Ademir colocou o braço ao redor do ombro de Filipe e disse:— Você sabia? A pessoa no palco, eu apostei que ela iria ganhar no baile de dança hoje à noite. O que acha? Ela dançou bem, não?Filipe permaneceu em silêncio.Ademir estava claramente empolgado!— É, muito boa. Ademir...— Isso mesmo! — Filipe começou a falar, mas Ademir, interrompendo ele, batendo fortes palmas, se virando para o palco com entusiasmo. — Dançou muito bem!Finalmente, a apresentação terminou.— Vamos lá, vamos beber!Eles não foram para a sala VIP hoje, preferiram sentar no salão principal, pois queriam uma atmosfera mais animada.Ao voltar para a mesa, Kevin já havia servido as bebidas.Ademir se sentou, pegou o copo e bebeu tudo de uma vez.Hugo deu um olhar significativo para Filipe.— E aí? O que aconteceu? Não conseguiu convencer ele a parar?Filipe deu de ombros e levantou as mãos.— Não tinha como convencer.Os amigos se entreolharam, trocando olhares. Nesse momento, o gerente se aproximou.— Boa noite,
— Sr. Ademir... — A garota mordeu o lábio inferior, falando baixinho e de forma tímida. — Eu me chamo Karina...De repente, o ambiente ficou tenso. Enquanto ao redor tudo parecia barulho e agitação, esse canto estava isolado, como se uma barreira tivesse sido levantada, anulando toda a confusão ao redor. O silêncio, incomum e desconcertante, pairava.— Karina, Karina... — Ademir repetiu o nome dela, parecendo sorrir, mas sem realmente demonstrar alegria. Seu rosto não revelava nem raiva nem felicidade.A garota, por outro lado, se sentiu ainda mais envergonhada:— Sim, Sr. Ademir.Nesse momento, o gerente, impaciente, apressou a garota:— Você já esqueceu por que está aqui? Fica aí parada, o que está fazendo? Não vai logo dar a taça ao Sr. Ademir?— Sim. — A garota mordeu os lábios, um pouco nervosa, e se aproximou. — Sr. Ademir, obrigada por ter apostado na minha vitória esta noite, deixo-lhe uma taça de vinho...Ela se curvou para servir a bebida.A garota, de forma insinuante, perg
— Não o incomode mais, ele está de mau humor. Vamos deixá-lo ir. ... No carro, Júlio perguntou ao Ademir: — Segundo irmão, para onde vamos? Ademir se apoiou na porta do carro: — Onde mais poderíamos ir? Vamos para a Mansão da família Barbosa. — Certo, segundo irmão. Júlio pensou consigo mesmo, era claro que o segundo irmão ainda pensava na Karina. Já foi tão ferido por ela, e ainda assim queria voltar. Então, retornaram à Mansão da família Barbosa. Ao chegarem, perceberam que Karina não estava lá. Ademir, incrédulo, vasculhou o quarto e o escritório, mas ela realmente não estava! Preocupado, desceu às pressas e chamou Wanessa e Rui. Naquela noite, Rui havia decidido ficar. — Onde ela está? — Ademir, puxando sua gravata, estava claramente irritado. — Isso... — Rui ficou sem palavras. — Sr. Ademir, a Karina foi embora. Não foi você quem pediu para ela sair? — O que você está dizendo?! Quando foi que o Ademir pediu para Karina ir embora? Ele disse isso? — S
Naquela noite, Patrícia chegou à Rua de Francisco Antônio.— Isso é... — Patrícia ainda não conseguia acreditar. — Você realmente se mudou?Karina sorriu levemente:— Isso pode ser mentira?Patrícia imediatamente respondeu:— Vocês dois, já faz tempo, não é a primeira nem a segunda vez, mas em qual delas deu certo?— Desta vez, é sério. — Karina deu um sorriso amargo, e então explicou sobre a situação com Túlio.— O quê? — Patrícia franziu a testa, notando algo estranho na história. — Então, como você foi parar na cama do Túlio, dormindo? Com certeza não foi ele que te colocou lá. Você subiu sozinha? Perdeu a memória?Karina a olhou com um leve sorriso:— Perdi a memória? Você assistiu muito a essas novelas de amor, não?— Pois é... — Patrícia conhecia Karina muito bem.Quando Karina dizia que não tinha mais sentimentos por Túlio, era realmente verdade. Mesmo que houvesse algum, Karina jamais faria algo tão impensado como subir na cama dele.— Mas o que aconteceu então?Karina parecia
