–Quando chegará?!
–Ninguém sabe, milorde! Tudo que temos são incertezas.—Noticiara o jovem cavaleiro.–Cerastiel, não é isso?–Sim, milorde!–Cerastiel, se uma revolta eclodir, pretende seguir a causa, ou lutará pela coroa?Cerastiel não entendera a pergunta feita, podia jurar em nome de Gorth e Azrariel que aquilo soava quase como uma traição à coroa. Até que enfim respondeu.—pela coroa, milorde.—com incerteza.–Sensato!Enquanto conversavam, dirigiam-se apressadamente ao campo de treino, juntamente com Ártemis e Styx, que já se encontravam prontos e armados, organizando o batalhão de mercenários misturados com guardas reais leais a Styx.–Pelos deuses!—exclamou, inquieto.—você demorou, onde estava?–Isto não é importante agora. Como estamos?–Um pouco mais de mil soldados, sendo a maioria conquistada pelo ouro. Deve servir de alguma coisa.O dia estava frio, uma chuva de neve caía sob seus rostos. A neve sob o chão cobria os homens até osO dia estava triste, o céu se encontrava num tom plúmbeo, só se ouvia o barulho da chuva, caindo suavemente e o estalar dos galhos no pântano. Um profundo pântano ao leste de Uandanehir. Um assobio, agudo e irritante era ouvido a mais de trezentos metros de onde se encotrava os muros da cidade. No fundo do pântano, na Lagoa da ninfa.Não existiam ninfas ali e nem sabia ao certo se outrora existiram. Tudo que se tem são lendas e canções cantadas as crianças para assusta-las. O nome fora dado em algum momento da historia por pessoas que acreditavam na crença de que era um lugar místico, assim como as ninfas.A lagoa da ninfa era o local de um único monstro, territorial e violento. De súbito, o bruxo fora jogado do fundo da lagoa até o ar, com um braço inteiramente rasgado, num corte que ia até o peito e pegava um pouco da garganta.–Ele vai morrer.—dissera um dos mercenários, assistindo o parceiro numa luta que já sabiam como terminaria.A guilda havia recebi
Bren se encontrava agora na sala de mapas. Vários dias haviam se passado desde a morte de Helasdriazel e a batalha do portão leste. Murmurava a si mesmo que não tinha outra escolha, os nobres de Draesill detinham todo o poder do reino agora, e Bren se tornara a peça principal. Lamentava todo dia o erro que havia cometido. Eu poderia ter feito diferente.Seus pensamentos eram tomados a todo instante pelo retrato da barriga de Helasdriazel se abrindo e o sangue jorrando. Não conseguia comer, nem beber. Raramente saía da sala para caminhar no pátio ou treinar. Seus irmãos se encontravam agora presos, dentro do quinto piso da torre prisão, um local frio e sem vida, com exceção daquelas que eram torturadas todos os dias.Frequentemente andava até a área externa ao redor do palácio, na esperança de silenciar seus pensamentos. Mas acabava por pensar em Ártemis, com quem até pouco tempo iria se casar.–Você está aí majestade! Até que enfim o encontrei.—levantou u
—SAAAAI DA FRENTE!!!Uma enorme leva de soldados perseguia Klaus por toda ilha. Correndo sem parar com um enorme roupão de cetim sob as costas carregado de objetos. Corria desesperadamente até o cais, na esperança de despistar os soldados.—sai!!! sai!!! sai!!! sai!!!—dizia sem parar. Até que tropeçou, estatelando-se ao chão. Deixara o roupão aberto no meio da rua, revelando-se todo ouro que roubara do extravagante e gordo Maz'ros-caan. Mais rico chefe do comércio das ilhas Pratas.O povo da cidade caíra em cima do ouro aos montes, todos brigando e lutando, enquanto Klaus aproveitara a oportunidade de fugir, levando consigo somente duas bolsas muito bem escondidas por debaixo das calças. Virou a esquina e deu de encontro com três dos guardas, que encararam suas calças cheias.–caxumba.—dissera aos guardas.Tentaram segura-lo, jogou o primeiro ao chão e deslocou o braço do segundo, conseguindo se soltar e fugir. Voltou a taverna onde ficara durante dias, colo
