— Meu Deus! Você se machucou? Por que não me ligou? Eu te levaria ao hospital! — Olívia segurou firmemente os ombros de Dora, visivelmente nervosa.— Só estou com um pouco de dor no pescoço, nada grave. — Dora se sentiu aquecida pelo cuidado de sua mentora.— Mesmo assim, você deveria consultar um médico. Algumas lesões são internas e podem piorar depois. — Charles interveio com uma voz calma. — Após a festa de aniversário, eu posso arranjar um especialista para te examinar, não importa a hora.Dora ficou surpresa com a prontidão do homem que ela desprezava.— Não precisa. — Olívia abraçou Dora, com um tom emburrado. — Eu sou cirurgiã, minha discípula está sob minha responsabilidade. Não precisa se preocupar, Presidente Charles.Charles esboçou um sorriso seco. Sua tentativa de ser prestativo foi novamente mal interpretada.— Aquele idiota destruiu meu carro! Nem pediu desculpas, e ainda teve a audácia de me dar um cartão de crédito para comprar um novo! — Dora estava cada vez mais irr
Dora ficou instantaneamente pálida, como se um trovão a tivesse atingido, deixando sua mente em branco! Ela ficou parada, sem saber o que fazer, com uma expressão de completo pânico. Então, era isso? Ela estava chamando de idiota, repetidamente, o irmão da sua mestra?Charles permaneceu sentado, olhando para os lados, tentando segurar o riso. Ele até entendia a situação de Dora. Afinal, os irmãos de Olívia eram tantos que era comum cruzar com um deles na rua. Ele mesmo já tinha sofrido com isso no passado, sendo alvo da “hospitalidade” dos irmãos da família Bastos.Pietro observava a pequena e transparente face de Dora, que passava de pálida a vermelha, e cada vez mais vermelha, como uma cereja madura. Inicialmente, ele estava irritado com o acidente de carro, mas vendo aquela expressão embaraçada e fofa, não conseguia mais ficar bravo.— Mes... Mestra... — Dora olhou para Olívia com olhos suplicantes. — Você... Você não vai me expulsar do estúdio por causa disso, vai?Olívia coloco
— Samara? Você também veio! — Olívia apertou o rosto macio e delicado de Samara, seus olhos brilhando de alegria, quase transbordando de felicidade!Samara, timidamente, mordeu os lábios cor de cereja e abraçou seu ursinho de pelúcia com força, parecendo tão vulnerável. — Cunhada, eu senti sua falta... E do meu irmão também. Eu queria ver vocês, por isso vim.Charles ouviu isso e sorriu levemente.Boa irmã, aquele "cunhada" acertou em cheio no coração dele, foi muito gostoso de ouvir.Olívia, ao ouvir Samara chamá-la de cunhada na frente de tantas pessoas, sentiu-se um pouco desconfortável. Mas ao ver que ela ainda segurava o ursinho que lhe dera, seu coração se encheu de ternura, acariciando levemente o topo da cabeça de Samara com carinho.— Samara, também senti sua falta. — Em seguida, ela olhou friamente para Benjamin e perguntou com a voz baixa e grave. — Foi você que trouxe a Samara? Da festa de aniversário da Tânia?— Sim, fui eu. — Benjamin respondeu, sorrindo com os olhos se
Samara ergueu os olhos lentamente, seu olhar cristalino como água se encontrou profundamente com o dela. Ela não disse uma palavra, mas Olívia leu em seus olhos falantes o que se passava em seu coração.— Samara dificilmente se apaixona por alguém, é raro vê-la insistir tanto em algo assim. Olívia, deixe-a ter um momento de paz. Se ela se sente feliz e confortável com Benjamin, deixe-os tentar. — Charles virou o rosto para ela, sussurrando suavemente ao seu ouvido, com um toque de súplica humilde.— Eu posso ver que Samara gosta dele. Eu não quero separar os dois, mas só... — Olívia desviou o olhar, encontrando os olhos ardentes de Charles.— Eu sei, eu entendo. — Charles sorriu compreensivamente, aquele rosto sempre severo e distante, agora brilhando como o sol apenas para ela. — Mas não se esqueça, Samara não tem só você. Ela também tem a mim.Olívia sentiu um tremor no coração e rapidamente desviou o olhar. Esse era o Charles, econômico nas palavras, mas cada uma delas carregava pe
