- Srta. Olívia! Quanto tempo! - Murilo, acompanhado de sua esposa, se aproximou educadamente para cumprimentá-la.- Sr. Murilo, quanta formalidade! Pode me chamar de Vivia, como fazia quando eu era criança. - Olívia sorriu com suavidade, sem nenhum traço de arrogância.- Criança é criança. Agora você faz parte da diretoria do grupo e é chefe do meu filho Breno. Não é mais a mesma coisa.Murilo sabia que Olívia tinha se tornado uma figura proeminente e que Érico provavelmente a estava preparando como sua sucessora. Ele precisava ser cauteloso e respeitoso em suas palavras.Joaquim, por outro lado, bufou com desprezo. Ele achava humilhante a postura subserviente do pai. Será que a família Vieira sempre teria que se curvar diante da família Bastos?Olívia percebeu a insistência de Murilo na formalidade e decidiu aceitar.Gilda, que estava ao lado, observava Olívia e Hebe com discrição. Olívia tinha se transformado de uma bonequinha adorável em uma beldade estonteante, cuja presença era c
Joaquim sorriu de forma enigmática e disse:- Se um cliente me procura e confia em mim, é claro que farei o possível para ganhar o caso.- Isso é interessante. - Vasco cruzou as pernas e olhou para Joaquim como se estivesse interrogando um réu. - Quem pode contratar o Dr. Joaquim para um caso deve ser alguém muito rico ou influente. Parece que o seu escritório de advocacia tem um padrão bem alto.- Não é bem assim. Embora eu seja o responsável pelo escritório de advocacia, não sou o único. Existem dois sócios que precisam receber seus dividendos, sem contar as dezenas de advogados que trabalham para nós. Estou apenas tentando sobreviver nesse meio. - Joaquim suspirou, aparentemente aflito.Pietro, Vasco e Olívia quase se engasgaram ao ouvir essas palavras hipócritas. Como podiam existir tamanhas diferenças entre Joaquim e Breno, sendo ambos filhos do juiz Murilo?- Irmão, você é o advogado mais renomado de Yexnard e tem fama em todo o país. - Breno, que permanecia em silêncio, finalmen
Joaquim sempre desprezou seu irmão "inútil". Achava que ele só servia para fazer favores para mulheres, como um criado, sem ambição alguma e sem valor.Mas, para sua surpresa, Érico, uma figura influente e magnata de Matear, havia declarado publicamente que considerava Breno como um filho de coração. Isso não deixava claro que Érico estava do lado de Breno e o apoiava de forma implícita?Mais irritante ainda, Érico havia elogiado Breno na frente de todos. Isso não era uma forma velada de criticar Joaquim?As expressões de todos variaram; Olívia não conseguiu esconder um sorriso."Érico, você é realmente astuto" Pensou ela.Joaquim provavelmente não imaginava que esta noite seria uma armadilha para ele.- Sr. Érico, você está sendo muito generoso com meu filho! - Murilo e sua esposa ficaram surpresos e lisonjeados. Murilo, apesar de seu espanto, continuava a acenar as mãos. - Meu caçula não pode aceitar uma honra dessas! Isso não seria apropriado! Deixe-o continuar trabalhando no Grupo
Olívia foi ao banheiro para limpar as manchas de vinho tinto que sujavam seu corpo, trocou de vestido e saiu do quarto para dar uma volta, clarear a mente e dissipar a embriaguez.Ao lembrar de Breno ajoelhado diante dela, limpando o vinho de seus pés na frente de tantas pessoas, sentiu um desconforto profundo em seu coração.Ele sempre fora extremamente atencioso com ela.Mas, depois daquele abraço caloroso e intenso, ela não conseguia mais aceitar a gentileza de Breno da mesma forma.Ela e Breno tinham sido amigos desde a juventude e cresceram juntos.Para ela, ele era apenas um irmão mais velho do bairro, um subordinado. Mas, para ele, será que ela era a primeira paixão, a musa inalcançável?Isso era algo que ela não conseguia aceitar.Olívia suspirou, inquieta, e, de repente, levantou os olhos para ver Breno parado a uma curta distância, com uma expressão rígida e pálida.- Srta. Olívia. - Ele a chamou suavemente.- Breno? O que você está fazendo aqui? - Olívia perguntou, surpresa.
