— Mas hoje... hoje eu vi o lado mais verdadeiro de Zeus. E só agora percebo... eu não sou digna de gostar dele.Diya sentiu um nó apertar em sua garganta. Como podia dizer que o amava, se nunca havia conhecido o verdadeiro Zeus? Não era amor, não realmente. Era apenas um sonho que ela havia criado, uma fantasia em que projetou seus desejos em um rosto que parecia encaixar perfeitamente. Era uma ilusão.Nelson seguia à frente, na cadeira de rodas, enquanto Diya o empurrava. O som dos passos deles ecoava suavemente pelo caminho, misturado ao assobio do vento de outono. Ele não conseguia ver o rosto dela, mas podia sentir as lágrimas que caíam no silêncio e, de alguma forma, pareciam tocar diretamente sua alma.— Diya, não fique triste.Nelson tentou encontrar palavras para consolá-la, mas naquela noite fria de outono, tudo parecia vazio. No fim, ele só conseguiu dizer aquilo, simples e direto.— Eu acredito que você vai encontrar a verdadeira felicidade, aquela que pertence só a você.El
— É claro! O Zeus é meu neto preferido! — Disse Mestre Santos, com os olhos brilhando de admiração ao mencionar o nome de Zeus.— Vovô, o senhor tem sete netos. Por que gosta tanto do Zeus?Essa pergunta, na verdade, provavelmente era algo que Nelson também gostaria de entender.Mestre Santos pensou por um momento antes de responder:— Porque, entre todos eles, apenas o neto mais velho e o Zeus se parecem comigo. Mas o Zeus ainda tem um ponto em que ele não se parece comigo: ele não é duro o suficiente. Com o tempo, quando ele for mais velho, assumir a empresa por mais anos e passar por mais experiências, ele vai aprender."Zeus não é duro o suficiente?" Diya pensou, lembrando-se da cena no jardim em que Zeus levantou o punho contra Nelson sem hesitar.Ela percebeu, naquele instante, que não entendia nada sobre os valores e a educação da família Santos. Zeus havia se tornado o homem que era hoje por causa do ambiente em que foi criado. Aquele comportamento agressivo e egoísta, de certa
De repente, o som melodioso do celular despertou Diya de seus pensamentos. Olhando para o nome que piscava na tela, ela hesitou por alguns segundos antes de finalmente atender.— Fale logo, não me atrapalhe enquanto descanso!Ela não queria perder tempo ouvindo as baboseiras de Zeus, então foi direta, lançando um aviso logo de cara. Mas, para sua surpresa, a voz que veio do outro lado da linha não era a de Zeus.— Diya, é assim que você costuma falar com o Zeus? — Pedro soltou uma risada seca, claramente desconfortável.Diya revirou os olhos. Desde que ela e Zeus haviam se casado, esse tom de conversa havia acontecido uma única vez, e, por ironia do destino, Pedro estava por perto para ouvir. "Isso só pode ser brincadeira!" Ela pensou.— Diga o que quer.Já que a situação era essa, Diya não se deu ao trabalho de explicar. Sua voz soou fria e distante, deixando claro que ela não estava disposta a perder tempo.A resposta direta pareceu acionar algo em Pedro, que rapidamente mudou o tom.
