Na esquina, a poucos metros do Village Garden Hotel, Dora estava no comando de seu Ferrari rosa-choque. Usando um fone Bluetooth, ela falava ao telefone enquanto aguardava o sinal vermelho.— Preciso dos desenhos do estande da Semana de Moda de Paris o quanto antes. Se o responsável de lá inventar mais alguma desculpa, vamos cancelar a parceria definitivamente! E quando eles quiserem vir à Yexnard, não esperem nenhuma cortesia da nossa parte!O sinal ficou verde, e Dora, frustrada, pisou fundo no acelerador.O Ferrari disparou como um relâmpago rosa. Nesse exato momento, um Mercedes-Benz E-Class vinha em alta velocidade do outro lado. Ambos os carros estavam prestes a fazer uma curva, e a colisão parecia inevitável!— Ai, meu Deus!Dora, distraída com a ligação, não viu o Mercedes preto se aproximando. Quando percebeu, já era tarde demais. Ela pisou no freio com toda a força, fazendo os pneus chiar no asfalto.O motorista do Mercedes também freou bruscamente, o som dos freios ecoando
— Mas a lei diz que não se pode dirigir falando ao telefone, nem usando salto alto. — Pietro continuou.Dora, usando saltos altos, mexeu os dedos dos pés pálidos, mostrando um pouco de culpa.— Mas... Mas você fez a curva passando por cima da linha contínua, a culpa é toda sua!— Se a culpa é minha ou não, quem decide é o policial. Mas agora não tenho tempo para isso, se quiser, você pode chamar. — Pietro disse, tirando uma carteira do bolso e pegando um cartão de visitas. — Aqui está meu telefone e o endereço da minha empresa. Depois que resolver tudo, me avise. Faça o que precisar ser feito.— Que atitude é essa! Deixar toda essa bagunça para mim e sair? Eu também tenho pressa! — Dora ficou indignada com a atitude autoritária e irresponsável de Pietro, jogando o cartão de volta nele. — Quem você pensa que está enganando com esse cartão? Quem me garante que você não é um golpista bem vestido?— Golpista? Hahaha... — Pietro riu, aborrecido e divertido ao mesmo tempo, achando a mulher c
A festa de aniversário estava prestes a começar.Olívia observava a sala cheia de convidados, com Érico e Haroldo sentados na frente, conversando animadamente, e sorriu satisfeita.— Nossa! Eu não estou vendo coisas, né? É o Sr. Haroldo!— Ei! É mesmo! O Sr. Haroldo está com uma aparência ótima, cheio de vitalidade!— O Sr. Haroldo e o Sr. Érico são mesmo grandes amigos. Hoje em dia, amizades assim são raras. Quem não sabe, pode até pensar que o Sr. Érico é filho do Sr. Haroldo, hahaha!— Parece que no hotel do Grupo Marques, a esposa do Felipe também está comemorando aniversário hoje. E o Sr. Haroldo, em vez de ir à festa da própria família, preferiu vir ao aniversário da Sra. Glória... Isso é bem intrigante.Os convidados soltaram risadas sarcásticas.— Isso só mostra que o Sr. Haroldo ainda não aceita a Tânia como nora! Nos últimos meses, Tânia teve escândalos de suborno, joias falsas em leilões, e a sobrinha dela, Rafaela, traiu o Charles. Como o Sr. Haroldo poderia gostar dela?—
— Vivia, eu...Charles não teve tempo de terminar a frase quando uma voz aguda soou atrás dele. — Mestra! Desculpa, cheguei tão tarde!Olívia se virou rapidamente e, ao ver sua discípula Dora, o humor mudou instantaneamente, abrindo um sorriso radiante.— Dora! Não, você chegou no momento certo. Tinha medo que você estivesse ocupada com o evento de Paris e não conseguisse vir!Dora correu até ela e a abraçou calorosamente. — Como eu poderia não vir? Você me convidou para a festa, eu vim o mais rápido possível!Foi então que Dora notou a presença de Charles, sentado ao lado de Olívia, com uma presença imponente. Sua expressão mudou imediatamente. — Mestra, você vai jantar com ele? Não vai perder o apetite?Olívia lançou um olhar despreocupado para o homem. — De fato.Charles sentiu uma pontada no coração, mas manteve a compostura: — Vivia, se olhar para mim te dá enjoo, você pode simplesmente não me olhar. Mas me fazer mudar de mesa, isso não vai acontecer.Dora não pôde deixar de
