Do outro lado, Charles estava sozinho em sua casa de campo nos arredores, se recuperando de uma doença.Naquele dia, ele tinha tomado a última dose do primeiro ciclo de medicamentos. Sabia que à noite, Olívia mandaria alguém levar mais remédios.Não é que ele acreditasse que ela ainda tivesse algum sentimento por ele. Era apenas porque ela não queria ficar em dívida com ele.Durante o dia, Charles só sentia uma dor no peito, mas o resto estava suportável. No entanto, ao anoitecer, ele começou a ter uma febre alta!— Dante... Dante? — A voz de Charles estava rouca e seca, seu corpo alternava entre frio e calor, mal conseguia manter os olhos abertos.Depois de chamar algumas vezes, lembrou-se de que tinha enviado Dante ao grupo para buscar documentos importantes, e ele ainda estava a caminho.Charles se esforçou para se levantar, percebendo que os lençóis e o cobertor estavam encharcados de suor, a franja grudada na testa, todo ele parecia ter saído de um naufrágio.Ele trocou de pijama,
— Antes, eu estava errado, forcei demais você. Daqui pra frente, não farei mais nada que te deixe desconfortável.Charles tinha uma beleza pálida e quebradiça, quase doentia, que deixou Olívia um pouco atordoada.Ela deu uma leve tossida, colocou o frasco de remédios na mesa e se levantou.— Este é o segundo ciclo de medicamentos, lembre-se de tomar na hora certa. Eu vou indo.— Não precisa, leve de volta. — Ele balançou a cabeça.— Charles, o que você quer dizer com isso? Quer morrer? — Olívia franziu a testa. — Você, um novo magnata dos negócios, valendo bilhões, está disposto a morrer?— Não, eu só acho que você não me deve nada. Mesmo que eu tenha te salvado, estava apenas pagando uma dívida, expiando meus pecados. — Charles balançou a cabeça novamente. — Não importa o que aconteça comigo, você não precisa se culpar. Além disso, estou muito melhor agora, não preciso mais dos remédios. — Melhor? Você está enganando quem? — Olívia estava furiosa por dentro, soltou uma risada fria. —
Olívia sentia cada respiração pesada de Charles em seu pescoço, quente como chamas ardendo em sua pele. Onde ele tocava, uma vermelhidão embaraçosa surgia.— Charles! Você está delirando? O que você está dizendo? Charles!O suor quente encharcava o pijama fino do homem, e também a roupa de Olívia. Charles, com febre alta, estava confuso, sua mente enevoada e seu corpo em agonia, como se estivesse se despedaçando.Ele tinha apenas um pensamento: abraçar a mulher que amava, mesmo que isso o fizesse parecer patético ou desesperado. Ele realmente, realmente não queria soltá-la...— Vivia... Não me deixe... Não me odeie...O rosto úmido do homem estava enterrado em seu ombro, sua voz rouca e entrecortada de soluços, um som que partia o coração. Olívia sentia o calor em seu ombro, sem saber se era suor ou lágrimas.De repente, uma onda de dor e tristeza irrompeu de seu coração trêmulo, se espalhando para cada nervo do seu corpo, apertando seu espírito.“Charles, você nunca foi tão humilde na
Ser amigo significava apoiar nos momentos difíceis. Se não fizesse isso agora, que tipo de melhor amigo ele seria?...Com seus quase um metro e noventa, Charles estava jogado no chão. Levá-lo de volta para o quarto era como a tarefa de Sísifo. Felizmente, a mansão tinha um elevador. Olívia, puxando e arrastando o corpo do homem como se estivesse movendo um cadáver, finalmente conseguiu levá-lo até a cama. No momento em que o deitou, o suor quente de Charles se misturou ao dela, e seu vestido já estava encharcado.— Que peso!Olívia estava exausta e sem fôlego, mas não tinha tempo para descansar. Correu para o banheiro, molhou uma toalha com água fria e voltou para resfriar Charles.Depois de terminar, Olívia caiu sentada na beira da cama, sem forças para se mover.— Você é insuportável, sabia? Com essa febre alta, ainda fica se agitando. É muito incômodo, sabia?Olívia olhava para Charles, que delirava de febre, com uma expressão fria, mas por dentro estava preocupada. Afinal, ele es
