Cidade Y.O hospital estava em completo caos naquele momento. Embora parecesse uma confusão, todos estavam se preparando para subir a montanha.Karina trabalhava no hospital da Cidade Y, então não estava na área do colapso nas montanhas. No entanto, ela fazia parte da equipe que estava prestes a entrar na área atingida.Além dela, os médicos, Patrícia e Lourenço, também estavam prontos para subir.— Karina, está pronta? Podemos partir agora! — Pronta!Com uma mochila de suprimentos médicos nas costas e carregando pacotes de material esterilizado nos braços, Karina correu para o pátio.— Karina, me dê isso. Patrícia pegou os pacotes e, junto com Lourenço, ajudou Karina a subir no caminhão.O veículo os levou até a entrada da região montanhosa, onde parou.— Daqui em diante, temos que ir a pé.Lourenço, sendo o único homem do grupo, carregava a maior parte dos equipamentos, os mais pesados e volumosos.Patrícia se aproximou de Karina, e discretamente deu uma cutucada:— Ele é um bom
Patrícia ficou tão surpresa que não conseguia dizer uma palavra.Ademir, porém, não tinha muita paciência e franziu o cenho, perguntando:— Eu perguntei quem fez o quê com a Karina?— Foi assim... — O homem à sua frente claramente não era comum, então Lourenço se apressou em explicar tudo. — Agora, não conseguimos mais entrar em contato com a Karina.Ao ouvir isso, os lábios finos de Ademir se comprimiram em uma linha reta, e seu olhar ficou sombrio.Ele murmurou:— Que ousadia.Logo depois, ordenou:— Júlio, Enzo, Bruno, venham comigo!— Sim, Ademir.Eles entraram na área de colapso, e assim como Lourenço havia dito, ninguém tinha visto Karina.Júlio e os outros dois não ousavam falar, esperando apenas que Ademir tomasse a iniciativa.Com os traços tensos, Ademir falou em um tom grave:— Júlio, prepare o helicóptero e sobrevoe mais ao fundo. Mesmo que tenhamos que revirar a montanha inteira, quero que encontrem a Karina.— Sim, Ademir! — A tensão na voz de Júlio aumentava.O céu escur
Ademir e Karina se olharam fixamente, sem que nenhum dos dois dissesse uma palavra. O coração dela não parava de bater acelerado. — Gosta disso? — Ademir acariciou seus lábios com os dedos, repetindo a pergunta. — Você gosta quando eu te beijo? Karina estava atônita, incapaz de falar. Só o som das batidas do seu coração, cada vez mais forte! Ela não respondeu, e Ademir se abaixou novamente, selando seus lábios com outro beijo. Que fragrância doce, tão fresca... O perfume da pele de Karina preencheu o olfato de Ademir, como uma leve brisa de cítricos. — Sr. Ademir! Uma voz masculina desconhecida interrompeu o beijo deles. Karina foi a primeira a recobrar os sentidos, afastando Ademir e virando o rosto. O vazio em seus braços irritou Ademir, que lançou um olhar de desagrado ao homem. — O que houve? — Bom... — Um homem, um morador local que havia acompanhado o grupo, começou a falar. — Gostaríamos de saber se poderíamos usar o seu helicóptero. Ainda há aldeões desa
Patrícia ficou um pouco atordoada com a enxurrada de perguntas. Ela sabia que não deveria falar sobre a vida pessoal de Karina, mas a presença dominante daquele homem era tão forte que, sem perceber, acabou contando. Patrícia assentiu e disse: — Se você perguntar desse jeito, então sim, já aconteceu. Ao ouvir isso, o coração de Ademir apertou. Aquele homem... Era o pai do filho de Karina! No entanto, em seu rosto, ele apenas esboçou um sorriso despreocupado e perguntou: — Quem é esse homem? Como ele se chama? Patrícia respondeu: — Talvez você não o conheça, é o Túlio, da família Martins. Já ouviu falar dele? Então era ele. Os olhos de Ademir escureceram, e seus dedos se fecharam em punho, enquanto uma dor aguda atravessava seu peito. Ademir continuou a perguntar: — Como eles se separaram? Patrícia mordeu os lábios antes de responder: — A mãe do Túlio não aprovava, então eles foram forçados a se separar. Então foi assim... — Obrigado. Não conte a Karina
