Continua
James entrelaçou seus dedos aos do marido, a passos lentos, os dois caminharam até o elevador que por sorte se abria naquele momento.Quando o casal entrou, ambos olharam Dominic, o escritor sentiu tanta, tanta culpa que apenas pôde murmurar para eles.— Me perdoa... — pediu tentando entender em que momento que tudo aquilo aconteceu em sua vida.— Não é sua culpa, menino! — James falou antes das portas se fecharem por completo.— Abre a boca! — A voz de Aaron o trouxe de volta, fazendo o que foi mandado e sentindo o sal embaixo de sua língua, logo depois sentiu um copo de água ser colocado em sua boca e viu que foi Hayden a fazer aquilo.— Respira fundo! — Hayden aconselhou.Dominic fazia aquilo tudo, mas sua mente ainda estava nos olhos de Darío, aquele olhar tão machucado, o choro intenso, as palavras...Dominic não conseguiria esquecer daquilo!Afinal, ele concordava com ele, a culpa era sua e ele não poderia dizer nada contrário à realidade que se encontrava.Todos pensavam a mesma
DIAS DEPOISAaron tocou no ombro de Darío, vendo os olhos castanhos irem até si, James estava do outro lado do caixão, encarando Oliver que parecia estar tão em paz.Todos da delegacia estavam ali em apoio ao casal que mal disseram duas palavras desde que todo o enterro começou. Mas, Aaron e Darío eram melhores amigos, o psiquiatra seria padrino de Oliver, ele inclusive já estava planejando quais brinquedos dar ao primeiro afilhado.— Você seria um ótimo padrinho, não é? — Darío perguntou segurando -tentando- o choro.— Não faz isso com você... por favor, Oliver sabia que era amado! Não pode controlar tudo ao redor e nem o que as pessoas vão fazer! — Aaron o acalmou — não se torture!— Mas dói tanto! — Darío murmurou — tanto que não sei quando vou parar de sentir...— Não é parar de sentir, é se acostumar e aprender a viver com essa dor! — Aaron e Darío caminharam até estarem ao lado de James, o casal entrelaçou seus dedos e ficaram em silêncio, o psiquiatra viu quando Hayden se aprox
Thayla abraçou o amigo om certa força, o cabelo negro -tanto quanto o de Simon- estava preso em um rabo de cavalo, os olhos bem claros eram destacados pelo delineado bem-feito e escuro, as bochechas rosadas mostravam suas covinhas por conta do grande sorriso que ela estampava.Quando se soltaram, a menina cumprimentou os pais e irmãos de Dominic.— Não acredito que fiquei dois meses longe de você! — Dominic murmurou deixando seu braço nos ombros da mulher e a abraçando de lado.— Nem me fale! Cadê meu demoniozinho preferido? — Se referiu a Lúcifer.— Com o Li e o Simon... não confiei em deixar ele perto de mim, não ia conseguir cuidar dele! — Os dois caminharam até a sala e se sentaram o sofá — me conta, como foi na casa dos seus pais?— Minha irmã parece que vai virar uma máquina de matar, ganhou medalhas no Muay thai e Judô, está focada nos estudos e mesmo que tenha um namoradinho, ela não perde o foco! — Thayla contou — meus pais estão planejando um cruzeiro romântico, meus tios re
Dominic ficou um pouco surpreso quando Aaron ligou para si e pediu para se encontrarem na casa do mais velho, o escritor pediu um Uber, sendo seguido pela viatura e quando chegou na casa do agente, viu ele agradecer aos policiais que foram fazer uma espécie de ronda no quarteirão.— Obrigado por vir... — Aaron sussurrou abraçando Dominic e o trazendo para dentro, o médico estava diferente.Claramente abatido, usando mais um dos seus moletons escuro, seu cabelo estava despenteado e não parecia ter sido lavado recentemente, seu rosto mostrava os claros sinais de noites mal dormidas e pouca alimentação.— Você me chamou... — Dominic sorriu — como você está? Não me parece estar dormindo muito! — Dominic e Aaron se sentaram no sofá, Dominic puxou Aaron para que o médico ficasse com sua cabeça deitada em seu peito.— Não me lembro a última vez que descansei de verdade... desde... — Dominic sabia que a morte de Oliver tinha abalado o médico de verdade, já tinha três semanas desde o crime e el
