Diya fechou os olhos por um momento, sabendo que hoje não seria fácil. Depois do caos de ontem, em que ela o havia manipulado, era óbvio que Zeus aproveitaria para se vingar.Zeus, ao ouvir a pergunta, riu como se ela tivesse contado uma piada. Ele puxou um robe preto que estava ao lado, vestindo-o com calma, e, sem pressa, pegou um maço de cigarros sobre a mesa. Ele raramente fumava, mas naquele momento parecia deixar que a chama escarlate consumisse sua irritação e alimentasse a névoa de suas emoções geladas.A fumaça cobriu os olhos profundos e frios do Zeus.— Ontem não foi você que disse que não queria? — Ele soltou, com um tom cortante. — Então, saia daqui!Diya pensou no que havia acontecido no dia anterior. Não precisava de confirmações: ele provavelmente tinha ficado com Bianca. A ideia a enojava.— Ontem eu errei. — Admitiu Diya, aproximando-se dele com a cabeça baixa.Zeus estava sentado de pernas abertas, em uma postura que misturava desleixo e arrogância. Ao ouvir a respos
Zeus esfregava de leve os dedos, como se ainda sentisse nela o resquício de sua presença. Um incômodo insistente tomava conta de seu peito, algo que ele não conseguia dissipar. Sem pensar muito, pegou um cigarro e o acendeu, mesmo após anos sem fumar. A chama vermelha iluminava seu rosto, enquanto ele encarava o vazio.No banheiro, Diya estava sob a água corrente, lavando o corpo quase como se quisesse apagar todas as frustrações que pesavam sobre ela. As gotas escorriam por sua pele, levando embora o cansaço, mas sua expressão ainda carregava uma melancolia silenciosa.Foi então que o telefone de Diya começou a vibrar. Era Edgar, o assistente de Cessar. Ela rapidamente atendeu, o coração acelerado. Qualquer notícia deveria ser sobre a saúde do avô. Com um toque impaciente, ela aceitou a chamada.Do outro lado, veio uma notícia que a fez relaxar:— Senhorita, o senhor acabou de sair da sala de cirurgia. O médico disse que ele está fora de perigo... por enquanto.— Isso é maravilhoso! —
— Zeus, terminei o banho. O que mais você quer? Se não tiver nada, vou dormir. — Diya falou casualmente, enquanto já planejava ir para o quarto de hóspedes.Mas Zeus a interrompeu:— Espere.— O quê? — Perguntou Diya, virando-se para encará-lo.— Venha aqui. Sente no meu colo.Diya cerrou os dentes, tentando conter a raiva. Mas, no final, como se resignada ao destino, assentiu com a cabeça. Zeus observava cada movimento dela com um brilho divertido nos olhos.Ela caminhou até ele, sem demonstrar nenhuma emoção, e sentou-se em seu colo sem hesitar, como se estivesse cumprindo uma obrigação. Porém, antes que ele pudesse reagir, Diya o empurrou para trás na cama, fazendo-o deitar-se, enquanto seus dedos começaram a desfazer lentamente o nó do cinto de seu roupão.— Não esperava que você fosse tão... direta. — Zeus murmurou, sua voz carregada de desejo.— É mesmo? Pois há muitas coisas que você não espera de mim. — Diya respondeu, montando sobre ele sem qualquer hesitação. O roupão deslizo
Diya se encolheu debaixo do edredom, tentando ignorar o incômodo no peito e ordenando a si mesma que não pensasse para onde Zeus teria ido depois de sair. Ela forçou a mente a se concentrar no que enfrentaria na reunião do conselho no dia seguinte.Todos sabiam que, no Município Sul, a família Ribeiro tinha uma herdeira tratada como uma joia rara. Diya era a menina dos olhos de Cessar, a neta favorita, predestinada a ser a sucessora do império centenário da família.No passado, a Srta. Ribeiro era a figura mais lendária dos círculos da alta sociedade do Município Sul. Linda, poderosa e cheia de vida, ela era o centro das atenções. Orgulhosa e determinada, conseguia tudo o que queria, sem aceitar "não" como resposta.Mas, nos últimos dois anos, essa jovem que despertava inveja e admiração desapareceu completamente. Alguns diziam que ela havia desobedecido Cessar e, como punição, perdera o direito de herança. Outros sussurravam que ela havia sido vítima de intrigas familiares e eliminada
