A Villa Werland estava iluminada como nunca naquela noite, prometendo ser uma madrugada sem descanso. Érico, conhecido por sua paixão quase obsessiva por colecionar antiguidades, havia perdido completamente o controle. Em meio à sua fúria, vários vasos de porcelana, avaliados em milhões, foram atirados ao chão, reduzidos a cacos espalhados pelo piso. Glória, Maia e Aurora permaneciam estáticas diante dele, os rostos pálidos. Glória apertava a mão de Maia com força, numa tentativa de buscar coragem, enquanto Aurora mal conseguia esconder a inquietação que a consumia. — Então, vocês já sabiam... — A voz de Érico tremia, carregada de raiva e incredulidade. Suas veias pulsavam com o ódio que parecia prestes a explodir. — Todas vocês sabiam! E esconderam de mim por três anos... Três anos inteiros?! — Érico, nós só queríamos te poupar. — Maia tentou manter a calma, a voz quase sussurrada. — Sua saúde não estava boa na época. Sabíamos que algo assim poderia piorar tudo. — Hahaha... — Éri
Gilbert tentava conter a dor, mas, ao falar as últimas palavras, sua voz se quebrou, quase inaudível.— O que eu posso fazer... O que eu posso fazer... — Pietro estava completamente perdido, nunca se sentiu tão desorientado em seus trinta anos de vida. Ele dava passos rápidos de um lado para o outro, murmurando para si mesmo.— Tudo bem, então eu vou acabar com o Charles! — Pietro disse, tentando correr para fora, mas Gilbert o segurou com força.— Já basta! Vocês já estão indo longe demais!Uma voz rouca e quebrada atingiu os corações de todos.Todos levantaram os olhos e viram Olívia, rígida, parada na escada curva no meio do caminho. O brilho suave em seu rosto havia sumido, a cor de sua pele já não era mais a mesma, e seus olhos perderam a vivacidade de antes.Quem visse a cena não poderia deixar de sentir a dor apertar o peito.— Já se passaram três anos! Tudo isso ficou para trás há quase três anos! Eu já não me importo mais! Por que vocês ainda precisam ficar trazendo isso à ton
A porta foi trancada por dentro, e ainda por cima, ela teve o celular confiscado, sem poder se comunicar com ninguém. Isso causou um grande alvoroço na família Bastos. Se não fosse pelo desejo dos irmãos de voltarem imediatamente para ficar ao lado da irmã, é bem provável que Charles tivesse sido caçado por eles ao redor do mundo!Após uma discussão acalorada, Érico estava completamente exausto, sendo amparado por Gilbert e Pietro enquanto retornava para o quarto.— Vocês dois, se pretendem sair em defesa desse Charles, é melhor ficarem quietos, porque se eu ouvir mais uma palavra, vão se arrepender! — Érico disse com raiva.Pietro, mordendo os dentes com fúria, retrucou:— Ajudar ele? Eu não sou maluco!Gilbert, com um olhar frio, respondeu sem emoção:— O senhor está imaginando coisas, não era minha intenção.— Hmph, pelo menos vocês ainda têm um pingo de consciência! — Retrucou Érico.Nesse momento, um trovão estrondoso ressoou, iluminando a noite como se fosse dia.Érico olhou pel
Gilbert sentiu um salto no arco da sobrancelha e, com movimentos rápidos e certeiros, desarmou Arthur.Originalmente, Arthur era um coronel e também tinha habilidades notáveis, então tentar tirar a arma dele era pura ilusão. Mas Gilbert cobriu a boca da arma com a mão, e Arthur, temendo que um disparo acidental pudesse ferir Gilbert, foi obrigado a soltar a arma.— Gilbert, se você realmente ama a minha irmã, não deveria ter impedido isso! — Arthur, com os olhos vermelhos de raiva, fixava Charles com um olhar mortal. Se os olhos dele fossem lâminas, Charles já teria sido perfurado e dilacerado.As palavras de Arthur eram duras, especialmente vindo dele, que sempre foi tão calmo e equilibrado. Isso só aumentava o peso daquilo que dizia.No entanto, Gilbert não guardava rancor. Se essa raiva fosse a única maneira de se expressar, então estava tudo bem. Ele nem imaginava o que os outros irmãos poderiam fazer em um momento tão tenso.— Arthur, eu amo a Vivia, mas também amo você, o Pietro