Eles se entreolharam, trocando sorrisos que diziam tudo sem precisar de palavras.Enquanto isso, em um canto sombrio...Hebe, que tinha esbarrado em cena tão inesperada, ficou boquiaberta, sentindo como se uma faca cega estivesse girando em seu coração.Ela achava que já tinha aceitado, do fundo do coração, o fato de que Breno amava sua irmã.Mas, naquela noite, cada nova onda de emoções que testemunhava destruía sua alma, e as lágrimas quentes caíam incessantemente.Hebe cobriu os lábios trêmulos com as mãos, tentando não atrapalhar, e recuou lentamente para a escuridão.Quanto mais ela o amava, mais doía vê-lo apaixonado por outra pessoa.A coisa mais cruel do mundo era permitir que o amor da sua vida amasse outra pessoa.- Então, o que aconteceu com você hoje à noite? - Olívia franziu a testa e deu um leve tapa na cabeça de Breno. - Não importa o que aconteça, Joaquim é seu irmão mais velho, seus pais estavam lá. Você não pode simplesmente ficar do meu lado sem pensar nas consequênc
- Hmm... Você não é o Breno... Então me solte.Hebe nunca tinha sido segurada assim por um homem antes, e seu rosto ficou vermelho de vergonha enquanto ela tentava se desvencilhar dos braços de Joaquim. Suas pernas estavam fracas, mas suas mãos pressionavam contra o peito do homem, tentando empurrá-lo.- O que foi? Só meu irmão pode te segurar? Você gosta dele? - O olhar sombrio de Joaquim delineava o rosto delicado de Hebe.Sua testa suada, a pele macia com um rubor convidativo, davam a ela uma aparência ao mesmo tempo inocente e sedutora, difícil de resistir.Érico tinha bons genes, e suas várias esposas eram todas belas à sua maneira, sendo a mais notável a ex-atriz Glória. Hebe herdou perfeitamente a beleza de sua mãe, Glória, com uma pele tão fresca quanto uma flor.Joaquim, sendo um homem normal, não podia deixar de ser atraído por uma mulher tão bonita.- Não…Não é isso... - O rosto de Hebe ficou ainda mais vermelho.- Se é assim, vou te levar de volta para descansar. - A mão d
Ele não faria nada que comprometesse sua dignidade por causa de uma mulher.Observando as costas de Breno e Hebe, que pareciam um casal perfeito, e lembrando dos olhos vermelhos de Breno enquanto a disputava, Joaquim de repente percebeu algo. Com um sorriso malicioso nos lábios, ele murmurou: - Se você pode ser o filho adotivo do Sr. Érico, por que eu não posso ser o genro do Sr. Érico?...Breno levou Hebe de volta ao seu quarto e fechou a porta com força.- Ah... Estou... Tão... Tonta... - Hebe tombou no sofá, respirando com dificuldade.Ela havia recuperado um pouco da sobriedade, mas a agitação fez o álcool voltar a subir à cabeça.Breno estava cheio de raiva, mas ao vê-la desconfortável, sua irritação começou a se dissipar.- Você nunca aguentou bem bebida, por que bebeu tanto? - Breno suspirou e balançou a cabeça, pegando um copo de água da mesa e se inclinando para entregá-lo a ela. - Srta. Hebe, beba um pouco de água.- Não quero... Não quero beber... - Hebe se virou de lado,
Gilda se lembrou do que viu naquela noite: seu filho mais querido agachado, limpando os pés de Olívia na frente de todos. Sentiu um desconforto profundo e, franzindo a testa, disse: - Breno, você trabalhava com o Sr. Gilbert, presidente do Grupo Bastos. Ser secretário dele tinha um futuro promissor. Por que, de repente, você decidiu ser secretário da Srta. Olívia? Que tipo de progresso você pode ter ao lado dela? No fim, é o filho mais velho que vai herdar toda a fortuna do Grupo Bastos.- Mãe, a senhora não tem acompanhado as notícias ultimamente, né? A Srta. Olívia está em alta em Yexnard, é uma figura influente e muito bem vista por todos. As pessoas a elogiam sem parar, e eu acho que ela é tão capaz quanto o Sr. Gilbert. - Gustavo não pôde deixar de intervir.- Isso é só porque o pai dela é o Érico. Ela tem carta branca para fazer o que quiser! - Gilda respondeu, indignada.- Mãe, a Srta. Olívia é muito boa comigo. Eu estou feliz e satisfeito trabalhando ao lado dela. - Breno segu