Uma única frase fez Karina sentir um calafrio instantâneo! Era como se alguém a tivesse acertado com um tapa à distância, e seu rosto ardesse como se estivesse queimando! — Você realmente não entende, ou está fingindo não entender? — O canto dos lábios de Ademir se curvou em um sorriso frio. — Você acha que, na época, eu dei o dinheiro para o projeto do Felipe por quê? Acha que foi porque sou bondoso? Ou porque tenho tanto dinheiro que não sei o que fazer com ele, e fico acordado à noite, preocupado? O tom de Ademir de repente se tornou mais grave, e o gelo nos olhos dele ficou evidente: — Nada disso. A razão era você! Eu estava disposto a mimá-la, por isso decidi investir o meu dinheiro! E então, Ademir sorriu. Um sorriso cheio de escárnio, sem disfarces: — Mas agora, você acha que tenho algum motivo para continuar fazendo isso? Acha que ainda merece que eu gaste dinheiro por você? Eu tenho esse dinheiro... Poderia muito bem usá-lo para alimentar pombos, não acha? Kari
A menina levantou a mão e foi se aproximando lentamente. — Eu vou devagar, bem devagarzinho, viu? Realmente, como a garota havia dito, seus movimentos eram suaves e leves. — Então, essa sensação de estar grávida, é assim mesmo? Nossa, você é tão incrível, irmã! Ser mãe deve ser tão difícil! Karina não negou, apenas sorriu e perguntou: — Pequena, você veio por algum motivo? Ou está procurando alguém? — Eu? — A garota retirou a mão e colocou a mochila que estava em seu ombro no chão. — O Yuri está aqui? Ele me mandou. Dr. Yuri? — Ele está em cirurgia, atendendo um paciente. — O quê? — A menina se surpreendeu por um instante, mas logo sorriu de felicidade e não conseguiu conter o aplauso. — Que bom! Levantando a mão, colocou a mochila novamente nas costas. — Irmãzinha, por favor, quando o Yuri voltar, diga a ele que eu estive aqui. Como ele não estava, vou embora agora! Antes que Karina pudesse responder, a garota pegou a mochila e saiu correndo, visivelmente apres
Eunice estava chorando no telefone. — A secretária do seu pai me ligou, disse que ele estava bem na empresa e de repente desmaiou! Já foi levado para o hospital! Estou a caminho! Vitória, você está mais perto, vá logo até lá! — Ok! — Vitória desligou o telefone, pálida, com os olhos vermelhos, e logo a voz falhou, embargada pelas lágrimas. — Ademir, meu pai desmaiou de novo! Ao entender o que havia acontecido, Ademir se levantou imediatamente e segurou Vitória pela mão. — Não se preocupe, vamos já para lá, eu vou com você! — Tá bom! Com Ademir ao seu lado, Vitória sentiu um alívio imenso. ... Eunice chegou mais tarde, quando Lucas já havia sido transferido do pronto-socorro para o quarto. Dessa vez, a situação era ainda mais grave. Embora ele estivesse no quarto, não havia acordado, e sua consciência permanecia em coma. Após conversar com os médicos, eles não conseguiam dizer com certeza quando ele poderia despertar. Eunice estava sentada ao lado da cama, choran
No entanto, Helena, sendo bastante inteligente, temendo envergonhar Karina, optou por permanecer em silêncio. Como esperado, Karina fixou os olhos em Eunice com firmeza, antes de dizer: — Minha mãe... Morreu há mais de dez anos! Como é que hoje alguém está dizendo que é minha mãe? Helena rapidamente entendeu a situação. — Certo! Vou logo contatar o mestre! — Vai rápido! As duas garotas pareciam estar encenando uma peça de teatro. E isso fez Eunice quase perder a paciência: — Karina! Que falta de educação! — Pois é. — Karina soltou uma risada sarcástica. — Minha mãe morreu cedo, e meu pai é quase um morto-vivo. Ninguém me ensinou nada, então de onde eu tiraria educação? Karina ergueu o braço e apontou para a porta: — Eu não sei qual é a razão de você estar aqui hoje, mas saia agora! E, da próxima vez, se ousar dizer que é minha mãe, vou te dar um tapa na boca! Os olhos de Karina ficaram afiados, e ela disse com ferocidade: — Melhor você não tentar! — Você, vo
