Olívia e Breno arrumaram as malas e pegaram o remédio que Maia lhes havia dado, prontos para voltar a Yexnard.— Vivia, você está com pressa para ir? Não quer ficar para o almoço? A comida já está quase pronta. — Glória, vestida com um avental, veio apressada.— Não precisa, tia Glória, estou com pressa para voltar. — Olívia foi ao encontro dela, segurando o rosto de Glória, marcado pelo tempo e pelas labutas na cozinha, entre as mãos. — Tia Glória, seu aniversário está chegando. Descanse nesses dias, deixe os afazeres de lado. Vá fazer um SPA, se cuidar. No fim de semana, você tem que ser a aniversariante mais linda do mundo!— Aniversário, que nada. Para ser sincera, nem quero comemorar. Só de pensar nas pessoas que vou ter que receber no domingo, já me sinto cansada. — Glória suspirou, resignada. — É só para agradar seu pai.— Não é você quem agrada meu pai, é meu pai que quer agradar você. Na verdade, todos nós queremos comemorar seu aniversário. — Os olhos de Olívia brilharam com
Gilbert fez uma pausa e baixou a voz: — Além disso, Diogo é uma pessoa muito mais complexa do que aparenta. Ele é como um iceberg, você só vê a ponta. Ele ficou fora por quinze anos, de repente voltou do País F e se aproximou de você. Vivia, você é a princesa da família Bastos, futura presidente do Grupo Bastos, tudo isso será seu. Você é mais que uma princesa, mais que uma rainha, só que é discreta. Caso contrário, seria o sonho de qualquer homem no país. Não acredito que Diogo esteja sendo completamente sincero com você. Não acredito que ele não tenha segundas intenções. — Gilbert deu um sorriso amargo. — Para ser sincero, esse Diogo, para mim, é pior que o Charles.— Irmão! — Olívia sentiu um aperto no peito e segurou a xícara com força.— Pelo menos, Charles sempre foi genuíno com as mulheres que gostava, sem segundas intenções.— Ah, verdade. Ele foi além com a Rafaela. — Olívia bateu a xícara de café na mesa. — Ele até se alistou no exército e foi para a guerra por causa dela.—
Do outro lado, Charles estava sozinho em sua casa de campo nos arredores, se recuperando de uma doença.Naquele dia, ele tinha tomado a última dose do primeiro ciclo de medicamentos. Sabia que à noite, Olívia mandaria alguém levar mais remédios.Não é que ele acreditasse que ela ainda tivesse algum sentimento por ele. Era apenas porque ela não queria ficar em dívida com ele.Durante o dia, Charles só sentia uma dor no peito, mas o resto estava suportável. No entanto, ao anoitecer, ele começou a ter uma febre alta!— Dante... Dante? — A voz de Charles estava rouca e seca, seu corpo alternava entre frio e calor, mal conseguia manter os olhos abertos.Depois de chamar algumas vezes, lembrou-se de que tinha enviado Dante ao grupo para buscar documentos importantes, e ele ainda estava a caminho.Charles se esforçou para se levantar, percebendo que os lençóis e o cobertor estavam encharcados de suor, a franja grudada na testa, todo ele parecia ter saído de um naufrágio.Ele trocou de pijama,
— Antes, eu estava errado, forcei demais você. Daqui pra frente, não farei mais nada que te deixe desconfortável.Charles tinha uma beleza pálida e quebradiça, quase doentia, que deixou Olívia um pouco atordoada.Ela deu uma leve tossida, colocou o frasco de remédios na mesa e se levantou.— Este é o segundo ciclo de medicamentos, lembre-se de tomar na hora certa. Eu vou indo.— Não precisa, leve de volta. — Ele balançou a cabeça.— Charles, o que você quer dizer com isso? Quer morrer? — Olívia franziu a testa. — Você, um novo magnata dos negócios, valendo bilhões, está disposto a morrer?— Não, eu só acho que você não me deve nada. Mesmo que eu tenha te salvado, estava apenas pagando uma dívida, expiando meus pecados. — Charles balançou a cabeça novamente. — Não importa o que aconteça comigo, você não precisa se culpar. Além disso, estou muito melhor agora, não preciso mais dos remédios. — Melhor? Você está enganando quem? — Olívia estava furiosa por dentro, soltou uma risada fria. —
