Acabei fazendo uma respiração boca a boca, não sabia muito bem o porque disso mas já vi um marujo trazer uma menina de volta a vida fazendo isso.
Tyler parecia não querer acordar o que só aumentou ainda mais a minha preocupação. Fiz de novo e de novo até que ele tornou a vida tossindo água para fora de sua boca.
- até que em fim você acordou pensei que iria morrer. - não contenho minha alegria e o abraço.
- calma, me deixe respirar. - ele me olha confuso abrindo a boca com espanto.
- o céus você está despida de novo. - afirmou fechando os olhos. Ao meu ver eu só queria salvar a vida dele e aquilo me parecia normal não sei por que ele acha isso estranho a ponto de me entregar novamente uma de suas camisas. - pegue se vista por favor. - ele me entrega e eu a visto cobrindo meu corpo que ao meu ver era normal não precisava de tantos panos.- você está bem o que aconteceu? - ele ainda cobre os olhos com as mãos acho que o sol estava bem quente mesmo sendo cedo. Sua respiração ainda era pesada mais aos poucos ia melhorando.
- eu não sei. Só lembro de ter saído em um dos barcos, muita chuva, trovões relâmpagos e um mar muito agitado. Acho que acabei desmaiando. Não Lembro muito bem. - disse se sentando na areia um pouco melhor. Eu só conseguia pensar em uma coisa ou alguem que com certeza teria mares agitados a sua espera.
- mas e você como me encontrou e me trouxe até aqui? - ele me pergunta surpreso e curioso.
- bom, eu sou uma ótima nadadora. - digo rindo e ele encara o mar.
- mas como me achou? - eu iria ter que mentir de novo, odeio isso.
- vi alguem em uma taboa flutuando próximo a praia reconheci que era você e nadei até lá. - ele me olha dos pés a cabeça parecendo lembrar de algo.
- nua? - ele ri.
- é uma das melhores maneiras de nadar. - digo rindo esquecendo que a instantes atrás eu estava tirando ele do fundo do mar. Mas ele não precisa saber.
- é até pode ser, mas eu não acredito que toda vez que nos vemos você está assim.
- o que que tem de errado comigo?
- nada. Você só precisa de roupas. - agora quem não estava acreditando era eu. Ele já estava bem até bem disposto nem parecia que tinha se afogado. Tyler andava com certa dificuldade pelo cansaço e mesmo assim estendeu sua mão para mim.
- para onde vamos? Para sua casa, afinal sua família precisa saber se você está bem não é? - ele me olhou parecendo não gostar muito da ideia.
- para minha casa não. Nós vamos ver umas roupas para você. - disse com um sorriso discreto no rosto. Segurei em sua mão e seguimos para a pequena cidadezinha de Ciano. Acho que o reino de Ciano era bem maior, mas por enquanto a cidade era aquilo que eu conhecia dele.
Caminhamos até uma casinha perto da estalagem. Ao que parecia a casa tinha panos e vestidos que cobriam até os pés, aquilo tudo me parecia ser muito quente de se estar dentro.
Para alguém que quase morreu Tyler parecia bem animado em me ver fazendo careta para cada traje que a dona me mostrava, até que vi em cima de uma baqueta dois vestidos quase transparentes e leves que eram mais escuros nos lugares certos. Um de cor verde e o outro azul.
- então gostou destes? - Tyler me pergunta pegando no leve tecido.
- sim. Me parecem bem confortáveis.
- então são seus. Pode embrulhar. - ele entrega os vestidos a moça. Eu pego o verde fazendo eles estranharem meu ato.
- o que vai fazer? - Tyler me pergunta confuso sem tirar seus olhos de mim. Tiro sua camisa vestindo o vestido, ele e a mulher me olham surpresos.
- o que foi? - digo entregando sua camisa de volta.
- não sei... Eu só... Não esperava por isso. - disse com a voz falha. A mulher me entrega o pacote e saímos. Uma coisa ele ainda não me disse.
- obrigado. Posso te fazer uma pergunta?
- desde que não seja sobre minha família.
- o que você foi fazer no mar de noite? - ele me olha surpreso.
- tenho negócios. Sabe preciso sobreviver. - ele me pareceu um tanto indeciso sobre sua respostas. Eu não sabia que tipo de negócios eram, bem que eu queria perguntar mas ele poderia não me responder ou achar que estou querendo saber demais. Então achei melhor dar um passo de cada vez.
- tudo bem. Então, para onde vamos agora? - ele me olha e encara o chão.
- você quer conhecer mais de Ciano? - ele me olhava de um jeito estranho.
- minha resposta sempre será positiva para o conhecimento. - ele ri.
