O aparelho apitava sem parar enquanto a equipe médica trabalhava para trazer ela de volta.
— Vamos precisar usar o desfibrilador — Falou um dos médicos enquanto fazia compressões no tórax de Elsa.Prepararam o desfibrilador para o procedimento e o usaram para enviar fortes choques de energia elétrica para o coração de Elsa, com o intuito de conseguir fazer o coração voltar a bombear sangue para o cérebro e todo o corpo. Repetiram o procedimento por quatro vezes, mas não obtiveram sucesso. Já quase sem esperança a equipe tentou mais uma vez, quando o coração recebeu o choque, o aparelho constatou um ritmo. O coração estava com um ritmo lento o que é preocupante, mas a equipe se encarregou de cuidar e fazer todos os procedimentos para o coração voltar ao ritmo normal.Alguns minutos depois uma mulher morena, de olhos pretos, com 1,60 de altura, chegou ao hospital. Paula é a melhor amiga dela, é como uma irmã mais velha para Elsa, ela tem 32 anos de idade, tem uma energia contagiante, sempre conseguiu fazer a amiga sorrir, tornando seus dias mais felizes.Mas agora a única coisa que Paula pensava era em sua amiga que sofreu acidente, tantos pensamentos passam em sua cabeça…“Elsa não pode me deixar, não pode deixar a pequena Esmeralda, ela não tem esse direito.”— Preciso saber informações da minha amiga — Falou Paula, um pouco eufórica, estava estampada a preocupação em seu rosto — Ela foi vítima de um acidente.— Calma senhora — Falou a recepcionista.— Calma? — Indagou — Como ficar calma com minha amiga correndo risco de vida? — perguntou — Como ficar calma quando alguém importante para você, está no pronto-socorro? — Completou já com lágrimas nos olhos.— A senhora precisa se acalmar, eu sei que ela é importante para você — Falou a recepcionista — Os médicos estão cuidando dela, mas a senhora precisa ficar calma para poder passar a sensação de segurança para a sua amiga quando for vê-la — Explicou.— Estou tentando — Falou, quando algumas lágrimas caíram dos seus olhos — Estou tentando me manter calma, mas isso tudo é mais forte que eu, não posso perder-lá.A recepcionista percebeu que ela estava muito nervosa, sentiu compaixão da mulher que estava em sua frente chorando preocupada com sua amiga, que nesse exato momento, estava lutando pela vida.— Moça, senta um pouco — Falou a recepcionista enquanto pegava um copo de água — Bebe um pouco de água.Ela sentou na poltrona e bebeu da água que a recepcionista lhe entregou. Depois de alguns minutos, Paula já estava mais calma.— Familiares de Elsa Angelle? — Pergunta um dos médicos da equipe que prestou socorro a Elsa.— Aqui — Respondeu Paula.— Me acompanhe até a minha sala, por favor — Falou o médico.Ela o acompanhou…— Bom, como você sabe Elsa sofreu um acidente, o estado dela é grave — Fala o médico enquanto Paula ouvia atentamente — Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas conseguimos reanimá-la.— Doutor, mas ela vai ficar bem e sem sequelas, não é? — Perguntou.— Infelizmente, talvez ela não resista — falou — O estado dela é delicado, mas estamos fazendo o melhor.— Ela vai sair dessa, ela tem uma pequena para criar — falou — Doutor, posso vê-la? — perguntou. — A paciente estar na UTI — Falou — Quando o paciente estiver na UTI só é permitido visita de 05 minutos no máximo e com trajes especiais, é necessário fazer higienização para evitar infecção, etc. — Tudo bem — Respondeu. — Me acompanhe — Falou o médicoPaula o acompanhou até a UTI, fazendo a higienização antes de entrar no quarto.— Vou deixar vocês a sós, qualquer coisa é só chamar — Falou.O doutor levou-a até a maca que Elsa estava e saiu, Paula se aproximou da amiga e passou a mão em seus cabelos.