Ele não faria nada que comprometesse sua dignidade por causa de uma mulher.Observando as costas de Breno e Hebe, que pareciam um casal perfeito, e lembrando dos olhos vermelhos de Breno enquanto a disputava, Joaquim de repente percebeu algo. Com um sorriso malicioso nos lábios, ele murmurou: - Se você pode ser o filho adotivo do Sr. Érico, por que eu não posso ser o genro do Sr. Érico?...Breno levou Hebe de volta ao seu quarto e fechou a porta com força.- Ah... Estou... Tão... Tonta... - Hebe tombou no sofá, respirando com dificuldade.Ela havia recuperado um pouco da sobriedade, mas a agitação fez o álcool voltar a subir à cabeça.Breno estava cheio de raiva, mas ao vê-la desconfortável, sua irritação começou a se dissipar.- Você nunca aguentou bem bebida, por que bebeu tanto? - Breno suspirou e balançou a cabeça, pegando um copo de água da mesa e se inclinando para entregá-lo a ela. - Srta. Hebe, beba um pouco de água.- Não quero... Não quero beber... - Hebe se virou de lado,
Gilda se lembrou do que viu naquela noite: seu filho mais querido agachado, limpando os pés de Olívia na frente de todos. Sentiu um desconforto profundo e, franzindo a testa, disse: - Breno, você trabalhava com o Sr. Gilbert, presidente do Grupo Bastos. Ser secretário dele tinha um futuro promissor. Por que, de repente, você decidiu ser secretário da Srta. Olívia? Que tipo de progresso você pode ter ao lado dela? No fim, é o filho mais velho que vai herdar toda a fortuna do Grupo Bastos.- Mãe, a senhora não tem acompanhado as notícias ultimamente, né? A Srta. Olívia está em alta em Yexnard, é uma figura influente e muito bem vista por todos. As pessoas a elogiam sem parar, e eu acho que ela é tão capaz quanto o Sr. Gilbert. - Gustavo não pôde deixar de intervir.- Isso é só porque o pai dela é o Érico. Ela tem carta branca para fazer o que quiser! - Gilda respondeu, indignada.- Mãe, a Srta. Olívia é muito boa comigo. Eu estou feliz e satisfeito trabalhando ao lado dela. - Breno segu
À tarde, Olívia trocou para um carro discreto e, acompanhada por Breno, dirigiu até Montanhas Caculo. Treze anos atrás, ela quase perdeu a vida ali enquanto procurava por objetos de sua mãe que haviam se perdido na montanha. Em teoria, isso deveria ter deixado um trauma profundo nela. Mas Olívia era obstinada por natureza e não aceitava perder, especialmente para si mesma.Desde o incidente, ela não desenvolveu medo da natureza. Em vez disso, todos os anos, ela reservava um tempo para ir até lá e patrulhar a montanha com Décio, ajudando a resgatar alpinistas em perigo. No início, os outros guardas-florestais subestimavam aquela jovem bonita, apostando que ela não aguentaria nem um dia antes de fugir chorando. Mas, para surpresa de todos, não importava quão duras fossem as condições, Olívia sempre perseverava, sem nunca reclamar. Sua força de vontade era tão impressionante que até muitos homens a admiravam.Breno, pelo retrovisor, observava Olívia em sua roupa de alpinismo, sem maqu
- Jenny, quem é este? - Décio olhou para Breno.- Oh! Ele é... Meu primo. - Olívia mentiu sem pensar duas vezes.Os guardas-florestais, acostumados a viver em meio à natureza e distantes do burburinho mundano, não tinham ideia de que ela era a princesa da família Bastos, que recentemente causara alvoroço em Yexnard.- Srta. Jennifer, sua família tem genes realmente bons! Até seu primo é bonito! - Giovane elogiou sinceramente.Breno corou, feliz com o elogio. Se não podia ser o namorado de Olívia, ser primo já estava bom.- Jenny, o tempo está mudando muito nos últimos dias, pode haver uma tempestade a qualquer momento. - Décio disse preocupado. - Estou muito feliz de vê-la aqui hoje, mas você realmente não precisa subir a montanha.- Isso não é nada. Você esqueceu que eu recebi uma medalha como excelente guarda-florestal? Me chamam de “Deusa da Montanha”! - Olívia respondeu orgulhosamente, batendo no peito.- Haha... Temos dois deuses em nossa equipe, que sorte a nossa! - Décio riu com