Caminhamos rumando em uma direção desconhecida por mim. O lugar era cheio de árvores verdes e flores coloridas realmente belíssimo ainda havia um lago que contrastava com a paisagem daquele céu azul.
- gostou?
- sim.
- é aqui que eu venho quando preciso pensar para resolver algo difícil. - disse suspirando caindo com tudo na grama verde, repeti seu ato só que o mais devagar possível.
- e você está precisando disso agora? - perguntei fazendo ele desviar o olhar da linda paisagem para mim.
- eu... Só quis te mostrar o quanto Ciano pode ser bonito. - disse suspirando pesadamente. Volto a encarar a água.
- Sabe Lavínia, Ciano é um dos sete reinos que é o mais banhado por água. Seja ela doce ou salgada. - disse pausadamente. - então, você quer aproveitar isso ao meu lado?
- como assim? - aquilo me pareceu um convite.
- vamos nadar? - disse levantando da grama caminhando em direção ao lago.
Um convite realmente tentador, com tudo lembrei de minha cauda. Se ele a visse espalharia aos quatro cantos que havia sereias em Ciano. Isso destruiria o plano de Iris ou melhor ela me destruiria.Ele parecia nem se importar que a momentos atrás estava quase morto. Nadava de um lado para o outro e em um impulso de meus instintos aproveitei que ele não estava olhando e megulhei no lago fazendo um barulho estrondoso com minha cauda que acabara de surgir.
Tyler olhou preocupado para os lados.— Lavínia, o que foi isso? você está bem? — ele me pergunta assustado com o estrondo de minha calda. Ele não sabia o que tinha causado a movimentação na água.— estou. — respondi com metade do meu corpo fora dágua sem revelar minha cauda.— a que bom. Achei ter visto um rabo enorme de peixe atrás de você. — disse Tyler sem tirar os olhos de trás de mim. Será que ele viu mesmo meu rabo?— como assim, o que você viu? — minha voz saiu mais falha que o normal.— achei ter visto um rabo de peixe bem perto de você. — disse nadando até mim, que estava um pouco mais longe dele, entrei em pânico.O medo dele me descobrir me apavorou, desejei por um breve momento que ele visse pernas ali. Sorte a minha que a água não estava tão límpida quanto a do mar. Ele olhou a minha volta parecendo não notar nada de errado.— te assustei? — ele pergunta confuso pelo que seus olhos e ouvidos presenciaram em uma brev
Como assim que lendas. Será que ele sabia de alguma coisa?— sabem que é proibido ir para aquele lado dos rochedos. Sabem que aqueles lugares são perigosos.— isso são lendas. Crendices. — disse um marujo dando um gole em sua bebida.— podem não ser. Sabem de alguns relatos? eu se e posso contar. Abrir os olhos de vocês para o que pode estar bem a nossa frente. — Tyler soava seguro e misterioso como se soubesse mesmo, ou estava contando apenas mais uma história de pescador.Todos os marujos se mostraram mais do que interessados em ouvir o que Tyler tinha a dizer.— essa é só mais uma das lendas de Ciano. Ou não. Acreditem no que quiser. Conta a lenda que uma sereia a mais bonita de todas, um dia se apaixonou por um humano mero mortal, mas foi rejeitada por ele, e para se vingar cantou o mais melodioso som que ao ouvir o homem entrou em transe e sua embarcação colidiu com alguns rochedos e naufragou. Tal como nosso amigo morto alí. — Tyler ap
Troy ainda estava a espera de uma resposta minha. Mas o silêncio tomou conta de mim. Eu não sabia explicar aquele sentimento assim de uma hora para outra. E mesmo tendo em mente aquela proposta absurda e boba de íris, ainda sim aquele beijo despertou algo em mim. Logo em mim que sempre me mantive longe de tritões por terem fama de serem sentimentalistas demais. Isso não era verdade para todos, alguns podiam ser extremamente frios e eu fugia de todos sem exceção.Troy me olhou parecendo angustiado, se virando para ir.— só não desiste de mim. — digo antes dele ir. E não olhar mais para mim. Ele deve ter entendido que eu estava mais perdida do que uma gota no meio do oceano.Nado para o lugar preferido de íris. No meio do caminho Gim me acompanha, Gim era um tanto lenta mas para uma tartaruga grande e verde, ela conseguia muito bem me acompanhar. Não demora muito e já estamos nós sentando nos rochedos que Iris tanto ama.Para ela aquele
