Os acontecimentos foram tão rápidos que Diya mal conseguia entender o que estava acontecendo. Quando voltou a si, viu Zeus à sua frente, com o corpo vacilando, perto de desabar.Os seguranças imediatamente o seguraram, impedindo que ele caísse no chão. Diya se aproximou para perguntar como ele estava, mas, ao vê-lo de frente, seus olhos se fixaram na faca que antes estava nas mãos de Eduarda. Agora, ela estava cravada no abdômen de Zeus, de onde o sangue jorrava sem parar...A sala virou um caos. Zeus, já perdendo a consciência, agiu apenas por instinto. Ele segurou a faca enfiada em seu abdômen, arrancando-a com força e, sem hesitar, lançou-se na direção de Eduarda, tentando esfaqueá-la.Os policiais ficaram paralisados por um momento, mas logo correram em direção a Zeus, gritando:— Sr. Zeus, por favor, mantenha a calma!No último segundo, um dos policiais conseguiu puxar Eduarda, desviando seu corpo da trajetória do golpe. A faca, que teria sido fatal, atingiu apenas o braço dela.E
Diya soltou um leve riso irônico:— Se não fosse pela falta de atenção deles, como o Luís teria tido oportunidade de agir? Enfim, diga para os seus homens ficarem mais atentos da próxima vez.Ela suspirou. Não fazia sentido perder tempo culpando os seguranças agora. Esse tipo de problema era insignificante demais para ela gastar sua energia.Bernardo, no entanto, pareceu se lembrar de algo importante e comentou:— Mestre Zeus já foi levado para a sala de cirurgia. Ouvi dizer que a faca foi bem profunda e ele perdeu muito sangue. Você não vai até lá para vê-lo?Ele fez a pergunta quase sem olhar diretamente para Diya, mas acabou levantando os olhos no final de sua fala. A notícia de que a Srta. Ribeiro estava em processo de divórcio com Zeus já havia se espalhado por toda Malanje. Até mesmo Bernardo, que trabalhava diretamente com ela, não conseguia decifrar completamente seus sentimentos em relação a Zeus.— Não vou. Preciso de um pouco de paz. — Diya respondeu, massageando as têmporas
O aeroporto privado do Grupo Ribeiro ficava logo ao lado do aeroporto público. Quando Diya e Bernardo chegaram, duas luxuosas aeronaves privadas estavam pousando ao mesmo tempo.O coração de Diya batia mais rápido de tanta ansiedade. Ela não sabia quais dos tios estariam descendo das aeronaves, mas a expectativa era grande. Seus tios haviam saído de casa ainda jovens para seguirem suas próprias vidas, e, por isso, ela nunca teve a oportunidade de conhecer todos eles enquanto crescia ao lado do avô. Esse fato sempre a deixou um pouco triste.Mas agora tudo estava diferente. Para celebrar seu aniversário, os tios estavam se reunindo, e ela sabia que isso alegraria muito o avô. A ideia de vê-los todos juntos finalmente a deixava emocionada.As duas aeronaves logo estacionaram no aeroporto. Quando uma delas parou completamente, a porta da cabine do lado esquerdo de Diya foi a primeira a se abrir.De lá desceu um homem alto, vestindo roupas casuais brancas e usando óculos escuros. Do lado d
— Agora que temos a Diya, não podemos permitir que ela passe pelos mesmos sofrimentos que a mãe dela passou. Não vou deixar aquele canalha machucá-la! — Daniel disse, cerrando os punhos enquanto o ódio transparecia em seu olhar. — Exatamente! Zeus não pode sair impune! — Ruben respondeu imediatamente, com uma raiva que parecia ainda maior que a de Daniel. — Eu quero acabar com aquele casal de cães! Quero que eles peçam desculpas publicamente para a Diya! Amanhã mesmo! Amanhã o mundo inteiro vai saber que a família Ribeiro não é de se brincar. Um tigre pode até perder os dentes, mas ainda é um tigre. Mesmo que hoje estejamos em negócios legítimos, ainda somos a mesma família Ribeiro de sempre. Quem ousar nos desafiar vai pagar o preço! Diya observou enquanto Ruben e Daniel falavam com tanta indignação. Por um lado, ela se sentia aliviada por ter tios tão protetores, mas, por outro, não conseguia evitar uma preocupação crescente. A história da ascensão da família Ribeiro não foi fá
