Ao olhar atentamente, era, de fato, Quiteria.- Ademir, o que você está fazendo aqui?Quiteria lançou um olhar surpreso.- Sou o chefe de segurança da empresa. Por que não poderia estar aqui?Ademir pegou uma maçã e começou a comer sem cerimônia.- Chefe de segurança?Quiteria franziu a testa:- Prima, você está brincando? Mesmo eu sou apenas uma secretária e você o coloca como chefe? Com base em quê?- O que eu faço não é da sua conta. - Beatriz respondeu friamente. - Além disso, você se lembra de que é uma secretária? No seu primeiro dia de trabalho, chegou trinta e dois minutos atrasada. Muito comprometida você!Só porque a mãe e a tia falaram bem dela, Beatriz deu a Quiteria uma oportunidade para se provar. E ela falhou miseravelmente.- O trânsito estava ruim, não pude fazer nada. Além disso, é só meia hora de atraso. Qual é o problema?Quiteria não parecia levar a sério.- Eu te pedi para chegar meia hora mais cedo e ficar esperando com os documentos na porta da sala de reuniões.
- Você é o líder da A Gangue do Dragão Vermelho? - Quiteria primeiramente pareceu confusa, e então olhou com um ar de incredulidade. - Ademir, pare de falar bobagens. Quem você pensa que é para se proclamar líder da Gangue do Dragão Vermelho?- Ademir, pare de piada. - Beatriz reforçou o olhar reprovador.Era óbvio que ela também não acreditava nas palavras dele. Como alguém que acabara de chegar à cidade poderia assumir uma posição tão alta?- Por que eu mentiria para vocês sobre algo assim? Se não acreditam, podem me acompanhar até a A Gangue do Dragão Vermelho. Conseguirei o dinheiro para vocês na hora. - Ademir afirmou, categoricamente.- Você acha que somos idiotas? Ir até a A Gangue do Dragão Vermelho para cobrar dívidas, você quer que a gente morra? - Quiteria respondeu, irritada.- Tudo bem, não preciso de vocês. Posso ir sozinho, certo? - Ademir não quis perder mais tempo discutindo.Não era um grande problema, não precisava de tanta tensão.- Espere! Eu vou com você. - Ao ver
Embora Beatriz tivesse o apoio do chefe da tribo, Kaué, o poder que tinha na Cidade S não se estendia até a Cidade N.- Se ela é uma figura menor, então não há problema. - Douglas soltou uma gargalhada. - Melhor se ela nem vier; mas se ousar vir aqui para cobrar, vou fazer com que ela sofra bastante!Quem ela pensa que é, tentando tirar dinheiro dele sem ter nenhum poder?Isso é delírio!- Então, Sr. Douglas, conto com sua ajuda. Depois de resolvermos isso, vou mostrar minha gratidão devidamente.Ronaldo fez um gesto de reverência com os punhos juntos.- Haha, somos todos irmãos, não seja tão formal. Douglas instantaneamente se iluminou com um sorriso.Pelas experiências passadas, o tipo de gratidão que ele podia esperar começava no patamar dos milhões.- Sr. Douglas...Justo quando estavam conversando, um subalterno bateu à porta e entrou.- O que é? Não vê que estou conversando com um cliente?Douglas franziu as sobrancelhas, visivelmente irritado.- Sr. Douglas, há alguém lá fora q
- O quê?O subalterno estava atordoado, colocou a mão no rosto e pareceu um tanto quanto perdido.Os outros também se entreolharam, com expressões de espanto.Ninguém esperava que Douglas fosse reagir tão fortemente.Um segundo antes, ele estava ameaçando cortar alguém; no segundo seguinte, seu rosto se alterou, parecendo que tinha visto um fantasma.O que está acontecendo?- O que vocês estão esperando? Vão pegar o dinheiro!Vendo que ninguém ao seu lado estava reagindo, Douglas, ansioso, desferiu mais um chute.- Tá bom...O subalterno não hesitou e correu apressadamente de volta.Embora não soubesse o que havia acontecido, estava claro que Sr. Douglas estava com medo.Aproveitando o momento em que o subalterno foi buscar o dinheiro, Douglas correu até Ademir com um sorriso subserviente:- Sr. Ademir, quando você chegou? Por que não avisou com antecedência para que eu pudesse mandar alguém te receber?- Sr. Ademir?!Ao ver Douglas se curvar de forma tão humilhante, Beatriz e Quiteria
