Após alguns minutos de correria, percebi que não estava ficando cansado, o que era estranho pra mim já que eu levava um estilo de vida sedentário. Corremos por um bosque magnífico, cheio de vida e cor, tudo era tão maravilhoso que eu mal podia processar tudo de uma vez. As flores daquele bosque tinham uma forma estranha, cores vívidas e brilhantes, nunca havia presenciando um verde tão verde, um rosa tão rosa, ou um vermelho tão vermelho. A grama daquele bosque, também era diferente da grama comum, era macia, de um verde claro um pouco mais escuro que o do caule das flores, pisar naquela grama, era como pisar em neve, porém quente.Paramos em frente a um gigantesco portão de madeira, tinha uns 20 metros de altura e 15 de largura pelo menos, ao mesmo tempo que aparentava ter centenas de anos, aparentava também ser forte como um novo.
-É aqui- disse Lúcia- Vem.
-Calma, calma- a interrompi- Onde é “aqui”? -Ah, aqui é Atamald, um dos únicosBati na porta da instituição e fui recebido por Abner, o porteiro, que me repreendeu por estar chegando muito tarde, às 20:45, o tempo havia passado estranhamente rápido. Me dirigi direto à ala dos meninos indo para o meu quarto, Rafael, um menino que ficava a uns dois quartos do meu estava saindo do quarto que eu dividia com Carlos pouco antes de eu chegar, ele agia meio estranho, estava mancando e parecia envergonhado, achei ser apenas impressão minha. Entrei no quarto e encontrei Carlos deitado com cara de besta, quer dizer, mais do que o normal.-Carlos- chamei e ele se sentou na cama me encarando.-O que foi? - perguntou, sua voz parecia vaga e sei lá, ele estava estranho. -Eu vi o Rafael saindo do quarto, o que rolou aqui? -Ah... como você não estava aqui eu o chamei pra jogar -respondeu Carlos ap&oac
Calor. Antes de abrir os olhos, senti meu rosto sendo aquecido pela luz do sol que entrava discretamente pela janela, a sensação que era bem vinda, me fez querer pular da cama feliz e aproveitar o dia lá fora. Mas infelizmente não dava, precisava ir pra escola.Espera aí.Minha escola era pela manhã, como eu estava sentindo aquele sol se...Me levantei e peguei meu celular, liguei a tela e vi o horário: 11:06. Passei as mãos no rosto frustrado, nem se eu quisesse poderia chegar a tempo na escola. Havia perdido um dia de aula, aquilo me incomodava, não era exatamente um super fã da escola, mas sabia da importância de boas notas num futuro estágio, por isso, prezava tanto pela presença quanto pelas atividades e trabalho, um dia a menos significava um passo pra trás nos meus planos. Me sentei na cama.Carlos inesperadamente adentrou o quarto segurando um peda&cce
-Mais uma pra conta do pai- eu grito vitorioso enquanto meu Kung Lao finaliza o Scorpion de Lúcia, cortando sua cabeça ao meio e fazendo seus miolos saírem da cabeça de maneira grotesca.-Você sabe que eu deixei você ganhar, né? - Lúcia diz em tom de clara derrota.-Me deixou ganhar das últimas quatorze vezes também? - eu ria de sua falha tentativa de explicar sua derrota.-Foi.-Ah, para. Só admite que eu sou melhor que você e pronto.-Você se acha demais. - disse ela me acertando com uma almofada- Só porque me venceu algumas vezes.-Quinze- a lembrei.-Tá, quinze. Eu perdi, você venceu, está feliz agora? - Lúcia diz largando o controle em cima do sofá.-Oh meu Deus- digo com voz manhosa- Vem cá vem. Quer mudar de jogo? A gente pode jogar junto.-Co-operativo? - ela pergunta se animando.-Isso mesmo,
Silêncio. Paz. Inspiração. Expiração. Lúcia se deliciou com o ar puro e limpo do bosque isolado, sorriu ao olhar para o lago e lembrar de seu primeiro encontro transformada com Beto. O silêncio instalado no local não era aterrador ou solitário, era acolhedor, calmo, ela tinha certeza que se prestasse atenção, poderia ouvir as árvores crescendo ao seu redor, aquele era seu lugar de paz, seu porto seguro. A Aqua desejou poder apreciar sua solidão por mais tempo, mas como a princesa de Aquitaria, ela tinha suas obrigações. Lúcia novamente seguiu o maçante.ritual, se despiu e adentrou a água gelada do lago submergindo nela, ela sorriu quando começou a sentir a transformação. Suas pernas formigavam e se colavam uma na outra com uma força impressionante, Lúcia sentia o formigamento da magia agindo sob sua pele, suas pernas coladas foram tomadas por um brilho intenso que era acompanhado por um calor mui