— Pai?Os três irmãos da família Bastos ficaram completamente paralisados com o que viram!Pela primeira vez em trinta anos, eles testemunharam o pai bater em alguém que não fosse um de seus filhos biológicos.O pai deles era o primogênito de um império financeiro, um homem que sempre viveu na mais absoluta luxúria. Se quisesse punir alguém, não precisava levantar um dedo, como um imperador.Mas dessa vez, Érico estava furioso como nunca.Ele deu um soco em Charles, e ainda não satisfeito, socou mais uma vez, com os punhos duros e implacáveis, golpeando o rosto e o corpo do homem...O rosto de Charles estava inchado, seus lábios sangravam, mas ele não sentia dor alguma. Seu olhar estava vazio, como se o sofrimento o tivesse paralisado.— Pai! Sua saúde não está boa! A raiva pode te fazer piorar! Gilbert e Pietro correram para segurar o pai, que estava prestes a cair de tanta raiva. Porém, Érico os empurrou com força e avançou, agarrando com violência o colarinho sujo de sangue de Char
Diogo parou, a lâmina de vidro de seus óculos refletiu uma luz cortante, e ele olhou para Charles com um sorriso enigmático.O silêncio, por si só, era uma resposta.— Foi você quem revelou a situação da Vivia, através da boca da Dalila, para todo mundo? Você fez isso para nos separar, como uma forma de vingança contra mim? Para me vingar, você não se importou em expor as feridas de Vivia e deixá-la sofrer, Diogo, isso é o que você chama de amá-la? — A voz de Charles era rouca, como uma lâmina afiada, o som gélido cortava o ar. Lágrimas se misturavam com a chuva, escorrendo por seu rosto, como se tentassem apagar as marcas de dor que ele carregava. — O seu amor, é realmente feio.— O que você está dizendo? Não entendi nada do que falou. — Diogo sorriu de forma traiçoeira. — Quem fez a Vivia sofrer foi você, não sou eu! O que isso tem a ver comigo? Você ficou tempo demais na chuva, acho que a água foi para a sua cabeça. Charles, não pense que sou o único que não te suporta, nem que sou
Enquanto uns estavam desolados, perdidos em seus próprios pensamentos, outros se encontravam no auge da felicidade, radiantes como se estivessem flutuando nas nuvens.Diogo fingiu chegar à casa de forma apressada, com os olhos transbordando de ansiedade, sentado com postura rígida na sala de estar, aguardando.— Droga, despachamos o Charles e agora aparece outra cobra venenosa! O que a nossa irmã fez para merecer isso? — Pietro estava furioso, seus dentes rangendo.Gilbert olhava com desdém para o rosto de Diogo, sempre pronto para encenar, sua mão segurando a grade da escada, os músculos tensos, visíveis.— Em uma festa tão grande, ele, o jovem mais favorecido da família Moura, não apareceu. E quando algo acontece com a Vivia, ele não hesitou em se meter. Hmph, com a experiência de promotor que eu tenho, não tenho dúvidas de que essa história está ligada a ele. Pode ser que ele e a Dalila estejam conspirando juntos, usando aquela garota problemática como uma arma. — Disse Gilbert, com
— Esta noite, pode muito bem ser que ele e a Dalila estejam conspirando nas sombras, apenas para semear a discórdia entre Vivia e Charles e aproveitar a oportunidade! — Pietro, sendo direto como sempre, não tinha a mesma paciência que Gilbert. Ele queria rasgar a máscara falsa de Diogo na frente de todos.Érico e Glória ficaram surpresos, incrédulos com a acusação.— Sr. Pietro, sei que vocês não gostam de mim, e também sabem o quanto eu amo a Vivia. Mas isso não dá direito a vocês de atacarem meu caráter assim. — Diogo disse calmamente, ajustando os óculos. — Eu e Dalila não temos nada. A única vez que tivemos contato foi naquele evento no hipódromo, quando ela fez problemas para Vivia e eu a defendi. Só isso. Vocês são irmãos dela, e dessa vez eu não vou insistir, mas espero que não haja uma próxima vez.Se não fosse pela presença do pai e de Glória, Pietro teria soltado um palavrão. Era a típica hipocrisia! Um descarado jogando a culpa nos outros!— Pietro, não fale sem saber do que