Desde o dia em que Hebe pediu uma pausa nos encontros, Breno não passou um dia sequer sem procurá-la. Foram ligações incessantes, noites em claro vigiando do lado de fora da Villa Werland, saindo de lá vez após vez, com o semblante abatido e o coração em pedaços...Seu sofrimento por amor não era em nada inferior ao de Charles, quando ele perseguia incansavelmente Olívia.Hebe não ousava sair de casa. Todos os dias, trancava-se no quarto, sem apetite, e aos poucos sua aparência foi murchando. Almofada após almofada ficou encharcada pelas lágrimas silenciosas.Ela sentia falta de Breno. Sempre que a saudade apertava, ia até a janela no fim do corredor, abria levemente a cortina e olhava para fora, esperando vê-lo.E, como sempre, ele estava lá.De pé contra o vento, firme como uma árvore, com os olhos fixos na direção de seu quarto, o olhar ardente e determinado. Só de pensar nisso, Hebe sentia uma dor que irradiava por todo o corpo, uma dor que a acompanhava dia após dia, corroendo-a p
Tiago ficou visivelmente incomodado. Que língua afiada, esse Érico!— Além disso, se for questão de sentimentos mútuos, nenhum dos seus dois filhos é o que Hebe quer. Nesse caso, seria melhor escolher alguém que seja mais adequado para ela.Tiago até tentou argumentar mais um pouco, mas percebeu que Érico não estava disposto a continuar o assunto. Frustrado e sem outra opção, soltou um suspiro de resignação.Gael sempre foi um homem envolvido com mulheres. Quando estava em perfeitas condições físicas, era conhecido por ser um galanteador inveterado, sempre rodeado de beldades. Agora, com sua lesão, ele parecia ainda mais determinado a usar sua lábia para conquistar Hebe.Mas Hebe não era como as outras mulheres que Gael já havia conhecido. Ela permanecia reservada, indiferente às suas tentativas de charme. Por mais que ele se esforçasse para ser engraçado e encantador, parecia que havia um muro invisível entre eles, uma barreira que ele não conseguia atravessar. Sua garganta estava sec
Uma voz feminina, cheia de sarcasmo, ecoou no ar. Breno levantou a cabeça abruptamente.Tábata, com os braços cruzados, descia as escadas da mansão, seguida por seu secretário e alguns seguranças. Ela o olhava de cima, com um sorriso de puro desdém:— Ah, quem diria... O antigo secretário da Olívia. Ou devo dizer, o ex-namorado da minha futura cunhada?Os olhos de Breno escureceram, e sua voz saiu firme:— Do que você está falando?— Ah, você realmente não sabe de nada, coitadinho... — Tábata balançou a cabeça, fingindo pena. Ela entregou o celular para o secretário. — Mostre a ele. Talvez isso o ajude a acordar.O secretário se aproximou de Breno e mostrou uma foto na tela do celular. Era uma imagem capturada no exato momento em que Hebe segurava o braço de Gael, criando uma ilusão de intimidade entre os dois.O mundo de Breno desmoronou. Ele ficou paralisado, como se uma tempestade o tivesse atingido, partindo-o ao meio, tanto em corpo quanto em alma.— Não... Não pode ser... Isso nã
No final de um corredor silencioso e tranquilo, a luz suave da lua se derramava sobre duas figuras encantadoras.— Ai... Dói, está doendo...— Desculpa, Vivia, vou ser mais cuidadoso.Olívia estava encostada na parede, seu corpo delicado e esbelto refletido na penumbra. Sua pele alva e macia parecia brilhar com um leve toque de umidade, enquanto seus longos cílios tremiam como asas de borboleta. Ela mordia de leve o lábio inferior, um gesto que a deixava ainda mais sedutora.Aos seus pés, Charles se ajoelhava com uma expressão séria. Ele já havia tirado o sapato de salto alto cor de vinho que ela usava e agora segurava delicadamente o tornozelo fino da mulher com uma das mãos, enquanto com a outra massageava suavemente seus dedos doloridos.— Você é terrível! Por que dançou tão rápido? Eu torci o pé tentando acompanhar o seu ritmo. Será que não pode ter um pouco de dó de mim? — Olívia resmungou, fazendo beicinho.— Foi culpa minha, Vivia. Quando chegarmos em casa, você pode me bater o