- Meu deus! Eu vou com vocês! - Décio não hesitou.- Mestre! Hoje o tempo pode mudar a qualquer momento, e sua saúde já... - Giovane expressou sua preocupação.- Não se preocupe, estou bem forte, posso aguentar!- Décio, deixe isso comigo e com Giovane! - Olívia, preocupada com a saúde de Décio, ofereceu-se rapidamente. - Eu já fui médica de campo, se algum alpinista estiver em perigo, posso prestar os primeiros socorros imediatamente!Ao ouvir que ela já havia sido médica de campo, Giovane ficou surpreso e impressionado.- Bem... Tudo bem. - Disse Décio, temendo ser um fardo, enquanto apertava firmemente a mão de Olívia. - Jenny, conto com você!…Charles dirigia sozinho para o parque florestal.Como ele também havia trocado de carro discretamente, passou pelo carro de Olívia estacionado na entrada da trilha sem ser notado por Breno.O SUV preto parou ao pé da montanha, fora do acampamento.- Décio? Décio?Vestido com um traje de montanhismo verde-escuro, Charles desceu do carro, seus
Boom!Naquele momento, o céu nublado e esbranquiçado trovejou de maneira impressionante.Aquele raio parecia ter atingido diretamente Charles, paralisando-o completamente. Apenas seu coração ardente batia freneticamente, enquanto uma tempestade de emoções complexas tomava conta de seu peito.- Décio, há quanto tempo a Srta. Jennifer vem aqui ajudar você a patrulhar a montanha? - A voz de Charles estava tensa e rouca, como se ele estivesse lutando para controlar uma emoção intensa.- Já faz três anos. Nos últimos três anos, ela tem vindo aqui frequentemente para me ajudar.Aqueles três anos eram exatamente os mesmos três anos de seu casamento.O coração de Charles deu um salto vigoroso.Uma sensação amarga e intensa subiu por sua garganta seca, quase sufocando-o.Jennifer... Olívia...“Então, durante todos esses anos, você me escondeu que estava fazendo as mesmas coisas que eu. Mas eu tinha meus motivos. Qual era o seu motivo para fazer isso?”A cabeça de Charles latejou violentamente,
- Eu vou descer! - Olívia se ofereceu sem hesitar. - Eu sou leve, essa pedra deve aguentar meu peso!Todos estavam preocupados, mas não havia uma solução melhor naquele momento.- Srta. Jennifer! Não! - Giovane, mesmo na iminência do perigo, não conseguia esconder o medo. - Eu prometi ao mestre que garantiria sua segurança! Deixe que eu desça!- Não, Giovane! Você sabe que aquela pedra não suportará o peso de um homem!Os membros da equipe estavam em pânico.- Capitão, eu sou uma guarda florestal treinada e qualificada! Não temos tempo a perder, cada segundo conta!Dizendo isso, Olívia prendeu uma corda na cintura e começou a descer a encosta com outra corda. Seus movimentos eram ágeis e profissionais, avançando com cautela em direção à mulher.Mas a forte chuva transformava a parede rochosa em uma lama escorregadia, dificultando o resgate.- Estou chegando! Não tenha medo! - Finalmente, Olívia, coberta de lama, alcançou a mulher e a segurou firmemente.- Dói... Meu pé... Não consigo m
Chuva torrencial, pedras soltas, lama, fumaça densa...Essas foram as últimas imagens que Olívia viu antes de perder a consciência, quase em desespero. Mas, com seu último suspiro de energia, antes de ser engolida pelo desastre, ela empurrou o alpinista para cima. Mesmo que houvesse apenas um fio de esperança, ela queria que ele sobrevivesse.Se ela não estivesse pronta para enfrentar todos os perigos, então não merecia vestir aquele uniforme, não merecia estar ali. Ela não tinha medo da morte, desde que sua morte tivesse valor, e isso já justificaria sua passagem por este mundo tumultuado.Na verdade, antes ela não era tão corajosa. Nem pensar na morte, quando ficava doente, seu pai e suas três madrastas a levavam para tomar uma injeção, e ela chorava e fazia birra por metade do dia, sendo uma garotinha mimada e manhosa.Foi aos onze anos, naquela montanha, que ela o encontrou.A coragem dele, a resistência, os olhos brilhantes como um farol no meio do mar profundo que a guiavam, aqu