— O Catarino teve intoxicação alimentar... — Os olhos de Karina se encheram de lágrimas, mas de repente se lembrou de que ele não conhecia Catarino. — Catarino é meu irmão!Ademir ficou surpreso. Era a primeira vez que ele ouvia falar da família de Karina. Então ela tinha um irmão.— Eu vou com você!— Não...— Como assim "não"? — Karina estava prestes a recusar, mas Ademir a interrompeu. — A essa hora, é impossível conseguir um carro na Mansão da família Barbosa! Vamos!Ademir pegou sua mão e disse:— Você não está preocupada com seu irmão?Não havia tempo a perder, e no fim Karina acabou entrando no carro com Ademir.— Me sinto muito mal por isso, tão tarde assim... Estou atrapalhando seu descanso.Ademir lançou um olhar para ela e respondeu:— Não diga isso, você já me ajudou tanto. Se eu não te ajudar agora, ainda posso ser considerado humano?— Obrigada.Karina só conseguiu agradecer....Catarino foi levado para um hospital próximo a uma clínica.Quando Karina chegou, a sala de e
O toque suave nos lábios fez os dois ficarem paralisados.Ademir se afastou apressado. Ele já havia perdido a conta de quantas vezes sentiu essa estranha compulsão de beijar Karina.Com uma leve tosse, tentou disfarçar o constrangimento.— Você não pode dizer que não está cansada. Se você não está, o bebê que está aí na sua barriga também não está?Karina baixou a cabeça, evitando o olhar dele.Ademir a colocou cuidadosamente no sofá, se virou e disse:— Então, vai dormir.Mas, na verdade, como Karina conseguiria dormir? Essa já era a segunda vez! Ele a beijou de novo! Da última vez, ele estava bêbado e confuso... E dessa vez? Karina tocou seus próprios lábios. Como poderia se deixar ser beijada pelo namorado de Vitória?Quantas vezes aquela boca já havia beijado Vitória?Foi uma noite sem sono....Na manhã seguinte, Ademir levou Karina até o hospital.Ao descerem do carro, Ademir segurou a mão dela e disse:— Daqui a pouco, vamos comprar algo para o café da manhã na lanchonete ali
Separação?Ademir sentia que eles nem sequer poderiam dizer que estiveram juntos de verdade. No entanto, ele ainda havia prometido casamento a Vitória, então assentiu com a cabeça: — Sim. No mesmo instante, o rosto de Vitória ficou pálido. — Não, eu não quero me separar... — Não tenha pressa para responder. — A voz grave de Ademir abafou suas palavras. — A realidade é que você não sabe até quando vai esperar. Uma espera longa, sem esperança. Ele se levantou, observando os olhos marejados dela. Sua voz suavizou um pouco ao dizer: — Pense bem antes de me responder. Pode ficar tranquila, mesmo que nos separemos, seus recursos continuarão os mesmos. Afinal, Ademir sabia que devia isso a Vitória. Era uma espécie de compensação por tudo o que ela passou. Ademir saiu. Vitória, enxugando as lágrimas, de repente ergueu a mão e virou a mesa com um movimento brusco. Ela lançou um olhar cheio de rancor e disse: — Karina! Eu não vou aceitar essa derrota tão facilmente! ...De
Assim que terminou de falar, Otávio continuou a encará-lo.— Falar assim... Sem nem pensar. Como você pode falar desse jeito da sua própria esposa?Ademir ficou atônito, seu olhar vacilou por um momento.— Eu não disse nada demais. — Ademir replicou, ainda confuso. — Vovô, onde ela foi?— Você está me perguntando? — Otávio disse com um sorriso malicioso. — Ela é sua esposa, não é? Ela não te contou para onde foi? Talvez seja hora de você refletir sobre si mesmo.— Refletir? — Ademir soltou uma risada fria. — Claro que eu sei, como não saberia? Ela me ligou, mas eu estava ocupado na hora e não atendi...Otávio não desviava o olhar, observando ele fixamente.Ademir, se sentindo desconfortável sob aquele olhar penetrante, finalmente cedeu:— Vovô, por que você está me olhando assim?Otávio foi direto:— Pare de fingir!Ademir ficou sem palavras.Derrotado pelo avô, ele voltou para o quarto e pegou o celular, discando o número de Karina. Entredentes, murmurou baixinho:— Tente não atender,
