"Porque ele me ama, eu o resgatarei; eu o protegerei, pois conhece o meu nome. (Salmos 91:14)
Saltei e andei lentamente até uma praça próxima onde me aboletei em um banco. Por ser domingo em horário do almoço, não havia muito movimento, mas mesmo assim um bom punhado de pessoas se reunia na lanchonete em frente à praça em que eu me encontrava. Era um local onde se ajuntavam alguns cinemas; dois ou três bares distribuíam suas cadeiras pela calçada.
Um menino com presumíveis doze anos sentou-se no mesmo banco em que eu estava. Trajava calça-jeans, camisa com dísticos em inglês e um tênis “de marca” como dizem os jovens. Nas costas uma mochila como qualquer estudante moder
Venham! Bendigam ao Senhor todos vocês, servos do Senhor, vocês, que servem de noite na casa do Senhor. (Salmos 134:1)Chegando à sua terra, foram inquiridos por funcionários do governo avisados de sua chegada por aqueles que os denegriam na Pérsia. Diziam eles que um santo do oriente estava vindo e, o que é pior, querendo adentrar ao país cheio de ideias revolucionárias que poderiam ser danosas para o sistema romano. Por isso, nas fronteiras foram reforçados os postos de guarda para prevenirem da chegada do inoportuno estrangeiro.— Quem sois vós e qual vosso país de origem? ——perguntou arrogantemente o funcionário encarregado da alfândega disposto a proibir que os dois viajantes retornassem à
“Mas aquele que beber da água que eu lhe der, nunca terá sede porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna”(Jo 4:14). No domingo seguinte, Ângelo estava acompanhado de um ancião de idade completamente indefinida, porém avançada no tempo. Apesar de velhinho era ereto e tinha cabelos brancos crescidos do meio da calva para baixo. A barba alva como algodão, também era crescida chegando até a altura do peito. Tinha um ar venerável como um profeta bíblico e sua túnica de extrema brancura chegava até os tornozelos. Seu avental era orlado de franjas prateadas e um símbolo também prateado estava bordado em seu peito.— Este é Lúcio — apresentou Ângelo. — El
“Bem aventurado é aquele cuja transgressão é perdoada e cujo pecado é coberto”. (sal 32:1) Foi uma semana trabalhosa! Apareceram alguns serviços avulsos de consultoria que me renderam algum dinheiro, mas, em compensação quase me deixaram sem tempo para escrever e colocar em dia o assunto do último domingo. Mas agradeci a Deus pela oportunidade de ganhar o pão para mim e para minha família.Com uma parte do adiantamento recebido fui ao supermercado e fiz compras, abastecendo a despensa que já estava ficando em nível crítico. Paguei também contas atrasadas, sentindo-me um novo homem com a autoestima subindo de cotação em relação aos últimos meses.No domingo, no horário de costume, cheguei à casa de Ângelo. Ele estava só. Perguntei:— Nosso a
“Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe com coração contente o teu vinho, pois já Deus se agrada das tuas obras.”. (Ecl. 9-7) A semana possuía um feriado na sexta. Aproveitei para tirar o carro da garagem, coisa que, ultimamente não fazia com frequência para economizar combustível, e peguei a família para relaxar num passeio, pois todos estavam estressados com aquela vida cheia de rotinas e privações.Fomos a uma praia que eu conhecia bem, um pouco afastada, em um local onde só se podia chegar de carro, mas que tinha a vantagem de não ser muito frequentada, a não ser por alguns banhistas amantes do surf. Quando chegamos, minha mulher e meus filhos correram para a barraca, a única da praia, feita de troncos de coqueiro e coberta de palhas. Com o trabalho que
"Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. (Rubem Alves)Naquela semana, separei um dia para ir para meu retiro ao pé da serra: lá, entre a beleza da natureza em um dos poucos recantos ainda preservados que conheço, subi pelo leito do rio até um ponto onde uma pequena cachoeira descia entre as pedras. Local lindo e inspirador, e ali me deixei ficar aproveitando as maravilhas do fabuloso rio do Pico.Mergulhando na água gelada deixei que ela passasse pelo meu corpo descendo desde minha cabeça até os pés, com a força da correnteza; era como uma hidromassagem, relaxante e, ao mesmo tempo revigorante. Quase me faltava o fôlego, mas era magnífico sentir aquela sensaç
“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. (Jo 1 : 4,5).Estavam juntos Yosef, Miriam, Maryan, João, Simão e os outros discípulos que conviviam com Joshua, acompanhando-o em seu ministério, aprendendo e ensinando a doutrina do amor.A conversa seguia em tom coloquial e elevado, com Joshua discorrendo sobre as grandes maravilhas que o Reino de Deus reserva para aqueles que procuram orientar suas vidas em direção às boas obras realizadas pelo espírito. Simão, a quem Joshua chamava Cefas[1] num determinado momento comentou:— Mestre tu tens falado conosco, muitas vezes, a respeito das santas coisas que provém da tua sabedoria, pois temos em conta que és o verdadeiro filho de Deus, o Messias
Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. (Isaías 35:6)Para além do ribeiro de Cedron havia um horto onde Joshua sempre se retirava para meditar quando estava em Jerusalém. O local, que uns chamavam de Getsemâni e outros de Monte das Oliveiras, refletia bastante paz e era repleto de vibrações salutares provenientes das preces que se faziam ali com frequência. Foi para lá que Joshua e todos os que estavam com ele seguiram. Já era noite alta quando chegaram e o local estava escuro e muito pouco se enxergava ao redor. Joshua retirou-se para um espaço mais solitário, enquanto seus s
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. João 15:12A semana transcorreu sem qualquer novidade e, no domingo à hora combinada cheguei à casa de Ângelo para mais uma etapa da narrativa. Tudo aconteceu exatamente da forma habitual e, sem maiores delongas retomamos o nosso trabalho.Ângelo retomou o relato do ponto em que havia parado:Joshua, manietado pelos seus guardas, foi levado para o Sinédrio, à presença de Caifás, o Sumo Sacerdote. Fora Caifás quem mais se dispusera contra Joshua, instigando os judeus e dizendo que convinha que um homem morresse pelo povo a fim de acalmar os ânimos dos romanos, agitados com os rumores de revolta que circulavam em Jerusalém. Caifás tentou interrogar Joshua a respeito dos discípulos e de sua doutrina:&m