Charles segurava a mão de Olívia, caminhando apressadamente pelos corredores luxuosos e vazios.Eles pareciam dois jovens nobres, abandonando as amarras da sociedade, prontos para uma fuga apaixonada e proibida.Olívia observava atentamente as costas largas e firmes do homem à sua frente, sentindo uma sensação de segurança. Seu peito subia e descia, e suas palmas começaram a suar levemente.Naquele momento, ela admitiu que sentia um pequeno fascínio por ele.Ao mesmo tempo, ela sentia uma certa raiva de si mesma, odiando-se por ter gostado dele treze anos atrás, três anos atrás, e agora, de novo, por sentir algo por ele apenas por um simples toque de mãos.Que raiva! Ele não merecia isso!Charles estava de ótimo humor, levando-a rapidamente até parar em frente a uma suíte luxuosa.Olívia, com o coração acelerado e o rosto em chamas de vergonha e raiva, soltou sua mão com força e exclamou furiosa:— Charles! O que você pensa que está fazendo? No meu território e você ousa me tratar assi
Assim que Olívia entrou no quarto, viu sobre a mesa de centro uma caixa de coleção de ébano de alta qualidade.Ela tinha um olhar treinado para reconhecer tesouros, e só de olhar para a caixa, já sabia que o conteúdo não era comum.— Que caixa linda... — Olívia murmurou, encantada.— Não olhe apenas para a caixa. Abra e veja o que tem dentro. — Charles se aproximou dela com passos suaves.Toda a atenção dele estava focada naquele rosto que tanto o fascinava.Olívia, cheia de curiosidade e expectativa, limpou as mãos húmidas no vestido.Esse gesto adorável não passou despercebido pelo homem, que sentiu um calor percorrer seu corpo, gostando ainda mais dela.Olívia abriu a caixa com cuidado, revelando um cálice de pé alto em esmalte vermelho sobre uma base azul e rosa. A combinação de cores era tão bela que parecia irreal!— Uau! Meu Deus! — Olívia exclamou, cobrindo os lábios vermelhos com as mãos.No museu particular de Érico, havia inúmeras joias e antiguidades nacionais e internacion
— Eu... Eu não sei... Eu não vou dançar...Samara estava tranquilamente sentada no sofá de um canto, bebendo suco e comendo bolo, bastante confortável. Quem diria que Benjamin iria insistir tanto para tirá-la dali e fazê-la dançar?Ela já tinha visto seus pais dançarem, e também a Chica, mas ela mesma nunca tinha tentado. Além disso, nunca imaginou que teria a chance de ser o centro das atenções de qualquer forma.— Não tem problema, eu te ensino devagar, Samara. — Benjamin, com paciência, colocou as mãos nos ombros dela, tentando convencê-la.— Eu não vou... Benjamin. — Samara abaixou a cabeça, com um pedacinho de creme ainda grudado no canto da boca, parecendo tão triste que dava vontade de abraçá-la. — Todo mundo dança tão bem, eu não sei dançar, vou te fazer passar vergonha. E... E eu não gosto de lugares cheios, me deixam ansiosa.Os olhos de Benjamin se encheram de dor. A segunda frase dela era a que mais importava.Ele sempre tentava cuidar bem dela, mas às vezes, na empolgação
— Posso te convidar para uma dança? — Perguntou Pietro.Dora levantou-se com elegância, colocando sua mão delicada na dele. — Claro.Sob a luz, Pietro franziu ligeiramente a testa.Ele percebeu um brilho de lágrimas nos olhos dela.Sem querer, apertou um pouco os dedos, fazendo Dora sentir um calafrio e querer soltar a mão.— O quê? Arrependeu-se? — Pietro arqueou uma sobrancelha, a voz ficando mais grave.— Não... Mas por que está apertando minha mão? — Dora perguntou, com um olhar de leve irritação.— Se não apertar sua mão, devo apertar seu pé? — Pietro achou a pergunta dela um pouco boba e brincou.— Você! — Dora estava prestes a responder, mas Pietro a puxou pela cintura, girando-a de repente!Ela viu as luzes passarem rapidamente e, num piscar de olhos, já estava dançando com ele ao som da música.— Você estava chorando agora há pouco? — Pietro perguntou baixinho, segurando-a pela cintura e olhando para seus olhos avermelhados.— Quem estava chorando? Eu estava com sono e boceje