O terreno baldio onde os policiais se concentravam ao redor da mulher que foi encontrada era um espaço abandonado e desolado, cercado por vegetação densa e alta, que parecia não ter sido cuidada há muito tempo. O mato cresceu desordenadamente, com ervas daninhas e arbustos espinhosos se espalhando por todos os lados. Em alguns pontos, era possível ver lixo espalhado, incluindo sacos plásticos, garrafas quebradas e pedaços de metal enferrujado, criando um cenário de descuido e abandono.O solo era irregular, com áreas de terra seca e rachada, misturadas com manchas de lama escura e poças d'água estagnada. Algumas árvores esparsas e de aparência doente se erguem como sentinelas solitárias, suas folhas secas e galhos retorcidos projetando sombras inquietantes no chão.Em meio ao matagal, havia sinais de pisoteio recentes, com folhas amassadas e galhos quebrados, indicando que alguém esteve por ali recentemente. Próximo ao corpo, um caminho estreito de terra batida levava a uma clareira,
Aaron despertou lentamente, sentindo que seu corpo estava realmente descansado, assim como sua cabeça. Quando abriu seus olhos de fato, se deparou com o rosto de Dominic ainda adormecido, o mais novo estava com a boca entreaberta, seu cabelo grudava um pouco na testa e sua feição era serena.O psiquiatra conferiu a hora ao se virar na cama conseguindo enxergar o relógio digital que fica ao lado da sua cama, se surpreendendo ao ver que dormiram treze horas completas, o mais velho se espreguiçou e se desvencilhou dos braços do outro, sentando-se na cama e olhando ao redor, vendo que o quarto estava ainda mais escuro por conta da noite já em seu pico.— Dormiu bem? — A voz sonolenta de Dominic conseguiu fazê-lo sorrir.— Dormi... bastante na verdade! — Contou se virando e vendo com um pouco de dificuldade os olhos castanhos se abrindo e fechando por alguns segundos antes do mais novo abrir por completo e se sentar na cama — não acredito que dormi tão bem!— Fico feliz, eu também dormir ba
A cena era menos brutal do que esperavam, para alguém que morreu com pelo menos seis facadas, aquilo estava limpo demais!O chão molhado não tinha sangue e nem mesmo sinais de luta, as lixeiras ainda estavam em seus lugares de sempre, o assassino ao menos tentou esconder o corpo da mulher, corpo esse coberto por um macacão jeans, os cabelos loiros não estavam despenteados, mas pareciam terem sidos arrumados pós mortem. — O crime não foi aqui! — Hayden chegou à conclusão mais óbvia pela cena — ela perdeu muito sangue e aqui não tem quase nada... ela claramente foi movida para cá!— Aqui tem câmeras, talvez a gente consiga achar alguma coisa! — Daniel apontou para o topo do beco, vendo a câmera pregada na parede velha — mas estou duvidando que ela funcione ou que tenha uma imagem decente!Hayden se abaixou próximo ao corpo, com suas mãos já enluvadas, tocou o corpo gélido, vendo a profundidade dos cortes, quando pediu para que a virassem, se deparou com os olhos azuis ainda abertos e s
“A noite estava fria e chuvosa quando os detetives Ramirez e Ortega receberam a chamada. Havia algo diferente no tom urgente da voz do capitão que os fez acelerar pelas ruas desertas da cidade. Ao chegarem ao endereço, um armazém abandonado na periferia, foram recebidos por uma visão de caos controlado: carros de polícia com luzes piscando, fita de isolamento e uma equipe forense já a postos. Desceram com cuidado, olhando ao redor e caminhando em direção ao interior do armazém, vendo o homem pendurado por cordas e em seu peito, a palavra ‘profeta’ estava cortada em seu peito, embaixo dele, a poça de sangue deixava claro que tudo aconteceu naquele lugar, Ramirez olhou o colega e depois voltou a encarar o corpo. O falso profeta tinha sido encontrado” (><)A neblina pairava densa sobre a cidade adormecida, envolvendo as ruas estreitas em um manto de mistério, a passos largos e pesados, os policiais se apressavam para entrar dentro daquele armazém velho e abandonado.Quando conseguiram