— Eu odeio você! — E com essas palavras eles enfia um punhal no meu coração. — Te odeio com todas as minhas forças! E quero muito, do fundo do meu coração que você morra da pior forma possível.Mais punhais são enfiados dentro do meu peito, fazendo-me sufocar e as lágrimas escorrem silenciosas pelo meu rosto.Entretanto, decido encerrar a ligação imediatamente, o deixando falar sozinho e agonizando, inclino a minha cabeça sobre o volante.O que há de errado comigo? Por que me tratam assim? Tudo o que fiz por amor. Foi por ele. Por amá-lo. Será que ele não entende isso?— Não, ele não entende, Jéssica. Ele não sabe o quanto você é especial. O quanto você é linda. Mas ele vai te amar quando ela não estiver mais lá.Sorrio para essas palavras.— Você precisa tirá-la do seu caminho. Mate-a! Mate-a! Mate-a logo!Ergo a cabeça determinada, enquanto seco as lágrimas. Ele não merece que eu as derrame. Mas quando ele estiver prostrado de joelhos diante de mim, declarando o seu amor e me pedind
Téo— Mais que merda é essa? Você não é a Alice! — Jéssica diz em um tom irritado. Eu paro bem atrás dela segurando a minha arma em punho. Ela se assusta ao ver o Lucca sair por uma porta lateral.— Não, eu não. Meu nome é Marisa Montreal e eu sou a delegada. — A mulher baixinha tira a peruca loira e saca a sua arma, apontando-a para a garota. Jéssica parece transtornada. Ela olha para nós três virando o corpo em todas as direções sem soltar a sua arma. — Largue a arma, Jéssica! — A doutora diz em um tom sério. — Acabou.Ela meneia a cabeça, fazendo vários não consecutivos e seus olhos se inundam de lágrimas. De repente ela começa a gritar e a bater freneticamente com a arma em sua própria cabeça.— CALA A BOCAAAA! CALA A BOCAAAA! — Jéssica repete impaciente. — E NÃO QUERO OUVIR A SUA VOZ! HAAAAAAA!Confuso, nos entre olhamos. Isso é algum tipo de brincadeira para nos distrair? Para nos aproximarmos? Ou a garota é uma louca desvairada mesmo? Faço um sinal para a delegada e ela consent
LuccaMomentos antes da prisão…— Como assim não saia de casa? Lucca eu preciso resolver as coisas do casamento. — Ela resmunga, enquanto remexo sua roupa no closet. — O que você está fazendo? — Pergunta olhando as roupas que estou separando e deixando sobre a cama.Volto para o closet.— Lucca Fassini não ignore a minha pergunta! — Esbraveja levando as mãos na cintura e de birra, ela bate o pé no piso branco do quarto.Eu a olho, mas é linda toda irritada! Se tivesse tempo, tiraria essa birra em dois minutos, com algumas palmadas na bunda. Bufo em resposta. Uma coisa importante sobre Alice Ávila. Nunca tente esconder nada dessa espevitada irritante. Ela vai infernizar a sua cabeça, até finalmente conseguir o que quer. Vencido, paro o que estou fazendo e seguro a sua mão a levando até a cama. A faço sentar-se na beirada do colchão e me acomodo do seu lado.— Estou indo pegar a Jéssica — falo de uma vez. Alice leva a mão aos lábios e os olhos assustados me encaram imediatamente.— Me d
Lucca— Lucca, por favor! — Ela implora, se debate e chora. Em algum momento ela consegue se soltar do agarre de Marisa e corre para mim, se encosta no meu corpo e no mesmo instante sinto uma raiva, uma repulsa. Portanto, seguro firmemente em seus ombros e os olhos pidões me encaram molhados.— O que você quer de mim? — inquiro friamente. — Carinho? Proteção? Você tem noção de que tornou a minha vida um inferno?— Lucca, por favor!— Sabe o que eu tenho vontade de fazer com você agora, hã? Queria poder jogá-la nesse chão duro e sujo e pisar na sua garganta com tanta força até que a sua existência fosse dizimada da face da terra. Eu queria poder olhar nos seus olhos até o momento que as forças se acabassem e poder ver a vida ser arrancada de você assim como você fez com todas aquelas pessoas. — As palavras cheias de raiva e de dor saem entre dentes.Pela primeira vez Jéssica parece assustada com a minha atitude e ela se afasta ofegante.— Lucca, eu amo...— Ama nada! — rosno. — Você é