– Oi, amiga, que susto você me deu em menina — Fala com um sorriso no rosto, porém com expressão de preocupação — Ei Elsa, lembra que eu e a pequena Esmeralda precisamos de você.Paula tinha certeza de que sua amiga não estava escutando-a naquele momento, mas a sensação de estar ali pertinho e poder falar com ela, era algo incrível para, a única coisa que queria era voltar para casa com sua amiga bem…Enquanto estava ali sentada ao lado da maca, ela se pegou pensando nos bons momentos que já tiveram juntas e na emoção que foi quando elas descobriram que o bebê de Elsa era uma linda menina, nesse momento, uma lágrima escapou e ela rapidamente passou a mão para enxugá-la.Paula estava tão perdida em seus pensamentos, que nem percebeu que Elsa acordou, somente quando olhou para o rosto da amiga, viu que seus olhos estavam abertos, no entanto, Elsa parecia estar sentindo algum incômodo, por isso, Paula achou melhor chamar um médico.Os poucos minutos que ela tinha para vê a amiga, haviam acabado. Ela comunicou ao médico o que aconteceu, o doutor foi na sala da UTI em que a paciente estava, retirou a intubação, pois estava lhe causando um incômodo grande.— Paula, vou te dar mais cinco minutos para vê-la, depois disso ela irá descansar — Falou o Doutor. — Certo, obrigada! — Amiga — Falou Elsa, sua voz estava um pouco baixa e fraca…Paula olhou para ela e sorriu em resposta.— Oi, meu bem — Falou com a voz carregada de emoção.— Preciso falar com você — Falou.— Tudo bem — Respondeu. Elsa simplesmente sorriu em resposta — Amiga, preciso que seja forte por mim, acredito que chegou a minha hora — Falou com lágrimas nos olhos — Promete que vai cuidar da minha pequena? Só posso confiar em você.— Deixa de ser boba, Elsa — Respondeu — Você vai ficar bem, saudável, vai cuidar e criar a sua filha.— Só me promete que vai cuidar dela, por favor — Falou — Eu só tenho você e só confio em você, promete criar e amar a minha filha como se fosse uma filha sua? Só não deixa ela esquecer de mim e o quanto eu a amo.— Eu prometo, amiga — Falou — agora descansa para ficar bem, meu amor.— Obrigada, amiga — Falou.Paula ficou com a amiga, fazendo companhia para ela, mas logo seus cinco minutos acabaram. Então se despediu com um beijo da amiga e saiu.Horas mais tarde ela recebeu uma ligação, era do hospital.— Alô, falo com a senhora Paula? — Perguntou.— Sim — Respondeu.— Aqui é do hospital, a senhora pode vir até aqui? — Perguntou.— Claro, estou indo agora — Respondeu.Alguns minutos depois, Paula estava na recepção quando avistou o Doutor.— Doutor? — Falou.— Preciso falar com você — Respondeu — Me acompanhe até a minha sala.— Ok — Respondeu um pouco tensa.— Sente-se, por favor — Pediu o médico e ela o fez — Bom, Elsa teve uma parada cardíaca e tentamos reanimá-lá, mas infelizmente não resistiu e veio a óbito.— Como? — Perguntou Paula com a voz embargada em estado de choque, nesse momento ela já havia levantado da cadeira em que estava sentada.Continua…— Sinto muito, mas infelizmente o coração dela não suportou — Respondeu o médico com pesar.— Não, não pode ser — Falou Paula com lágrimas nos olhos, ainda sem acreditar.Paula perdeu o chão ao ouvir do doutor que sua amiga morreu, ela não acreditava que Elsa se foi…Paula não aceitava saber que Elsa estava sorrindo horas mais cedo e agora ela recebeu a notícia que o coração da sua amiga não resistiu.— Senhora, sinto pela sua perda — Falou o médico — Eu e minha equipe fizemos o melhor, meus pêsames.— Obrigada, doutor — Respondeu ela tentando conter as lágrimas — Sei que a equipe médica fez o melhor.— A senhora pode ficar aqui o tempo que precisar, mas agora preciso ir ver outro paciente — Falou.O médico saiu da sala e Paula ficou sem saber o que fazer, a única coisa que ela conseguiu naquele momento era chorar.Paula lembrou do pedido de Elsa: “Promete para mim que vai cuidar da minha pequena? Só posso confiar em você.”— Como vou dizer a Esmeralda que a mãe dela morreu? — Se perg
