Silêncio.
Paz.
Inspiração.
Expiração.
Lúcia se deliciou com o ar puro e limpo do bosque isolado, sorriu ao olhar para o lago e lembrar de seu primeiro encontro transformada com Beto. O silêncio instalado no local não era aterrador ou solitário, era acolhedor, calmo, ela tinha certeza que se prestasse atenção, poderia ouvir as árvores crescendo ao seu redor, aquele era seu lugar de paz, seu porto seguro. A Aqua desejou poder apreciar sua solidão por mais tempo, mas como a princesa de Aquitaria, ela tinha suas obrigações.
Lúcia novamente seguiu o maçante.
ritual, se despiu e adentrou a água gelada do lago submergindo nela, ela sorriu quando começou a sentir a transformação. Suas pernas formigavam e se colavam uma na outra com uma força impressionante, Lúcia sentia o formigamento da magia agindo sob sua pele, suas pernas coladas foram tomadas por um brilho intenso que era acompanhado por um calor muiSou novo nessa plataforma e gostaria de contar com seu apoio. Avalie o livro, comente e baixe-o se puder. Um beijo
Lúcia abriu seus olhos, sentindo a luz fraca do sol da Exoterra traspassando a água e atingindo seus olhos fazendo-os arder. Ao contrário do que muitos pensam, sereias dormem sim, mal, mas dormem, sobem até um ponto alto de suas moradias e sobre a luz da lua adormecem. Lúcia se espreguiçou pensando em como começar seu dia, pensou em Beto, no que ele estaria fazendo naquele momento, pensou em como gostava da companhia dele, do seu jeito fofo, sua personalidade carismática, seu humor, pensou se o que estava sentindo era saudade, poderia ser? Ela não saberia responder, não naquele momento. A jovem princesa resolveu reencontrar suas amigas para afastar aqueles pensamentos de sua mente, nadou até a cozinha de seu castelo pegando uma pastilha de gengibre adocicado (servia basicamente como café) e se dirigiu para o centro do reino. Aquitaria era com certeza um lugar esplendoroso, toda aquela cor, toda aquela vida que sempre fazia Lúcia parar de nadar
O dia começava cedo às segundas-feiras, o alarme alto tocava para todos, mesmo para os que não estudavam de manhã o que eu imaginava que incomodava bastante.Retirei minha mão debaixo da coberta e a passei no rosto, sentindo a dor excruciante em meu pulso, "como vou escrever desse jeito?", pensei na hora, peguei meu celular e vi o horário, tinha bastante tempo até a hora de ir pra escola, então eu podia me permitir responder a mensagem de Lúcia que havia chegado na noite anterior. "A gente se vê na escola" foi apenas o que eu disse quando percebi que não conseguiria digitar mais que isso com uma mão só, me levantei e comecei a me arrumar, escovei os dentes, troquei minhas bandagens, vesti o uniforme, arrumei os livros dentro da mochila e fui para o refeitório do orfanato. Muitos dos internos já estavam ali como de costume, peguei meu café com pouco açucar e meu pão doce e me dirigi para a mesa central me sentando ao lado de Carlos, que conversava com Rafael, aque
Frio. Apenas o frio me fazia companhia naquela manhã de segunda. Apenas o frio era o que eu sentia. A melhor parte de se viver em Santa Catarina era isso, ser cercado pelo frio. Curiosamente o orfanato tinha uma onda quente o que as vezes me deixava com uma sensação claustrofóbica, não que o orfanato fosse extremamente quente, mas eu gostava do frio, sempre gostei.- Beto, vamos, a gente tá atrasado.Esse era Carlos, famoso por interromper momentos de reflexão e por sempre se preocupar com horários. - Vá na frente, vou depois. – falei em um tom monótono. -Mas...deixa, você que se arque com suas consequências, só não diga que não avisei. - falou ele claramente irritado. Carlos era assim, com uma personalidade difícil e que sempre ficava sem paciência em menos de cinco minutos em uma conversa. Ele era um ano mais novo que eu e mesmo assim parecia ter o dobro de maturidade. Ele era alto, alto do tipo que pode vira