Mais uma vez com mochila, mais uma vez com sacolas. Patrícia murmurou para si mesma: — Então ele tem namorada. Patrícia pegou o celular, pronta para tirar uma foto. Da próxima vez que o Sr. Pinto ousasse fazer alguma brincadeira com ela, ela mostraria a foto! Queria ver se ele ia ficar sem graça! Ela abriu a câmera, ampliou o zoom e observou com mais atenção. — Não é que a namorada dele é mesmo bonita? Então, clicou na foto. Colocou o celular no bolso e, franzindo a testa, inclinou a cabeça. Patrícia não conseguia se livrar da sensação de que a namorada do Sr. Pinto era familiar. Onde ela já a teria visto antes? ... Karina acordou e esquentou o café da manhã que Patrícia havia deixado para ela. Logo, o telefone tocou. Era Júlia. — Karina, o Túlio acordou! — Sério? — Karina sorriu, claramente feliz. — Que maravilha! E como ele está? — Está bem, a médica disse que ele está muito melhor, mais animado. Karina respirou fundo e continuou: — Agradeço a Deus por i
— Quem te disse isso? — Karina franziu a testa. — Foi o médico! — Júlia se apressou a responder. — O psicólogo, você conhece ele também. O Amílcar, ele não é também o médico do Catarino? — É. — Karina assentiu, tirando a mão que Júlia ainda segurava. — Eu imagino que o Dr. Amílcar tenha dito que, se eu quiser, posso, de fato, ajudar no tratamento do Túlio, mas não é algo que só eu possa fazer por ele. Júlia ficou paralisada. Não esperava que Karina fosse tão perspicaz! Era verdade, Amílcar realmente havia dito isso! No entanto, como mãe que foi testemunha da tentativa de suicídio do filho, era natural que quisesse dar tudo de si para salvá-lo. Se dizia o que quisesse, mas quem poderia garantir que, durante o tratamento, ele não tentaria novamente? Dessa vez ele havia sido salvo, mas nas próximas, quem poderia garantir que ele conseguiria se salvar? Júlia não ousava arriscar a vida do filho. O mais seguro seria contar com a ajuda de Karina. — Karina, você e o Túlio s
Júlia ficou chocada, incapaz de acreditar no que estava ouvindo.Imediatamente retrucou:— Como pode ser assim? Você claramente se importa tanto com ele, passou a noite ao lado dele!— Isso é tudo o que eu posso fazer por ele.— Não... — Júlia ainda estava incrédula. — Você me odeia, me culpa, é isso? Eu te prometo, se vocês ficarem juntos, eu vou ser boa com você. Se você não gostar disso, eu nunca mais vou aparecer na sua frente...— Tia Júlia!Essas palavras foram tão extremas que Karina não teve outra escolha a não ser interrompê-la:— Chega! Eu não amo o Túlio, não tem mais como ser assim.Júlia não acreditava, balançando a cabeça insistentemente:— Impossível! Vocês se amavam tanto!— Isso foi no passado, ficou para trás.Júlia já não sabia o que dizer.Karina falou, com uma calma que escondia a dor:— Eu até poderia, por um impulso de compaixão, prometer a você que ficaria com o Túlio como amiga, acompanhando o tratamento dele. Mas já pensou que, se eu for embora de novo, a cond
— Isso não está certo! — Rui encontrou o interruptor e acendeu a luz. Quando a iluminação preencheu o ambiente, a surpresa foi ainda maior. O caos era tão grande que parecia que Sr. Ademir quase havia destruído o quarto. — Que cheiro... — Wanessa franziu a testa, correndo até a janela. — Preciso abrir a janela e deixar o ar entrar! — Vou procurar o Sr. Ademir! — Rui acenou com a cabeça e entrou no quarto. Ele o encontrou deitado no sofá, adormecido, ainda com as roupas intactas. — Sr. Ademir, acorde. — Como ele estava muito adormecido, Rui não conseguiu acordá-lo de imediato. Ao se aproximar, o cheiro de álcool e fumaça que exalava do Sr. Ademir era ainda mais forte. Ele parecia ter saído diretamente de um barril de bebida. Além disso, não fazia muito tempo que o Sr. Ademir havia parado de fumar dentro de casa? Pareceu que os dois tiveram uma briga séria desta vez... E será que não havia mais jeito? — Sr. Ademir, acorde! — Só chamá-lo não estava funcionando. Rui lev