Depois que Cessar decidiu abandonar sua vida antiga, ele e seus irmãos fundaram o Grupo Ribeiro. A empresa cresceu rapidamente, dominando o Município Norte e iniciando um processo de legalização de suas operações.A família Ribeiro tornou-se um clã intocável, uma força poderosa que ninguém se atrevia a desafiar. A maioria dos membros mais antigos da empresa eram os mesmos homens que haviam acompanhado Cessar em sua juventude turbulenta. Eles eram acostumados a uma vida sem regras e, por isso, tinham um estilo de gestão pouco ortodoxo, diferente das empresas tradicionais.Essa abordagem trouxe eficiência, mas também carregava uma certa "fumaça tóxica" um ambiente de excessos e arrogância que, às vezes, ameaçava a imagem do Grupo.Na sala de reuniões, o clima era de descrença. Quase ninguém levava Diya a sério."Uma jovem mimada que cresceu em berço de ouro? Ela? Vai comandar o poderoso Grupo Ribeiro?"Era o que todos pensavam enquanto cochichavam entre si.O burburinho foi interrompido
Diya falou enquanto varria a sala com os olhos. Seu olhar afiado era como uma lâmina que cortava qualquer resistência, forçando todos a desviarem o olhar. Não havia nenhum traço da doçura que ela costumava exibir na presença da família Santos.— Alguém tem algo a dizer? Se tiver, este é o momento.Sua voz firme ecoou pela sala.A figura de Edgar, de pé atrás da Diya com uma postura respeitosa, reforçava sua autoridade. Ele parecia ser a sombra de Cessar, e a lembrança do velho "Rei das Apostas" ainda fazia muitos tremerem. Cessar, mesmo agora, acamado e debilitado, era uma lenda. Seu nome ainda carregava peso, evocando medo tanto no mundo dos negócios quanto no submundo.Agora, ninguém mais duvidava que Diya era, de fato, neta de Cessar. Seus olhos, que combinavam gentileza com uma astúcia cortante, eram incrivelmente semelhantes aos do avô. E a lição que ela acabara de dar ao demitir Patrick, um dos veteranos da empresa, havia deixado claro para todos que ela não estava ali para brinc
— Quanto ao GRUPO SK, deixem que eles fiquem com esse pedaço suculento por agora. Assim que estabilizarmos as ações, voltaremos com tudo! — Diya falou com calma, enquanto acariciava o anel que seu avô havia usado por décadas. — Todos dizem que o norte pertence à família Santos e o sul à família Ribeiro. Apesar de o GRUPO SK ter sido fundado por Zeus, todos sabem que ele opera sob a sombra da família Santos. Hoje, o GRUPO SK já superou o Grupo Santos, tornando-se o maior do Brasil. Enfrentar o GRUPO SK significa, inevitavelmente, enfrentar a família Santos. Mesmo com a amizade de décadas entre os líderes das duas famílias, ninguém aqui já ouviu falar de alguém no mercado que colocasse a amizade acima dos lucros. Uma das partes largar o mercado do Município Norte para investir em caridade no noroeste? Francamente, quem acreditaria em algo assim? E ainda insinuam que estou fugindo do GRUPO SK? Que piada absurda!Naquele instante, os olhos de Diya brilharam com uma determinação que há muit
Na mansão nos arredores de Cidade Malanje, Bianca olhava furiosa para a notificação de recusa enviada pelo Grupo Ribeiro. A raiva fez com que ela atirasse um vaso no chão, espatifando-o em mil pedaços. Seus nervos estavam à flor da pele nos últimos dias.Desde que retornara ao Brasil, acreditava que rapidamente colocaria Diya para fora da família Santos e a faria voltar para o "fim de mundo" de onde tinha saído. Mas o que aconteceu foi o oposto: Diya, aquela mulher que ela desprezava, não apenas seduziu Zeus, como ainda conseguiu levá-lo para a cama. A simples lembrança da foto dos dois se beijando ardentemente a fazia querer despedaçar Diya com as próprias mãos.Bianca estava desesperada. Queria encontrar Zeus, mas ele vinha evitando-a nos últimos dias. Tentara entrar em contato com Diya para confrontá-la, mas descobriu que fora bloqueada. A indignação crescia em seu peito. Ela se recusava a acreditar que Zeus não se importava com ela. Afinal, se ele não ligasse para ela, por que teri