O olhar de Diya disparou um raio de pura fúria, difícil de conter. Claro, aquela raiva não era inteiramente dirigida a Pedro. Afinal, se não fosse pelo aviso dele, ela não teria encontrado Zeus tão rápido.Mas, naquele momento, tudo o que ela queria era arrancar fora a "parte masculina" de Zeus. Assim, ele não teria mais problemas para resolver...No entanto, ao refletir por um instante, Diya percebeu que Zeus estava claramente fingindo. Ele estava fazendo aquele espetáculo de propósito, e o alvo era ela."Ah, Mestre Zeus, o grande playboy cercado de mulheres. Que cena rara. Se eu gravar um vídeo disso e postar no meu Twitter, certamente ganharia uma enxurrada de seguidores."Determinada, Diya pegou o celular. Mas, antes que pudesse começar a gravar, algo inusitado aconteceu: em questão de segundos, o ambiente antes barulhento e cheio de gente ficou completamente vazio.Pedro havia desaparecido em algum momento, e o que restava era apenas Zeus e ela. O silêncio era quase surreal, e Diy
— Que palhaçada é essa? — Diya gritou, firme, mas as palavras de Zeus ainda ecoavam em sua mente. "Case-se comigo."Ela olhou para Zeus, que continuava rindo como um bobo e claramente esperando uma resposta. De repente, um pensamento divertido passou pela cabeça dela. Zeus, normalmente tão explosivo e imprevisível, era alguém com quem ninguém ousava brincar. Mas agora, bêbado desse jeito, ele parecia inofensivo, quase adorável.— Zeus, você disse que quer se casar comigo. É sério mesmo? — Perguntou Diya, com um tom provocador, enquanto apertava a orelha dele sem nenhum remorso.Sob circunstâncias normais, jamais ousaria fazer algo assim. Mas amanhã Zeus não se lembraria de nada, então ela não tinha nada a temer.— É sério, é sério! — Zeus respondeu, balançando a cabeça como um passarinho, com um sorriso infantil, parecendo um garoto travesso à espera de aprovação."Que fofo!" Pensou Diya, com o coração quase derretendo. Aquele rosto perfeitamente esculpido, combinado com a expressão bo
A declaração de Zeus era autoritária e carregada de possessividade. Seus olhos vermelhos e penetrantes estavam fixos em Diya como se ela fosse sua propriedade, algo que ele jamais permitiria que alguém tirasse dele.O corpo de Diya ficou rígido, e seu coração acelerou incontrolavelmente."Se... se Zeus não estivesse bêbado agora, como seria?"Mas o mundo não funciona com "e se". Ela abaixou os olhos, reprimindo os pensamentos, e percebeu que não deveria ter brincado com Zeus. O que começou como uma tentativa de vê-lo se envergonhar acabou machucando a si mesma.Com um movimento brusco, ela afastou a mão de Zeus com um tapa e, sem hesitar, deu sua ordem:— Você consegue andar sozinho, não é? Então, se consegue, vá para casa agora mesmo!Ela olhou para o relógio e viu que já eram quase onze da noite. Mestre Santos, com sua idade avançada, certamente ficaria muito preocupado se soubesse que Zeus estava na rua, bêbado daquele jeito.Ainda assim, levá-lo de volta para a casa da família Ribe
Mas agora que ele estava dormindo, Diya simplesmente não conseguia tirá-lo da banheira e levá-lo até a cama.— Zeus, acorde! Se quer dormir, vá para o quarto e durma direito! — Disse ela, impaciente.Zeus abriu os olhos lentamente, ainda confuso, mas o que viu o deixou surpreso: o rosto genuinamente preocupado de Diya."Eu devo estar sonhando... ou estou vendo errado?"Ele arregalou os olhos, incrédulo, enquanto sua garganta se apertava em um reflexo nervoso.— Diya?— Quem mais poderia ser? Anda logo, levante! — Respondeu ela, revirando os olhos com impaciência. — Eu devo ter sido sua devedora em outra vida. Olha pra mim, saio de casa no meio da noite, deixo minha cama quentinha pra ir te buscar naquele bar nojento, você bêbado feito um idiota! Se não fosse por um colapso mental momentâneo, nunca teria feito uma coisa tão ridícula!Ela resmungava enquanto tentava, inutilmente, puxar Zeus para fora da banheira. Seus braços finos usavam toda a força que ela tinha, mas Zeus sequer dava s
O beijo de Zeus se aprofundava cada vez mais, mas o instinto de sobrevivência de Diya a fez reagir. Em um ato desesperado, ela cravou os dedos na axila de Zeus com força, fazendo-o se afastar como se tivesse levado um choque.Ele ficou ali, parado, encarando-a enquanto respirava ofegante, os olhos fixos nela.Foi então que Diya percebeu, horrorizada, que os botões de sua camisa haviam sido desfeitos sem que ela sequer notasse. Seu peito estava completamente exposto ao olhar intenso de Zeus.— Zeus, você é algum tipo de animal? Não consegue pensar em outra coisa além disso? — Gritou ela, furiosa.Diya estava indignada. Ele estava doente, bêbado e ainda assim não conseguia se comportar. Mas o que mais a irritava era ela própria: como pôde se deixar levar por um único beijo, quase perdendo o controle?Aquela troca de emoções, no entanto, pareceu ser suficiente para trazer Zeus de volta à sobriedade. Ele estava completamente acordado agora. Mas as lembranças das brigas recentes e da sombra