Olívia sentia cada respiração pesada de Charles em seu pescoço, quente como chamas ardendo em sua pele. Onde ele tocava, uma vermelhidão embaraçosa surgia.— Charles! Você está delirando? O que você está dizendo? Charles!O suor quente encharcava o pijama fino do homem, e também a roupa de Olívia. Charles, com febre alta, estava confuso, sua mente enevoada e seu corpo em agonia, como se estivesse se despedaçando.Ele tinha apenas um pensamento: abraçar a mulher que amava, mesmo que isso o fizesse parecer patético ou desesperado. Ele realmente, realmente não queria soltá-la...— Vivia... Não me deixe... Não me odeie...O rosto úmido do homem estava enterrado em seu ombro, sua voz rouca e entrecortada de soluços, um som que partia o coração. Olívia sentia o calor em seu ombro, sem saber se era suor ou lágrimas.De repente, uma onda de dor e tristeza irrompeu de seu coração trêmulo, se espalhando para cada nervo do seu corpo, apertando seu espírito.“Charles, você nunca foi tão humilde na
Ser amigo significava apoiar nos momentos difíceis. Se não fizesse isso agora, que tipo de melhor amigo ele seria?...Com seus quase um metro e noventa, Charles estava jogado no chão. Levá-lo de volta para o quarto era como a tarefa de Sísifo. Felizmente, a mansão tinha um elevador. Olívia, puxando e arrastando o corpo do homem como se estivesse movendo um cadáver, finalmente conseguiu levá-lo até a cama. No momento em que o deitou, o suor quente de Charles se misturou ao dela, e seu vestido já estava encharcado.— Que peso!Olívia estava exausta e sem fôlego, mas não tinha tempo para descansar. Correu para o banheiro, molhou uma toalha com água fria e voltou para resfriar Charles.Depois de terminar, Olívia caiu sentada na beira da cama, sem forças para se mover.— Você é insuportável, sabia? Com essa febre alta, ainda fica se agitando. É muito incômodo, sabia?Olívia olhava para Charles, que delirava de febre, com uma expressão fria, mas por dentro estava preocupada. Afinal, ele es
Ele segurou o queixo dela entre os dedos e se inclinou para beijar seus lábios....Benjamin e Dante esperavam pacientemente no andar de baixo. Dante andava de um lado para o outro, preocupado, lançando olhares frequentes para cima. Benjamin, por sua vez, estava sentado no sofá com um semblante sombrio, os olhos fixos na tela do celular, assistindo repetidamente as gravações das câmeras de segurança.Ele observava, perturbado, a cena de Samara sendo intimidada por Dalila. A cada repetição, sua raiva aumentava.— Sr. Benjamin, o que o senhor está assistindo com tanta atenção? — Dante se aproximou, curioso.Antes que pudesse chegar muito perto, Benjamin levantou os olhos frios e disse:— Afaste-se. Assuntos de família não são para serem expostos.Dante, assustado pelo olhar severo, recuou imediatamente.Benjamin voltou a assistir às gravações. Viu quando Dalila se aproximou de Samara, que, aterrorizada, se encolheu, abraçando a cabeça com as mãos de forma tão automática que partiu o co
Do lado de fora da mansão, Olívia entrou no carro luxuoso de Benjamin.— Vivia, é raro você querer passar um tempo sozinha comigo. — Benjamin, sempre com aquele olhar sedutor, sorriu para a bela mulher ao seu lado. — Estou até surpreso. Mas temo que Chad, o ciumento de plantão, vá surtar quando souber que estamos aqui conversando. E ele ainda está doente.— Se não fosse por causa da Samara, você acha que eu estaria disposta a compartilhar o mesmo ar que você? — Olívia cruzou elegantemente as pernas e abraçou o próprio corpo, a voz fria e plana. — O famoso conquistador Benjamin, que sempre teve um paladar variado, agora está de olho na nossa inocente Samara?Ao ouvir o nome de Samara, Benjamin sentiu um arrepio percorrer todo o corpo, e sua voz tremeu ligeiramente.— Vivia, sobre a Samara e eu... Você já sabe.— Você e Samara? Não estou entendendo. — Os lábios de Olívia se curvaram em um sorriso sarcástico.— Vivia, não tenho mais nada a esconder. — Benjamin respirou fundo, o coração ba