A rainha se encontrava aos prantos, acorrentada pelos braços e pés no quinto piso. Haviam-lhe chicoteado as costas até deixar a carne viva, aparecendo-lhe levemente o branco de seus ossos. Coberta por sangue e pus. O carcereiro chegara-lhe para alimenta-la, tudo que tinha direito ali era uma fatia de pão velho e uma concha d'água. Escorria-lhe pus das feridas e não sabia ao certo quando seria a próxima vez que a tortura começaria. Aos fundos, ouvia-se a voz de Anphoros, esganiçada e cheia de dor, o estalar do chicote ecoava juntamente, num lamento horrível de choro.–Por favor!!— chorava a rainha. Se não fossem pelas correntes, teria ajoelhado e implorado por misericórdia.—poupe-os.Sempre que entrava ali, o carcereiro rasgava-lhe mais e mais o único tecido que cobria seu corpo. Deixou seus seios à mostra. Pegando-os e brincando com eles.–Pare!—implorava.— Por favor, pare!—sentia novamente suas costas, numa dor insuportável.Colocou as mãos por entre suas pernas, desliz
Enquanto seguiam rumo as terras do norte, em direção a Draesill, Alleister pensara na noite em que encontrara com o sujeito que havia lhe passado sua mais nova missão. Matar um rei não seria fácil, mas estava disposto a voltar com a cabeça dele de todo jeito.A manhã estava tranquila, o sol raiava no límpido céu azul, a brisa do mar refrescava seu rosto e os homens do convés cantavam os mais alegres cânticos que conheciam em uníssono, tentando esquecerem do fato de estarem a deriva. O cheiro da salmora penetrava pelo nariz a medida que os dias passavam, se tornando mais forte e ressecando mais e mais suas ventas. O Fortaleza aguentava bem uma viagem de dez dias. Contudo o vento não estava a favor do capitão Salt haviam algumas semanas. Encontravam-se perdidos, em algum lugar perto da costa de Crismonth adentrando a baía dos piratas.Kallis sofria de insolaçã
Depois de mais de meses preso nas ilhas Pratas, Klaus começava a delirar, considerando a possiblidade de viver ali pelo resto de sua mísera vida. Todo ouro que havia roubado, gastara com bebidas e prostituas. Deixara a barba e o cabelo crescer, caindo-lhe até os ombros, ressecados e bagunçado. Um ninho de pássaro seria muito mais bem visto.Levanta-se da cama de um bordel, com duas mulheres ao seu lado, belas e nuas.–Bom dia, meu herói!—dizia uma das garotas, dando risinhos abafados.Klaus acordara com uma enorme dor de cabeça, e uma garrafa ao pé da cama, sem lembranças da noite passada.–Como é?—Não entendia a situação. Na verdade, não entendia nada do que acontecia ali.–Não se lembra?—perguntou a outra garota. Possuía seios grandes e rosados, pele tão clara que Klaus não conseguia entender como não queimava naquele calor das ilhas pratas.–Do que eu devia me lembrar?—perguntara, torcendo as sobrancelhas.–Pagou-nos para fazer sexo com você.—disser
Meses se passaram dentro daquela escura cela. Ártemis se mantia forte e resistente aos cortes feitos em seu corpo, às chicotadas que levava, até mesmo no rosto e até mesmo as agressões que perpetuavam sob seu corpo.Deixaram-na totalmente despida, só com uma tocha para aquecer suas noites e sua mente para escapar da realidade daquela torre. Não sabia ao certo se conseguiria sair dali. A torre prisão não possuía portas nas celas, dando liberdade para que seus presos tentassem fugir. Aqueles que ousavam tentar, morriam sempre, caindo em alguma vala profunda, estatelando-se ao chão numa queda de trezentos metros. Possuía um sagredo por trás daquela torre, o qual só o conselho sabia, isto incluía Ártemis e sua família, que antes pertenciam. Por esse motivo nem ela e nem seu irmão tentavam a sorte com a torre-prisão.–Cheguei minha pequena Ártemis!—brincava Sandor, apalpando seus seios. Era um sujeito nojento, baixo e corcunda, com uma das orelhas cortadas pela metade
O frio de Draesill penetrava até os ossos enquanto subiam a grande parede de gelo de Azrariel ao sopé da montanha. Outrora fora lar dos antigos elfos, deuses mortos na antiga Bellion. A parede fora construída a dois mil anos, uma dádiva dada aos que sobreviveram aos ataques lançados em Bellion. Brenariel carregava consigo um pequeno odre gasto à cintura enquanto subia ao topo fervorosamente. O vento ali soprava frio. Um momento de descanso era o suficiente para perder completamente o calor de seu corpo, e bastava apenas um deslize para que perdesse toda aquela altura que havia conseguido e atingisse o chão numa queda de setecentos metros. A parede era íngreme, e suas mãos estavam duras demais para que se conseguisse dobrar os dedos. Por um instante deixou-se levar pela fraqueza e seu pé de apoio escorregou afora, caindo alguns centímetros.–Está ficando lento, irmão.— dissera o irmão Anphoros enquanto o segurava pelo braço, cansado e com fumaça saindo pela boca devi