Diya, posicionada bem ao lado de seu avô, no lugar de maior destaque, sentiu o rosto corar de leve diante dos olhares dos tios. — Pois é, só crescendo e amadurecendo é que vou poder cuidar direitinho do senhor, vovô! — Diya disse, aproveitando as palavras de Cessar. Sua voz doce e carinhosa deixou o avô ainda mais encantado. — Menina, com essa fala tão doce, parece que acabou de comer mel, né? — Cessar riu e, como se lembrasse de algo importante, continuou. — Mas, falando em dedicação, aquele Zeus até que é um rapaz bom. Se não fosse por ele ter encontrado o renomado Dr. Jorge, minha recuperação não teria sido tão rápida. Agora, só falta eu receber a notícia de que você e o Zeus terão um filho. Se eu tiver um bisneto, posso até fechar os olhos em paz, sabendo que vivi uma vida completa! O elogio exagerado fez Diya revirar os olhos, mesmo que de forma discreta. Zeus, bondoso? Que nada! Ele só trouxe o tal doutor em troca de algo que ela teve que oferecer. Mas, claro, ela jamais
Ao lembrar que Zeus se feriu por sua causa, Diya sentiu uma dor no coração que não conseguia controlar. De repente, Zeus abriu os olhos lentamente. Ele viu Luiza, que estava sentada ao lado da cama, e tentou dizer algo, mas fechou a boca imediatamente. Com as mãos trêmulas, ele tentou alcançar o copo d’água no criado-mudo. "Ele está com sede?" Diya percebeu isso e, esquecendo completamente o desconforto de estar ali, passou pela porta e se aproximou da cama de Zeus. Porém, assim que sua mão tocou o copo, Luiza, que estava apenas cochilando, acordou. Ao ver Diya parada atrás dela e perceber o gesto de Zeus, que ainda tinha a mão suspensa no ar, Luiza rapidamente pegou o copo antes que Diya o fizesse e entregou para o filho. — Ah, então você ainda lembra de aparecer? — Luiza disparou, olhando para Diya com um tom de sarcasmo enquanto Zeus bebia a água. O tom ácido de Luiza era impossível de ignorar. Seu filho, sempre protegido e tratado como um príncipe, estava agora ferido p
O silêncio no quarto era quase insuportável. Diya e Zeus se encaravam, mas nenhum dos dois dizia nada.Diya tinha muitas perguntas que queria fazer e muita preocupação que desejava expressar, mas, ao encarar o rosto pálido de Zeus, parecia que algo tinha travado em sua garganta. Nenhuma palavra saía.Zeus, por outro lado, também tinha algo a dizer. Mas, ao lembrar que, enquanto ele estava na sala de cirurgia, Diya havia corrido para o aeroporto para buscar Nelson, ele perdeu completamente a vontade de falar.O silêncio entre eles se prolongava. Nenhum tomava a iniciativa de falar, e nenhum parecia disposto a sair dali.Do lado de fora, Patrick, percebendo o clima, decidiu ficar próximo à porta do quarto, mas não entrou, deixando o espaço apenas para os dois.No entanto, o silêncio sempre acaba sendo interrompido.Zeus tentou se sentar. O movimento fez com que uma dor aguda irrompesse em seu abdômen, e ele não conseguiu evitar um leve arquejo.— Você… — Diya começou a falar, mas, antes
Diya puxou para mais perto de si o casaco fino que usava, tentando se proteger do frio, enquanto encolhia os ombros e caminhava devagar para dentro do hospital. Ela repetia para si mesma: “Eu não estou preocupada com o Zeus. Só estou aqui porque ele me ajudou e tenho que agradecer, nada mais.”O setor de internação à noite era extremamente silencioso. Diya, ainda assim, caminhava o mais suavemente possível, mas acabou despertando Patrick, que estava de guarda, sempre atento. Ela fez um gesto pedindo silêncio com o dedo nos lábios, e Patrick imediatamente entendeu, saindo do quarto na ponta dos pés. — Senhora, por que não foi para casa? — Patrick perguntou em voz baixa, mas assim que notou o leve tom avermelhado nos olhos de Diya, ele se calou. — Como ele está? Zeus está bem? — Diya finalmente perguntou, quebrando o silêncio que carregava desde que chegou. Ela já tinha visto Zeus trabalhando, mas sem ouvir o que os médicos tinham a dizer, ainda não conseguia se sentir tranqu