No momento em que Raul caiu, o local inteiro subitamente mergulhou em silêncio. Os cumprimentos, as risadas, os elogios que soavam até então, de repente cessaram.Todos se olhavam perplexos, com expressões de espanto. Por um instante, parecia que ninguém conseguia reagir.“O que aconteceu?”“Raul não havia vencido?”“Por que estava gravemente ferido e cuspindo sangue?”“Seria apenas uma vitória sofrida?”Enquanto a incerteza prevalecia, uma silhueta branca emergiu lentamente do profundo buraco entre os escombros do ringue. À medida que a figura avançava, a poeira ao redor, como se tivesse vida própria, automaticamente se dispersava de seu acúmulo, abrindo um caminho.Finalmente, o homem se posicionou firmemente no palco elevado. Aquele rosto elegante, claramente visível para todos. Era, sem dúvidas, Ademir.Observando Raul gravemente ferido no chão, Ademir permanecia de pé, mãos nos bolsos, sua postura altiva, com uma expressão indiferente no rosto, como se o que tivesse feito fosse al
- Creio que você está equivocado. - disse Dimitri, com uma voz tranquila. - Eu disse que Ademir tinha noventa por cento de chance de vencer, e seu filho apenas dez por cento.- O quê?!Ao ouvir isso, Enrico ficou petrificado. Depois de tanto tempo, percebeu que havia se enganado. No entanto, ele ainda não conseguia entender, ou melhor, aceitar, como um desconhecido, um indivíduo comum, poderia derrotar seu filho, um gênio natural?- Enrico, sua esgrima agora é minha. - Edson interveio inesperadamente.O canto do olho de Enrico tremeu, e sua expressão ficou extremamente sombria. Ele pensou que poderia usar essa oportunidade para promover a família Reis e aumentar sua fama. O resultado, porém, foi catastrófico.Não só seu filho perdeu, como ele também acabou perdendo uma técnica ancestral de esgrima.A vitória de Ademir deixou todos chocados, mas também fez com que percebessem algo. Sempre haverá novos talentos surgindo, liderando a nova era.A partir de agora, a Cidade N verá o surgimen
O ataque surpresa de Raul falhou, e ele foi lançado longe por um soco de Ademir, caindo bem aos pés de seu pai.Vendo Raul com sangue jorrando de seu abdômen e sua respiração se dissipando, Enrico irrompeu em fúria, batendo na mesa e se levantando abruptamente:- Seu bastardo! Como ousa ferir gravemente meu filho? Que audácia!- Você está cego? Foi ele quem tentou o ataque surpresa. Eu apenas me defendi. - Respondeu Ademir, com indiferença.- Absurdo! - Gritou Enrico, enfurecido. - A luta ainda não estava decidida. Foi você quem mostrou as costas, como pode falar de ataque surpresa?!Embora seu filho tivesse errado primeiro, ele certamente não podia admitir isso agora.- Bem, se você diz que a luta não estava decidida, qual o problema com meu ataque normal? - Ademir retrucou.- O problema é que você fez isso intencionalmente para machucar! - Enrico rosnou, seu rosto transparecendo fúria.- As regras do submundo são claras: em um duelo na arena, cada um é responsável por sua própria vid
Neste momento, Dimitri, que estava em silêncio até então, finalmente falou:- Enrico, as regras do submundo não podem ser quebradas. Uma vez que se entra no ringue, viver ou morrer depende apenas da própria habilidade.- Mas meu filho... - Enrico tentou retrucar, mas foi interrompido pelo olhar frio de Dimitri:- O quê? Está tentando provocar minha raiva?- De maneira nenhuma. - Enrico apertou os dentes e abaixou a cabeça.A posição de Dimitri era incontestável, seja em termos de prestígio no submundo ou poder familiar. A família Reis não se comparava.- Enrico, leve seu filho rapidamente ao Vale do Rei da Medicina. Se conseguir convencer o Rei dos Remédios a te ajudar, talvez haja uma chance de salvar seu filho. - Dimitri sugeriu.- Alguém! Prepare o carro imediatamente!Assim que se deu conta, Enrico, sem hesitar, correu para fora do campo de batalha com seu filho nos braços. Os membros da família Reis o seguiram apressadamente. Naquele momento, tratar os ferimentos era mais importan