— Meu Deus! Você se machucou? Por que não me ligou? Eu te levaria ao hospital! — Olívia segurou firmemente os ombros de Dora, visivelmente nervosa.— Só estou com um pouco de dor no pescoço, nada grave. — Dora se sentiu aquecida pelo cuidado de sua mentora.— Mesmo assim, você deveria consultar um médico. Algumas lesões são internas e podem piorar depois. — Charles interveio com uma voz calma. — Após a festa de aniversário, eu posso arranjar um especialista para te examinar, não importa a hora.Dora ficou surpresa com a prontidão do homem que ela desprezava.— Não precisa. — Olívia abraçou Dora, com um tom emburrado. — Eu sou cirurgiã, minha discípula está sob minha responsabilidade. Não precisa se preocupar, Presidente Charles.Charles esboçou um sorriso seco. Sua tentativa de ser prestativo foi novamente mal interpretada.— Aquele idiota destruiu meu carro! Nem pediu desculpas, e ainda teve a audácia de me dar um cartão de crédito para comprar um novo! — Dora estava cada vez mais irr
Dora ficou instantaneamente pálida, como se um trovão a tivesse atingido, deixando sua mente em branco! Ela ficou parada, sem saber o que fazer, com uma expressão de completo pânico. Então, era isso? Ela estava chamando de idiota, repetidamente, o irmão da sua mestra?Charles permaneceu sentado, olhando para os lados, tentando segurar o riso. Ele até entendia a situação de Dora. Afinal, os irmãos de Olívia eram tantos que era comum cruzar com um deles na rua. Ele mesmo já tinha sofrido com isso no passado, sendo alvo da “hospitalidade” dos irmãos da família Bastos.Pietro observava a pequena e transparente face de Dora, que passava de pálida a vermelha, e cada vez mais vermelha, como uma cereja madura. Inicialmente, ele estava irritado com o acidente de carro, mas vendo aquela expressão embaraçada e fofa, não conseguia mais ficar bravo.— Mes... Mestra... — Dora olhou para Olívia com olhos suplicantes. — Você... Você não vai me expulsar do estúdio por causa disso, vai?Olívia coloco
— Samara? Você também veio! — Olívia apertou o rosto macio e delicado de Samara, seus olhos brilhando de alegria, quase transbordando de felicidade!Samara, timidamente, mordeu os lábios cor de cereja e abraçou seu ursinho de pelúcia com força, parecendo tão vulnerável. — Cunhada, eu senti sua falta... E do meu irmão também. Eu queria ver vocês, por isso vim.Charles ouviu isso e sorriu levemente.Boa irmã, aquele "cunhada" acertou em cheio no coração dele, foi muito gostoso de ouvir.Olívia, ao ouvir Samara chamá-la de cunhada na frente de tantas pessoas, sentiu-se um pouco desconfortável. Mas ao ver que ela ainda segurava o ursinho que lhe dera, seu coração se encheu de ternura, acariciando levemente o topo da cabeça de Samara com carinho.— Samara, também senti sua falta. — Em seguida, ela olhou friamente para Benjamin e perguntou com a voz baixa e grave. — Foi você que trouxe a Samara? Da festa de aniversário da Tânia?— Sim, fui eu. — Benjamin respondeu, sorrindo com os olhos se
Samara ergueu os olhos lentamente, seu olhar cristalino como água se encontrou profundamente com o dela. Ela não disse uma palavra, mas Olívia leu em seus olhos falantes o que se passava em seu coração.— Samara dificilmente se apaixona por alguém, é raro vê-la insistir tanto em algo assim. Olívia, deixe-a ter um momento de paz. Se ela se sente feliz e confortável com Benjamin, deixe-os tentar. — Charles virou o rosto para ela, sussurrando suavemente ao seu ouvido, com um toque de súplica humilde.— Eu posso ver que Samara gosta dele. Eu não quero separar os dois, mas só... — Olívia desviou o olhar, encontrando os olhos ardentes de Charles.— Eu sei, eu entendo. — Charles sorriu compreensivamente, aquele rosto sempre severo e distante, agora brilhando como o sol apenas para ela. — Mas não se esqueça, Samara não tem só você. Ela também tem a mim.Olívia sentiu um tremor no coração e rapidamente desviou o olhar. Esse era o Charles, econômico nas palavras, mas cada uma delas carregava pe