Cidade Y.O hospital estava em completo caos naquele momento. Embora parecesse uma confusão, todos estavam se preparando para subir a montanha.Karina trabalhava no hospital da Cidade Y, então não estava na área do colapso nas montanhas. No entanto, ela fazia parte da equipe que estava prestes a entrar na área atingida.Além dela, os médicos, Patrícia e Lourenço, também estavam prontos para subir.— Karina, está pronta? Podemos partir agora! — Pronta!Com uma mochila de suprimentos médicos nas costas e carregando pacotes de material esterilizado nos braços, Karina correu para o pátio.— Karina, me dê isso. Patrícia pegou os pacotes e, junto com Lourenço, ajudou Karina a subir no caminhão.O veículo os levou até a entrada da região montanhosa, onde parou.— Daqui em diante, temos que ir a pé.Lourenço, sendo o único homem do grupo, carregava a maior parte dos equipamentos, os mais pesados e volumosos.Patrícia se aproximou de Karina, e discretamente deu uma cutucada:— Ele é um bom
Patrícia ficou tão surpresa que não conseguia dizer uma palavra.Ademir, porém, não tinha muita paciência e franziu o cenho, perguntando:— Eu perguntei quem fez o quê com a Karina?— Foi assim... — O homem à sua frente claramente não era comum, então Lourenço se apressou em explicar tudo. — Agora, não conseguimos mais entrar em contato com a Karina.Ao ouvir isso, os lábios finos de Ademir se comprimiram em uma linha reta, e seu olhar ficou sombrio.Ele murmurou:— Que ousadia.Logo depois, ordenou:— Júlio, Enzo, Bruno, venham comigo!— Sim, Ademir.Eles entraram na área de colapso, e assim como Lourenço havia dito, ninguém tinha visto Karina.Júlio e os outros dois não ousavam falar, esperando apenas que Ademir tomasse a iniciativa.Com os traços tensos, Ademir falou em um tom grave:— Júlio, prepare o helicóptero e sobrevoe mais ao fundo. Mesmo que tenhamos que revirar a montanha inteira, quero que encontrem a Karina.— Sim, Ademir! — A tensão na voz de Júlio aumentava.O céu escur
Ademir e Karina se olharam fixamente, sem que nenhum dos dois dissesse uma palavra. O coração dela não parava de bater acelerado. — Gosta disso? — Ademir acariciou seus lábios com os dedos, repetindo a pergunta. — Você gosta quando eu te beijo? Karina estava atônita, incapaz de falar. Só o som das batidas do seu coração, cada vez mais forte! Ela não respondeu, e Ademir se abaixou novamente, selando seus lábios com outro beijo. Que fragrância doce, tão fresca... O perfume da pele de Karina preencheu o olfato de Ademir, como uma leve brisa de cítricos. — Sr. Ademir! Uma voz masculina desconhecida interrompeu o beijo deles. Karina foi a primeira a recobrar os sentidos, afastando Ademir e virando o rosto. O vazio em seus braços irritou Ademir, que lançou um olhar de desagrado ao homem. — O que houve? — Bom... — Um homem, um morador local que havia acompanhado o grupo, começou a falar. — Gostaríamos de saber se poderíamos usar o seu helicóptero. Ainda há aldeões desa
Patrícia ficou um pouco atordoada com a enxurrada de perguntas. Ela sabia que não deveria falar sobre a vida pessoal de Karina, mas a presença dominante daquele homem era tão forte que, sem perceber, acabou contando. Patrícia assentiu e disse: — Se você perguntar desse jeito, então sim, já aconteceu. Ao ouvir isso, o coração de Ademir apertou. Aquele homem... Era o pai do filho de Karina! No entanto, em seu rosto, ele apenas esboçou um sorriso despreocupado e perguntou: — Quem é esse homem? Como ele se chama? Patrícia respondeu: — Talvez você não o conheça, é o Túlio, da família Martins. Já ouviu falar dele? Então era ele. Os olhos de Ademir escureceram, e seus dedos se fecharam em punho, enquanto uma dor aguda atravessava seu peito. Ademir continuou a perguntar: — Como eles se separaram? Patrícia mordeu os lábios antes de responder: — A mãe do Túlio não aprovava, então eles foram forçados a se separar. Então foi assim... — Obrigado. Não conte a Karina