Fora do portão da família Reis.Um carro de luxo ligava o motor, deixando para trás um grupo de pessoas que corriam atrás dele. Não demorou muito para que desaparecesse ao longe.- Ainda bem que saímos rápido, senão nem teríamos tempo para conversar.Dimitri olha para trás, vendo as pessoas frenéticas no portão da Caminho Marcial, admirando sua própria previsão.- Não é tão sério assim, é? - Ademir se mostrava um pouco confuso.- Parece que você ainda não sabe o quão valioso é. - Dimitri sorriu e balançou a cabeça. - Você derrotou Raul, o que já prova sua força e talento. Em toda a Cidade N, entre os mais jovens, há poucos que podem se igualar a você. Agora, muitos poderosos querem te trazer para o seu lado.- Que incômodo, eu deveria ter sido mais discreto. - Suspirou Ademir levemente.Ele desafiou Raul simplesmente para advertir a família Reis para não mexerem com ele. Porém, não esperava que eles, para criar alvoroço, convidasse tantas pessoas para assistir. No fim, a tentativa dele
Ademir sorriu amargamente:- Tudo bem, afinal, são apenas algumas lutas. Eu aceito.Problemas que podem ser resolvidos com força não são realmente problemas.- Ótimo, então está decidido. - Dimitri sorriu levemente.- Sr. Dimitri, se você já se aposentou, por que ainda se preocupa com os assuntos da aliança? - Ademir perguntou, um tanto resignado.- Embora eu não esteja mais na aliança, meu coração ainda está lá. Além disso, o atual líder da aliança é meu principal discípulo. Por que não posso ajudar a recrutar talentos para ele? - Dimitri respondeu, sorrindo.- Você é realmente impressionante, eu o admiro. - Ademir fez um gesto de respeito com as mãos.- Chega, pare de me elogiar. Para onde vamos? Eu te dou uma carona.- Estou voltando para A Gangue do Dragão Vermelho....À tarde. No Vale do Rei da Medicina.Raul jazia pálido em uma cama de jade, coberto de suor. Vários médicos de branco cuidavam dele com extrema cautela. Quanto a Enrico, só podia ficar de pé ao lado, visivelmente an
Noite, no escritório do segundo andar da Gangue do Dragão Vermelho.- Sr. Ademir, você foi realmente impressionante hoje! Não só bateu forte na cara da família Reis, mas também fez o nome da nossa gangue brilhar na Cidade N! Agora, mais de mil pessoas na Gangue do Dragão Vermelho admiram você profundamente! - Douglas, enquanto servia chá para Ademir, não parava de elogiar seu líder, transbordando de entusiasmo e excitação. Antes, ele estava sempre ansioso, com medo de que, se Ademir falhasse, a família Reis aproveitasse a oportunidade para se vingar. Quem diria que seu chefe seria tão poderoso, vencendo Raul contra todas as expectativas! Dessa forma, ficou famoso em apenas uma batalha!- Chega, você já disse isso oitocentas vezes, não tem algo novo para dizer? - Ademir falou, um tanto exasperado.Desde que voltou, Douglas não parou de elogiar, usando todos os adjetivos que conseguia pensar. Seu comportamento bajulador era tão evidente que parecia até que estava apaixonado:- Quer ouvir
- Provas? Onde estão? - Beatriz perguntou surpresa.- Estou carregando comigo. - Ademir parecia preparado, mostrando duas evidências. - Este é o relatório da autópsia, que prova que a morte de Carlos foi por envenenamento, e esta agulha negra é a arma do crime.- O quê? - Beatriz, um pouco confusa, começou a examinar cuidadosamente.- Se você não acredita em mim, pode mandar verificar por conta própria. - Ademir acrescentou.Apesar das provas, ainda era difícil convencer as pessoas sem identificar o assassino.- Não é necessário, eu acredito em você. - Beatriz falou com uma expressão complexa. - Na verdade, eu sei que você não é o assassino, tudo isso foi um mal-entendido desde o início.- Fico feliz que você pense assim. - Ademir sorriu levemente.- Desculpe, eu te entendi mal antes. Mas por favor entenda, eu realmente não tinha outra opção. A morte do meu irmão me deixou em grande dor e confusão, eu não sabia o que fazer. Estava com medo, receio de te perder também, medo de nos torna