- Até mais, Sr. Ademir!Douglas se inclinou profundamente diante das costas dos três homens.- Até mais, Sr. Ademir!Os membros da Gangue do Dragão Vermelho seguiram o exemplo, gritando em uníssono, criando um efeito impressionante.Nesse momento, Ronaldo, que percebeu algo estranho lá em cima, finalmente desceu.- Sr. Douglas! O que está acontecendo aqui? Por que você deu o dinheiro a ela? - Questionou Ronaldo."Pensamos em dar um duro golpe nela, mas na hora do vamos ver, não botamos quente e ainda quitamos a dívida. Desde quando a Gangue do Dragão Vermelho ficou tão fraca?"- Como você tem a cara de pau de falar isso? - Douglas se virou e lançou um olhar ameaçador. - Você sabe quem é o homem que estava com aquela mulher?- Não é só um segurança? Qual é o grande problema? - Ronaldo franziu a testa.- Um segurança? - Douglas hesitou por um momento antes de esbofetear Ronaldo. - Você está cego! Esse é o nosso novo líder na Gangue do Dragão Vermelho!- O quê? Novo líder?Ronaldo ficou a
- O que você quis dizer com 'não pode ajudar a si mesmo'? Está falando besteiras?Quiteria arregalou os olhos, visivelmente irritada.Era como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre ela, um verdadeiro desgosto.- Se eu não estiver enganado, hoje o Breno deve ser demitido do Grupo Batista. - Disse Ademir, com uma postura despretensiosa.- Você está falando besteira! - Ao ouvir isso, Quiteria ficou ainda mais irritada. - Meu Breno é tão competente, como ele poderia ser demitido?- Acredite se quiser, de qualquer forma, Breno não poderá ajudar nessa situação.Ademir deu de ombros.- Se Breno não pode ajudar, você acha que pode? Que piada!Quiteria permaneceu com a expressão fria."Ele não passa de um brutamontes. De onde ele tirou a coragem para falar assim?"- Desculpe, mas o que Breno não pode fazer, eu realmente posso.Ademir sorriu levemente.- Você não para de falar, né? - Disparou Quiteria, irritada com as palavras. - Ademir, eu estava até disposta a te poupar, mas já qu
- Espere! - Vendo que o homem de meia-idade estava prestes a ir embora, Quiteria correu imediatamente em sua direção. - Sr. Hélio, talvez você não me conheça, mas deve conhecer o Breno.- Breno? - O homem de meia-idade arqueou uma sobrancelha. - Qual é a relação de vocês com ele?- Breno é meu homem! - Quiteria sorriu orgulhosamente. - Sr. Hélio, acredito que ele já falou com você com antecedência. Agora, podemos entrar no seu escritório?- Não podem. - O homem de meia-idade manteve uma expressão fria. - Eu repito, para me ver, é necessário marcar uma consulta com antecedência.- O quê? - Quiteria ficou momentaneamente atordoada. - Sr. Hélio, você ouviu direito? Eu sou a mulher do Breno, e vim aqui para falar de negócios com você.- E daí? - O homem de meia-idade riu friamente. - Não importa se é você ou mesmo o Breno, ambos precisam agendar um horário para me ver!- Você... Frustrada, Quiteria não sabia o que dizer. Ela nunca imaginou que seria barrada na porta. Nem mesmo o prestíg
- Como isso pôde acontecer? Não, não é possível!Breno arregalou os olhos, quase sem acreditar.Embora seu desempenho não fosse estelar, ele nunca havia cometido erros graves e sempre se sentiu confortável na empresa, amparado por quem o protegia.Com suas conexões, não via como um corte de pessoal pudesse lhe afetar.O que diabos está acontecendo?- Breno? Você foi demitido?Olhando para Breno visivelmente abalado, Quiteria também estava chocada."Não era para ser fácil fechar aquele negócio? Como ele não só não conseguiu, como também perdeu o emprego?"- Parece que temos um problema.Beatriz franziu ligeiramente a testa, pensativa.Ela tinha esperanças de que Breno pudesse ajudar, mas agora, parecia improvável.- Hélio! Fale a verdade, você está por trás disso, não está?Breno ergueu a cabeça bruscamente, com um olhar feroz.- Por que eu faria isso? Não tenho nada contra você. E mesmo se tivesse, não tenho o poder de te prejudicar. Você deveria olhar para si mesmo. - Hélio respondeu