Ravi foi o primeiro a se levantar naquela manhã. Ele desceu as escadas devagar, ainda meio sonolento, com o celular na mão, distraído pelas mensagens que lia. Ao chegar na cozinha, encontrou seus pais, Catherine e Vitor que já estava na mesa. Assim que Catherine viu Ravi, ela perguntou com um tom de leve preocupação:— Ravi, a Diana ainda não acordou?Ravi levantou os olhos do celular e respondeu, tentando esconder a irritação:— Bom dia, mãe. — Ele suspirou antes de continuar. — Ela não acordou ainda. Na verdade, ontem à noite ela ficou horas e horas conversando por mensagens com aquele namorado dela. Aquele idiota. — Ele fez uma pausa, franzindo a testa. — O quarto dela ainda está trancado, então a Diana deve estar dormindo.Catherine, com um olhar compreensivo, respondeu:— Oh!... Entendi. A Diana é uma moça linda, deve se divertir e namorar também, não somente ficar trabalhando. — Ela sorriu suavemente, mas logo franziu o cenho. — E você, Ravi, de novo implicando com o namorado d
Catherine, uma jovem de 23 anos, nascida e criada nas periferias de São Paulo, enfrentou uma vida repleta de desafios. Seu pai, um dedicado comerciante de feira, e sua mãe, uma camareira trabalhadora, sempre fizeram o possível para que nada faltasse à filha. No entanto, Catherine nunca se conformou com a vida de pobreza e sonhava com um futuro luxuoso, longe das dificuldades da periferia. Com o passar do tempo, Catherine se tornava cada vez mais bela, atraindo olhares por onde passava. Apesar disso, ela desprezava os pretendentes que se aproximavam, pois seu objetivo era claro: casar-se com um homem rico que pudesse tirá-la da pobreza. Devido às dificuldades financeiras, Catherine precisou começar a trabalhar para ajudar nas despesas da casa. Conseguiu um emprego em um luxuoso hotel, cujo dono era Miguel, um empresário extremamente rico. Embora detestasse a ideia de trabalhar, ela não tinha escolha. Miguel, encantado com a beleza e a determinação de Catherine, acabou se apaixonan
Miguel dirigia com o olhar fixo na estrada, enquanto Lília, ao seu lado, mexia nervosamente na bolsa, guardando os sapatos. A tensão no ar era palpável.— Por que você não me defendeu? — Lília quebrou o silêncio, sua voz alta, passando batom nos lábios. — Deixou a Catherine me tratar daquela forma e me expulsar.Miguel suspirou profundamente, parando o carro levemente no acostamento. Ele virou-se para Lília, os olhos faiscando de raiva e confusão.— Lília, você ainda pergunta? — exclamou ele. — Você não deveria ter contado à Catherine que eu iria me casar com você! Preciso encontrá-la antes que seja tarde demais.Miguel acelerou o carro com fúria, ignorando completamente os sinais de trânsito. O motor rugia enquanto ele pressionava o acelerador cada vez mais fundo. Seus olhos estavam fixos na estrada, mas sua mente estava em um turbilhão de raiva. As mãos suadas escorregavam no volante, e Lília, no banco de trás, segurava-se com força, o coração disparado pela velocidade insana.De re
Vitor estava sentado no sofá, fingindo ler, apenas para fazer seu pai ir embora e parar de falar sobre casamento. Ele levantou os olhos do livro e encarou o pai novamente, percebendo que ele ainda o observava seriamente.— O que foi, pai? — perguntou Vitor, colocando o livro na mesa.— O Albuquerque e a esposa dele virão nos visitar hoje. A Daiane também virá, então você poderá conversar melhor com sua noiva.— Noiva! — Vitor deu um sorriso sarcástico enquanto se levantava do sofá.— Eu não estou rindo, Vitor! — exclamou Alexsander. — Vá se arrumar, você parece que acabou de acordar!Vitor se aproximou do pai, seus olhos verdes, a qual seu pai não conseguiu descifrar. Ele sorriu antes de se dirigir ao banheiro. Após um banho revigorante, vestiu uma camisa que realçava ainda mais seus olhos verdes e calçou os sapatos. A casa era enorme, e tudo o que o rapaz possuía era da melhor qualidade. Seu quarto estava sempre impecável, graças ao cuidado diligente das empregadas.— Estou saindo ag