— Filho ingrato! Eu sou seu pai, como você pode falar assim comigo? — Tiago bufava de raiva, quase perdendo o controle.Se não fosse pela presença dos convidados ao redor, ele já teria dado um tapa em Diogo!A geração deles, exceto Érico, sempre acreditou que "as melhores pessoas não precisam ser ensinadas, as medianas precisam de disciplina rígida e as piores precisam de castigo físico". Para lidar com esse filho ingrato, Tiago achava que precisava ser severo.— Se você respeitasse minha mãe, eu ainda poderia tentar manter algum respeito entre nós. Mas se não o fizer, tenho coisas piores para dizer, pode esperar. — Diogo sorriu, mas seus olhos não mostravam nenhum traço de alegria.Seu sorriso era frio e cruel, fazendo até mesmo Tiago sentir um calafrio....No final do corredor, na varanda ao estilo europeu, pai e filho se encaravam.A temperatura externa era baixa, mas não tanto quanto a tensão entre eles.— O que você quer afinal? — Tiago perguntou com o rosto fechado.— Eu não sab
Diogo estava quase fora de si, os ombros tremendo violentamente, e sua voz rouca carregava uma dor profunda:— Eu já disse inúmeras vezes, foram Jair, Gael e Tábata, os três filhos que você mais confia e ama, que armaram contra minha mãe! Você não investigou a verdade, não ouviu as explicações da minha mãe, e simplesmente a mandou para aquele lugar horrível... Casar com você foi a maior desgraça da vida dela!— Eu a mandei embora, mas deixei o título de esposa! Isso já foi um grande favor! Naquela época, eu vi com meus próprios olhos, peguei ela no flagra! O que mais ela poderia dizer? — Tiago estava furioso, seu rosto velho vermelho de raiva.Lembrar daquele escândalo o fazia querer estrangular Verônica, e também o filho ingrato à sua frente!— Idiota. — Diogo resmungou com um sorriso frio, virando-se novamente.Na verdade, ele não queria trazer esse assunto à tona, pois cada vez que mencionava a humilhação de sua mãe, seu coração doía intensamente. Desta vez, foi apenas uma coincidên
Contanto que sua mulher ficasse feliz, latir a noite toda não seria problema.— Charles, você está... Você está louco. — Olívia não aguentava mais ouvir aquilo, estava morrendo de vergonha por ele. — Se eu mandar você pular de uma ponte, você pula?— Eu não quero morrer, porque morto não posso ver você.Com essas palavras, Charles lentamente virou o corpo dela para que ficasse de frente para ele.Olívia olhou diretamente nos olhos dele e pôde ver a paixão ardente, fervendo, quase transbordando. Era um olhar tão nu, tão desesperado para que ela visse.Os olhos dele diziam tudo, mas ele também falava demais!— Charles...Olívia abriu ligeiramente os lábios, mas antes que pudesse continuar, Charles arrancou a própria gravata e a estendeu para ela.— Vivia, me leva para casa.Olívia ficou olhando para a gravata, completamente desorientada.Charles engoliu em seco, o pomo de Adão subindo e descendo enquanto ele mantinha o olhar fixo nos lábios húmidos dela. Ele se inclinou levemente.A visã
Charles ficou visivelmente surpreso, suas mãos, que tentavam oferecer conforto, ficaram paradas no ar, rígidas e sem jeito.— Eu vi que você estava muito preocupada, só queria...— Vou repetir mais uma vez, meus problemas não te dizem respeito!Olívia não tinha paciência para continuar discutindo com ele. Desviou-se rapidamente, olhando para o celular enquanto corria para fora.Um estrondo ecoou quando a porta se fechou com força.Charles sentiu que o momento de ternura que havia conquistado desaparecera completamente. Tudo o que aconteceu parecia um belo balão colorido que subiu ao céu, apenas para ser cruelmente estourado por ela.O presente valioso que ele lhe dera, uma antiguidade de valor inestimável, também fora deixado para trás.Para Olívia, apenas sua família importava; todo o resto era irrelevante.Charles estava profundamente magoado, sentindo uma dor aguda no coração.Mas não era momento para lamentações. Ele rapidamente se recompôs e saiu do quarto a passos largos.— Presi