A Primeira Visita

Alex

Estava feliz com minha nova realidade: um apartamento pequeno com apenas um quarto, cozinha e banheiro.

Ele, certamente, era do tamanho do meu antigo banheiro.

O clima era agradável pois o piso em madeira clara e as lâmpadas amarelas me passavam conforto.

Encarei minha mala ainda cheia no meio do quarto. Não tinha cama, tudo o que tive tempo de providenciar foi um futon, travesseiro e um cobertor. Tinha um pequeno armário que fazia parte do apartamento, também estava incluído um ar condicionado e aquecedor. Os armários da cozinha e geladeira também faziam parte do pacote, bem, mas não cabia muito no pequeno corredor.

De certa forma, era funcional o mesmo corredor que trazia para o quarto ser a cozinha, o banheiro com a porta ao lado, tinha um tamanho suficiente para caber uma máquina de lavar. Uma pequena varanda é separada do quarto por uma porta de vidro.

Nunca vivi em um lugar tão pequeno como esse e pensando bem… Por que as pessoas precisam morar em locais tão grandes?

Tirei alguns dos meus ternos e os pendurei dentro do armário de duas portas, não eram tantos, não trouxe muitas roupas, compraria aos poucos.

Também precisava achar uma lavanderia, até então estava usando a do hotel, admito que não sei fazer muito, talvez não me entenda com o ferro de passar roupas, que eu nem tenho ainda.

Era sábado à noite, iria aproveitar o domingo para ir ao mercado também. Estava sendo um desafio porque nunca precisei me preocupar com essas coisas e agora, queria resolver tudo sozinho ou quase. Talvez pedisse mais uma vez, ajuda ao Yuki.

….

Alguém tocou a campainha na melhor parte do meu sono, eu só consegui dormir de madrugada. Minhas costas reclamaram quando levantei do futon. Quem poderia estar batendo na minha porta essa hora?

Esfreguei o rosto e bocejei, mas quando abri a porta, dei de cara com Yuki, também tinha outro muito parecido com ele, mas esse com cabelos mais curtos. Yuki segurava um pote nas mãos.

— Bom dia… — Minha voz rouca saiu arrastada e sonolenta, mas forcei-me a acordar.

— Bom dia — responderam e me olharam de cima a baixo, o que estava atrás arqueou uma sobrancelha e Yuki desviou o olhar, constrangido.

Então me dei conta que estava só de cueca. Meu rosto esquentou na hora, esqueci completamente que dormi assim.

— Só um minuto! — Fechei a porta na cara deles e corri para vestir uma roupa.

Muito bem, Alex, mal chegou e já está causando uma má impressão com os vizinhos.

Abri a porta novamente e sorri, ainda constrangido.

— Agora sim. Bom dia, podem entrar. — Abri a porta por completo para que entrassem.

— Não queremos incomodar mais do que já fizemos, Alex-san, desculpe por te acordar. — Yuki ainda estava com as bochechas coradas, tive que me obrigar a desviar o olhar. Ele era adorável daquele jeito envergonhado.

Qual era o meu problema? Por que estava achando um cara adorável? Bem, eu também achei ele fofo na última vez que o vi… não tinha nada de novo, na verdade.

— Não me incomoda, por favor, entrem, ainda estou um pouco perdido com os horários, mas já são onze horas da manhã, eu já devia ter levantado.

Os dois tiraram as sandálias ao entrarem, de repente o corredor ficou menor.

— Podem ficar à vontade, mas não tenho nada para oferecer e nem um lugar para sentar que não seja o chão. — Tentei soar simpático depois do constrangimento.

— Tudo bem, Alex-san. Esse é meu irmão, Nakamura Kaito.

— Olá, como vai? — Seu irmão me cumprimentou.

— Bem, obrigado. Yuki me falou de você, fico feliz em conhecê-lo. — Tentei soar simpático.

— Também ouvi falar de você, Alex-san.

— Entrem! — Passei por eles, entrei no quarto e abri a porta de vidro da varanda. — Me mudei ontem à noite, ainda não providenciei móveis e nem fui ao supermercado, estou me ajeitando ainda.

— Se quiser, posso te ajudar — Yuki sugeriu. — Você também pode pedir tudo pela Internet se preferir, mas posso te indicar alguns lugares bons para comprar.

— Se não for te incomodar, aceito sim.

— Trouxe torta, como um gesto de boas-vindas. — Yuki mostrou o pote que ainda segurava. Ele era realmente muito gentil.

— Muito obrigado, eu ainda ia encontrar algum lugar para comprar comida. Eu nem tenho um café para oferecer.

— Nesse caso, vou em casa buscar. — Kaito se prontificou.

— O que? Não precisa. Que falta de educação a minha se aceitar.

— Não tem problema, já volto.

— Kaito viu alguém chegando ontem e pela descrição achei que fosse você, que bom que deu certo — disse após o irmão sair, depois olhou ao redor. — Nosso apartamento é um pouco maior, tem dois quartos. Esse é o menor deste condomínio.

— Para mim está ótimo! Não preciso de muito.

— Entendo.

— Vou só precisar comprar uma cama e alguns eletrodomésticos. Eu também trabalho o dia inteiro e almoço fora, bem, mas eu nem sei cozinhar, apenas esquentar comida congelada. — Ri tentando fazer uma graça daquilo, mas Yuki não me acompanhou, sua expressão era de julgamento.

— Ninguém pode viver só de comida congelada, Alex-san!

— Bem, é do que vou viver por muito tempo. — Dei de ombros, não era uma mentira. — Me espera aqui um momento? Eu já volto.

Deixei-o sozinho no quarto e entrei no banheiro. Precisava lavar o rosto e escovar os dentes. Meu Deus, como eu pude receber uma visita assim? Estava com as roupas amarrotadas, era uma roupa de algodão que usava para ficar em casa, mas mesmo assim, não justificava o desleixo. Se minha mãe visse isso…

Oh, certo, ela não está aqui. Tenho que parar com isso.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App