Diya arqueou as sobrancelhas, sem sequer virar a cabeça. Em seguida, abriu a porta com firmeza e saiu sem hesitar.Zeus estava parado no centro da sala, sua figura alta e imponente parecia a de um demônio saído diretamente do inferno. Na sua mente, as palavras dela ecoavam como chamas ardentes: ela teria outros homens, teria filhos, mas o pai dessas crianças nunca seria ele.Com o cenho franzido de dor, ele soltou uma risada fria e amarga. O rosto carregado, contendo a ebulição do sangue em suas veias, dirigiu-se ao banheiro. Antes disso, ele ligou para seu assistente, Patrick:— Feche a entrada do prédio. Bianca não pode subir.Ele sabia que estava certo. Desde o momento em que Bianca recebeu a mensagem de Diya, ela perdeu completamente o controle. Assim que chegou ao pé do arranha-céu do GRUPO SK, foi barrada pelos seguranças.Tentou ligar para Zeus, mas ele não atendeu. Tentou Diya, mas havia sido bloqueada. Ela estava à beira da loucura. Seus olhos brilhavam com ódio, como um vulcã
Era por isso que Diya tinha coragem de enfrentar Zeus de igual para igual antes.— Senhorita, e o Sr. Zeus? — Bernardo perguntou, observando o sorriso satisfeito no rosto de Diya. O que ele queria saber era se ainda iriam levar adiante o processo de divórcio.Diya, preocupada com a saúde do avô, tinha dado instruções claras a Bernardo. Ela não ousava contar a Cessar sobre os acontecimentos recentes entre ela e Zeus.— Depois a gente vê isso. Zeus não vale nada. Se eu implorar pra ele de novo, eu viro um cachorro. — Respondeu Diya, com firmeza.Mas a vida, como sempre, parecia gostar de dar tapas na cara dela. Não passou nem meio dia, e Edgar, assistente de Cessar, ligou para informar que o hospital havia emitido um aviso de estado crítico.Diya correu para o hospital. Ao entrar na unidade de terapia intensiva, viu o avô, pálido como uma folha de papel. Seus olhos se encheram de lágrimas. Desde que sua mãe morreu, ainda na infância, foi Cessar quem a criou. Ele lhe deu uma infância prot
Diya fechou os olhos por um momento, sabendo que hoje não seria fácil. Depois do caos de ontem, em que ela o havia manipulado, era óbvio que Zeus aproveitaria para se vingar.Zeus, ao ouvir a pergunta, riu como se ela tivesse contado uma piada. Ele puxou um robe preto que estava ao lado, vestindo-o com calma, e, sem pressa, pegou um maço de cigarros sobre a mesa. Ele raramente fumava, mas naquele momento parecia deixar que a chama escarlate consumisse sua irritação e alimentasse a névoa de suas emoções geladas.A fumaça cobriu os olhos profundos e frios do Zeus.— Ontem não foi você que disse que não queria? — Ele soltou, com um tom cortante. — Então, saia daqui!Diya pensou no que havia acontecido no dia anterior. Não precisava de confirmações: ele provavelmente tinha ficado com Bianca. A ideia a enojava.— Ontem eu errei. — Admitiu Diya, aproximando-se dele com a cabeça baixa.Zeus estava sentado de pernas abertas, em uma postura que misturava desleixo e arrogância. Ao ouvir a respos
Zeus esfregava de leve os dedos, como se ainda sentisse nela o resquício de sua presença. Um incômodo insistente tomava conta de seu peito, algo que ele não conseguia dissipar. Sem pensar muito, pegou um cigarro e o acendeu, mesmo após anos sem fumar. A chama vermelha iluminava seu rosto, enquanto ele encarava o vazio.No banheiro, Diya estava sob a água corrente, lavando o corpo quase como se quisesse apagar todas as frustrações que pesavam sobre ela. As gotas escorriam por sua pele, levando embora o cansaço, mas sua expressão ainda carregava uma melancolia silenciosa.Foi então que o telefone de Diya começou a vibrar. Era Edgar, o assistente de Cessar. Ela rapidamente atendeu, o coração acelerado. Qualquer notícia deveria ser sobre a saúde do avô. Com um toque impaciente, ela aceitou a chamada.Do outro lado, veio uma notícia que a fez relaxar:— Senhorita, o senhor acabou de sair da sala de cirurgia. O médico disse que ele está fora de perigo... por enquanto.— Isso é maravilhoso! —
