Capítulo 4
- Mãe, acompanhe Carlos até o hospital, eu cuidarei disso. - Depois de alguns segundos de reflexão, Beatriz finalmente decidiu.

- Beatriz, você deve vingar seu irmão, não pode deixar aquele animal impune! - Disse Eduarda, furiosa.

- Fique tranquila, sei o que estou fazendo. - Beatriz assentiu.

Ela acenou para dois seguranças, que levaram Eduarda e Carlos para o hospital.

- Bruna, o que você acha disso tudo? - Beatriz massageou as têmporas, sentindo um pouco de dor de cabeça.

- Presidente Beatriz, já está claro o suficiente que foi Ademir que começou a agressão, os seguranças estão de prova, não deve ser mentira. - Disse Bruna.

- Mas as palavras que saem da boca da minha mãe... - Beatriz hesitou.

Ela tinha ciência do temperamento explosivo de sua mãe e da brutalidade de seu irmão.

- De qualquer forma, agressão é errado! - Bruna falou com convicção. - Mesmo se houvesse algum mal-entendido, não podiam se sentar e conversarem direito? Além disso, Carlos é seu irmão, Ademir o feriu sem pensar em seus sentimentos, só isso já prova que ele é uma pessoa de péssimo caráter!

Beatriz franziu a testa, suas dúvidas internas aumentando ainda mais.

Era verdade, mesmo que sua mãe e seu irmão fossem um pouco agressivos e rudes, isso não justificava agredi-los.

E ainda por cima com tanta violência.

Ela havia se sentido culpada por seu divórcio antes, mas agora, parecia que se divorciar havia sido a escolha certa.

- Presidente Beatriz, não podemos deixar isso passar, devemos exigir suas responsabilidades até o fim! Já que ele se atreve a agredir alguém, então deve pagar por isso! - Disse Bruna friamente.

Beatriz, já irritada, sentiu a raiva aumentar ao ouvir essas palavras.

Ela imediatamente pegou seu celular e ligou para Ademir.

Naquele momento, dentro de um Bentley prateado em movimento, Ademir olhou para a tela do seu celular, franzindo a testa ao ver o identificador de chamadas.

Depois de um segundo de hesitação, ele finalmente decidiu atender.

- Ademir, preciso de uma explicação razoável! - Beatriz falou em tom de comando assim que abriu a boca.

- Explicação de quê?

- Apenas te pergunto, foi você quem agrediu meu irmão agora há pouco?

- Sim, fui eu. Mas...

Antes de Ademir terminar, Beatriz o interrompeu:

- Então realmente foi você! Nunca imaginei que você fosse esse tipo de pessoa! O que? Só porque me divorciei de você, você quer se vingar da minha família?

Ao ouvir isso, Ademir ficou perplexo.

Ele não esperava que ela fosse tão agressiva logo de cara.

Ela nem mesmo perguntou o motivo.

Três anos de casamento, não havia nem um pouco de confiança?

Mesmo estranhos não agiriam assim, certo?

- Beatriz, então eu sou tão desagradável aos seus olhos? Você só sabe que eu bati nele, já parou para pensar por quê?- Ademir falou em voz baixa.

- Não importa o motivo, não é desculpa para agressão! - Disse Beatriz com firmeza.

Ouvindo isso, Ademir riu de si mesmo.

Ele estava totalmente desapontado por dentro.

Certo ou errado, neste momento, já não importava mais.

Estava claro que ela valorizava mais seu próprio irmão.

- Ademir, considerando que já fomos casados, te darei uma chance de remediar a situação. Vá ao hospital agora e peça desculpas para Carlos, e eu vou fingir que nada aconteceu. Se não...

- Se não, o quê? Você vai chamar a polícia para me prender? Ou vai mandar alguém vim me bater? - Ademir retrucou.

- Ademir! Você realmente não se importa nem um pouco com os sentimentos do passado? É necessário levar as coisas a um ponto extremo desses?

- Sentimentos? Ainda há sentimentos entre nós? De qualquer forma, fui eu quem agredi. Como você, Presidente Beatriz, quiser se vingar, sinta-se à vontade.

- Você...

Beatriz estava prestes a explodir, mas Ademir simplesmente desligou na sua cara.

Isso a irritou a ponto de quase jogar o celular fora.

Ela sempre foi boa em gerenciar suas emoções para chegar onde chegou.

Mas agora, ela estava à beira de um colapso emocional.

- Presidente Beatriz, aquele Ademir é realmente um idiota, quer que eu mande alguém dar uma lição nele? - Bruna disse oportunamente.

