A expressão no rosto de Chris ficava cada vez mais séria, mas Diya não lhe deu nenhuma chance de interromper.— O senhor sabe, tio, que o estado de saúde do vovô é muito grave. Se não fosse pelo Zeus, que usou sua influência para trazer o Dr. Jorge, ninguém sabe o que poderia ter acontecido. — A voz de Diya estava firme, mas carregada de emoção. — Então, a única coisa que eu quero agora é engravidar o mais rápido possível, para que o vovô possa segurar o bisneto que ele tanto deseja enquanto ainda está entre nós.Chris fechou os olhos por alguns segundos, tentando esconder o peso da tristeza e impotência que sentia.— Entendi. — Ele respondeu, com um tom baixo. Depois de uma pausa, continuou. — Diya, me traz um pouco de bebida. Quero tomar algo.Depois de tantos anos no exército, Chris havia desenvolvido o hábito de aliviar suas emoções com álcool. Mesmo que Diya, agora focada em engravidar, não pudesse beber com ele, isso não o incomodava. Ele beberia sozinho.Sem hesitar, Diya foi bu
Diya falou, com a voz baixa, mas firme:— Na época, insisti em me casar com Zeus porque eu o amava. Agora quero o divórcio porque ele não me ama. Saber que entreguei meu amor à pessoa errada já é doloroso o suficiente. Por isso, preciso parar antes que eu mesma me destrua. Não quero ser como minha mãe… — Ela fez uma pausa, respirando fundo, enquanto a lembrança da mãe atravessava sua mente como uma lâmina. — Ela depositou todo o seu amor em alguém que a decepcionou. Isso já seria triste, mas o pior foi que ela nem sequer conseguiu manter a própria vida no final...Quanto ao acordo com Zeus para ter um filho por causa do avô, isso era algo que vinha de um desejo egoísta dela mesma."Não dizem que um filho é o fruto do amor dos pais?" pensava Diya.Ela queria ter esse filho. Queria vê-lo crescer, dia após dia, e assim enganar a si mesma. Queria acreditar que, mesmo que Zeus não a amasse agora, ele já a tivesse amado um dia. Mas, na realidade, ela odiava a si mesma por esse tipo de pensam
Chris havia bebido muito. Sob o estímulo da luz do ambiente e dos próprios reflexos automáticos do corpo, ele conseguiu recobrar um mínimo de consciência, mas seus olhos insistiam em não se abrir completamente.Em meio à confusão de sua mente, ele sentiu um par de mãos pequenas e frias o ajudar a se sentar, posicionando-o contra algo macio. Logo em seguida, a sensação fria de um copo encostou-se aos seus lábios, e a água começou a descer suavemente por sua garganta.Ele estava tão sedento que aceitou a ajuda sem hesitar, engolindo grandes goles de água, até que o copo ficou completamente vazio. Apenas quando Vanessa retirou o copo, ela perguntou, com uma voz delicada:— Quer mais? Se quiser, eu pego mais para você.— Não... Não preciso. — Chris franziu levemente a testa. Aquela voz... Por que parecia tão familiar?Enquanto isso, Vanessa sentia o coração bater descontroladamente. Ela olhava para o homem à sua frente, que, completamente vulnerável pelo álcool, não tinha forças para reagi
— Vanessa, você é uma mulher de família, uma dama. Não me faça perder o respeito por você, está bem?Os olhos de Chris estavam frios como gelo, e aquele olhar fez Vanessa sentir como se estivesse congelada pelo frio que emanava dele.— Você... Chris, você está sendo cruel demais!A mágoa subiu como uma onda, e as lágrimas que Vanessa segurava há tanto tempo finalmente escaparam. No entanto, ela não chorou na frente de Chris. Em vez disso, correu para o quarto quase aos tropeços, jogou-se na cama e escondeu-se sob o edredom, onde chorou em silêncio.Tudo aconteceu tão rápido que ela nem teve tempo de calçar os sapatos. Na escuridão, as lágrimas de Vanessa encharcaram o tecido do edredom, mas ela não fez nada para enxugá-las."Por que isso? Se ele não gosta de mim sendo gentil e carinhosa, e também não gosta de mim sendo ousada e apaixonada, eu só queria uma noite com ele! Será que nem isso é possível? Chris é impossível de lidar!"Seu coração parecia despedaçado. Aquele homem mais velho
