Olívia suspirou suavemente.Ela sabia muito bem o temperamento de Érico. Se descobrisse que Tânia estava por trás de tudo, Érico talvez mandasse alguém assassiná-la.Mas Olívia achava que isso não era nada elegante. Além disso, matar alguém traria mais problemas do que soluções.Ela era mestre em tramas, e para lidar com uma víbora como Tânia, só um jogo sujo resolveria.— Tia Glória, dê uma olhada nesta pessoa, você a reconhece?Olívia pegou o celular e mostrou a foto do agressor para Glória.Como o agressor estava mascarado antes, Glória não havia visto seu rosto na hora.— Essa pessoa... Ele... Ele... — Glória arregalou os olhos lentamente. — Ele se chama Samuel, era um assistente na TeleNova. Sempre fazia serviços pesados, carregava coisas, servia café para os atores e tal.— Então ele tinha acesso livre ao prédio da TeleNova na época, certo?— Mais do que isso, ele também fazia bicos na equipe. Às vezes, quando faltava figurante, ele fazia ponta nas cenas. — Glória perguntou, intr
— Por que você veio aqui?Olívia engoliu a seco a frase “Como pode ser você?”Diogo, vestido com um elegante terno preto, segurava as rédeas de um cavalo magnífico, que brilhava na escuridão como uma joia rara. Parecia um príncipe saído direto de um palácio medieval.— Vim ver como você está.— E as suas feridas? Você precisa de pelo menos dois meses de repouso para se recuperar. E o gesso do braço, onde está? — Olívia lembrou do perigo daquela noite e não pôde evitar se preocupar.— Com essa preocupação sua, eu poderia até enfrentar a morte sem medo. — Diogo respondeu, encarando-a com um olhar cheio de ternura.Olívia prendeu a respiração, sem saber muito bem o que dizer.— Não vim só para ver você, trouxe também algo que pertence a você. Da última vez, você saiu tão apressada que não pôde levá-lo.— Dido, esse cavalo é lindo, obrigada, mas é muito valioso, não posso aceitar. — Olívia recusou delicadamente, com um leve sorriso.— Vivia, fiz algo para te magoar? Você ainda está brava p
No instante em que a porta estava prestes a se fechar, Diogo parou abruptamente e lançou um olhar frio por cima do ombro. Seus lábios pálidos se curvaram lentamente em um sorriso frio, carregado de escárnio e desprezo.— Humpf, Covarde. ...Nesse momento, Charles estava sozinho, parado em frente à janela, perdido em pensamentos. Ele fumava cigarro após cigarro, e as bitucas se acumulavam em um cinzeiro de cristal, enquanto a fumaça preenchia o ambiente, tornando seu semblante austero ainda mais sombrio e melancólico.Charles tossiu algumas vezes, sentindo o peito vazio, como se tivesse sido escavado, deixando um buraco profundo e sem fundo. Sua mente vagava de volta ao dia em que jogou o acordo de divórcio na frente de Olívia, forçando-a a assinar. Ela saiu da casa sem levar nada, subiu no carro de Gilbert e partiu de Vila dos Lagos. Ele ficou exatamente no mesmo lugar, com os olhos fixos na direção em que ela havia ido.Naquele momento, ele estava cheio de raiva. Mas, na época, ele
Naquela noite, Érico e Gilbert não estavam em casa, tinham viajado para o exterior para discutir projetos. A casa estava repleta de mulheres.Diogo, a rigor, não era um estranho. Já era tarde, e como Glória havia passado mal, todos estavam ao seu redor. Olívia, para não alarmar a família, levou Diogo para a sala de estar.Mas, para sua surpresa, Laís estava lá, sozinha, tomando café.— Mana, você ainda não foi descansar? — Olívia ficou um pouco surpresa e, em seguida, apresentou Diogo. — Ah, este é meu amigo, Diogo...— O jovem senhor da família Moura, Sr. Diogo. Eu o vi pela primeira vez na festa de aniversário da tia Glória. Eu me lembro dele. — Laís, sempre elegante, colocou a xícara de café na mesa e sorriu ligeiramente para Diogo. — Vivia, além dos nossos irmãos, você nunca teve amigos homens. Sr. Diogo, você é o primeiro.— Ser escolhido por Vivia como amigo é uma honra para mim. — Diogo sorriu com sinceridade. — Ter a chance de encontrar-se a sós com a futura primeira-dama do Pa