— eu não sei Li, tudo parece tão distante de mim e ao mesmo tempo tão perto. Primeiro a proposta absurda de Íris, depois Tyler finamente me beija mas diz que é comprometido. E você sabe que odeio estragar o amor dos outros.— isso só complica. — diz Celly, atraindo o olhar de reprovação de Li.— Celly, deixa ela desabafar. — Li fez sinal para que eu continuasse.— e agora, Troy me beija despertando todo um sentimento que eu nem sabia que existia. — suspiro pesadamente em uma mistura de ansiedade e não saber o que fazer.— é como eu disse, você só se complica. — disse Celly alisando meu cabelo, ela repetia esse gesto sempre que achava que alguém estava muito encrencado ou em dúvida com sigo mesmo. E a dúvida de não saber o que fazer me ardia inteira.— calma Lavínia, tudo ira se acertar. Sabe como você mesma disse Tyler é comprometido, não tem porque continuar com isso. E Troy bom ele não tem ninguém, e se te beijou é porque não tem ninguém...<
Nadei para fora da caverna e como não avistei ninguém fui para a superfície, olhei ao redor para ver se não tinha ninguém de vigia e aparentemente tudo normal. Sai da água perto dos rochedos onde guardo meus vestidos, visto um e saí para a taverna onde talvez eu encontraria Tyler mais uma vez.Ele estava lá bebendo em uma das mesas. Sua expressão era séria e distante como se refletisse bem o que deveria ou não fazer.Me aproximei por traz tocando seu ombro com minha mão.— Tyler. — ele me encara me olhando fazendo sinal para que eu me sente. E assim faço.— eu te vi. — ele disse sem tirar os olhos de mim. Eu não sabia o por que mais aquelas palavras me deixaram preocupada. — eu te vi beijando aquele rapaz lá na praia ontem. Não só isso o que me deixou mais curioso foi o fato de você e ele não terem saído da água. — eu não acredito que isso ia ser descoberto assim tão fácil. Eu sequer sabia o que responder para ele.— bom, saímos pelo outro lado. — digo
— por que eu sou o seu príncipe e você me deve respeito e devoção. E também porque se não soltar a moça você poderá ir para o calabouço sujo e escuro do castelo. É isso que você quer?Tyler pareceu pensar sobre o assunto começando a me soltar lentamente andando para o outro lado da mesa.— fez uma boa escolha marujo. — disse o príncipe me pegando em seus braços.— isso não vai ficar assim. — disse Tyler se dirigindo para o outro lado do bar onde tinha alguns baldes.— vamos alteza me tire logo daqui. — digo nervosa imaginando o que estaria por vir.— você está bem?— sim só me tire logo daqui. — digo vendo Tyler se aproximar ainda mais de nós e antes de chegar na carruagem ele lança o balde com água que nos molha por inteiro. Já consigo sentir o efeito da pérola diminuindo com a força da água.O que antes eram pernas agora se transformavam novamente em cauda. O príncipe vendo tudo aquilo me pega no colo e me coloca de
Os dois continuavam a duvidar de mim. Até chegarmos na beira do lago de águas transparentes que me lembravam o mar. Queria que existisse algum meio de sair dessa enrascada em que me meti.— vamos Tristan o que você está esperando jogue logo ela no lago. — o rei estava inquieto enquanto o jovem príncipe parecia quase hipnotizado com o nosso reflexo na água. E como ele não teve reação eu mesma pulei não tenho nada a perder mesmo.Ao entrar em contato com aquela água maravilhosa minhas pernas se transformam em uma linda cauda que ponho para fora na beira do lago comprovando ao rei que eu sou mesmo uma sereia.— quem mais viu ela assim? — disse o homem surpreendido com a minha verdadeira identidade revelada.— alguns marujos. — Tristan respondeu sem tirar os olhos de mim. Mergulho tentando encontrar alguma saída mas aparentemente o lago não tinha ligações com o mar. Mas esse lago é grande então talvez eu preciso v
— Não foi bem assim, eu só queria que você aprendesse de uma vez por todas que os humanos podem ser maus.— então o que faz aqui com eles? Por acaso Íris sabe que vossa alteza é um príncipe e pior vive na superfície como um qualquer? — a última parte saiu com o maior ódio e raiva possível fazendo ele esbravejar e sair de perto de mim. Finalmente pude respirar novamente. Ele não parecia nada feliz andando de um lado para o outro.— eu não sou um qualquer. E não, ela não sabe. Está vendo por que temos que te matar você causa problemas demais. — disse caminhando até mim.— ninguém vai matar ela. — uma voz conhecida adentrava a sala em que estávamos. Troy parecia surpreso em me ver e mais surpreso ainda em ver seu irmão tão perto assim de mim. Imaginei que ele fosse aparecer a qualquer momento já que é irmão de Tristam e consequentemente um príncipe como ele.Todos me enganando inclusive ele.Os dois se observavam em silêncio, olhares indecifráveis e