Edgar FassIniA tela do celular pisca insistente mostrando o nome do sargento Borges. Ele é um dos encarregados da prisão onde Renan Backer está detido. Eu olho rapidamente para o meu filho e o segurança da sua noiva e faço um gesto dizendo que preciso atender. Ambos assentem e eu saio do escritório indo direto para a sala. O celular para de chamar imediatamente e eu retorno a ligação.— Fassini?— Borges.— Estou ligando porque me pediu pra ficar de olho no Backer. — Ele diz.— Alguma novidade? — Pergunto com o meu habitual tom seco.Desde que Renan foi preso a quase um mês, eu tive o cuidado de pagar alguns olheiros para mim lá dentro. Sei cada passo do infeliz dentro daquele presídio. É claro que tive que molhar algumas mãos para ter acesso a cada informação.— Um dos presidiários me informou sobre um plano de fuga. Ele mencionou um dinheiro escondido e o nome de Alice Ávila.Eu puxo a respiração lentamente e solto o ar bem devagarinho.— Dá para fazer? — Inquiro baixo e evasivo, p
Edgar FassiniNão me segurei. Tive que perguntar. O pior é a maneira como fiz isso. Ansioso demais, rude demais e a interrompendo com brusquidão. Minha filha me lança um olhar sério.— Lá em casa, papai.Uffa! Respiro aliviado.Pelo menos vou poder ficar de olho no tal André. Esse é o lado ruim dos filhos... Eles crescem rápido demais.Os nossos pedidos chegam e para a para minha satisfação o assunto muda para o casamento do Lucca e da Alice. Rose e Sindy vão fazer as provas dos vestidos hoje. E eu terei que ver o meu smoking. Falta pouco menos de dez dias para o casamento e quase tudo está pronto para esse momento.***Minutos depois, estamos dentro do carro e indo para uma das lojas de noivas mais conceituadas do estado do Rio de Janeiro La Salle. Paro o carro na frente da loja de paredes de vitrines exuberantes, que dispõ
Edgar fassini— Cem mil, Borges. Não é tão difícil. Simule uma rebelião, invada a cela dele e faça um serviço perfeito. Não tem mais nada a perder.Ele bufa em resposta.— Tudo bem.— Quando?— Me dê três dias.— Três dias. Nem um dia a mais que isso. Apague as imagens da minha vinda até aqui. Eu não quero pontas soltas. — Ordeno.Ele assente e eu saio.***Assim que alcanço o meu carro no pátio observo os homens em uma quadra de chão de areia, cercada por um tipo de grade maleável. Eles estão jogando futebol e há outros enturmado conversando ou fumando. Um homem em especial me chama a atenção. Ele está sentado em uma arquibancada de concreto. Está sozinho. O olhar perdido como se pensasse profundamente em algo.Não
LuccaA música animada me chama a atenção.O lugar amplo está bem iluminado e há um palco logo a frente das cadeiras.As mulheres animadas batem palmas e gritam ensandecida quando um cara alto entra e começa a dançar.Eu cruzo os braços e o observo fazer movimentos ondulares e contorcidos com o abdômen malhado. Elas gritam ainda mais.Em algum momento ele se livra das roupas... Ficando completamente nu.Que caralho é isso?Porque estou aqui parado olhando um negão completamente nu, dançando pra esse bando de mulheres loucas?Pior ainda.... Dançando pra minha mulher porra?Quando penso em sair do meu lugar e me mandar dali, vejo Alice ser puxada para o palco e dançar com o cara de uma maneira.... Pra lá de provocante.Mais que filha da puta!!!Eu mato!!!Eu esgano a infeliz!!!Quando me aproximo do palco, o tarado passa a mão pelo corpo da minha mulher, com um olhar lascivo caindo sobre mim.Eu fecho as mãos em punho.Vou arrebentar com a cara do desgraçado!!!A respiração fica pres