Chegaram ao Hospital J.Karina abriu a porta do carro, pronta para descer.— Karina. — O rosto bonito de Ademir parecia um pouco inquieto. — Eu tenho algo para te dizer.— Karina!À frente, alguém já estava chamando por Karina.Karina mordeu o lábio inferior, decidida, e disse:— Agora eu vou trabalhar, depois que eu terminar, eu vou te ouvir com calma. E eu também tenho algo para te dizer.Os olhos profundos de Ademir brilharam ao ouvir isso, e ele respondeu:— Tudo bem.Sem mais demoras, Karina desceu do carro e, junto com seus colegas, começou a ajudar no registro e transporte dos pacientes.Observando a figura ocupada de Karina, Ademir sorriu, e o brilho em seus olhos revelava sua alegria.Será que o que ela queria dizer era o mesmo que ele?...Quando todos os pacientes já haviam sido admitidos, Karina finalmente conseguiu um momento para descansar.— Dra. Costa, vá comer logo! A comida de hoje está uma delícia!— Sério?Karina sorriu e assentiu, indo pegar sua refeição, e ao vê-l
Vitória se jogou nos braços de Ademir, abraçando ele pela cintura. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, ela disse:— Nesses dois dias, pensei muito, e eu realmente não consigo deixar isso para trás...Ademir baixou o olhar para a mulher chorosa, franzindo a testa com um ar de impotência:— Vitória...Ao ouvir esse nome, Karina se virou repentinamente e correu porta afora, sem hesitar.Bruno, que ainda estava de guarda na entrada, ficou muito surpreso ao vê-la, especialmente pelo semblante tão sombrio que ela carregava.— Karina, você...Os olhos de Karina se curvaram, como se estivesse sorrindo. No entanto, não havia vestígio de alegria em seu olhar.— Parece que cheguei na hora errada. O Sr. Ademir está bastante ocupado, então vou indo agora. — Ela pensou por um momento e acrescentou. — Não precisa contar a ele que estive aqui.Dito isso, Karina saiu apressadamente!Ela não suportava ficar ali por mais nem um segundo sequer!Porém, nesse curto intervalo de tempo, a realidade já havia l
Quando chegou ao estacionamento subterrâneo, Ademir estava ligando para Karina. No entanto, ela nem sequer atendia as chamadas.De volta ao hospital, Karina estava junto à equipe médica, organizando os suprimentos e se preparando para partir. Ela tinha planejado ser parte do último grupo a ir, mas agora já não via mais razão para esperar.O celular em seu bolso tocava incessantemente. Ao ver o nome de Ademir na tela, Karina silenciosamente desligou o aparelho.Ademir entrou com o carro no hospital, e a primeira leva de veículos médicos já estava prestes a sair.— Não pode estacionar aqui, por favor, use o estacionamento central.Ademir, sem escolha, deu a volta e foi estacionar o carro. Depois, se apressou em direção ao hall de emergência e perguntou:— Com licença, a Karina está aqui?A enfermeira, que conhecia bem Karina, respondeu:— Karina? Ela saiu com a equipe médica.— Saiu? Quando?A enfermeira apontou com a mão:— Aquela ali, acabou de sair...Antes que ela pudesse terminar a
Karina ficou atônita e, sem pensar, falou:— Não me diga que você foi até o País G por causa do Catarino?— Claro. — Túlio deu uma risada baixa. — O que prometi a você, eu sempre cumpro.Já que aquilo estava relacionado ao Catarino, Karina não tentou mais impedir Túlio.— Quando você chegar, me liga.— Certo.Depois de desligar o telefone, Túlio sorriu satisfeito. Embora fosse por causa de Catarino, não importava; o que ele queria era que Karina dependesse dele, para que ela nunca pudesse se afastar dele...A chuva caía cada vez mais forte.Patrícia olhou para Karina, que estava parada na porta:— Parece que o céu abriu um buraco.Ela não resistiu e perguntou:— Quem você está esperando? Você não para de olhar...Antes que pudesse terminar, Karina se virou e lançou-lhe um olhar:— Eu vou descer um pouco.Lá embaixo, Túlio estacionou o carro e desceu, abrindo a porta.Karina saiu do prédio naquele momento, e ao vê-lo, levou um susto, perguntando:— O que aconteceu com você?Túlio estava