Fora do salão de festas.Diogo, ao contrário de outros jovens da alta sociedade, não se vestiu de maneira extravagante naquela noite. Ele estava apenas com um terno sob medida de um cinza escuro simples, mas elegante. Seu cabelo curto estava impecavelmente penteado, e os óculos de aro dourado adicionavam um toque intelectual aos seus olhos profundos.— Filho... Vamos... Vamos para casa? Eu estou com medo... — Verônica, com uma expressão tímida, puxou levemente a manga do paletó de Diogo.Verônica estava excepcionalmente linda naquela noite, vestindo um elegante vestido roxo e seus cabelos bem cuidados estavam presos em um coque sofisticado, adornado com uma tiara de diamantes que valia uma fortuna.Ela usava apenas um conjunto simples de colar e brincos de pérolas, mas essas joias eram uma edição especial fornecida pela realeza do País F, mais valiosas que diamantes.Para Diogo, sua mãe era sua única família, e ele queria dar a ela o melhor de tudo.Diogo sorriu carinhosamente para sua
Diogo sorriu ligeiramente, contente. — Obrigado, Olívia.Olívia conduziu Diogo e Verônica para dentro do salão.— Irmão! Olha lá! É aquela mulher! — Gael exclamou, apontando para a entrada.Jair balançava a taça de vinho e, com um olhar frio, levantou os olhos. Quando viu Diogo e Olívia conversando e rindo juntos, franziu a testa.— Diogo parece estar bem próximo de Olívia.— Ah, sim, como diz o ditado, água mole em pedra dura tanto bate até que fura! — Gael cerrou os dentes, encarando Diogo enquanto tomava um gole de sua bebida. — Diogo é um verdadeiro puxa-saco, quem mais seria tão descarado quanto ele? Nem começou o relacionamento e já está servindo café e descascando camarão para a Srta. Olívia. Se eles realmente ficarem juntos, ele vai acabar até tirando os sapatos dela, né?Solange lançou um olhar de desdém para Gael, achando seu comportamento extremamente vulgar, nada a ver com o de um membro da alta sociedade.— Não era o nosso pai que queria arranjar você com Olívia? — Jair a
Todos se entreolharam.— Ei, Maia, estou achando a Sra. Verônica meio esquisita. — Aurora cochichou, cutucando Maia com o cotovelo.— Ouvi o Érico dizer que a Sra. Verônica tem Alzheimer. Pelo jeito, está bem avançado, ela mal nos reconhece. — Maia respondeu em voz baixa.— Nossa, que triste! Tão nova e já com essa doença... — Aurora olhou para Verônica com olhos cheios de compaixão.Vendo Verônica agarrada ao filho, Diogo olhou para Olívia, sem saber o que fazer.— Presidente Charles. — Olívia hesitou por um momento, abaixou os cílios e tocou levemente no ombro de Charles com a ponta dos dedos. — Você se importaria de ceder seu lugar?O homem levantou os olhos lentamente, o brilho surpreso em seus olhos encontrando o olhar de Olívia cheio de irritação. — Por que eu deveria ceder meu lugar? Eu cheguei primeiro.Benjamin quase não conseguiu segurar o riso.— Não é questão de quem chegou primeiro. Você viu que a Sra. Verônica não quer se separar do filho, e eu gostaria que eles ficassem
Olívia sentiu uma dúvida crescer em seu coração e lançou um olhar discreto para Charles. Ela não entendia o que aquele homem estava tramando novamente. O ambiente estava carregado de tensão!— Mercadorias comuns, eu só faço negócios comuns. — Diogo ajustou os óculos, um sorriso enigmático e refinado nos olhos, mas os lábios levemente contraídos traíam sua raiva interna. — Presidente Charles, sua imaginação é incrivelmente fértil. Mesmo que você tenha um preconceito contra mim, não deveria julgar o caráter de alguém e menosprezar o valor que ele cria.Charles sorriu de forma irônica, curvando levemente os lábios.— Eu e você somos diferentes. Você teve um caminho fácil no Grupo Marques, sendo o herdeiro escolhido pelo seu avô Haroldo. Um jovem magnata que nasceu em berço de ouro nunca entenderá as dificuldades de quem começou do zero. — Continuou Diogo.Olívia ouviu aquelas palavras e, pestanejando, tomou um gole de champanhe. Velhas lembranças enterradas há muito tempo vieram à tona.