— Não só isso, nossos homens realizaram uma busca minuciosa e secreta dentro e fora do hipódromo. Por fim, encontraram isto no lixo. — Cauã tirou de sua bolsa um saco plástico contendo uma seringa. — Após verificar as câmeras de segurança... Descobrimos que o responsável realmente era alguém do Gael.Diogo semicerrava os olhos, cheios de sarcasmo. — Gael, assim como Jair, nasceu para ser canalha. Só que Gael não tem a astúcia do irmão, é desleixado e medíocre. Um imbecil desses não vale nem o meu tempo para lidar com ele.— Mas a gente não vai deixar barato, certo? Isso seria humilhante demais! — Cauã cerrou os dentes.— Claro que não. — Diogo se recostou, fechando os olhos para descansar um pouco. — Ele quebrou uma das minhas costelas, eu quebrarei três das dele. Se ele arrancou meu braço, eu tomarei uma de suas pernas. Não acho que seja exagero. — Exagero? De forma alguma! Se o senhor não o matar, já estará sendo generoso por consideração ao laço de sangue entre vocês!Laço de san
Olívia levantou-se bruscamente da cadeira, com os olhos arregalados. — Eu ainda não montei!— Oh, por favor, o que tem de errado se eu montar uma vez? Você costuma dar presentes de joias no valor de milhões sem hesitar, mas montar no seu cavalo é um problema? — Nesse momento, a voz exuberante de Aurora ressoava do lado de fora. — Vamos lá! Hahaha!Olívia esfregou a testa:— Tudo bem, se tia Aurora está feliz, então está bom.Laís se acomodou lentamente no sofá, mordendo os lábios, indecisa.— Irmã, você me procurou tão tarde. Deve ter algo para me dizer, né? — Olívia aproximou-se e sentou-se ao lado dela, envolvendo seu braço com carinho e sussurrando. — É sobre o Diogo?— Eu me lembro que o Diogo veio nos visitar quando éramos crianças. Vocês pareciam ter uma boa relação. — Laís perguntou com um tom neutro.— Sim, na escola primária, éramos colegas de classe. — Olívia sorriu com os olhos fechados, mergulhada em suas memórias. — Naquela época, ele era intimidado pelos outros colegas,
— Srta. Dalila! Por favor!— Sra. Íris! Por favor!— Sr. Osvaldo! Por favor!As portas dos três carros se abriram ao mesmo tempo, e Dalila desceu junto com a mãe.— Vovô!Osvaldo, com os cabelos já grisalhos e envolto em um manto negro de luxo, desceu do carro com uma expressão austera, apoiado na bengala de cabeça de águia dourada, com a ajuda de Dalila.— Sogro, devagar. — Íris apressou-se a ir até ele.Osvaldo lançou um olhar frio para o portão da Vila dos Lagos e soltou um suspiro pesado. — Da última vez que você veio propor o casamento, o Charles nem sequer apareceu?Íris mordeu os lábios, envergonhada, e assentiu com a cabeça. — Sim.— Como você pode ser tão incompetente? — Osvaldo a repreendeu.Dalila, em silêncio, torceu os lábios, mostrando também sua insatisfação com a mãe.— Você conhece o caráter do Charles. Quando ele não quer fazer algo, nem mesmo o Sr. Felipe consegue convencê-lo. E aquela Tânia, sendo madrasta dele, não tem a menor influência. — Íris explicou em voz b
Felipe e Tânia estavam em casa naquele momento.Felipe estava sentado no sofá, lendo notícias no celular, com uma expressão nada boa. Apesar de ter contratado uma equipe de relações públicas de ponta no país para lidar com os rumores sobre o suposto romance entre Charles e Dalila, as fofocas online continuavam sem parar. Como presidente do Grupo Marques, a ausência de Charles e sua falta de pronunciamento só aumentavam as especulações e afetavam negativamente sua imagem.Tânia, por sua vez, estava sentada em frente à penteadeira, cuidando dos cabelos longos, nos quais investia mais de um milhão de reais por ano para mantê-los impecáveis. No passado, para conquistar Felipe, ela não hesitou em entregar-se a ele.— Amor, vem cá. — Tânia virou-se, fazendo um gesto para Felipe com o dedo.— O que foi? — Felipe perguntou, sem tirar os olhos do celular.— Vem aqui, amor, toca no meu cabelo. Por você, cuido deles com tanto carinho há trinta anos. — A voz de Tânia era doce e melosa, enquanto