— Não, não podemos visitá-la — Falou — iremos sentir saudades eternas dela.— Vou sentir um montão de saudades — Falou Esmeralda.— Eu sei, meu amor — Falou — Mas a tia vai estar aqui com você e a mamãe estará cuidando de nós lá do céu.— Dinda, olha o presente que ela me deu — Falou com um sorriso.— Que colar lindo — Respondeu — Fica perfeito em você — Completou.— Vou usar sempre, é uma lembrança da mamãe — Falou enquanto olhava para o colar de esmeraldas em sua mão.— Lembra que falei que te levaria no cinema? — Perguntou.— Sim — Respondeu com empolgação.— Quer ir hoje? — Perguntou Paula.— Heee! Quero sim! — Respondeu.— Então iremos mais tarde — Sorriu ao ver que a pequena se animou um pouco.Paula está sentindo falta da amiga, mas ela sabe que não é comparado a saudade que Esmeralda está sentindo de sua mãe, principalmente pelo carinho e afeto. Paula como tutora legal da menina irá fazer o melhor possível para cuidar e amá-la, e o mais importante, lembrar todos os dias o quan
Três anos depois, Esmeralda agora é uma jovem mulher, que estava em em um relacionamento com o seu amigo Thiago. Thiago é um jovem rapaz, tem 21 anos, loiro de olhos castanhos, 1,80 de altura e corpo atlético. No início do relacionamento Thiago demonstra ser o cara perfeito, era carinhoso, gentil, ela se sentia nas nuvens, Paula acreditava que Esmeralda tinha Thiago como o cara perfeito por ser seu primeiro relacionamento e por ser uma menina que ainda está conhecendo o que realmente é a vida. Esmeralda não queria acreditar que o rapaz que prometeu fazê-la feliz, agora tornava seus dias tristes, Thiago se tornou o cara ciumento e possessivo.Thiago começou a sentir ciúmes possessivos de Esmeralda alguns meses depois da primeira vez do casal. Depois que ele tirou a virgindade dela tudo mudou, já não era mais carinhoso e gentil, isso estava deixando ela assustada. Esmeralda não aceitava essa mudança de comportamento de Thiago, ela acredita que não tem como uma pessoa mudar assim tão
Esmeralda decidiu estudar música clássica na academia real em Paris. Ela está super empolgada com essa oportunidade única. Para Esmeralda ir morar alguns anos na terra natal de sua mãe pode ajudar a descobrir mais a respeito do seu pai, que também é francês.Thiago agora é uma página virada, agora a sua prioridade é a sua paixão por música e desvendar o mistério da vida de seus pais.Poucos dias após receber a carta de aceitação da academia, Esmeralda viajou para a França. Paula ficou contente ao ver a filha de sua amiga querida seguindo na busca da realização de um sonho.— Esmeralda, tenho uma coisa para você — Falou Paula — Que sua mãe deixou para você — Completou.— Minha mãe que deixou?— Sim, Ela tinha uma importância em uma conta bancária — Respondeu — E como você está indo para a França, entendi que agora é o momento de lhe entregar.— Mas a senhora não precisou para pagar os meus gastos? — Perguntou.— Não — Respondeu — Tenho certeza que essa importância vai te ajudar a se ma