Hora do intervalo. Hora de apresentar nossa maravilhosa escola para Lúcia.Paredes caindo, ratos nas cadeiras, brincadeira, nossa escola era até que muito boa pra uma instituição pública. Banheiros limpos, comida boa, pessoas legais (a maioria) e o ensino era de qualidade.Após apresentar as partes comuns da escola, fomos para a melhor parte, a biblioteca. Ao chegar no local, Lúcia se impressionou.-Nossa! Aqui tem muitos livros.-A escola compra novos livros a cada dois meses-falei-E aceitam pedidos de alunos. É meio que por minha causa que tem essas HQs aqui.-Falei exibindo um exemplar de Lanternas Verdes: Renascimento-Isso é ótimo!-Você gosta de ler?-Adoro.-Legal, pega esse livro aqui:Entreguei a ela o Livro Necrópolis, logo quando viu ela disse:-Eu já li Necrópolis.-disse sorridente.-Sério? E oque achou?-Sinceramente. Eu adorei, ainda mais no começo, naquela parte que as Sereias tentam atrair Verne p
20:00 Puta que pariu, ainda faltavam três horas e meia, naquele ponto a ansiedade já me consumia a tal nivel que quase não comi a Lasanha que havia sido preparada pelas cozinheiras do orfanato. Mas quando comecei a comer, não parei mais.21:45 Tá, ali eu já estava um pouco mais calmo, por mais que, não conseguia parar de pensar nela. Lúcia. Aquela menina linda e de voz doce, ela sabia oque era a coisa no lago, se bem que...Não. Não, não, não, isso não faz nem sentido. Quer saber, não importa. Oque quer que seja àquilo, eu vou descobrir hoje.22:50 Finalmente, todo mundo no Orfanato dormiu -ao menos era oque eu pensava- peguei meu pingente da sorte (longa história) e um canivete que eu mantinha secretamente debaixo da cama, sei lá, talvez eu precisasse me proteger de alguma coisa que pudesse talvez querer me ma
Havia sido um "beijo" muito estranho. Não sei nem se posso chamar de beijo. Já dentro d'água ela me puxou forte pela cintura e surpreendeu minha boca com a dela.Gostei. Seu lábios estavam grudados aos meus, mas ela não se movia, até então eu não fazia ideia do porquê. Durante o suposto beijo, pude sentir algo sair dela e entrar em mim, percorrendo minha garganta e parando em meus pulmões, atracando-se a eles. Abruptamente ela nós separou.Sem entender oque havia acontecido, perguntei: -O...oque -minha respiração falhou- ...foi isso? -...eu ... -ela também ofegava- ... precisava... Fazer isso. -Porque? -Minha casa... fica do outro lado... desse lago. Agora você pode vir comigo. -Então eu... Respiro de baixo d'água? -Bem. Agora respira. -Nossa. Esse dia só fica mais estranho. 
Cheguei na escola com o maior entusiasmo, o dia anterior havia sido incrível. Incrível não. Espetacular. E hoje pode ser ainda melhor. Depois do que aconteceu Lúcia -sei que esse não era o nome dela de verdade, mas é bem mais fácil chamá-la assim-, me mandou uma mensagem dizendo que se eu quisesse ela me levaria pra conhecer outras partes do mundo dela. E não. Eu não fazia ideia de como ela havia mandado aquela mensagem. Mas não importa, só de pensar que eu vou voltar àquele lugar... Passei todas as aulas pensando em como seria voltar àquele mundo (até então eu não sabia o nome), se sereias (e Aquas) existiam, o que mais poderia existir? Quais eram as reais capacidades de Lúcia? Tudo na ideia de um novo mundo me maravilhava, assim como aquela menina. Apenas três dias com ela já foram incríveis. Ela era fantástica, de todas as maneiras possíveis. Não dava pra descrever o que eu sentia em relação à ela. Nos conhecíamos a pouco tempo, mas ela já me fez experimentar tan
Após alguns minutos de correria, percebi que não estava ficando cansado, o que era estranho pra mim já que eu levava um estilo de vida sedentário. Corremos por um bosque magnífico, cheio de vida e cor, tudo era tão maravilhoso que eu mal podia processar tudo de uma vez. As flores daquele bosque tinham uma forma estranha, cores vívidas e brilhantes, nunca havia presenciando um verde tão verde, um rosa tão rosa, ou um vermelho tão vermelho. A grama daquele bosque, também era diferente da grama comum, era macia, de um verde claro um pouco mais escuro que o do caule das flores, pisar naquela grama, era como pisar em neve, porém quente.Paramos em frente a um gigantesco portão de madeira, tinha uns 20 metros de altura e 15 de largura pelo menos, ao mesmo tempo que aparentava ter centenas de anos, aparentava também ser forte como um novo. -É aqui- disse Lúcia- Vem. -Calma, calma- a interrompi- Onde é “aqui”? -Ah, aqui é Atamald, um dos únicos