— Vanessa, desse jeito, você ainda consegue ir para o set? — Perguntou Diya, com uma expressão preocupada.Se Vanessa não estivesse em condições de gravar, seria melhor tirar o dia de folga e relaxar na casa dela, longe de toda pressão.— Não dá para faltar. — Vanessa balançou a cabeça, franzindo o rosto com desgosto. — A Maria, aquela praga, me fez jurar ontem à noite que eu iria hoje sem falta! Estou de saco cheio dela! Assim que eu voltar, vou pedir à agência para trocá-la!Maria era a agente de Vanessa, a quem ela se referia como "a pior de todas". Mas Diya sabia que Vanessa só estava desabafando, porque na hora de verdade, se tivessem que trocar Maria, Vanessa seria a primeira a se opor à ideia.— Ah, para com isso! Toda vez que você fica irritada, quer se livrar da Maria. Mas, no fim, quem está ao seu lado todos esses anos é ela, não é? Não seja infantil. Se você conseguir ir para o set, ótimo. Caso contrário, tenho certeza de que a Maria, que se preocupa tanto com você, não vai
Depois da noite anterior, Chris já não sabia mais o que esperar daquela garota. Ele sempre conseguira antecipar as atitudes de Vanessa, mas agora tudo parecia incerto.Antes que Diya pudesse falar algo ou tentar combinar os planos, Vanessa interrompeu, com um tom casual:— Diya, se você está com sono, volta para a cama e descansa. Eu vou de carona com seu tio, está tudo bem.Chris e Diya não tinham feito questão de esconder o que estavam conversando, então Vanessa, que ouviu tudo claramente, também não viu necessidade de fingir que não sabia de nada.Dentro do BMW branco, Chris assumiu o volante e deu partida no carro. Ele observou pelo retrovisor enquanto Vanessa se despedia de Diya e, em seguida, tomava o lugar no banco do passageiro ao seu lado.Assim que ela fechou a porta, sua voz fria e objetiva soou:— Coloque o cinto de segurança.Vanessa só então percebeu que estava no carro de Chris, e que cada gesto precisava ser impecável. Quase automaticamente, ela obedeceu, ajustando o ci
Vanessa, posicionada acima de Chris, olhava para ele com seus olhos brilhantes e determinados, enquanto ele a encarava com aquele olhar sério e cheio de sabedoria. Lentamente, os olhos dela desceram, e então seus lábios macios e quentes encontraram os dele. O toque parecia carregar eletricidade, sugando toda a força de Chris no instante em que aconteceu. Aquele beijo, inicialmente suave, foi se aprofundando. O leve aroma cítrico de limão que emanava de Vanessa envolveu Chris, fazendo com que ele, sem perceber, fechasse os olhos. Sua respiração ficou mais pesada e descompassada, enquanto tentava, sem sucesso, resistir ao momento. Chris tentou lutar contra o impulso, mas Vanessa o segurou ainda mais firme, até que o contato entre os dois se intensificou. Foi nesse instante que algo dentro dela mudou, ao sentir a colisão de uma área sensível de ambos os corpos. O corpo de Vanessa congelou por um segundo, mas logo suas bochechas ficaram tão vermelhas quanto brasas. Mesmo assim, ela i
Chris sempre evitou ferir Vanessa diretamente. Mesmo quando precisava ser claro, ele escolhia cuidadosamente as palavras para não machucá-la. Mas, desta vez, sua paciência e autocontrole ruíram completamente diante daquela jovem insistente. Ele mal podia acreditar na situação em que se encontrava e, por isso, não se preocupou em medir suas palavras.— Sobrinha? — Vanessa repetiu a palavra, com os olhos inchados como duas nozes, que agora voltavam a ficar vermelhos de lágrimas contidas. — Agora você quer continuar se enganando? Você diz que me vê como sobrinha, mas uma sobrinha você abraça, beija e ainda reage assim?Ela respirou fundo, tentando manter a voz firme, mas a mágoa transparecia em cada palavra.— Tudo bem, já que você foi tão claro, eu entendi o recado. De agora em diante, eu fico bem longe de você!Vanessa tinha seu orgulho, sempre teve. Mas, por Chris, ela o engoliu, escondeu, fez de tudo para ganhar um sorriso sincero dele. Ela se entregou completamente, até mesmo o últim