para ligar para a única pessoa que não negaria de me ajudar nessa situação.

mariana: Oi Leandra, preciso de discrição e ajuda.

luisa: O que você fez sua doida, tem tantos homens de terno aqui que parece aquele filme dos homens de preto.

mariana: Não fiz nada, preciso de ajuda, não fale com ninguém, se precisar diga que não era minha amiga.

luisa: Eles levaram um corpo, tem noção disso, você será   morta.

mariana: Não está ajudando, estou na cidade vizinha, gastei meus últimos Euros, só preciso dos meus documentos, traz minha bolsa para mim, minha carteira na verdade, preciso dela e está no meu armário, com o susto não peguei, você sabe a senha, por favor cara me ajuda.

luisa: espera na linha, se me pegarem eu te entrego.

Ouvi passos da Leandra e os bipes, ela ia conseguir.

Leandra: Pronto, me explica onde está e vou aí, ai meu Deus estou até nervosa o sub mundo está um caos.

Fernanda, vem até o terminal da próxima cidade, te espero aqui, toma cuidado.

Desliguei o telefone e em menos de 30 segundos tocou novamente, eu ainda estava na recepção e a moça me deu o telefone.

Leandra: Fernanda você não vai acreditar, o sub mundo está um completo caos, foi oferecido 1.000.000,00 de euros pela sua vida, a ordem é trazer viva, provavelmente eles vão te torturar.

Fernanda: O que é isso Le, não hahaha — falei rindo para despistar a recepcionista e desliguei.

Fui para o quarto e só então me desesperei, se me pegassem certamente me torturariam.

Fui para o lugar marcado com a Leandra e passaram mais ou menos 40 minutos quando ela veio, mas infelizmente estava tão desesperada que deixou minha carteira no banco e saiu, eu entendo seu medo, mas para meu alívio estavam ali meus cartões, dinheiro e meu documento, passando essa noite eu fugirei.

depois...

Cheguei ao interior e aluguei um quarto em um apartamento, precisava trabalhar e me manter, não tive opção e acabei usando meu cartão para chegar até aqui, mas quebrei todos eles, a menina aqui do apartamento me disse que a lanchonete que ela trabalhava está com uma vaga aberta para atendimento, não era o que pretendia, mas não tinha outra opção, hoje é meu primeiro dia e percebi o quanto estou paranoica, entraram alguns homens de terno e entrei em pânico, vim para a saída de trás tentar respirar quando me puxaram para dentro de um carro, droga fui descoberta, não tive nem tempo de reagir quando com um produto em um pano me fizeram dormir.

__ Tenho que dizer que é corajosa, atirar no Luigi daquele jeito, a queima-roupa né — olhei e era o pai dele, preferi ficar quieta e não respondi nada, não ia adiantar.

__ Seus pais queriam te ver, mas ele será punido da mesma forma que você — falou e as lágrimas escorreram em meu rosto, eu não queria, mas era involuntário.

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