Ele segurou o queixo dela entre os dedos e se inclinou para beijar seus lábios....Benjamin e Dante esperavam pacientemente no andar de baixo. Dante andava de um lado para o outro, preocupado, lançando olhares frequentes para cima. Benjamin, por sua vez, estava sentado no sofá com um semblante sombrio, os olhos fixos na tela do celular, assistindo repetidamente as gravações das câmeras de segurança.Ele observava, perturbado, a cena de Samara sendo intimidada por Dalila. A cada repetição, sua raiva aumentava.— Sr. Benjamin, o que o senhor está assistindo com tanta atenção? — Dante se aproximou, curioso.Antes que pudesse chegar muito perto, Benjamin levantou os olhos frios e disse:— Afaste-se. Assuntos de família não são para serem expostos.Dante, assustado pelo olhar severo, recuou imediatamente.Benjamin voltou a assistir às gravações. Viu quando Dalila se aproximou de Samara, que, aterrorizada, se encolheu, abraçando a cabeça com as mãos de forma tão automática que partiu o co
Do lado de fora da mansão, Olívia entrou no carro luxuoso de Benjamin.— Vivia, é raro você querer passar um tempo sozinha comigo. — Benjamin, sempre com aquele olhar sedutor, sorriu para a bela mulher ao seu lado. — Estou até surpreso. Mas temo que Chad, o ciumento de plantão, vá surtar quando souber que estamos aqui conversando. E ele ainda está doente.— Se não fosse por causa da Samara, você acha que eu estaria disposta a compartilhar o mesmo ar que você? — Olívia cruzou elegantemente as pernas e abraçou o próprio corpo, a voz fria e plana. — O famoso conquistador Benjamin, que sempre teve um paladar variado, agora está de olho na nossa inocente Samara?Ao ouvir o nome de Samara, Benjamin sentiu um arrepio percorrer todo o corpo, e sua voz tremeu ligeiramente.— Vivia, sobre a Samara e eu... Você já sabe.— Você e Samara? Não estou entendendo. — Os lábios de Olívia se curvaram em um sorriso sarcástico.— Vivia, não tenho mais nada a esconder. — Benjamin respirou fundo, o coração ba
— Olívia! Você! — O sangue de Benjamin fervia no peito, e pela primeira vez ele estava realmente irritado com Olívia.Finalmente, ele podia entender por que Charles tinha cuspido sangue. Devia ser por causa dela!— Chega, falar mais não adianta. Eu respeito todo tipo de amor verdadeiro, mas não quero que Samara sofra ao seu lado.Olívia se lembrou de Samara sofrendo na família Marques, e seus olhos se encheram de lágrimas.— Ela já passou por muitas dificuldades. Não quero que a vida dela fique ainda mais difícil. Benjamin, seu mundo é complicado demais para a simples Samara. Talvez seja um fardo que ela não possa carregar. Pense bem no que eu disse.…Após levar Charles ao hospital e garantir que estava bem, Benjamin arrastou seu corpo cansado de volta para casa.Ele agora chamava a vila onde estava com Samara de lar.Embora tivesse mãe e irmã, desde a morte de seu pai, sua mãe havia se tornado melancólica e frequentemente viajava para tratamentos. Sua irmã estava estudando no exterio
— Vamos dormir então? — Benjamin perguntou, meio sem jeito.Logo depois de falar, ele se arrependeu. Parecia que só pensava em dormir com ela! Mas não era isso que ele queria dizer.— Eu... Não estou com sono. — Samara finalmente respondeu, com uma voz fraca. — Quero ficar quieta um pouco.— Então, eu fico aqui com você. — Benjamin deslizou a mão grande, acariciando carinhosamente a nuca quente dela, com um olhar cheio de ternura. — Se você não dormir, eu também não durmo. Se achar que estou te incomodando, fico em silêncio, só aqui ao seu lado. E se você ficar com sede ou com fome? Alguém tem que estar aqui para te ajudar, né?— E se eu não dormir a noite toda?— Eu fico acordado a noite toda com você.— Não precisa... Vá dormir. — Samara não levantou a cabeça, a voz suave o empurrava para fora.Benjamin sentiu um gosto amargo no fundo do peito e respirou fundo.— Tudo bem, se você não quer, eu vou.Ele começou a se mover, mas naquele momento, Samara agarrou seu braço, apertando cada