Charles entendeu o que ela queria dizer. Com o coração apertado, ele a envolveu em seus braços.— Eu sei que você está fazendo isso pela sua irmã. Tudo o que você faz é para impedir que ela se case com a família Moura.O fato de ele compreendê-la tão bem a deixou com um nó na garganta. Escondida em seu peito, Olívia murmurou, com a voz abafada:— Só me sinto frustrada por não ser forte o suficiente. A única solução que encontrei foi esta... Você deve achar que sou ridícula, né?Charles sentiu uma pontada de tristeza e acariciou suas costas com ternura.— Não, acho que você é muito inteligente. E, por agora, essa é realmente a melhor solução. Além disso, acredito que Andrew não vai guardar rancor contra o Sr. Érico por causa disso. Verdadeiros homens de negócios só pensam nos lucros. Ele ainda vai escolher o Grupo Bastos. E mesmo que vocês não consigam fechar um acordo com o Grupo J, não se preocupe. Eu estou ao seu lado, e não vou deixar o Grupo Moura em paz.Olívia ficou comovida, seu
Poucas pessoas sabiam da relação entre Hebe e Breno, mas a família Moura era uma delas. E se eles tiveram a ousadia de atacar Breno, é porque estavam dispostos a tudo!— Breno, como você conseguiu entrar? — Charles perguntou, preocupado.— Fui cercado por homens da família Moura, mas consegui abrir caminho e escapar. Peguei o cartão de acesso de um dos seguranças e entrei à força. — O rosto de Breno estava pálido, e o suor escorria de sua testa.— Eles realmente fizeram de tudo para te impedir. — Charles, apesar da raiva evidente, manteve a calma na presença de Olívia. — Você está muito machucado. Não pode continuar assim, ainda mais com ferimentos antigos. Vou pedir ao Dante que te leve para o hospital agora.— Não! Eu não posso ir! Eu preciso ver a Hebe! Tenho que tirá-la daqui! — Breno gritou, quase perdendo a voz.— Breno, seja racional. — Charles franziu o cenho. — Se você continuar agindo assim, vai acabar com qualquer chance que ainda tenha com a Hebe. Se o Sr. Érico se irritar,
Hebe sentiu-se ultrajada pelas investidas de Gael, mas não teve coragem de contar ao pai ou a Gilbert. Com lágrimas nos olhos e o rosto corado de vergonha, ela deixou o salão de festas às pressas, sozinha.No meio da multidão, um garçom esbarrou nela.De repente, ela sentiu uma leve dor no braço, como se tivesse sido picada por uma abelha. A dor foi rápida e logo desapareceu.— Ah, desculpe, senhorita. — O garçom se desculpou imediatamente.— Não... Não foi nada. — Hebe respondeu, sem dar muita importância, e se afastou rapidamente.O garçom a observou se afastar, com um sorriso malicioso nos lábios....A brisa noturna acariciava os cabelos negros de Hebe enquanto ela estava sozinha na varanda, olhando para a lua fria e silenciosa. Discretamente, enxugava as lágrimas.Se Breno estivesse ali, jamais permitiria que ela sofresse algum tipo de humilhação ou abuso. Mas ela já havia tomado sua decisão: abrir mão do amor dele. A partir de agora, Breno não faria mais parte de sua vida...Será
Os passos apressados de Gilbert ecoavam pelos corredores enquanto ele, suando frio, tentava ligar repetidamente para Hebe.O telefone dela chamava, mas ninguém atendia!De repente, Gilbert parou bruscamente, ao ouvir o som de um toque de celular ao longe.Seu coração disparou, e ele seguiu o som até uma varanda. Lá, encontrou o celular de Hebe jogado no chão, ainda exibindo sua última ligação.— Hebe! Onde você está? Hebe! — Gilbert gritou da varanda, mas não obteve resposta.— Irmão! Como a Hebe pode ter sumido assim? — Olívia e Charles chegaram correndo, seguidos por um Breno ferido. — A segurança aqui é rígida, e todos os convidados foram registrados. Não acredito que Hebe tenha simplesmente desaparecido! Ela deve estar em algum lugar do castelo, não tem como ter saído daqui!Breno estava à beira do desespero, com os olhos feridos misturando sangue e lágrimas. Ele estava prestes a colapsar.— A culpa é minha! Fui descuidado! — Gilbert se culpava, socando a grade da varanda com força