Alexander continuava a observar seu filho, Vitor, com um olhar pensativo. A ideia de casar Vitor com Daiane havia ocupado sua mente por um bom tempo. No entanto, as lembranças dos últimos momentos de Helena, sua falecida esposa e mãe de Vitor, ainda estavam frescas em sua memória. Helena, a mulher que Alexander amava profundamente, havia feito um último pedido antes de partir: que ele cuidasse de Vitor. Naquela época, Vitor tinha apenas três anos. Como um bom marido e pai, Alexander prometeu a Helena que faria de tudo para garantir a felicidade do filho. Após a morte de Helena, Alexander mergulhou em uma tristeza profunda, mas a promessa que fez à esposa o manteve firme. Ele se dedicou a criar Vitor, colocando a felicidade do filho acima de qualquer outra coisa. Embora desejasse que Vitor se casasse com Daiane, sabia que o reconhecimento social era menos importante do que a verdadeira felicidade de seu único filho. Com um gesto carinhoso, Alexander colocou a mão no ombro de Vitor
O dia se transformou em noite, e Miguel estava novamente com Lília. Desta vez, ele estava na casa dela, enquanto Catherine permanecia alheia a tudo.Lília, deslumbrante em um vestido curto vermelho, botas pretas e uma bolsa brilhante, irradiava confiança e charme. A tensão no ar era palpável, e cada movimento dela parecia cuidadosamente calculado para seduzir. Miguel, por sua vez, não conseguia desviar o olhar, completamente enfeitiçado pela presença magnética de LíliaLília começou a seduzir Miguel, levando ele para o quarto. Miguel esqueceu do mundo e se entregou ao erro novamente. Ele começou a acariciar o pescoço de Lília, a qual já estava na cama. A noite passou, e Miguel acordou ao lado de Lília. Ele olhou para o relógio e percebeu que já estava atrasado para o encontro com Catherine. Com o coração acelerado, vestiu suas roupas rapidamente e saiu do quarto, deixando Lília ainda adormecida.Descendo as escadas apressadamente, Miguel abriu a porta da sala e, para sua surpresa, en
Miguel se aproximou de Catherine, que estava conversando com Vitor.— Você não sabe que essa moça é minha esposa? — perguntou Miguel, com um tom de voz firme, direcionando-se a Vitor.— Sei, sim... Qual o problema? Estamos apenas tomando um café juntos — respondeu Vitor, mantendo a calma.— O problema é que eu não admito isso! — exclamou Miguel, com os olhos faiscando de raiva.— Catherine, é melhor eu ir agora — disse Vitor, levantando-se da cadeira e olhando para Catherine com gentileza. Em seguida, ele lançou um olhar sério para Miguel.— Espere! Onde você pensa que está indo? — perguntou Miguel, bloqueando a passagem de Vitor.Vitor sorriu ironicamente, cruzando os braços enquanto esperava Miguel sair de sua frente. Ele suspeitava que Miguel estava prejudicando Catherine de alguma forma, mas ela não havia lhe contado nada.— O que foi? Você é tão inseguro assim? Ou... — provocou Vitor, com um tom desafiador.— Cale a boca! — gritou Miguel, perdendo a paciência. — Esse lugar não é
Catherine estava parada, olhando fixamente para Miguel. Seu olhar era uma mistura devastadora de ódio e tristeza. Ela havia perdido tudo o que tinha.— Por quê, Miguel? Como você pôde fazer isso? — perguntou Catherine, sua voz tremendo enquanto olhava nos olhos dele.Miguel suspirou, passando a mão pelo rosto dela com uma frieza que a fez estremecer.— Catherine, minha querida. Eu não te amo mais. Acabou — murmurou ele, sem um pingo de remorso.— Eu já sabia disso, seu desgraçado! — gritou ela, a voz ecoando pelo quarto — Mas você não tinha o direito de roubar tudo o que construímos juntos!Miguel deu um passo para trás, seus olhos frios e distantes.— Já chega, Catherine. Estou indo embora agora. Tenho que ver minha futura esposa.Ele se virou e saiu, deixando Catherine sozinha com sua dor. Ela ouviu o som do elevador descendo, cada segundo um golpe em seu coração. Miguel entrou no carro e partiu, enquanto Catherine ficou para trás, sentindo-se mais perdida do que nunca.Catherine es