— Zeus, terminei o banho. O que mais você quer? Se não tiver nada, vou dormir. — Diya falou casualmente, enquanto já planejava ir para o quarto de hóspedes.Mas Zeus a interrompeu:— Espere.— O quê? — Perguntou Diya, virando-se para encará-lo.— Venha aqui. Sente no meu colo.Diya cerrou os dentes, tentando conter a raiva. Mas, no final, como se resignada ao destino, assentiu com a cabeça. Zeus observava cada movimento dela com um brilho divertido nos olhos.Ela caminhou até ele, sem demonstrar nenhuma emoção, e sentou-se em seu colo sem hesitar, como se estivesse cumprindo uma obrigação. Porém, antes que ele pudesse reagir, Diya o empurrou para trás na cama, fazendo-o deitar-se, enquanto seus dedos começaram a desfazer lentamente o nó do cinto de seu roupão.— Não esperava que você fosse tão... direta. — Zeus murmurou, sua voz carregada de desejo.— É mesmo? Pois há muitas coisas que você não espera de mim. — Diya respondeu, montando sobre ele sem qualquer hesitação. O roupão deslizo
Diya se encolheu debaixo do edredom, tentando ignorar o incômodo no peito e ordenando a si mesma que não pensasse para onde Zeus teria ido depois de sair. Ela forçou a mente a se concentrar no que enfrentaria na reunião do conselho no dia seguinte.Todos sabiam que, no Município Sul, a família Ribeiro tinha uma herdeira tratada como uma joia rara. Diya era a menina dos olhos de Cessar, a neta favorita, predestinada a ser a sucessora do império centenário da família.No passado, a Srta. Ribeiro era a figura mais lendária dos círculos da alta sociedade do Município Sul. Linda, poderosa e cheia de vida, ela era o centro das atenções. Orgulhosa e determinada, conseguia tudo o que queria, sem aceitar "não" como resposta.Mas, nos últimos dois anos, essa jovem que despertava inveja e admiração desapareceu completamente. Alguns diziam que ela havia desobedecido Cessar e, como punição, perdera o direito de herança. Outros sussurravam que ela havia sido vítima de intrigas familiares e eliminada
Depois que Cessar decidiu abandonar sua vida antiga, ele e seus irmãos fundaram o Grupo Ribeiro. A empresa cresceu rapidamente, dominando o Município Norte e iniciando um processo de legalização de suas operações.A família Ribeiro tornou-se um clã intocável, uma força poderosa que ninguém se atrevia a desafiar. A maioria dos membros mais antigos da empresa eram os mesmos homens que haviam acompanhado Cessar em sua juventude turbulenta. Eles eram acostumados a uma vida sem regras e, por isso, tinham um estilo de gestão pouco ortodoxo, diferente das empresas tradicionais.Essa abordagem trouxe eficiência, mas também carregava uma certa "fumaça tóxica" um ambiente de excessos e arrogância que, às vezes, ameaçava a imagem do Grupo.Na sala de reuniões, o clima era de descrença. Quase ninguém levava Diya a sério."Uma jovem mimada que cresceu em berço de ouro? Ela? Vai comandar o poderoso Grupo Ribeiro?"Era o que todos pensavam enquanto cochichavam entre si.O burburinho foi interrompido
Diya falou enquanto varria a sala com os olhos. Seu olhar afiado era como uma lâmina que cortava qualquer resistência, forçando todos a desviarem o olhar. Não havia nenhum traço da doçura que ela costumava exibir na presença da família Santos.— Alguém tem algo a dizer? Se tiver, este é o momento.Sua voz firme ecoou pela sala.A figura de Edgar, de pé atrás da Diya com uma postura respeitosa, reforçava sua autoridade. Ele parecia ser a sombra de Cessar, e a lembrança do velho "Rei das Apostas" ainda fazia muitos tremerem. Cessar, mesmo agora, acamado e debilitado, era uma lenda. Seu nome ainda carregava peso, evocando medo tanto no mundo dos negócios quanto no submundo.Agora, ninguém mais duvidava que Diya era, de fato, neta de Cessar. Seus olhos, que combinavam gentileza com uma astúcia cortante, eram incrivelmente semelhantes aos do avô. E a lição que ela acabara de dar ao demitir Patrick, um dos veteranos da empresa, havia deixado claro para todos que ela não estava ali para brinc