- Não é necessário, qualquer dívida que eu tivesse com ele, agora está paga. - Beatriz respirou fundo, forçando-se a controlar sua raiva.

- Mas...

Bruna queria dizer algo, mas foi interrompida por um gesto de Beatriz:

- Pronto, vamos deixar isso de lado por enquanto. O mais importante agora é o baile de caridade da família Ribeiro.

- O baile de caridade? Será que tem a ver com a questão da parceria?

- Isso mesmo, acabei de receber a notícia. A família Ribeiro já colocou nosso Grupo BK na lista de pré-selecionados. Se nos sairmos bem, será muito provável que nos tornemos os novos parceiros da família Ribeiro!

- Isso é ótimo, vou começar a preparar tudo imediatamente!

...

Do outro lado.

Após desligar o telefone, Ademir pegou uma carona com Gabriela até o principal hospital de Cidade A.

Depois de sair do carro, os dois apressaram-se até um quarto privativo.

No momento, um homem idoso de cabelos brancos e magro jazia na cama de hospital.

O homem tinha uma expressão pálida, lábios roxos, espírito deprimido e respiração fraca, como se pudesse morrer a qualquer momento.

Em volta dele, havia alguns médicos.

Mas as expressões sérias deles revelavam que a situação do paciente não era nada otimista.

- Irmã! Finalmente você voltou! Esses médicos são todos inúteis, não serviram para nada!

Nesse momento, uma bela moça com um rabo de cavalo veio até eles.

Ela era a segunda senhorita da família Ribeiro, Luísa Ribeiro.

- Presidente Gabriela, fizemos o nosso melhor, lavagem gástrica, diálise, além de vários medicamentos. Fizemos tudo o que podíamos, mas só conseguimos tratar os sintomas, e não a causa raiz. - Um dos médicos disse com resignação.

- Se vocês não podem fazer nada, então vamos substituí-los. Vamos deixar o Sr. Ademir cuidar disso. - Gabriela respondeu friamente.

- Sr. Ademir?

Todo mundo olhou para Ademir, surpreso. As expressões se tornaram um pouco estranhas.

Isso porque ele era muito jovem e não parecia um médico qualificado.

- Irmã! Você está brincando? Ele é o Sr. Ademir? - Luísa perguntou com uma expressão surpresa. - Ele parece ter a minha idade, ele realmente é capaz?

- Não julgue o livro pela capa. Se foi Sr. Cesar quem o recomendou, então suas habilidades médicas certamente não são ruins. - Gabriela respondeu.

Para ser honesta, ela também estava insegura. Mas se era recomendação do Sr. Cesar, ele devia ser excepcional.

- Será que Sr. Cesar foi enganado? - Luísa ainda parecia duvidar. Ela se virou para Ademir e perguntou. – Ei, você realmente sabe medicina?

- Um pouco. - Disse Ademir.

- Só um pouco? - Luísa virou o nariz com desprezo. - Você sabia que todos os médicos que entraram neste quarto são renomados especialistas e professores em Cidade A? Nem eles são capazes de fazer alguma coisa, como você, um médico que sabe apenas "um pouco", ousa vir até aqui?

- Luísa! Não seja rude! - Gabriela repreendeu.

- Irmã! Esse cara me parece muito duvidoso. Eu estou preocupada, e se ele acabar matando o nosso avô? - Luísa argumentou.

- Que besteiras está falando, criatura? - Gabriela franziu as sobrancelhas.

- De qualquer maneira, eu não acredito nele, a menos que ele prove para mim! - Luísa respondeu de nariz empinado.

- Como você quer que eu prove? - Perguntou Ademir calmamente.

- Primeiro, me diga qual é o meu problema de saúde. Se você puder dizer com precisão, eu acreditarei em você!

- Você realmente quer que eu diga?

- O quê? Você está com medo? Se você não é capaz, por favor, vá embora. Não desperdice nosso tempo! - Luísa riu friamente.

- Mostre a língua. – Ademir disse, levantando a mão.

Luísa obedientemente abriu a boca e mostrou a língua.

Depois de examiná-la, Ademir disse sem rodeios:

- Você tem excesso de calor no fígado, desequilíbrio hormonal, dificuldades menstruais e frequentemente apresenta sintomas de dor de cabeça. Além disso, você comeu algo estragado hoje, o que causou distúrbios no funcionamento do seu sistema gastrointestinal. Nas últimas horas, você teve diarreia pelo menos seis vezes! Ah, e também tem hemorroidas...

No momento em que essas palavras foram ditas, a expressão de Luísa ficou instantaneamente rígida.
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