Esmeralda ligou para Paula e contou-lhe o ocorrido com Thiago, ambas perceberam que essa atitude não é normal, no entanto, o melhor a fazer é esquecê-lo e seguir adiante.— Vou trocar de número — Falou — Assim ele não vai ligar mais para mim, ficarei em paz — Completou Esmeralda.— É o melhor — Disse Paula — Quando estiver com novo número entra em contato comigo, vou aguardar.— Claro — Respondeu — Será a primeira pessoa que entrarei em contato, agora vou terminar de organizar algumas coisas aqui.— Ok, meu bem — Falou Paula — Até breve.— Tchau, tia — Respondeu Esmeralda.Assim que encerrou a chamada ela tirou o chip do celular e o jogou no fora.Esmeralda pediu uma pizza via a livraison (delivery), apesar de não ser uma alimentação saudável era que tinha para o momento, depois de se alimentar ela tomou um banho e foi descansar.No dia seguinte, Esmeralda acordou cedo para resolver algumas coisas e ir à academia real de música, fez sua higiene matinal e passou no caffè sterne (resta
— Angélica, é você?! — Questionou Igor Fernandes, ainda admirado com a semelhança.Como Igor pode pensar que a mulher que agora está à sua frente, pode ser sua falecida esposa?A mulher não o respondeu, apenas virou as costas e saiu correndo.— Droga! — Falou — Assustei moça, vou atrás dela.Entrou em seu carro e saiu às pressas para encontrá-la e tentar conversar.Igor a encontrou, mas a rua estava movimentada e no meio das pessoas que passavam, ela desapareceu, ele ficou sem entender como a mulher desapareceu tão rápido.Desceu do carro para vê se ainda a encontrava, porém, ele a perdeu de vista, resolveu voltar para o hospital, afinal seu horário já estava chegando.Igor foi para o seu trabalho, mas uma coisa a mulher com a qual é muito semelhante à Angélica não saiu de sua cabeça.— Como podem ser tão parecidas? — Se questionou — Afinal, Angélica não tinha irmã.As horas foram passando, seu plantão estava acabando, Igor Fernandes foi à lanchonete, encontrou seu amigo Benício. Be
No dia seguinte, Esmeralda começou a trabalhar no restaurante-café, na equipe tem pessoas maravilhosas, principalmente Amanda, que apesar de ser a gerente é parceira dos colegas, um tratamento que os deixam confortáveis.O dono do restaurante acredita que para ter uma equipe de funcionários que atendem os clientes com respeito e carisma, o chefe tem que ser o principal exemplo, assim como o gerente. O dono do estacionamento é Guilherme, seu negócio se expande a cada ano que passa, ele está pensando em abrir filiais.Guilherme Leroy, 30 anos, cabelos cacheados, olhos azuis-claros, 1,89 de altura, irmão de Benício Leroy.Com o passar com dias, Esmeralda e Amanda passaram a ser amigas, às duas moram no mesmo condomínio e no mesmo andar, então aproveitam que estão bem próximas uma da outra para ir ao trabalho juntos, normalmente vão caminhando, o restaurante é próximo do condomínio.Thiago sabia que depois das palavras que ele disse a Esmeralda, ela mudaria de número, mas isso não impedirá
Brenda conseguiu a vaga de acompanhante do Sr. e Sra Angelle, no entanto, não demonstraram tanta confiança, mas ela acredita que é questão de tempo.— Essa garota não me passa confiança — Diz Estella.— Por que diz? — indagou Roberto— Ela olha como se estivesse nos analisando — Respondeu — Afinal o que ela está procurando?— Não sei — Respondeu — Vamos esperar, o tempo mostrará.— O tempo mostrará se Brenda realmente procura algo ou se é coisa da minha cabeça.— Sim — Respondeu — Estava pensando, o que será que aconteceu com a nossa filha Elsa.— Penso nisso todo dia — Falou Estella — Sinto falta dela, tem mais de 25 anos que levamos a nossa menina para a Espanha.— Exageramos com ela — Respondeu Roberto — Porém a nossa intenção era separá-los, um interesseiro, afinal o que um rapaz pobre pode querer com uma moça de família rica, além do seu dinheiro?!— Eu sei, estávamos de acordo — Falou — porém, já estamos com idade avançada, e não temos herdeiros porque não sabemos o paradeiro del