Lúcia abriu seus olhos, sentindo a luz fraca do sol da Exoterra traspassando a água e atingindo seus olhos fazendo-os arder. Ao contrário do que muitos pensam, sereias dormem sim, mal, mas dormem, sobem até um ponto alto de suas moradias e sobre a luz da lua adormecem. Lúcia se espreguiçou pensando em como começar seu dia, pensou em Beto, no que ele estaria fazendo naquele momento, pensou em como gostava da companhia dele, do seu jeito fofo, sua personalidade carismática, seu humor, pensou se o que estava sentindo era saudade, poderia ser? Ela não saberia responder, não naquele momento. A jovem princesa resolveu reencontrar suas amigas para afastar aqueles pensamentos de sua mente, nadou até a cozinha de seu castelo pegando uma pastilha de gengibre adocicado (servia basicamente como café) e se dirigiu para o centro do reino. Aquitaria era com certeza um lugar esplendoroso, toda aquela cor, toda aquela vida que sempre fazia Lúcia parar de nadar
O dia começava cedo às segundas-feiras, o alarme alto tocava para todos, mesmo para os que não estudavam de manhã o que eu imaginava que incomodava bastante.Retirei minha mão debaixo da coberta e a passei no rosto, sentindo a dor excruciante em meu pulso, "como vou escrever desse jeito?", pensei na hora, peguei meu celular e vi o horário, tinha bastante tempo até a hora de ir pra escola, então eu podia me permitir responder a mensagem de Lúcia que havia chegado na noite anterior. "A gente se vê na escola" foi apenas o que eu disse quando percebi que não conseguiria digitar mais que isso com uma mão só, me levantei e comecei a me arrumar, escovei os dentes, troquei minhas bandagens, vesti o uniforme, arrumei os livros dentro da mochila e fui para o refeitório do orfanato. Muitos dos internos já estavam ali como de costume, peguei meu café com pouco açucar e meu pão doce e me dirigi para a mesa central me sentando ao lado de Carlos, que conversava com Rafael, aque
Frio. Apenas o frio me fazia companhia naquela manhã de segunda. Apenas o frio era o que eu sentia. A melhor parte de se viver em Santa Catarina era isso, ser cercado pelo frio. Curiosamente o orfanato tinha uma onda quente o que as vezes me deixava com uma sensação claustrofóbica, não que o orfanato fosse extremamente quente, mas eu gostava do frio, sempre gostei.- Beto, vamos, a gente tá atrasado.Esse era Carlos, famoso por interromper momentos de reflexão e por sempre se preocupar com horários. - Vá na frente, vou depois. – falei em um tom monótono. -Mas...deixa, você que se arque com suas consequências, só não diga que não avisei. - falou ele claramente irritado. Carlos era assim, com uma personalidade difícil e que sempre ficava sem paciência em menos de cinco minutos em uma conversa. Ele era um ano mais novo que eu e mesmo assim parecia ter o dobro de maturidade. Ele era alto, alto do tipo que pode vira
Hora do intervalo. Hora de apresentar nossa maravilhosa escola para Lúcia.Paredes caindo, ratos nas cadeiras, brincadeira, nossa escola era até que muito boa pra uma instituição pública. Banheiros limpos, comida boa, pessoas legais (a maioria) e o ensino era de qualidade.Após apresentar as partes comuns da escola, fomos para a melhor parte, a biblioteca. Ao chegar no local, Lúcia se impressionou.-Nossa! Aqui tem muitos livros.-A escola compra novos livros a cada dois meses-falei-E aceitam pedidos de alunos. É meio que por minha causa que tem essas HQs aqui.-Falei exibindo um exemplar de Lanternas Verdes: Renascimento-Isso é ótimo!-Você gosta de ler?-Adoro.-Legal, pega esse livro aqui:Entreguei a ela o Livro Necrópolis, logo quando viu ela disse:-Eu já li Necrópolis.-disse sorridente.-Sério? E oque achou?-Sinceramente. Eu adorei, ainda mais no começo, naquela parte que as Sereias tentam atrair Verne p