Eunice estava chorando no telefone. — A secretária do seu pai me ligou, disse que ele estava bem na empresa e de repente desmaiou! Já foi levado para o hospital! Estou a caminho! Vitória, você está mais perto, vá logo até lá! — Ok! — Vitória desligou o telefone, pálida, com os olhos vermelhos, e logo a voz falhou, embargada pelas lágrimas. — Ademir, meu pai desmaiou de novo! Ao entender o que havia acontecido, Ademir se levantou imediatamente e segurou Vitória pela mão. — Não se preocupe, vamos já para lá, eu vou com você! — Tá bom! Com Ademir ao seu lado, Vitória sentiu um alívio imenso. ... Eunice chegou mais tarde, quando Lucas já havia sido transferido do pronto-socorro para o quarto. Dessa vez, a situação era ainda mais grave. Embora ele estivesse no quarto, não havia acordado, e sua consciência permanecia em coma. Após conversar com os médicos, eles não conseguiam dizer com certeza quando ele poderia despertar. Eunice estava sentada ao lado da cama, choran
No entanto, Helena, sendo bastante inteligente, temendo envergonhar Karina, optou por permanecer em silêncio. Como esperado, Karina fixou os olhos em Eunice com firmeza, antes de dizer: — Minha mãe... Morreu há mais de dez anos! Como é que hoje alguém está dizendo que é minha mãe? Helena rapidamente entendeu a situação. — Certo! Vou logo contatar o mestre! — Vai rápido! As duas garotas pareciam estar encenando uma peça de teatro. E isso fez Eunice quase perder a paciência: — Karina! Que falta de educação! — Pois é. — Karina soltou uma risada sarcástica. — Minha mãe morreu cedo, e meu pai é quase um morto-vivo. Ninguém me ensinou nada, então de onde eu tiraria educação? Karina ergueu o braço e apontou para a porta: — Eu não sei qual é a razão de você estar aqui hoje, mas saia agora! E, da próxima vez, se ousar dizer que é minha mãe, vou te dar um tapa na boca! Os olhos de Karina ficaram afiados, e ela disse com ferocidade: — Melhor você não tentar! — Você, vo
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se
Karina entrou cambaleando no quarto do hospital, quase perdendo o equilíbrio. O médico havia acabado de examinar Otávio e, ao ver Ademir, disse:— Sr. Ademir, o senhor chegou. O Sr. Otávio está temporariamente fora de perigo, apenas bastante fraco. Ele precisa cuidar bem da saúde, prestar atenção à alimentação e ao descanso. O mais importante é manter o bom humor e não sofrer choques emocionais.Terminando de falar, o médico saiu.Otávio estava meio deitado e acenou com a mão.— Ademir, Karina, vocês tiraram a certidão de casamento hoje. Não disse ao Ademir para aproveitarem a lua de mel e não virem me ver?— Sr. Otávio. — Karina estava um pouco nervosa. — Desculpe...Otávio ficou confuso:— Ainda me chama de Sr. Otávio? Por que está se desculpando comigo?— Eu...Com um aperto no pulso, Ademir interrompeu suas palavras:— Karina quer dizer que, com o senhor ainda no hospital, não temos cabeça para aproveitar a lua de mel. Por isso, tivemos que desobedecer a sua vontade.Karina ficou
Dentro do quarto.Catarino estava sentado em uma cadeira, vestindo roupas de paciente, mas agora estava coberto de sopa. Não só isso, até o cabelo dele estava sujo, com comida grudada e pendurada em sua cabeça, tornando impossível ver claramente seus traços faciais.Uma mulher de meia-idade segurava uma colher de sopa, forçando-a em sua boca.— Coma! Rápido, coma! Inútil, nem sabe abrir a boca! Você é pior que um porco ou um cachorro! Ah...De repente, o cabelo da mulher foi puxado para trás com força, fazendo ela gritar de dor como um porco sendo abatido, e ela começou a xingar furiosamente:— Droga, quem é você? Solte o cabelo da sua mãe!— Mãe? — Karina tinha os olhos vermelhos de raiva, todo o seu corpo emanava uma aura assassina. — Mãe de quem? Seu cachorro desgraçado! Como ousa maltratar uma criança? Você acha que a família dele está morta?Enquanto falava, Karina apertava ainda mais o cabelo da mulher, que sentia como se seu couro cabeludo fosse arrancado.— Está doendo! Solta!