Ademir franziu a testa, seus olhos negros, profundos, fixos em Karina.Com uma frieza implacável, disse:— Sobre o transplante de fígado, você já perguntou ao Catarino?O quê?Karina ficou chocada, não imaginava que Ademir fosse fazer uma pergunta assim.Ela parou por dois segundos, depois deu uma risada suave:— Eu sou da família dele, a decisão sobre ele é minha.— Pelo que sei, o Catarino já tem condições de tomar suas próprias decisões. — Ademir respondeu lentamente. — E, além disso, a saúde do Catarino é excelente, ou seja, tanto do ponto de vista psicológico quanto físico, ele tem todas as condições para doar o fígado.As palavras de Ademir tinham lógica.Mas, no fundo, tudo isso era para Vitória!Karina esboçou um sorriso amargo, seus olhos, por um instante, se desviaram para Vitória."Sr. Ademir, por causa da sua amada, você realmente é capaz de dizer qualquer coisa!"— O Catarino, nessa situação, é igual a uma criança normal? — Karina parecia sorrir, mas sua expressão estava a
— Sr. Ademir! — Helena correu até ele, com uma expressão de raiva no rosto. — Você não pode simplesmente ir embora assim!— O quê? — Ademir ergueu uma sobrancelha, olhando ela com um sorriso divertido.— A Karina... — Helena apontou para o interior. — A Karina é sua esposa! Você acha que é apropriado, na frente dela, sair com essa mulher que está destruindo o seu casamento?A mulher que estava destruindo o casamento, naturalmente, era Vitória.De repente, o semblante de Ademir escureceu, e o sorriso desapareceu por completo.— Quem te deu coragem para falar assim dela?Helena ficou assustada com a expressão feroz de Ademir, mas sua raiva só aumentou.— Eu falei alguma mentira? A Vitória é, sim, a mulher que está destruindo o casamento! E você está defendendo ela, mas onde deixa a Karina nessa história?Ademir soltou uma risada fria. E a Karina, onde o colocaria?Porém, essas palavras, Ademir não tinha intenção de dizer a uma estranha.— Saia do meu caminho.— Não! — Respondeu Helena, f
Na tarde daquele dia, Túlio foi à empresa. A secretária informou-lhe sobre a crise que haviam enfrentado nos últimos dias. — O Grupo Barbosa terminou nossa parceria. — Grupo Barbosa? Ou seja, o Ademir? — Mas por que isso aconteceu? A colaboração inicial entre eles havia sido firmada em uma reunião pessoal entre Túlio e Ademir. Nos bastidores, devido à Karina, houve algumas desavenças, era verdade. No entanto, ambos eram profissionais, sabiam separar o pessoal do profissional e nunca deixaram que questões pessoais afetassem os negócios. Túlio não conseguia entender. — A parceria estava sempre gerando lucros. Qual foi o motivo do término, de acordo com o Grupo Barbosa? — Não sei. — A secretária balançou a cabeça, igualmente confusa. — O Grupo Barbosa não explicou nada, mas foi bem firme, dizendo que seguiria o contrato e que a compensação já havia sido enviada. — Tão rápido? Não deram nem mesmo a oportunidade de tentar reverter a decisão. — Mas eu não aceitei o
— Que bom. — Karina soltou um suspiro de alívio, finalmente relaxando depois de dias com o coração apertado.— Ah, antes que eu me esqueça... — Dra. Coelho, enquanto batia levemente com a caneta no manual da gestante, falou de maneira descontraída. — Você já está com seis meses de gestação, a partir de agora entrará no terceiro trimestre. Já pensou em descansar mais?Descansar? Karina ficou surpresa, nunca havia considerado isso.Dra. Coelho continuou, como se conversasse casualmente:— Pense bem, a família Barbosa não depende de você para ganhar dinheiro, e o final da gestação é bem cansativo.Ela olhou discretamente para a barriga de Karina:— O bebê vai crescer rápido, a barriga vai aumentar, o que pode dificultar seus movimentos, além do inchaço e outros desconfortos. Não seria melhor descansar em casa?— Não, obrigada. — Karina ainda balançou a cabeça.— Tem algum motivo específico para não querer? — Dra. Coelho sorriu suavemente. — Com o Sr. Ademir por perto, tenho certeza de que